Saiba as possibilidades que o Metaverso e as NFTs trazem para o futuro da Internet

A rede global de internet é algo extremamente volátil e sempre em evolução, principalmente se levarmos em consideração as últimas duas décadas de sua existência. O mundo mudou muito nesses últimos anos e, com o surgimento de novas tecnologias — como o metaverso e a blockchain —, empresas estão buscando diversificar e aprimorar a experiência de seus usuários, bem como a forma que eles interagem enquanto estão acessando a rede.

O metaverso é uma faceta importante disso, tornando as interações online mais imersivas e realistas. No futuro da internet, plataformas web3 (aquelas que utilizam de tecnologias como nft e criptomoedas como base) e de realidade virtual podem transformar a forma como o usuário se relaciona com artistas, músicos e até atletas famosos. Desde experiências de jogos, entretenimento dos mais variados tipos ou mesmo como consumimos arte, tudo isso pode ser afetado. 

As possibilidades são infinitas, mas algumas delas se apresentam de maneira mais palpável, nos permitindo especular um pouco. 

Apresentações no Metaverso

Ir em um show presencial com milhares de pessoas pode ser uma experiência memorável, mas igualmente exaustiva, principalmente para aqueles que sofrem de ansiedade social. Através do uso do metaverso, no entanto, isso se torna algo muito mais plausível para muitas pessoas. Os shows virtuais do jogo Fortnite em colaboração com a Ariana Grande, por exemplo, atingiram um público de mais de 78 milhões ao longo de sua exibição. Eventos como esse, em que o artista se apresenta como um avatar virtual, estão se tornando cada vez mais comuns e populares. A MTV Video Music Awards até mesmo introduziu uma nova categoria de premiação, a “Melhor Performance Metaverse”, já em 2022. O primeiro grupo a ganhar esse prêmio foi a banda de K-pop, Blackpink. 

Famosos do Metaverso

É compreensível que muitas pessoas possam querer assistir shows de seus famosos favoritos no conforto de suas casas através do metaverso, mas a tecnologia não se limita a isso. Celebridades existentes no mundo virtual também estão surgindo aos poucos, através da popularização dessa nova tecnologia. Afinal, artistas famosos no mundo real geralmente só estão em contato com seus fãs através de shows ou mídias sociais, criando uma camada de separação entre eles. Mas um artista que é baseado inteiramente no metaverso têm a capacidade de interagir de maneira mais pessoal com seus seguidores, sem os riscos que esse tipo de situação traria em um ambiente físico.


O avatar virtual de Travis Scott durante show recente no jogo Fortnite (Foto: Reprodução/Virtuality).


Os gerentes e as empresas que patrocinam essas estrelas também saem em vantagem, já que um popstar digital não seria afetado pelo cansaço de inúmeras viagens em turnê ou sequer precisam se preocupar com o jetlag depois de um longo voo para um país distante, já que esses avatares virtuais podem estar em diversos locais diferentes sem que a pessoa por trás dele precise sair de casa. A Metaverse Polar, uma celebridade do mundo virtual, fez um show na Letônia enquanto simultaneamente gravava as novas faixas de seu album de estréia em Londres, por exemplo. 

Ampliando a venda de produtos 

A cantora sueca Zara Larsson arrecadou mais de US$ 1 milhão em venda de produtos através da plataforma do jogo virtual Roblox. Não é novidade que transações virtuais podem arrecadar uma quantia bastante absurda ao longo do tempo e isso poderia vir a beneficiar os artistas, também. O que estaria sendo vendido são basicamente acessórios e “roupas” para o avatar virtual do usuário. No caso da Larsson, os fãs da cantora compraram itens como chapéus virtuais, óculos de sol, penteados, movimentos de dança inspirados por ela e até mesmo uma imagem virtual da artista. 

Música NFT

A indústria de desenhos digitais não foi a única afetada pelo advento dos NFTs. O mercado de música também está, aos poucos, adotando a tecnologia. NFTs são, basicamente, tokens digitais e colecionáveis, exclusivos, que podem ser facilmente aproveitados em uma indústria como a da música. Capas de álbuns colecionáveis, NFTs de singles, ingressos digitais para eventos e até acesso a um fã-clube exclusivo do artista, as possibilidades são muitas. E o ponto positivo é que se um usuário do NFT decidir que quer vendê-lo para outra pessoa, o artista original também irá receber uma parte do valor de revenda. 

Foto destaaque: Mulher segurando um smartphone com “NFT” estilizado sobre a tela. Reprodução/Getty Images&Oscar Wang

Stalking: crime de perseguição pode manchar a imagem de alguém

Stalking é um termo em inglês que significa “caçar” ou “perseguir de forma obsessiva” e foi associado ao crime por englobar invasões de privacidade, causando medo e desconforto através de ações como monitoramento constante, mensagens excessivas, ataques em redes sociais e vigilância não autorizada, podendo ser considerado um crime em muitas jurisdições.

Como ocorre o crime de perseguição

O crime de perseguição tem ocorrido cada vez mais com o auxílio das redes sociais, o que maximiza o seu poder de afetar negativamente a saúde física e mental de alguém. No caso do Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, os fatos têm ocorrido desde que a sua alta pontuação em testes de QI começou a ser tema de diversas matérias na imprensa, pois alguns poucos membros de uma famosa associação começaram a persegui-lo.

Dr. Fabiano passou a ser alvo de uma série de denúncias questionando suas formações e sua pontuação de QI para os órgãos responsáveis, acusações que foram totalmente arquivadas diante da documentação comprobatória.

No entanto, mesmo cinco anos após o início das perseguições, que incluíram contas falsas na Wikipedia em seu nome com o objetivo de bani-lo permanentemente da plataforma após infringir a sua política, ataques em redes sociais e ameaças por telefone, os processos ainda seguem para tentar frear o assédio.


Dr. Fabiano de Abreu Agrela. (Foto: Divulgação/MF Press Global)


Casos de Stalking cresceram nos últimos tempos

Os casos de crimes de perseguição têm aumentado nos últimos anos, de acordo com o Anuário de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais, os crimes de Stalking cresceram 60% no primeiro semestre de 2023.

No Brasil inteiro, em 2022, foram registrados mais de 63 mil denúncias do crime de perseguição, São Paulo liderou o levantamento com 22.477 casos.

Foto Destaque: homem utilizando meios digitais. Reprodução/Freepik

WhatsApp inova com atualizações: silenciamento de chamadas, mensagens de vídeo e ênfase na privacidade

Na última quinta-feira (17), o WhatsApp surpreendeu os usuários no Brasil ao lançar uma série de atualizações e recursos. Entre as mudanças, destaca-se a possibilidade de compartilhar fotos em alta definição, proporcionando uma experiência visual mais rica. Além disso, foram introduzidas funcionalidades para melhorar a privacidade, como a verificação de privacidade e a opção de silenciar chamadas de contatos desconhecidos, fornecendo aos usuários um maior controle sobre suas interações.

Outras adições notáveis incluem a capacidade de enviar mensagens de vídeo de maneira simples, permitindo uma comunicação mais dinâmica e envolvente. Além disso, a possibilidade de iniciar uma conversa consigo mesmo por meio do recurso de bloco de notas acrescenta uma dimensão interessante à utilização da plataforma. 

Imagens em alta definição

Para enviar uma foto em alta definição pelo WhatsApp, basta selecionar o arquivo desejado e, na tela de edição do aplicativo, escolher o botão “HD”. Caso esse ícone esteja desativado, a imagem será enviada com a qualidade padrão do aplicativo. A Meta, empresa responsável pelo WhatsApp, informa que as fotos em HD ainda passarão por uma leve compactação para garantir a agilidade no envio e recebimento. Se, por exemplo, você receber uma foto em HD, poderá optar caso a caso entre manter a versão padrão (com qualidade um pouco inferior) ou atualizá-la para HD.


Divulgação do WhatsApp sobre o novo recurso de fotos HD (Foto: reprodução/MacMagazine)


Outras atualizações

Silenciando chamadas desconhecidas

  • Na parte superior direita da tela principal, clique nos três pontos;
  • Em seguida, vá em “configurações” e depois “privacidade”;
  • Escolha “silenciar pessoas desconhecidas”.

Esse recurso foi criado para proporcionar maior privacidade e controle sobre as chamadas que você recebe. Ele automaticamente filtra spam, golpes e chamadas de números desconhecidos, aumentando sua proteção.

Verificação de privacidade

  • Na parte superior direita da tela principal, clique nos três pontos;
  • Em seguida, vá em “configurações” e depois “privacidade”;
  • Clique em “verificação de privacidade”.

A verificação de privacidade tem como objetivo tornar todas as opções de proteção do aplicativo conhecidas pelos usuários. A opção “iniciar verificação”, dentro das configurações de privacidade, leva você a uma série de camadas de proteção que reforçam a segurança de suas mensagens, chamadas e dados pessoais.

Mensagens de vídeo

  • Abra a conversa desejada no WhatsApp;
  • Toque no botão de mensagem de voz para alternar para a opção de vídeo;
  • Mantenha o botão pressionado para gravar ou deslize para cima para bloquear e gravar sem usar as mãos.

O WhatsApp explica que os vídeos serão reproduzidos automaticamente no modo silencioso quando abertos na conversa. Tocar no vídeo ativará o áudio.

 

Foto destaque: Logo do WhatsApp e mãos. Reprodução/Respond.io

Startup revoluciona com tecnologia de comunicação por pensamento

A fronteira da comunicação por meio do pensamento, por enquanto, permanece dentro dos limites da ficção científica. No entanto, a startup de tradução corporativa Unbabel está determinada a tornar essa possibilidade uma realidade concreta em um futuro próximo.

De acordo com informações do portal TechCrunch, a Unbabel, que já arrecadou US$ 90 milhões (cerca de R$ 446,9 milhões) em financiamento e ostenta uma receita anual de aproximadamente US$ 50 milhões (R$ 248,2 milhões), está atualmente desenvolvendo uma interface cérebro-computador.

O CEO da empresa, Vasco Pedro, compartilhou que a ideia surgiu como resultado de investigações sobre interfaces cerebro-comunicação. A equipe de inovação conduziu experimentos exploratórios, incluindo um projeto de 20%, no qual examinaram a evolução de nossos cérebros. Ele observa que nossos sistemas límbico e neocortical evoluíram ao longo de milhões de anos e são, na verdade, sistemas distintos. Pedro propõe a noção de um “uber córtex”, que acredita que será alimentado por inteligência artificial e existirá além do nosso cérebro biológico.

EMG com IA

Para concretizar esse projeto, a equipe inicialmente investigou sistemas de eletroencefalograma (EEG). No entanto, devido à invasividade de muitos desses sistemas em relação ao corpo humano, voltaram-se para a eletromiografia (EMG), que mede a resposta muscular ou atividade elétrica quando um nervo muscular é estimulado.


Funcionamento de um exame EMG. (Foto: reprodução/Verywell Health)


A descoberta relevante foi que, embora o EEG fosse ruidoso demais, o EMG, que mede a resposta muscular, era mais confiável. A equipe começou a considerar o EMG como uma via direta para a interação cerebral.

No ano passado, a Unbabel combinou um sistema EMG com IA generativa. O sistema utilizou o EMG para medir as reações de um usuário ao pensar em palavras, criando assim um conjunto de sinais correlacionados com palavras reais. A alimentação desses sinais em um modelo de linguagem gerativa (LLM) resultou na criação de um “LLM personalizado”.

Em um teste conduzido por um repórter do TechCrunch, o CEO da Unbabel respondeu a perguntas por meio da nova tecnologia. O sistema utilizou sinais EMG para interpretar sua resposta mental, expandiu-a e a transmitiu através de uma voz de IA. O processo envolveu uma interação colaborativa, onde o usuário construiu a mensagem a ser enviada e o sistema a expandiu quase instantaneamente.

Halo

Vasco Pedro destacou que o controle absoluto permanece nas mãos do usuário e que o sistema não grava pensamentos, mas sim mensagens formuladas conscientemente. Ele comparou a experiência a uma conversa, diferenciando-a das abordagens que tentam medir interações subconscientes.


Funcionamento da tecnologia da Unbabel. (Foto: reprodução/TechCrunch)


A inovação, batizada de Halo pela Unbabel, tem planos de ser implementada em seus primeiros usuários até dezembro deste ano, inicialmente visando pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA) em Portugal, mas com planos para expansão futura, incluindo casos de paralisia cerebral.

Foto Destaque: comunicação por pensamento. Reprodução/Libre de Droit/iStook

Estudo aponta que Twitter perde força nas buscas do Google

No último dia 24 de julho, Elon Musk e a CEO da empresa, Linda Yaccarino, anunciaram a troca do nome do Twitter para X. A mudança ocorreu quase um ano após uma das maiores redes sociais do mundo, com mais de 550 milhões de usuários ativos, ter sido adquirida por US$ 44 bilhões pelo bilionário dono de empresas, como a Tesla e a SpaceX. Entretanto, avaliações recentes estimam que o valor da plataforma caiu para US$ 15 bilhões, quase 66% menos.

Razões para a queda

Uma análise comparativa realizada pela Tunad, plataforma de Inteligência de Mídia, demonstrou que, no período de duas semanas após o anúncio (de 24/07 a 07/08), as buscas pelo termo original da marca “Twitter” apresentaram uma redução de 20%. Da mesma forma, as buscas pelos termos relacionados a “X“ e “Twitter X”, também registraram uma diminuição, de 7%.

“Esses números sugerem diversas possibilidades, como uma desvalorização proposital para redução dos valores a serem pagos pelo Twitter, uma completa alteração no objetivo da plataforma que já custou 52% de queda em publicidade, ou mesmo apenas o desinteresse dos usuários, refletindo-se na diminuição das buscas pela marca ou pela nova denominação (X)”, pontua Ricardo Monteiro, COO da Tunad.


Comparativo das buscas do Google. (Foto: Reprodução/Tunad)


Necessidade de novas estratégias

Portanto, os resultados indicam que a transição de identidade da empresa não ocorreu sem efeitos na percepção e engajamento por parte do público, evidenciando a importância de estratégias claras de comunicação em momentos de mudanças tão marcantes. “O futuro dirá até que ponto essa oscilação nas buscas influenciará a trajetória da plataforma”, completa Cesar Sponchiado, Ceo da Tunad.

A diminuição nas buscas pelo termo “Twitter” “X” e “Twitter X” indicam que a mudança de nome pode ter causado algum nível de confusão ou desinteresse entre os usuários, resultando em menos buscas pela marca ou pela nova designação “X”.

Foto Destaque: logos de redes sociais. Foto/Reprodução

OpenAI defende o uso de Inteligência Artificial na moderação de Redes Sociais

A tecnologia de inteligência artificial generativa se tornou um tópico de discussão particularmente acalorado nos últimos meses, desde que seu uso foi popularizado entre as massas através do ChatGPT, propriedade da OpenAI. O que inicialmente começou como uma onda de protestos e reclamações por parte da comunidade de artistas, aos poucos passou a englobar outros setores, principalmente com o desenvolvimento cada vez mais acelerado das empresas de vanguarda, como a Google. Há uma grande preocupação com a possibilidade da inteligência artificial vir a extinguir empregos e substituir o papel de trabalhadores humanos em diversas áreas do mercado em um futuro próximo. Uma preocupação que, infelizmente, não é infundada. Nações ao redor do mundo e até mesmo empresas que trabalham com a tecnologia já começaram a criar e aderir a certas regulamentações, para evitar que algo desastroso possa vir a acontecer graças à IA generativa.

A monetização da tecnologia de IA generativa

Naturalmente, as empresas líderes do mercado, como a OpenAI, não enxergam a tecnologia inovadora como algo ruim. A empresa desenvolvedora do ChatGPT até mesmo veio a público defender o uso de ferramentas de inteligência artificial na moderação de conteúdo online, particularmente em redes sociais. Segundo a empresa, o uso da IA generativa pode acelerar o processo de revisão e tomada de decisões na hora de regulamentar o espaço de uma rede social, tornando a moderação algo mais simples e que possa vir a consumir menos tempo. 

A atitude positiva da OpenAI chega também em um momento em que a inteligência artificial, embora esteja sendo popularizada e desenvolvida com o investimento bilionário de diversas empresas, ainda não encontrou um nicho lucrativo no mercado. Grandes corporações como a Alphabet e a Microsoft ainda não conseguiram monetizar a tecnologia, mas a esperança é que ela venha ter um grande impacto em diversos setores.

O impacto que o GPT-4 pode ter nas redes sociais

Sendo apoiada pela Microsoft, a OpenAI afirmou que o novo modelo da inteligência artificial desenvolvida pela empresa, o GPT-4, pode ajudar a reduzir o tempo de moderação de meses para apenas algumas horas, agilizando o processo de uma forma nunca antes vista no mercado. Isso seria de grande ajuda, principalmente para as empresas donas de grandes redes sociais, como a Meta, que é dona do Facebook. Para tais empresas, é preciso usar centenas, até mesmo milhares, de moderadores em todo o mundo para se certificar de que os usuários não estão constantemente visualizando conteúdo de cunho ofensivo, como pornografia infantil, imagens de violência extrema, bem como impedir a disseminação de crimes de ódio, como racismo e homofobia. 


“Nós obtivemos ótimos resultados usando o GPT-4 para o desenvolvimento de políticas de conteúdo e a moderação do mesmo, permitindo uma marcação mais consistente, bem como um ciclo de feedback de refinamento de políticas mais rápido e menor envolvimento de moderadores humanos”, em tradução. (Foto: reprodução/OpenAI & X).


“O processo de moderação de conteúdo é naturalmente lento, podendo causar estresse nos moderadores responsáveis” disse porta-voz da OpenAI. “Com nosso sistema, o processo de desenvolvimento e customização de políticas de conteúdo é reduzido de meses para horas”, concluiu. 

O presidente-executivo da empresa, Sam Altman, também afirmou que a startup não treina seus sistemas com dados gerados por usuários de redes sociais. 

 

Foto destaque: Logo da OpenAI junto da sombra de uma pessoa usando o celular (Foto: Reprodução/Rafael Henrique & Getty Images).

América Latina está mais suscetível a golpes online por falta de segurança digital

Muitos relatos de ataques cibernéticos estão acontecendo no Brasil, diversos relatos de pessoas que tiveram suas contas roubadas, sendo obrigadas a pagar quantias pela retomada de suas contas nas redes sociais, e-mails e outros espaços virtuais pessoais. As fraudes eletrônicas só no território brasileiro subiram cerca de 65% no último ano, passando de 200 mil casos, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados no mês passado.

Essas fraudes online e ataques cibernéticos estão em “níveis recordes” em toda a América Latina, de acordo com a empresa de segurança digital Tenable, o que representa um problema urgente nessa região que é hiperconectada.

Os avanços tecnológicos e a pandemia

Os recentes avanços tecnológicos na América Latina criaram novas oportunidades para fraudes, dizem os especialistas, por conta da pandemia que acabou impulsionando a prática de mobile banking e compras com sistemas de pagamento, como o popular Pix.

Toda essa região está cada vez mais conectada à Internet. Até 2022, 77,9% das pessoas na América Latina e no Caribe acessou a Internet, antes 74,8% no ano passado e acima da média global de 66,3%, de acordo com a União Internacional de Telecomunicações. Também, quase metade dos usuários da rede online na América Latina fica cerca de seis horas por dia logados nas redes sociais, segundo um documento da empresa de segurança digital Kaspersky.

O especialista em segurança cibernética da Organização dos Estados Americanos (OEA), Kerry-Ann Barrett, diz que: “A crescente dependência de novas tecnologias tornou mais fácil para os cibercriminosos atacarem com mais frequência”.


Ilustração de roubos digitais. (Foto: Reprodução/O Povo+)


Ameaças mais complexas e mais custosas

Cada vez mais as ameaças estão ficando mais complexas e caras, causando bilhões em danos à região todos os anos, relatou Barrett. Por exemplo, no Peru, uma construtora sofreu um golpe de uma quadrilha, tendo um prejuízo de mais de US$ 62.000. Segundo o gabinete do procurador-geral, a quadrilha fingiu ser um banco, utilizando um site falso.

Já no México, os fraudadores estão visando vítimas inocentes com ofertas de emprego falsas por meio de mensagens de texto, somente para induzir as vítimas a compartilhar seus dados pessoais confidenciais, de acordo com relatos da mídia.

Claudio Martinelli, diretor administrativo da Kaspersky na América Latina, afirou que: “A América Latina é um alvo prioritário porque possui uma população altamente conectada, o que significa que estão sempre expostos”.

As Instituições e governos latino-americanos também estão mais suscetíveis a ataques digitais ​​do que as outras partes do mundo. Em um ranking de 93 países com risco cibernético compilado pelo software antifraude SEON, nove dos 10 países latino-americanos tiveram uma classificação baixa.

Honduras, Nicarágua e Venezuela são os três países da América Latina que estão classificados entre os 10 países com mais ameaças cibernéticas do mundo.

O ransomware foi responsável por seis dos 10 ataques em 2022, inclusive foi utilizado em um ataque ao Ministério das Finanças da Costa Rica por hackers russos que pediram US$ 10 milhões para a devolução do sistema.

Foto destaque: Ilustração de ataque cibernético. Reprodução/ControleRS

Marte está girando mais rápido, segundo estudo da NASA

O estudo da NASA, publicado recentemente na revista Nature, detectou pela primeira vez como o planeta vermelho oscila, os especialistas também fizeram medições mais precisas da rotação de Marte.

A duração do dia do planeta está diminuindo em cerca de 4 milissegundos a cada ano, à medida que a rotação do planeta aumenta. Os dados foram coletados da sonda InSight Mars da NASA, que esteve operando por quatro anos e aposentou-se em dezembro de 2022 após ficar sem energia.

Um dia padrão em Marte, ou Planeta Vermelho conforme é chamado devido ao solo que parece ferro enferrujado, dura 24 horas e 37 minutos, mas ao medir essa duração do dia com uma precisão de uma fração de milissegundo revelou que a taxa de rotação do planeta está acelerando em uma minúscula quantia. 

O que dizem os cientistas

Os cientistas planetários não sabem ao certo por que isso está acontecendo, mas está provavelmente relacionado à redistribuição da massa do Planeta Vermelho. Segundo a NASA, “a mudança na massa de um planeta pode fazer com que ele acelere um pouco como um patinador no gelo, girando com os braços esticados e, em seguida, puxando os braços para dentro”. 

Os especialistas acreditam que essa redistribuição pode ser causada pelo acúmulo de gelo nas calotas polares do planeta, ou pela própria superfície se recuperando lentamente de residir sob o peso de imensas geleiras que existiam em latitudes equatoriais durante as eras glaciais mais recentes do mundo.

Para obter essas medições incrivelmente precisas da taxa de rotação de Marte, os cientistas do estudo utilizaram ondas de rádio. 

É muito legal poder obter essa medição mais recente – e com tanta precisão”, disse o principal investigador da InSight, Bruce Banerdt, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia. “Estive envolvido em esforços para colocar uma estação geofísica como a InSight em Marte por um longo tempo, e resultados como este fazem todas essas décadas de trabalho valerem a pena.


Sonda InSight da NASA em Marte juntamente com um transponder de rádio no módulo de pouso, essas antenas compunham um instrumento chamado RISE (Foto: reprodução/NASA)


Sinal de rádio

Um poderoso sinal de rádio foi lançado em direção a Marte pela Deep Space Network da NASA, composta por três antenas de rádio ao redor do mundo empregadas para comunicação com missões interplanetárias. 

O sinal de rádio foi então recebido pelo instrumento RISE da InSight Mars e refletido de volta para a Terra. A rotação de Marte adiciona um deslocamento Doppler a essas ondas de rádio refletidas.

A mudança Doppler é o mesmo efeito que faz com que a sirene, por exemplo, de uma ambulância aumente o som quando se aproxima de um ouvinte, antes de cair novamente quando se afasta. Da mesma forma, quando o InSight está no hemisfério de Marte que está girando, o sinal de rádio que ele emite é Doppler deslocado para frequências mais altas, e quando o InSight está no hemisfério girando fora de vista, o sinal é Doppler deslocado para frequências mais curtas, de acordo com a NASA.

O experimento usou dados dos primeiros 900 dias do InSight Mars no planeta e concluiu que a rotação de Marte está acelerando cerca de 4 milissegundos por ano, a medição mais precisa do período de rotação de Marte já feita.

NASA e o Planeta Vermelho

 Em 1965, a Mariner 4 foi a primeira espaçonave da NASA a observar o planeta de perto. Em 1976, a Viking 1 e a Viking 2 foram as primeiras espaçonaves da NASA a pousar em Marte. Eles tiraram fotos e exploraram o terreno. Desde então, mais espaçonaves voaram perto ou pousaram em Marte.

Os rovers Spirit e Opportunity da NASA pousaram em Marte em janeiro de 2004. Eles encontraram provas de que a água já fluiu em Marte. Os seres vivos precisam de água para sobreviver. Assim, qualquer sinal de água em Marte significaria que poderia haver, ou poderia ter havido, vida no planeta.

A NASA quer enviar pessoas para explorar Marte. Mas primeiro, a agência espacial enviará mais robôs. Ela está estudando novos tipos de casas onde os astronautas poderiam viver no espaço, os cientistas estão estudando como as pessoas no espaço poderiam cultivar plantas para alimentação. 

Ao observar o que acontece com os astronautas na Estação Espacial Internacional, os cientistas estão descobrindo como a vida no espaço afeta os humanos. Todos esses estudos e experimentos estão ajudando a agência espacial a se preparar para enviar pessoas a Marte pela primeira vez.

Foto Destaque: Planeta Marte. Divulgação/NASA.

Usuários do X agora podem receber por engajamento

A compra do Twitter pelo empresário Elon Musk veio como uma surpresa para muitas pessoas quando foi anunciada no ano passado, mas desde que ele assumiu o controle da plataforma de mídia social, a situação do site não mudou de maneira dramática, como uma parcela dos usuários acreditava que iria acontecer. Algumas diretrizes da plataforma foram revistas e o sistema de verificado, que antigamente era concedido pelo Twitter através de um apelo por parte de usuários com um grande número de seguidores e/ou figuras públicas, agora precisa ser comprado, estando disponível para basicamente qualquer um que possa gastar o dinheiro. 

Recentemente, a mudança mais proeminente pela qual a plataforma passou foi o rebranding de Twitter para X, algo que não foi visto com bons olhos por uma parcela dos usuários.

A possibilidade de ser pago por engajar no X

Musk segue firme com a mudança e também já anunciou que os usuários com contas verificadas pelo X terão direito a remuneração pelo engajamento promovido na rede social. Os primeiros pagamentos já foram realizados na semana passada.

O empresário já havia anunciado, em julho, que a plataforma iria passar a monetizar os criadores de conteúdo que fossem assinantes do selo azul — basicamente o serviço premium do X, com base em alguns critérios. A assinatura do serviço premium que dá direito ao pagamento custa R$440 por ano, com uma taxa mensal de R$36, até o presente momento. 


Elon Musk explicando a flexibilização no pagamento oferecido pela iniciativa do X. (Reprodução/Twitter/@Support)


Os critérios definidos para que o indivíduo possa receber a remuneração, além do serviço de assinatura, são os seguintes: acumular pelo menos 5 milhões de visualizações em publicações dentro dos últimos três meses, ser elegível a um pagamento mínimo de US$ 10 e ter ao menos 500 seguidores no perfil. Os requisitos foram flexibilizados significativamente na última sexta-feira, já que antes o influenciador precisaria ter 15 milhões de visualizações e ao menos US$ 50 em conta para ser retirado. 

O cálculo do pagamento ainda é um mistério

Musk ainda não explicou como é feito o cálculo do valor de remuneração. De acordo com o empresário, a métrica não considera somente o número de visualizações nas publicações, usando também a quantidade de anúncios exibidos para outros usuários verificados como base. 

A primeira leva de pagamentos chegou um pouco atrasada em relação ao previsto, com os responsáveis pela plataforma esclarecendo que “o número de pessoas que se inscreveram no programa excedeu as expectativas iniciais” da empresa. A X também reserva o direito de restringir o acesso de seus usuários ao programa, caso algum deles venha a violar os termos de uso da rede social ou não atenda mais aos requisitos de elegibilidade.

 

Foto Destaque: antigo logo do Twitter ao lado de um celular com a nova logo do X, após rebranding. Reprodução/Getty Images/Rafael Henrique

Fronteiras do Cosmos: telescópio James Webb registra imagem da estrela mais remota já observada

Utilizando o Telescópio Espacial James Webb, os astrônomos direcionaram suas observações a Earendel, a estrela mais remota já identificada. Earendel está posicionada a uma distância tão vasta que a luz captada pelo Telescópio Webb foi emitida nos primeiros bilhões de anos do universo, considerando que se estima que o universo tenha cerca de 13,8 bilhões de anos.

Cálculos anteriores apontaram que a estrela estava situada a 12,9 bilhões de anos-luz da Terra, entretanto, devido à expansão do universo e ao tempo que a luz percorreu até nos alcançar, os astrônomos acreditam que Earendel está atualmente a uma distância de 28 bilhões de anos-luz.

O nome dessa estrela é derivado do inglês antigo, traduzindo-se como “estrela da manhã” ou “luz do amanhecer”. Foi o Telescópio Espacial Hubble que primeiro detectou Earendel em 2022.


Zoom máximo possível da estrela Earendel (Foto: Reprodução/Brian Welch e outros/National Geographic)


A estrela mais distante

Com as observações do Webb, novos detalhes sobre essa estrela incrivelmente distante vieram à luz. Earendel é uma estrela massiva do tipo B, brilhando com luminosidade cerca de 1 milhão de vezes superior e possuindo duas vezes mais temperatura que o nosso próprio Sol.

Localizada na galáxia Sunrise Arc, Earendel pôde ser observada devido à existência de um vasto aglomerado de galáxias chamado WHL0137-08, situado entre a Terra e a estrela. Esse fenômeno, conhecido como lente gravitacional, ocorre quando objetos mais próximos atuam como lentes amplificadoras para objetos mais distantes. A gravidade deforma e amplifica a luz de galáxias distantes de fundo. No caso presente, o aglomerado de galáxias amplificou a luz de Earendel milhares de vezes.

Normalmente, estrelas massivas como Earendel possuem companheiras estelares. Apesar das expectativas dos astrônomos não incluírem essa possibilidade, as cores identificadas pelo Webb sugerem a possível presença de uma estrela companheira fria e avermelhada.

Capacidade do Webb

A capacidade do Webb de observar o universo distante e captar luz infravermelha, invisível ao olho humano, também permitiu a identificação de detalhes na galáxia Sunrise Arc. O observatório espacial detectou regiões de nascimento de estrelas e pequenos grupos de estrelas. A análise dos dados da observação feita pelo Webb continua, buscando determinar a distância precisa da galáxia Sunrise Arc.

Investigar estrelas e galáxias extremamente distantes que tiveram sua origem mais próxima do Big Bang pode preencher lacunas no conhecimento dos astrônomos sobre os primeiros estágios do universo e oferecer um vislumbre de como a nossa Via Láctea teria parecido bilhões de anos atrás.

A habilidade do Webb em estudar um objeto tão diminuto e remoto é um encorajamento para os astrônomos. Eventualmente, a possibilidade de rastrear as primeiras estrelas nascidas a partir de elementos primordiais, como hidrogênio e hélio, logo após o início do universo, pode se tornar realidade.

 

Foto destaque: Telescópio James Webb. Reprodução/Olhar Digital