A cidade futurista Akon City, no Senegal, promete ser um marco de inovação, tecnologia e desenvolvimento sustentável na África. No entanto, o progresso das obras tem sido mais lento do que o esperado, levantando questões sobre a viabilidade do projeto e os desafios enfrentados.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, embora a evolução do projeto tenha ficado abaixo das expectativas iniciais, o artista Akon demonstrou resiliência e comprometimento ao fechar um acordo estratégico com o governo local. Além disso, ele mobilizou um grupo diversificado de investidores, conseguindo reunir um montante estimado em 32 bilhões de reais, essencial para impulsionar o desenvolvimento da cidade.
Cidade do futuro
Akon City, associada à "Wakanda da vida real", é um projeto visionário inspirado no país fictício do filme Pantera Negra. Idealizada como uma cidade autossustentável, incorpora inovações tecnológicas com foco em energia renovável e infraestrutura moderna. Focada em conceitos de cidades inteligentes, Akon City visa proporcionar um ambiente urbano eficiente e seguro, utilizando uma moeda própria, chamada Akoen, que fortalecerá a independência econômica e facilitará transações dentro da comunidade.
Vídeo de apresentação da "Akon City" (Vídeo: reprodução/Youtube/@Akon)
A cidade está sendo construída em um deslumbrante oásis de 2 mil acres à beira-mar, projetada para ser um grandioso ponto turístico e de negócios, unindo natureza exuberante e infraestrutura moderna. Akon está desenvolvendo um cronograma de 10 anos para a inauguração da fase inicial de sua cidade futurista. O engenheiro Jean Charles Édouard Sarr é o responsável pela obra. Após passar cinco anos na França, ele retornou ao Senegal para se dedicar ao projeto.
Desafios na construção
Apesar do contrato prever que a conclusão da primeira fase de Akon City deveria ocorrer em 2023, a construção tem enfrentado uma série de desafios significativos que têm dificultado seu progresso. Entre os principais obstáculos estão a complexa burocracia envolvida na obtenção das permissões necessárias, que tem atrasado as obras, o declínio acentuado da indústria pesqueira na região, que não apenas impactou a economia local, mas também gerou preocupações na comunidade em relação à sustentabilidade do projeto.
Slide de apresentação da "Akon City" (Foto: reprodução/SEYLLOU/AFP/Getty Images Embed)
Além disso, a pandemia de COVID-19 trouxe uma série de complicações logísticas e financeiras, resultando em atrasos adicionais e na necessidade de reavaliação dos prazos e investimentos. Esses fatores, somados, colocam em risco não apenas o cronograma da construção, mas também os sonhos de transformação urbana que Akon City representa. Além dos desafios, Devyne Stephens, diretor de cinema e sócio de Akon, processou o cantor em US$ 4 milhões, cobrando dívida do acordo selado em 2018 para o anúncio da cidade futurística.
Artista visionário
Além de sua carreira como cantor, Akon é amplamente reconhecido como um empresário no setor de tecnologia. Ele é o fundador de uma destacada gravadora de distribuição em Senegal, e também possui uma empresa voltada para energia solar, além de ter criado sua própria criptomoeda. Nesta década, a revista estadunidense Forbes o considera o artista mais rentável do continente africano.
Foto destaque: Akon apresenta os planos de criação da "Akon City" num hotel em Dakar, Senegal (reprodução/SEYLLOU/AFP/Getty Images Embed)