A greve dos roteiristas anda agitando Hollywood e ganhou ainda mais força com o apoio do sindicato que representa os atores. Através de coletiva de imprensa, a classe anunciou que se juntaria aos colegas, que já estavam em greve desde o mês de maio, à meia-noite (horário local, ou 4h da manhã, em Brasília), da última quinta-feira (13/07). Essa é a primeira paralisação simultânea da indústria cinematográfica hollywoodiana com as duas categorias em 63 anos.
A decisão foi tomada através de uma votação proposta pelo sindicato SAG-AFTRA e culminou na pausa de, aproximadamente, 160 mil membros do sindicato, se tornando a maior greve do entretenimento americano desde a década de 60. Estúdios super tradicionais do público mundial como a Disney, Universal, Paramount e Sony englobam o grupo que aderiram à greve, que também conta com o apoio da Apple, Netflix e Amazon. Tais informações foram repassados pelo New York Times.
Sindicato dos atores de Hollywood se unem aos roteiristas e comunicam greve (Reprodução/Foto: Mike Blake - Reuters)
Os roteiristas paralisaram seus trabalhos após as negociações com os empresários não terem sido bem sucedidas. O sindicato exige salários melhores e aumento dos "royalties" pela exibição de suas produções em plataformas de streaming, além de impor limites em relação o uso da inteligência artificial em programas e filmes, a fim de garantir que suas réplicas digitais não sejam veiculadas sem o consentimento do artista.
A presidente do sindicado dos atores, a atriz Fran Drescher, declarou que os estúdios estão mais preocupados em satisfazer acionistas visando o lucro, do que reconhecer e honrar a classe dos trabalhadores que fazem as produções acontecerem.
"Somos vítimas de uma entidade muito gananciosa [...] Se não agirmos agora, estaremos todos em perigo de sermos substituídos por máquinas", afirmou ela.
Nomes como Matt Damon, Yvette Nicole Brown, Jamie Lee Curtis e Jeremy Renner já anunciaram que fazem parte do grupo que aderiu à paralisação dos trabalhos. A atriz brasileira, Bruna Marquezine, que estrelará o filme da DC Comics, "Besouro Azul", com estreia prevista para dia 17 de agosto, também declarou sua união ao movimento e não irá promover o longa.
"Estarei sempre ao lado de iniciativas que lutem pelo progresso da comunidade artística [...] " Seja no meu país ou no exterior. Como os atores não podem mais participar de qualquer divulgação de seus projetos até o fim da greve, o apoio dos fãs será fundamental para trazer visibilidade e o reconhecimento que Besouro merece", comunicou a atriz através das redes sociais. Ela encerrou o texto agradecendo a toda equipe e elenco responsáveis pelo filme.
Bruna Marquezine pausa a divulgação de "Besouro Azul" e se alia à greve (Reprodução/Instagram @brunamarquezine)
Além dos filmes, as peças publicitárias também não poderão ser divulgadas. Os impactos da greve podem custar prejuízos bilionários para Hollywood e até a realização do Emmy 2023, com data marcada para dia 18 de setembro, corre o risco de não acontecer.
Foto Destaque: Bruna Marquezine, protagonista de "Besouro Azul", à esquerda, e Julia Louis-Dreyfus na greve dos roteiristas, à direita - Reprodução/ Bruna Marquezine: Instagram @brunamarquezine/ Julia: Reuters - Colagem por Taiane Hotz
