O juiz responsável do Caso Diddy, Arun Subramanian, adiou, nesta última sexta-feira (09), o julgamento do rapper para a próxima segunda (12). Subramanian ainda declarou que os nomes do júri só serão anunciados uma hora antes do início do julgamento, uma forma de proteger a identidade dos jurados que podem acabar desistindo por conta de ameaças ou tentar pedir dispensa neste final de semana. Todos os jurados são obrigatoriamente moradores de Nova Iorque e o julgamento pode se estender por até seis semanas. Entre as acusações contra o rapper constam além do tráfico sexual, extorsão e outras menores como violência e até incêndio criminoso.
Diddy em um evento para o Congressional Black Caucus em Washington D.C, 2023 (Foto: reprodução/Jemal Countess/Getty Images Embed)
O número de pessoas candidatas ao júri era de 45, e, após criteriosa seleção, foram selecionados 12 titulares e 6 substitutos. Outros cuidados feitos pelo juiz incluem a proteção da “vítima número três”, uma mulher que parece estar evitando julgamento e testemunharia os abusos que sofreu sob coerção de Sean Combs. O juiz também reforçou que vai tentar desvincular do júri a ideia que possa existir uma equivalência de forças entre o agressor e a vítima, como foi usado pela defesa do ator Jhonny Depp, inocentado de todas as acusações feitas pela sua ex-esposa Amber Heard.
O que dizem as acusações
O texto do julgamento possui ao todo 17 páginas que envolvendo Diddy em um esquema de extorsão e tráfico sexual de pessoas, com ajuda de seus funcionários e parceiros de negócios por mais de duas décadas. As vítimas eram em sua maioria mulheres, mas homens também foram abusados por Sean.
Os abusos aconteciam nas festas de Diddy chamadas de “Freak Offs”, marcadas por uso de drogas pesadas, que também eram por vezes obrigadas a serem usadas pelas vítimas, e após drogadas eram forçadas a ter relações sexuais com profissionais. Quando não conseguiam o que queriam, usavam de métodos violentos, desde espancamentos, incendiar casas e chegando até a deixar alguém pendurado na sacada. Tudo com a promessa de uma promoção em suas carreiras artísticas caso cooperassem ou a falência caso o denunciassem.
Histórico de violência
Diddy afirmou ter tido um episódio de violência contra a sua então namorada, a cantora de R&B Cassie Ventura, em um corredor de hotel em 2016 na Califórnia. A agressão de Combs foi capturada pelas câmeras de segurança do hotel. Cassie entrou na justiça no final de 2023, alegando ter sofrido anos de abusos de seu ex-namorado. Segundo o advogado de defesa, toda a relação entre os dois foi consensual, incluindo todo o sexo grupal e violência física, mas afirmou que Diddy “não era perfeito”, passando do limite algumas vezes com o seu estilo de “swinger”.
julgamento do rapper começa com seleção de júri nos EUA (vídeo: reprodução/ Youtube/Band Jornalismo)
O rapper chegou a ter que fazer um curso para controle de raiva em 1999, depois de invadir o escritório de uma gravadora para agredir o executivo Steve Stoute, agredindo-o junto de seus seguranças com uma garrafa de vidro e uma cadeira da gravadora. No mesmo ano foi parado pela polícia depois de fugir com Jennifer Lopez, com quem estava namorando, de um tiroteio que ocorreu dentro de uma balada. O artista não foi condenado, mas seu amigo, o também rapper Jamal “Shyne” Barrow, acabou sendo incriminado cumprindo quase nove anos de prisão.
Foto destaque: Diddy está preso desde setembro do ano passado em Nova Iorque (Reprodução/Instagram/@rollingstonebrasil)