Cantores, atores e você: como as pessoas produziram na pandemia?

Crise e falta de grana? Saiba como as celebridades e pessoas “não famosas” conseguiram produzir utilizando as redes sociais e se reinventando na pandemia. Confira!

18 dez, 2020

A Maré não está para peixe“, na forma literal, diria um pescador após não conseguir ter um bom dia em seu barco. Porém, na expressão popular ela é bem utilizada em momentos de dificuldades, quando os obstáculos são maiores que os benefícios. E é exatamente o que acontece em 2020 desde que a quarentena começou em abril, após o primeiro caso de Covid-19 no Brasil ser confirmado em março. Dessa forma, com a necessidade do isolamento social para conter o avanço do coronavírus, os principais setores da economia entraram em queda livre. Algumas políticas de incentivo fiscal e preservação criadas pelo governo federal conseguiram esquentar a indústria e o comércio de bens, que logo foi tentando se adaptar a uma nova realidade.

Com as ruas, shoppings, shows, cinemas e lojas vazias, toda a indústria precisou traçar novas formas de produção e distribuição para seguir gerando consumo e saciando os desejos da população. Atingindo todas as camadas sociais, as pessoas que possuem um negócio precisaram remodelar o modelo de trabalho e a internet virou, mais do que nunca, um importante aliado para passar pela recessão, principalmente com o home office e as vendas online que cresceram exponencialmente. 

Como as celebridades driblaram as dificuldades da pandemia? 

Apesar de pertencer a uma classe mais privilegiada, as celebridades também tiveram problemas neste atual período meio “nebuloso”. Com gravações, shows e eventos cancelados, foi preciso mudar completamente a forma de criar, tendo que se inserir por completo no mundo digital. As grandes influenciadoras digitais não encontraram muitas barreiras, já que este é o meio no qual elas geram renda. Por outro lado, atores e cantores estão tendo que correr atrás. 


Números do cantor Péricles cresceram durante isolamento social. (Foto: Reprodução/Mariana Pekin/UOL) 


Pelo lado dos cantores, as plataformas digitais se tornaram as melhores armas para continuar crescendo na carreira artística, além das lives para tentar substituir os shows. O cantor Péricles, por exemplo, produziu um novo álbum chamado Tô Achando que é Amor. Recentemente, o artista declarou que, apesar de todas as dificuldades durante a pandemia, ele vem alcançando números impressionantes nas plataformas digitais. “Mesmo com o isolamento, não posso reclamar. Tive um período de crescimento na carreira”, disse ele em entrevista ao “Divirta-se”, do site Gazeta. Sem falar das lives, que acabaram ajudando e muito alguns cantores como Gusttavo Lima, Luan Santana, Maiara e Maraisa e tantos outros.

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Sem novelas e teatro, os atores enxergaram nas redes sociais o maior aliado para romper as barreiras impostas pela falta de gravações e eventos. Conversas nos stories, entrevistas em live e tantos outros modos para não se distanciar do público estão ditando o rumo da carreira de personalidades conhecidas. Além disso, alguns até investiram nesta fase de muitas produções no mundo digital. A atriz e apresentadora Maísa Silva, por exemplo, abriu uma agência de marketing e publicidade aos 18 anos, e já tem clientes como Tiago Abravanel, Priscilla Alcântara e Celso Portiolli.


Apresentadora Maisa abre o próprio negócio aos 18 anos. (Foto: Reprodução/Assessoria)


“A Maisa empresária é uma realidade! Tô muito feliz em finalmente poder anunciar pra vocês que eu e o @guilherme_ estamos lançando uma agência de influência e publicidade: é a @ag.mudah! O Gui é meu empresário e trabalhamos juntos há 6 anos. Passamos esse último ano desenvolvendo esse projeto incrível e iniciando um novo ciclo da nossa parceria e amizade. O lançamento está sendo agora, mas nós já temos projetos incríveis que realizamos com marcas incríveis e artistas influentes“/”/ disse ela. 

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E quem não é famoso? 

Quando você não tem milhões de seguidores, contrato ou uma carreira artística, a tendência é que a dificuldade vire um mostro. Vivendo no caminho obrigatório de se reinventar para sobreviver, as pessoas chamadas “comuns” precisaram traçar diversos meios para continuar vendendo o seu produto. Dessa forma, os cantores e atores que ainda estão começando na carreira recorreram aos meios digitais para buscar parcerias com artistas mais famosos ou qualquer outra forma para aumentar a divulgação de seus respectivos trabalhos.

Mas e as pessoas que não são artistas?

A crise trouxe um impacto negativo e apreensão aos empresários e trabalhadores autônomos, que hoje representam 21,7 milhões de pessoas em todo o país, segundo dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios. Assim como o empresário Brunno de Souza, de 31 anos, que é dono da oficina de automóveis Desamassa. A empresa era do pai de Bruno e vinha acumulando dividas, o que preocupava cada dia o pequeno negócio de família. Aos 18 anos, Brunno, que trabalhava como barman, decidiu assumir a oficina do pai, que ainda era pequena, localizada na Barra Funda, em São Paulo.

Crescendo pouco a pouco, Brunno conseguiu investir em marketing e mudar o negócio para outro local. Com o investimento no Google e o retorno adquirido, o dono da Desamassa começou a pagar as dívidas. Neste período de pandemia, por exemplo, ele vem conseguindo aumentar a divulgação e já tem três unidades em São Paulo. Além disso, ele tem clientes famosos como os humoristas Marcos Chiesa (Bola), ex-Pânico, e Tirulipa; os cantores Kevinho, MC Kekeu, MC Gui, além do jornalista Thiago Rocha, que trabalha com a apresentadora Sonião Abrãao no A Tarde É Sua, da Rede TV. 


Tirulipa foi um dos clientes na oficina de Brunno, em São Paulo. (Foto: Reprodução/Assessoria)


As redes sociais e os meios digitais vêm se tornando aliados importantes para Brunno. “Ninguém cresce sozinho, se eu fosse abraçar o mundo sozinho, no final, não era ninguém também. Tem que ter pessoas que cresçam ao seu lado”, revelou. Entre suas táticas, não estão apenas a boa propaganda e o bom atendimento, mas, principalmente o cuidado que possui com suas lojas, o que é muito importante. Não basta ter uma boa divulgação, mas também oferecer um produto de qualidade. 

Quero algo bonito para as pessoas verem. Prezo demais a beleza e a limpeza. Você nunca pode ser mesquinha com o seu negócio, tem que investir nele, acho isso importante”, finalizou.

(Foto Destaque: Cantores, atores e você: como as pessoas produziram na pandemia?. Foto Péricles: Bruno Fioravanti / The Music Journal. Foto Maisa: Reprodução/Twitter.) 

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