Explosão em lançamento de foguete da SpaceX causa “devastação ambiental” grave

Apesar de ser conhecida por sua parceria com a NASA e os lançamentos de foguete geralmente muito bem-sucedidos, a SpaceX não está livre de falhas. Em abril deste ano, o fracasso no lançamento do foguete Starship, no extremo sul do Texas, próximo à praia de Boca Chica, causou uma destruição devastadora no meio ambiente, segundo autoridades do Fish and Wildlife Service — agência federal dos EUA, responsável por proteger e preservar a vida selvagem na região afetada. Essas informações constam no relatório da organização enviado para a Bloomberg através da Lei de Acesso à Informação. 

Os danos causados pelo lançamento são preocupantes

Na área danificada pelo lançamento, biólogos encontraram pedaços de concreto e crateras com mais de 30 centímetros de profundidade nas planícies de maré. Segundo a investigação, um conjunto de caranguejos azuis e cerca de sete ovos de codorna foram completamente incinerados pelo foguete. E também, segundo o relatório, uma área de 1.187² metros quadrados do parque estadual do Texas foram queimados como consequência desastrosa da explosão. 

A preocupação que um desastre de tais proporções causa não é novidade. O fato da base de lançamento de foguetes da SpaceX ser localizada próximo à uma área habitada por espécies ameaçadas de extinção, tal como a praia que é conhecida por abrigar ninhos de tartarugas marinhas, já gera preocupações há anos. Ambientalistas até mesmo processaram a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos após o último lançamento realizado pela SpaceX, argumentando que a empresa não mantém as diretrizes de segurança ambiental adequadas. Felizmente, no último lançamento, não foram descobertos danos à qualquer espécie.

SpaceX pode ter encoberto as evidências para evitar repercussões

De acordo com os cientistas envolvidos na análise da região, a investigação também foi dificultada pelo envolvimento da SpaceX. Os profissionais que cuidam da preservação ambiental não tiveram autorização para acessar o local até 48 horas depois do foguete Starship ter sido lançado. Isso sugere que qualquer cadáver animal pode ter sido removido do local, seja por ação humana ou natural, como servido de alimento para predadores da região, antes que os especialistas pudessem analisar e registrar as mortes. 


O foguete Starship da SpaceX (Foto: Reprodução/Darrell Etherington).


Em conclusão, especialistas disseram que parte desse dano ambiental poderia ter sido evitado caso a SpaceX tivesse empregado tecnologias de supressão de incêndio, como um sistema para desviar as chamas ou uma trincheira para a contenção do fogo causado pelo lançamento, conhecidas como práticas comuns na indústria. Desprovida dessas medidas, a Starship criou uma abertura no solo abaixo de si, que resultou na destruição da plataforma de lançamento. 

 

Foto destaque: Logo da SpaceX com foguete sendo lançando ao fundo (Foto: Divulgação/SpaceX).

O paradoxo do Apple Watch: uma maravilha e um potencial perigo para a saúde

Dê uma olhada no seu Apple Watch. Parece inofensivo. No entanto, o que você talvez não saiba é que pode estar repleto de bactérias. Não há motivo para entrar em pânico, mas é bom estar ciente de que um artigo científico revelou quais partes do dispositivo tendem a acumular mais bactérias.

Esse conhecimento torna-se relevante, especialmente com a perspectiva do lançamento em breve do Apple Watch Ultra 2 e Apple Watch Series 9, que devem ser anunciados simultaneamente ao iPhone 15 em 12 de setembro.

A história surgiu primeiramente através do New York Post, que relatou que as pulseiras, e isso se aplica não apenas ao Apple Watch, mas também a outras marcas, estão carregadas de “níveis surpreendentes de bactérias”. Pesquisadores da Florida Atlantic University analisaram pulseiras feitas de plástico, borracha, tecido, couro e metal para avaliar se havia relação entre o material da pulseira e o acúmulo de bactérias. Eles também testaram desinfetantes domésticos para ver como eles lidavam com a limpeza.


Florida Atlantic University (Foto: reprodução/Florida Caeer Centers)


Staphylococcus spp

Primeiramente, a informação preocupante: “quase todas as pulseiras (95%) estavam contaminadas, com as maiores médias encontradas em pulseiras de borracha e plástico, respectivamente”. As pulseiras metálicas de ouro e prata tinham menor contaminação, de acordo com o estudo. Foi relatado que a alta prevalência de Staphylococcus spp (85% das pulseiras) – microbiota da pele – não foi considerada surpreendente, enquanto a detecção de Pseudomonas spp (30%) e bactérias entéricas (60%), mesmo em quantidades relativamente baixas, foi considerada de relevância para a saúde pública. Houve uma variação notável na carga bacteriana entre os indivíduos, sendo que homens e mulheres apresentaram médias de 4,045 e 3,42 log 10 ufc/cm² de bactérias totais na pulseira, respectivamente.

A preocupação pode se tornar grande, mesmo que as pulseiras pareçam limpas. Em alguns casos, como a Pride Edition Sport Band, as pulseiras do Apple Watch parecem impecáveis após meses de uso diário constante.

Usar a pulseira durante os treinos resultou nos maiores níveis de Staphylococcus spp, sendo que as pulseiras de borracha e plástico mostraram os maiores índices de bactérias, enquanto as metálicas tiveram menos. Poderia-se dizer que as de borracha e plástico são mais confortáveis durante os exercícios.

Limpeza regular

O estudo enfatizou a importância da limpeza regular. Ele observou que “o spray desinfetante Lysol e o álcool a 70% foram altamente eficazes, independentemente do material da pulseira, com taxas de eliminação superiores a 99,99%… em 30 segundos”. O vinagre de maçã também foi testado e, embora tenha apresentado resultados semelhantes para algumas bactérias, levou mais tempo e mostrou pouca eficácia contra as bactérias Staph.

Vale ressaltar que não é recomendado usar lenços Clorox ou álcool em pulseiras de couro ou metal, embora esses sejam boas opções para pulseiras como Solo Loop e Sport Band, por exemplo. A Apple sugere o uso de sabão neutro.

 

 

Foto Destaque: Apple Watch. Reprodução/Frandroid

Sabores do futuro: como as foodtechs do Japão unem tradição milenar e tecnologia alimentar

O foco deste ano no Japão foi a interseção entre “Alimentação, Tecnologia e Ciência”, sendo central em um dos principais eventos do país desde 2017. O SKS Japan, equivalente japonês da cúpula global de tecnologia alimentar “SKS”, originada nos Estados Unidos, ocorreu no final de julho, trazendo perspectivas futuras sobre alimentos em todos os setores. O evento tornou-se um epicentro para inovadores alimentares de todo o mundo, não se limitando apenas aos Estados Unidos, mas abrangendo também a Europa, Ásia, Oriente Médio e América do Sul.

Dentro do cenário das foodtechs, o Japão ofereceu preciosas lições sobre alimentos “azuis” (aquáticos), uma indústria alimentar que mantém uma tradição centenária ao mesmo tempo em que impulsiona a pesquisa e o desenvolvimento de ponta. Juntamente com os agentes de mudança global, empresas, inovadores e investidores japoneses também embarcaram nas vastas possibilidades da tecnologia alimentar. Essas possibilidades não se restringem apenas a novos produtos em termos de sabor e aroma, mas também incluem melhorias na nutrição e na redução do impacto ambiental.


SKS Japan 2023 (Foto: reprodução/PR Times)


Inovações japonesas

As inovações na tecnologia alimentar no Japão ecoam em várias partes do mundo. Como em outros lugares, as proteínas alternativas desempenharam um papel significativo, seja em termos do imperativo social e ambiental de produzir proteínas mais abundantes e sustentáveis, ou das tendências comerciais impulsionadas por investimentos e pelo crescente interesse dos consumidores.

Produtos à base de plantas também estão florescendo no Japão e em toda a Ásia, como macarrão ramen à base de ervilhas, embora a emulação de pratos como o sashimi de “atum” à base de plantas ainda tenha suas limitações. No entanto, produtos fermentados, uma especialidade japonesa, oferecem vastas oportunidades para expansão e replicação em outros mercados.

Outra tendência em destaque é a nutrição personalizada. Por exemplo, uma impressora 3D pode criar gomas multicor em camadas, personalizadas para perfis nutricionais específicos. O Japão abriga pesquisadores de destaque no estudo do microbioma intestinal humano, e produtos direcionados para atender necessidades nutricionais individuais estão sendo desenvolvidos.

A população vive uma revolução biológica no campo da nutrição. Embora o equilíbrio seja fundamental em relação a exageros, efeitos não investigados e desigualdades de acesso a alimentos produzidos por meio da bioengenharia, há uma base científica que pode nos auxiliar a abordar a segurança alimentar de forma coletiva.

Tradição com inovação

Nem toda inovação alimentar é impulsionada pela alta tecnologia. Isso ocorre porque boas ideias do passado podem ser redescobertas. É interessante observar que tendências que circulam em outras partes do mundo são antigas notícias no Japão.

O país demonstra um entusiasmo coletivo em evitar o desperdício de alimentos (inclusive em pequenas porções), em manter a frescura (os onipresentes 7-Elevens servem sushi notavelmente bom) e na segurança alimentar. E mesmo com toques divertidos – como um robô com face de gato que serve o café da manhã deslizando pelo estabelecimento – há uma reverência pelo toque habilidoso e humano na preparação e serviço da comida.

Um contraste notável entre o Japão e outros centros de tecnologia alimentar é o ecossistema empreendedor. Durante o evento, veteranos da indústria e novos empreendedores discutiram fatores que parecem limitar o estilo de empreendedorismo ao padrão do Vale do Silício, como os valores japoneses de humildade e excelência, o receio do “fracasso” e as estruturas corporativas tradicionais.

Um dos palestrantes mencionou a baixa posição do Japão no Índice Global de Empreendedorismo. A conferência abordou essa conversa sobre a construção de ecossistemas, trazendo insights da União Europeia, região do Oriente Médio e Norte da África, Singapura e EUA.

A verdade é que tais ecossistemas precisam ser habilmente desenhados e sustentados. Muitos participantes da conferência – e o próprio SKS Japan – estão construindo um ecossistema dinâmico de tecnologia alimentar no Japão. E, claro, há múltiplos caminhos valiosos para inovação, para além do estilo americano, que às vezes é excessivamente empolgante. No Japão, a abordagem parece ser a de incorporar conhecimentos selecionados de outras regiões, reunindo investimento e parceiros ponderados para nutrir o empreendedorismo local, mantendo ao mesmo tempo os valores locais e a rica cultura alimentar do país.

 

Foto Destaque: comida e tecnologia. Reprodução/Rede Alimentária Foodtech

NASA impulsiona projeto de avião supersônico que promete NY a Londres em menos de 2h

A agência espacial americana NASA está empenhada em investigar maneiras de reduzir significativamente o tempo das viagens na aviação comercial. Em um anúncio feito esta semana, a NASA revelou estar em estágios iniciais da exploração de um projeto de “viagens aéreas supersônicas de passageiros“.

De acordo com detalhes divulgados pelo Daily Mail, caso essas pesquisas progridam, a NASA poderia desenvolver uma aeronave capaz de cruzar o Atlântico a velocidades excepcionalmente elevadas, variando entre 1.535 a 3.045 milhas por hora (mph). 

Para contextualizar, os aviões comerciais padrão operam a uma média de cerca de 600 mph. Se concretizada, essa tecnologia poderia reduzir drasticamente o tempo de uma viagem de Nova York a Londres, atualmente com duração de aproximadamente 5 horas, para 1 hora e 30 minutos.

Próxima etapa

A próxima etapa da pesquisa, conforme informado pela NASA, está em andamento, envolvendo contratos de 12 meses com empresas líderes como Boeing e Rolls-Royce, que colaborarão para conceituar a aeronave inovadora e estabelecer um plano tecnológico para sua construção.

Este ano, a agência espacial concluiu a construção de seu avião de teste supersônico X-59, um projeto que servirá como inspiração para esse ambicioso empreendimento. O voo inaugural do X-59 está previsto para ocorrer ainda em 2023. O porta-voz da NASA, Rob Margetta, enfatizou que a agência está nos estágios iniciais e exploratórios desta pesquisa e que, atualmente, não está ativamente desenvolvendo aeronaves do tipo.

Avião mais veloz do mundo – o Concorde

O atual detentor do título de avião de passageiros mais veloz do mundo é o Concorde, uma colaboração franco-britânica. Esse avião alcançou seu primeiro voo de alta velocidade entre Nova York e Londres em 7 de fevereiro de 1996, completando o trajeto transatlântico em apenas 2 horas, 52 minutos e 59 segundos.


O Concorde. (Foto: reprodução/CNN)


Entretanto, o Concorde, com sua velocidade máxima de 1.354 mph, foi aposentado em 2003 devido a uma recessão na indústria da aviação comercial e um acidente trágico ocorrido em 2000. Agora, a NASA está explorando maneiras de revitalizar a viagem supersônica, trazendo o potencial de um novo paradigma na aviação comercial.

Foto Destaque: avião de teste supersônico X-59. Reprodução/Wikipedia/Lockheed Martin Corporation

Nova diretriz da União Europeia impõe restrições sobre as Big Techs

As restrições impostas sobre as grandes empresas estão se tornando cada vez mais rígidas no território europeu, em especial com as mudanças feitas recentemente e que visam atingir as “big techs”, empresas de grande porte com foco no desenvolvimento e comercialização de tecnologia. Entrando em vigor nesta sexta-feira (25), a mudança irá afetar serviços de corporações como a Apple, o Google, a Microsoft, a Amazon e até mesmo o Facebook. 

As principais diretrizes da Lei: 

A nomeada Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês), impõe restrições nas grandes empresas de tecnologia, dentre as quais essas são as principais:

  • Torna-se obrigatório que as empresas afetadas regulem conteúdos ilegais dentro de suas plataformas, como discurso de ódio e desinformação e que também ofereçam ao usuário uma maneira de registrar reclamações; 
  • A lei também estabelece que as plataformas devem ser mais transparentes quanto a forma que moderam e intermedeiam as informações de seus usuários em todos os momentos;
  • As plataformas devem oferecer meios de verificar os responsáveis por contas empresariais, para tornar mais fácil o processo de identificação da venda de itens ilegais; 
  • Está proibida a publicidade voltada para o público infantil ou tocando em assuntos sensíveis, como etnia, opinião política, religião ou orientação sexual;
  • Informar ao usuário porque certa informação foi sugerida a ele, bem como oferecer um meio de optar para não ser incluído em sistemas de recomendação; 
  • Disponibilizar um resumo acessível de documentos de termos e condições de uso;
  • Oferecer sempre um alto nível de privacidade, segurança e proteção para usuários menores de idade e vulneráveis;
  • Rotular anúncios pagos com informações relevantes, principalmente quem foi o responsável por pagar por ele. 

Atualmente, a lei será aplicada para todas as plataformas digitais que operam na União Europeia contando com mais de 45 milhões de usuários, o que engloba cerca de 16 serviços. A partir de 17 de fevereiro de 2024, essas regras serão aplicadas a outros serviços online, independentemente do tamanho. 


Atual presidente da Comissão Europeia afirma que eles pretendem trazer os valores europeus para o mundo digital, com diretrizes mais rígidas em transparência e responsabilidade, visando proteger as crianças, a sociedade e a democracia da Europa (Foto: Reprodução/Twitter/X/@vonderleyen)


As empresas que foram afetadas pela Lei de Serviços Digitais: 

São estes os 16 serviços que entraram para o corte da nova regulamentação da União Europeia: 

  • Amazon Marketplace;
  • AliExpress;
  • Apple;
  • Bing;
  • Booking.com;
  • Facebook;
  • Google;
  • Instagram;
  • Linkedin;
  • Pinterest;
  • Snapchat;
  • Tiktok;
  • Twitter (X);
  • Wikipedia;
  • Youtube;
  • Zalando.

Foto destaque: O parlamento europeu em Estrasburgo, França. Reprodução/Freepik & Wirestock

Avanços na tecnologia de implantes cerebrais podem devolver a fala para pessoas paralisadas

Dentre as muitas soluções teorizadas ao longo dos anos para tratar de indivíduos que perderam a capacidade de fala, uma das mais promissoras está mais próxima de ser realizada do que pensávamos anteriormente. Os avanços diários sendo realizados na tecnologia de implantes cerebrais pode tornar esse “milagre” da medicina uma possibilidade, como demonstra os resultados de duas experiências divulgadas na quarta-feira (23) pela revista Nature. 

Explicando como a tecnologia funciona

Pat Bennet, com seus 68 anos, era uma executiva com um estilo de vida saudável e o hábito de praticar esportes. Mas há cerca de 10 anos, ela testou positivo para a doença nomeada Charcot, um transtorno neurodegenerativo que aos poucos vai tirando a capacidade do paciente de realizar movimentos, até provocar uma paralisia completa no indivíduo afetado. 

No caso de Bennet, a doença inicialmente se manifestou em uma dificuldade para se expressar, até que ela finalmente perdeu a capacidade de falar. 

Os pesquisadores do departamento de neurocirurgia da universidade americana de Stanford desenvolveram para o uso de Bennet quatro chips com 64 microeletrodos, fabricados em silicone. Esses chips foram embutidos numa região de 1,5 milímetro do córtex cerebral, sendo capazes de registrar os sinais elétricos produzidos pelas partes do cérebro dedicadas à comunicação. 

Esses sinais são então levados para fora do cérebro por um conjunto de cabos e posteriormente analisados por um algoritmo que vêm sendo treinado nos últimos quatro meses para aprender a interpretá-los. Dessa forma, ele é capaz de associar os sinais elétricos com fonemas e, portanto, formular palavras com a ajuda de um modelo de linguagem. 

“Agora podemos acreditar que no futuro será possível devolver a capacidade de conversar de maneira fluída à uma pessoa que sofra de paralisia de linguagem”, Frank Willet, professor e coautor do estudo em Stanford, afirmou durante coletiva de imprensa. 

Outro estudo feito anteriormente pelo mesmo departamento estabeleceu que essa tecnologia possui uma capacidade de fala inferior às 200 palavras por minuto que uma pessoa saudável tem, mas ainda assim possui um ritmo três vezes superior ao máximo conseguido por uma pessoa com paralisia de linguagem. 

O modelo atualmente tem uma porcentagem de erro em um vocabulário de 50 palavras de apenas 10%.

Voz artificial

O segundo grande avanço publicado na Nature foi feito por uma equipe da universidade da Califórnia, comandada por Edward Chang. 

O dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores se trata de um grupo de eletrodos implantado no córtex cerebral, comparável à do estudo feito por Stanford, com uma média de 78 palavras por minuto. 

Conforme descrito no estudo, a paciente que aceitou realizar o implante teve um avanço significativo. Ela sofre de paraplegia devido a uma hemorragia cerebral e, antes da cirurgia, sua capacidade de fala era apenas de 14 palavras por minuto, através do auxílio de uma técnica que seguia os movimentos da cabeça. 

Segundo o professor Chang, seu grupo de pesquisa começou a entender as redes elétricas que reagem aos movimentos dos lábios, da mandíbula e da língua há cerca de 5 anos, permitindo que eles desenvolvessem  uma tecnologia capaz de replicar os sons específicos de cada consoante, vogal e palavra.


O falecido Stephen Hawking, que até o momento de sua morte sofria com Esclerose amiotrófica, deixando-o incapacitado de se comunicar normalmente. (Foto: reprodução/Murdo Macleod).


A interface entre o cérebro e o dispositivo do laboratório produz não apenas linguagem em forma de texto em uma tela, mas também com uma voz artificial, bem como um avatar que reproduz as expressões faciais do paciente.

Atualmente, o laboratório está empenhado em conseguir produzir uma versão sem fio do mesmo dispositivo, para simplificar o uso do mesmo.

Foto destaque: Representação gráfica de uma pessoa com um microchip implantado em seu cérebro. Reprodução/Peterschreiber & Shutterstock

Activision se compromete em vender direitos de streaming para ser adquirida pela Microsoft

A disputa acirrada da Activision Blizzard contra os órgãos reguladores europeus continua, com o desenvolvimento mais recente sendo um movimento por parte da empresa para tentar obter a aprovação do Reino Unido no processo de aquisição pela Microsoft. Com isso em mente, a desenvolvedora de jogos fechou um acordo para vender seus direitos de streaming para a Ubisoft Entertainment. Se isso der certo, a Microsoft terá o recorde de maior aquisição na história da indústria de videogames, com uma compra de US$ 69 bilhões. 

O processo de aquisição preliminar

O anúncio preliminar da aquisição ocorreu no ano passado, mas a compra bilionária da Activision foi barrada pelos órgãos reguladores do Reino Unido, que citaram a preocupação da possibilidade da gigante da tecnologia Microsoft acabar obtendo um controle excessivo sobre o emergente mercado de streaming de jogos.

As discussões já duram há meses e nesta terça-feira (22), a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) afirmou que manteria sua decisão em vetar o acordo, algo que obrigou a Microsoft a repensar seus termos. 


Tuíte da CMA sinalizando a concessão por parte da Microsoft, que ainda está por ser analisada pelo órgão regulador. (Foto: reprodução/X/@CMAgovUK)


Segundo o acordo reestruturado por essa decisão, a Microsoft estará proibida de lançar logos de marcas conhecidas da Activision, como “Overwatch” e “Diablo” exclusivamente em sua plataforma de streaming de jogos, o Xbox Cloud Gaming. Ela também não poderá controlar de maneira exclusiva os termos de licenciamento para serviços de empresas rivais. 

Ao invés disso, a empresa rival francesa, Ubisoft, vai adquirir os direitos de streaming para os jogos de computador e console já existentes da Activision e quaisquer jogos desenvolvidos e publicados pela empresa nos próximos 15 anos. Trata-se de um acordo global, mas não aplicado em território europeu, já que Bruxelas acabou aceitando o acordo original proposto pela Microsoft.

Tom Smith, ex-diretor jurídico da CMA e atual sócio do escritório de advocacia Geradin Partners, disse que o acordo parece estar mais próximo de ser concretizado. “O processo foi difícil e ainda é possível que outras peças saiam do eixo, mas não podemos sempre esperar que os acordos entre grandes empresas sejam aprovados hoje em dia”, afirmou em entrevista à Reuters. 

A concessão da Microsoft é uma vitória para a CMA

A Microsoft disse, em nota, na terça-feira, que a nova proposta é “significativamente diferente” e está aguardando a análise por parte da CMA até 18 de outubro.

Em resposta, a CMA disse que dará seguimento à análise do processo de acordo com seu sistema habitual, com uma Fase 1 que termina em 18 de outubro. Caso ainda existam preocupações por parte do órgão regulador, poderá existir uma Fase 2 muito mais longa. Vale lembrar que as duas empresas norte-americanas já haviam prorrogado o prazo do acordo de aquisição em 3 meses, para 18 de outubro, pois o processo de regulação demorou mais do que o antecipado.

A concessão da Microsoft marca uma vitória para o órgão regulador do Reino Unido, que está adotando uma política mais rígida após a separação com o resto da União Europeia. 

 

Foto destaque: Logo da Activision Blizzard junto do Xbox da Microsoft. Reprodução/Giacomo Moura

Profissionais temem IA, mas acreditam em treinamento para dominar tecnologia

Nesta terça-feira (22), a empresa Thomson Reuters divulgou sua pesquisa realizada entre maio e junho deste ano e que chegou a entrevistar 1,2 mil profissionais do ramo contábil, jurídico, compliance e comércio exterior para entender o impacto da Inteligência Artificial (IA) nesses setores do mercado de trabalho. 

Segundo o estudo, quase 90% dos profissionais dos ramos citados acreditam que nos próximos cinco anos, será obrigatório que os funcionários tenham um treinamento básico em IA. 

A IA vem se desenvolvendo cada vez mais rápido e traz consigo, como um dos lados negativos, a substituição de trabalhadores em vários setores do mercado por máquinas inteligentes. 

 

As maiores dificuldades encontradas

Embora a grande maioria dos profissionais entrevistados acreditem que exista a necessidade de um treinamento básico para os trabalhadores dos setores, quase metade deles também apontam algumas dificuldades que poderão ser encontradas.

Em primeiro lugar, com cerca de 20% das citações dos entrevistados, a maior dificuldade será a grande lacuna de conhecimento de novas habilidades proposto pela Inteligência Artificial. 

Em segundo lugar, com 9%, vem o conflito em se confiar na precisão da IA, logo em seguida, com 8% os profissionais citam a pressão para se adotar a IA, a possibilidade de perda de empregos, principalmente em cargos com menor senioridade e por fim, a dificuldade em se adaptar às mudanças, especialmente as gerações de pessoas mais velhas.


Uma das dificuldades apontadas por entrevistados é a da adaptação das gerações mais velhas (Foto: reprodução/Saúde Business)


Novo mercado 

A pesquisa realizada pela Thomson Reuters também entrevê um número maior de profissionais que não se qualificaram tradicionalmente para tais profissões, mas que ainda sim, poderão exercê-las. 

Isso se dará com a ajuda da IA, que possibilitará a esses funcionários sem formação, realizar tarefas que seriam realizadas normalmente por profissionais formados, com a ajuda da automatização de novas tecnologias. 

Para 40% dos entrevistados, essas mudanças já poderão ser vistas nos próximos cinco anos, enquanto apenas 28% acreditam que poderão ser realizadas já nos próximos 18 meses. 

Embora exista uma expectativa de que a IA ganhe um grande espaço dentro das indústrias e interfira no modo em que o mercado de trabalho é visto atualmente, o CEO e Presidente da Thomson Reuters, Steve Hasker, acredita que ainda sim é impossível que ele substitua o elemento humano.

 

Foto destaque: Interação entre humana e robô. Reprodução/Light Fild Studios/Seleções

Meta lança nova IA tradutora para quebrar barreiras linguísticas

Nesta terça-feira (22), a empresa Meta anunciou um novo modelo de Inteligência Artificial (IA) que consegue realizar a tradução e a transcrição de discursos falados em dezenas de idiomas. Esse desenvolvimento possibilita a quebra de uma barreira linguística em tempo real e uma fácil interação entre pessoas mesmo que de idiomas diferentes. 

Modelo 

O modelo lançado pela dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, é conhecido como SeamlessM4T (Massively Multilingual and Multimodal Machine Translation) e trará consigo uma licença Creative Commons, que permite que outros programadores e/ou pesquisadores consigam desenvolver trabalhos utilizando a IA tradutora, conforme garantiu a companhia em seu blog. 

Com uma junção de tecnologias, que eram disponíveis separadamente, a SeamlessM4T permite tanto a tradução entre texto e fala, com aproximadamente 100 idiomas, quanto garante traduzir falas de forma direta em 35 idiomas. Ou seja, sem que precise ser transcrita para que ocorra a tradução.

Segundo acredita o presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, essa tecnologia possibilitará a interação entre usuários de todo o mundo durante o uso do metaverso, no qual ele mesmo vem apostando no futuro da sua própria empresa. 

Vale salientar ainda que a Meta garantiu, em comunicado, que está disponibilizando o modelo para uso público e não comercial. 


Ilustração que demonstra interação entre pessoas de línguas diferentes (Foto: reprodução/Mundo Conectado)


Outras IA’s da empresa 

O anúncio recente da Meta só reforça a sua busca em criar uma espécie de “tradutora universal” que garanta aos usuários se comunicarem independentemente da língua que fale. Entretanto, não é a primeira vez que a empresa lança uma IA tradutora para tentar realizar essa interação e a “quebra” da barrreira criada pela diferança de idioma. 

Em 2022, foi anunciado a “No Language Left Behind”, uma forma de traduzir o texto de um idioma para um texto de outro. Logo após, foi lançado o “Universal Speech Translator”, um mecanismo de tradução de fala para fala. 

Além de desenvolver tecnologias para a comunicação de forma geral, a Meta vem explorando outra IA. Isso porque no início de agosto deste ano, a empresa lançou uma plataforma de códigos abertos, chamada AudioCraft, que permite aos usuários criarem sons e músicas através da IA generativa.

 

Foto destaque: Meta lança IA tradutora nesta terça-feira. Reprodução/TechBit

IA automatiza trabalho em vez de assumir empregos, diz OIT

Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da ONU, divulgado na segunda-feira (21), diz que a inteligência artificial (IA) provavelmente não assumirá os empregos da maioria das pessoas, mas ajudará a automatizar certas tarefas.

A IA generativa é capaz de produzir textos, imagens, sons, animações, modelos 3D e outros dados, que podem ser potencialmente usados ​​para concluir ou aumentar determinadas tarefas. Com o sucesso do ChatGPT, a inteligência artificial recebeu mais destaque e, portanto, questões a respeito do impacto que a tecnologia pode ter nas atividades profissionais entraram em debate.

Inteligência Artificial e o trabalho

Em meio aos debates a respeito das desvantagens e vantagens da tecnologia no ambiente profissional, o estudo da OIT sugere que “a maioria dos empregos e indústrias está apenas parcialmente exposta à automação e, portanto, é provável que seja complementada em vez de substituída pela IA

Portanto, é provável que o maior impacto dessa tecnologia não seja a destruição de empregos, mas sim as possíveis mudanças na qualidade dos empregos, principalmente na intensidade e na autonomia do trabalho.

A OIT calculou que 5,5% dos empregos em países de alta renda estão potencialmente expostos à automação por IA generativa, em comparação com 0,4% dos empregos em países de baixa renda.


A IA pode automatizar uma parte das funções do trabalho (Foto: reprodução/Pixabay) 


Trabalho administrativo ameaçado

No entanto, o estudo descobriu que o trabalho de escritório foi a categoria com maior exposição tecnológica, com quase um quarto das tarefas consideradas de alta exposição e mais da metade das tarefas de média exposição. Isso afetaria particularmente as mulheres, especialmente nos países mais ricos, dada a super-representação feminina neste setor.

Em outros grupos ocupacionais – incluindo gerentes, profissionais e técnicos – apenas uma pequena parcela das tarefas foi considerada altamente exposta, enquanto cerca de um quarto apresentou níveis médios de exposição.

Para os formuladores de políticas, nosso estudo não deve ser lido como uma voz calmante, mas sim como um apelo para aproveitar as políticas para lidar com as mudanças tecnológicas que estão sobre nós”, disse a OIT.

Os autores observam que os resultados da transição tecnológica não são pré-determinados, “são os humanos que estão por trás da decisão de incorporar tais tecnologias e são os humanos que precisam guiar o processo de transição”. Por fim, eles defendem a necessidade de formular políticas que apoiem uma transição ordenada, justa e consultiva. 

Foto destaque: IA automatiza trabalho em vez de assumir empregos. Reprodução/Pixabay.