Google precisará se defender no tribunal dos EUA por práticas antitruste

Desde que se tornou a empresa responsável pelo buscador mais popular da internet, o Google não parou de crescer. Na verdade, a norte-americana alcançou proporções tão gigantescas que agora está sendo julgada nos tribunais dos Estados Unidos em um movimento antitruste, para garantir que a subsidiária da Alphabet não adquiriu sua riqueza através de práticas ilícitas. O julgamento, que teve início na terça-feira (12), pode ter repercussões nunca antes vistas na internet, caso o site seja declarado culpado das acusações. 

Entenda o que motiva as acusações do governo

Em primeiro momento, os promotores responsáveis pelo caso alegaram que o Google buscou extinguir a concorrência durante anos, através de práticas duvidosas e que vão de encontro com a lei. A empresa foi acusada de gastar bilhões de dólares para estabelecer um monopólio ilegal que, consequentemente, prejudicou os usuários de computadores e smartphones em todo o território norte-americano. Trata-se de um caso complexo e um grande número de testemunhas deve ser chamada para depor perante o júri, portanto é esperado que o julgamento dure diversas semanas. 

Durante as declarações preliminares a respeito do caso, o Departamento de Justiça dos EUA ainda afirmou que parte do motivo pelo qual o Google foi capaz de consolidar sua posição como gigante do mercado são os contratos de exclusividade com operadoras e fabricantes de celulares, indo contra as regulamentações de antitruste norte-americana. Isso é algo facilmente verificado, tendo em vista que diversos aparelhos comercializados até mesmo no Brasil vinham, de fábrica, instalados com o buscador e nenhum outro. 


Prof. Antonio Rangel, que leciona biologia comportamental na Caltech (Foto: Reprodução/Caltech).


E, na visão dos advogados do Departamento de Justiça, isso é uma prática anticompetitiva por parte da empresa, pois isso facilita um fluxo de dados do usuário para o Google, tornando o monopólio ainda mais inabalável, além de aumentar as preocupações com a privacidade dos clientes. Segundo depoimento oferecido nesta quinta-feira (15) por Antonio Rangel, que é professor de biologia comportamental no Instituto de Tecnologia da Califórnia, “usuários tendem a manter em seus computadores e celulares os navegadores já pré-instalados”.

Advogado do Google apresenta defesa

Em contrapartida, o advogado do Google, John Schmidtlein, rebateu mostrando inúmeros casos de pessoas que preferem utilizar o buscador da Alphabet, mesmo quando outro navegador foi pré-instalado na máquina. O exemplo oferecido foi de um documento interno disponibilizado pela Microsoft, que trata do uso de buscadores por donos do BlackBerry, que é um dos primeiros smartphones já comercializados. No documento, é esclarecido que o BlackBerry vinha com o buscador Bing instalado por padrão. E, segundo as informações contidas no documento, os usuários davam prioridade para utilizar o Google como mecanismo de busca, mesmo quando o aplicativo do mesmo não vinha instalado por padrão no smartphone. 

O Google, portanto, argumenta que isso é um sinal da qualidade do seu buscador, algo que foi o fator mais importante para justificar sua grande popularidade no mercado e que, portanto, quaisquer pagamentos oferecidos a empresas de telefonia ou desenvolvedores de aparelhos telefônicos foram feitos em justa causa. 

O caso ainda está tramitando e uma solução não parece estar próxima de ser alcançada, mas este promete ser um momento histórico para a Internet como um todo, principalmente se a decisão for desfavorável para a gigante de tecnologia. 

Foto destaque: Fachada do escritório do Google em Berlim (Foto: Reprodução/Annegret Hilse & Reuters).

Confira o sucesso da mais nova conferência da Apple

A conferência da Apple, que ocorreu na última terça-feira (12), apresentou ao público as novidades mais empolgantes da empresa, dentre elas a nova versão do smartphone que é conhecido como seu carro-chefe. O iPhone 15 promete inúmeras melhorias de desempenho em relação ao produto anterior, mas manteve o design praticamente inalterado visualmente. A nova linha de aparelhos também conta com opções mais caras para usuários e entusiastas que quiserem ter um celular de primeira linha, com um valor de até R$ 10.999 na Apple Store brasileira, apesar do produto ainda não ter sido lançado oficialmente. 

Entenda os pontos principais da conferência

O evento foi concluído em uma nota agridoce para muitos dos espectadores, que estavam esperando um grau de inovação mais extremo. Contudo, é inegável que a Apple é exímia em sua capacidade de “vender” o produto para seus clientes, gabando-se de uma qualidade de apresentação invejável. 

Isso fica explícito no foco que a empresa dá, primariamente, às novidades e aos recursos novos que serão adicionados nas versões atualizadas de seus produtos. No primeiro momento, as especificidades técnicas são relegadas ao escanteio, de modo que a Apple possa levantar os ânimos da plateia com imagens e vídeos cativantes, naturalmente prendendo a atenção. Fica uma dica importante: durante uma apresentação, é de extrema importância manter seu público entretido, então não adianta simplesmente usar termos técnicos para descrever um produto. O uso do auxílio visual é vital! 


Dois dos novos aparelhos que estão sendo comercializados pela Apple, conforme apresentado no site oficial da empresa (Foto: Divulgação/Apple).


E foi apenas ao garantir o público investido no conteúdo apresentado que a Apple começou a destrinchar as novidades — desde informações técnicas a um pouco dos bastidores do desenvolvimento —, separando cada faceta dos produtos em sessões diferentes. Dessa forma, a Apple garante que há um espacinho da conferência que pode chamar a atenção de todo o espectro demográfico que compõem os clientes da empresa. Seja um comprador mais casual, que só entrou na livestream para ver o mais novo Iphone, até um fã mais dedicado pelo processo de desenvolvimento do produto. 

Ganhando a simpatia do público

Durante a apresentação, a Apple também utilizou outra estratégia para ganhar a simpatia do público: deixaram explícito que a empresa está, sim, preocupada com o meio ambiente. Em um mundo onde grandes corporações são enxergadas com desprezo, sob o pressuposto de que se preocupam apenas com o lucro e com o próprio bolso, mostrar-se diferente das demais é algo bastante importante. A Apple deixou claro que está trabalhando para reduzir as próprias emissões de carbono, para ajudar a lutar contra o efeito estufa que aos poucos está destruindo a camada de ozônio e prejudicando o planeta. 

E apesar de que uma parte dos críticos possa afirmar, a conferência da Apple foi um sucesso indiscutível. Afinal, a procura pelos novos aparelhos se provou tão grande, que a empresa precisou adiar a entrega da pré-venda para os modelos mais potentes, devido a um esgotamento do estoque.

Foto destaque: Tim Cook, CEO da Apple, posando para foto de frente ao novo óculos de realidade mista da empresa (Foto: Divulgação/Apple).

DEEP planeja base subaquática “Sentinel” até 2027

A empresa de tecnologia marítima DEEP, reconhecida por seus avanços em exploração subaquática, apresentou ao público sua mais recente ambição: a construção da base subaquática “Sentinel”. Com conclusão prevista para 2027, a base ficará a aproximadamente 200 metros de profundidade, especificamente próximo à costa do País de Gales. Este projeto audacioso visa facilitar a permanência de cientistas submersos por até 28 dias consecutivos.

Inovação submarina promete revolucionar pesquisa oceânica

Esta iniciativa visa expandir o horizonte de pesquisas no habitat que, segundo estudiosos, abriga cerca de 90% das formas de vida marinha. Ao se aprofundar nas regiões ainda não totalmente exploradas do oceano, a DEEP busca desvendar os mistérios que a vastidão oceânica esconde.

A base Sentinel não é apenas um marco por sua finalidade, mas também por sua estrutura e design. A proposta não se assemelha a nada já construído: ela é modular, o que permite adaptações conforme a necessidade; escalável, para atender diferentes dimensões de pesquisa; e autônoma, garantindo operações prolongadas sem interrupção. Além disso, a capacidade de ser reconfigurada, recuperada e reimplantada é um testamento da visão da DEEP para uma pesquisa oceânica sustentável e de longo prazo.


Saiba qual a maior profundidade do oceano (Vídeo: reprodução/YouTube/De Sou)


“Sentinel”: Um passo além em tecnologia submarina

Steve Etherton, liderança na DEEP Research Labs Limited, enfatizou a importância do projeto para a humanidade. Ele destacou que para verdadeiramente preservar e valorizar os oceanos, é imperativo primeiro compreendê-los em sua totalidade. O mar, com sua vastidão, guarda segredos que, uma vez desvendados, podem transformar nossa relação com o planeta.

Em palavras finais ao site Design Taxi, Etherton expressou otimismo e determinação. Através da tecnologia da DEEP, acredita-se que as profundezas oceânicas deixarão de ser um mistério. A iniciativa Sentinel serve como um lembrete de que, enquanto a exploração espacial avança, ainda há fronteiras inexploradas em nosso planeta que prometem descobertas igualmente revolucionárias.

Foto Destaque: Projeto da base Sentinel. Reprodução/Deep/Olhar Digital

iPhone 15 chega ao G20: Brasil e Argentina lideram preços

O recente lançamento do iPhone 15 despertou a curiosidade dos consumidores em relação aos valores cobrados por esse dispositivo em diferentes países. A Forbes Brasil divulgou um levantamento detalhado sobre o preço do iPhone 15 (versão 128GB) nos países do G20. A análise foi realizada com base nas informações divulgadas nos sites locais da Apple e considerou a conversão da moeda local para o dólar até o dia 13 de setembro.

Altos valores e seus motivos

Dentre os países analisados, o Brasil lidera o ranking com o iPhone 15 custando o equivalente a US$ 1.486, seguido pela Argentina com US$ 1.319. Em contrapartida, o menor preço foi registrado na Arábia Saudita, onde o dispositivo é vendido por US$ 499.

Diversos fatores contribuem para essa disparidade de preços. Uma das principais razões é a necessidade de incluir custos de importação e impostos nos valores finais dos produtos. A Apple, ao trazer seus dispositivos para determinados países, enfrenta taxas de importação que são posteriormente repassadas ao consumidor. Adicionalmente, em países como Brasil, Argentina e México, o salário mínimo é mais baixo, elevando relativamente o custo do iPhone 15 para grande parte da população.


Apple divulga preço de novo Iphone 15 (Vídeo: reprodução/YouTube/Exame) 


Popularidade mantida

Apesar dos valores elevados, o iPhone permanece como um produto de destaque nos mercados do G20. A Apple é a principal marca de smartphones nesses países, e o iPhone 15 reforça essa posição como o modelo mais adquirido da empresa.

Os dez mais caros do G20

A lista a seguir mostra a ordem dos dez países do G20 onde o iPhone 15 é mais caro:

1. Brasil – US$ 1.486
2. Argentina – US$ 1.319
3. Austrália – US$ 1.144
4. México – US$ 1.137
5. Canadá – US$ 1.129
6. Japão – US$ 1.079
7. Coreia do Sul – US$ 1.069
8. França – US$ 1.040
9. Alemanha – US$ 1.019
10. Reino Unido – US$ 998

Os consumidores, ao ponderar sobre a aquisição do novo dispositivo, devem considerar as diferenças regionais de preço e os motivos por trás dessas variações.

Foto Destaque: Apple divulga visual do novo Iphone. Reprodução/Apple/Money Times

Dispositivo criado pela Nasa consegue gerar oxigênio em Marte

Um dos maiores empecilhos para a possível colonização humana de Marte é a falta de oxigênio no planeta vermelho, substância essencial para a nossa existência. Contudo, a solução para esse quebra-cabeça foi finalmente encontrada por cientistas da Nasa, que divulgaram na quarta-feira passada (6) os resultados da exploração do terreno marciano com o rover Perseverance, um veículo desenvolvido pela agência norte-americana. Um dispositivo chamado Moxie (sigla para Mars Oxygen In Situ Resource Utilization Experiment, em inglês), acoplado ao rover e com o tamanho de um micro-ondas caseiro, mostrou-se capaz de gerar oxigênio de maneira consistente, tendo completado o décimo sexto experimento desde o seu lançamento. 

Entenda o objetivo do Moxie

O principal objetivo do Moxie é investigar a geologia, bem como a história do planeta vermelho. Desde que foi lançado em 2021, carregado pelo Perseverance, o dispositivo gerou um total de 122 gramas de oxigênio, o suficiente para permitir um cachorro de pequeno porte respirar durante 10 horas. Vale ressaltar que o equipamento não foi usado para gerar oxigênio de maneira ininterrupta, apenas durante os testes, que foram realizados periodicamente. O Moxie consegue gerar 12 gramas de oxigênio por hora — o dobro da meta inicialmente estipulada pela equipe da missão — com um impressionante grau de pureza: cerca de 98%. 


Dispositivo Moxie no momento sendo acoplado ao Perseverance (Foto: Divulgação/Nasa & JPL-Caltech).


“Nós estamos orgulhosos em apoiar uma tecnologia tão inovadora quanto o Moxie, que é capaz de transformar recursos locais em produtos potencialmente úteis para nossas próximas missões de exploração”, afirmou Trudy Kortes, que comanda as demonstrações de tecnologia da Diretoria de Missões de Tecnologia Espacial (STMD) da Nasa, em Washington. 

A 16ª rodada de experimentação foi concluída ainda em agosto e será a última feita pelo dispositivo, que começou os trabalhos cerca de 2 anos atrás, pouco depois do Perserverance ser lançado.

Como é feita a conversão do oxigênio

Ainda que seja um dispositivo pequeno em comparação com outros aparelhos massivos usualmente utilizados em laboratórios, o Moxie consegue separar o átomo de oxigênio das moléculas de dióxido de carbono (CO2), que constitui cerca de 96% da atmosfera marciana. Essa separação resulta na emissão de monóxido de carbono e, conforme os gases se movem através do dispositivo, ele é programado para medir a pureza e o volume do oxigênio produzido.

O processo de conversão requer uma temperatura tão alta (aproximadamente 798 graus Celsius) que o Moxie precisou ser construído com materiais extremamente resistentes ao calor, como aerogel e revestimento de ouro. Isso garante que o calor não escapará para fora do instrumento, algo que poderia danificar o Perseverance. 

De acordo com Kortes, o uso dessa tecnologia em condições reais é o primeiro passo em direção a um futuro no qual astronautas possam ter uma vida “parecida” com a nossa em Marte. 

Foto destaque: O rover Perseverance, no qual o dispositivo Moxie está acoplado (Foto: Divulgação/Nasa).

Cometa visto pela primeira vez em 400 anos passa pela Terra

O céu estrelado acima de nosso planeta sempre foi agraciado com o espetáculo indescritível da queda de meteoros na atmosfera, gerando um rastro de luz que ficou popularmente conhecido como “estrela cadente”, mas esses pedaços de rocha espacial não são os únicos visitantes. Periodicamente, cometas (aglomerados de gelo e poeira) também visitam nosso sistema solar, pontuados por uma cauda feita de gases à medida que o gelo derrete ao se aproximar do Sol. Alguns desses visitantes são periódicos, aproximando-se da Terra ocasionalmente, tal como o conhecido Cometa Halley, inicialmente descoberto em 1696 por Edmond Halley. Trata-se do único cometa de periodicidade curta, pois ele se torna visível na Terra a cada 75 anos, podendo ser visto a olho nu. 

Descoberta do Cometa Nishimura

No começo de agosto deste ano, outro cometa foi descoberto. Sua presença foi notada pelo fotógrafo Hideo Nishimura e, portanto, foi apropriadamente batizado de “Cometa Nishimura” por especialistas. E embora não se acredite que ele esteja em rota de colisão com o Sol, sua proximidade da estrela provavelmente fará com que perca parte de seu núcleo devido ao intenso calor gerado por ela. E, a melhor parte: será possível observar o Cometa Nishimura aqui da superfície terrestre.


Cometa Nishimura visto ao lado de Vênus durante o pôr do Sol (Foto: Reprodução/Petr Horálek).


Trata-se de um momento único para os entusiastas de astronomia, pois o cometa recém-descoberto provavelmente não voltará a aparecer na Terra, supondo que não seja destruído antes, pelos próximos 400 anos. No Brasil, o momento mais apropriado para tentar observá-lo será no dia 17 de setembro, este mês, momento em que ele  irá alcançar seu periélio — o ponto mais próximo do Sol —, e portanto também estará com seu brilho máximo.

Melhor forma de observá-lo na Terra

Para os habitantes de grandes centros urbanos, enxergar o Cometa Nishimura pode ser uma tarefa difícil, por conta da poluição luminosa gerada pelas cidades. Portanto, mesmo que ele possa teoricamente ser enxergado a olho nu, é aconselhável o uso de binóculos e que, de preferência, a observação seja feita em um local alto, como o terraço de um prédio. De acordo com o Observatório Nacional, a melhor hora do dia para se enxergar o “visitante” é ao pôr do sol, quando a luminosidade de nosso astro está mais fraca.

“A primeira passagem de um cometa pelo Sol têm uma maior probabilidade estatística de ocasionar na desintegração do mesmo, mas cada visita subsequente fortalece o núcleo do cometa, diminuindo as chances do mesmo ser destruído. Portanto, caso sobreviva, o C/2023 P1 terá uma maior chance de sobreviver às futuras passagens perto de nosso Sol”, comentou o observatório. 

C/2023 é o nome técnico oficial dado ao Cometa Nishimura. 

Foto destaque: Passagem do Cometa Nishimura pelo céu noturno (Foto: Reprodução/Javier Zayas & Getty Images).

Pesquisadores buscam tornar a agropecuária mais sustentável com o uso da tecnologia

Vindos de um passado primitivo, onde a agricultura e a pecuária eram algo puramente manual e desprovido do auxílio da tecnologia moderna, pode ser surpreendente o quanto somos diferentes hoje em dia. Os desenvolvimentos tecnológicos não ficaram meramente presos aos grandes centros urbanos, concentrados nos escritórios ou utilizados apenas como ferramentas de lazer na mão do cidadão comum, tal como o smartphone.

Com a ajuda de brilhantes cientistas pelo mundo todo, junto de um investimento significativo de capital por parte de países como os Estados Unidos, é correto dizer que a tecnologia, hoje, desempenha um papel extremamente importante no cultivo e na distribuição da comida que alimenta o povo brasileiro. 

Inteligência artificial e a agricultura moderna

E ainda que seja uma tecnologia recente, até mesmo a inteligência artificial está encontrando espaço nas lavouras, tudo em prol de facilitar e tornar mais simples a tarefa de cuidar do cultivo de alimentos, um processo cada vez mais dispendioso e repleto de problemas. Afinal, o crescimento populacional gera uma necessidade de maior produção alimentícia, para satisfazer a demanda de uma sociedade cada vez mais abarrotada de pessoas.

Com o auxílio de novas tecnologias e uma forma mais otimizada de realizar as plantações, é possível melhorar e tornar o processo de produção algo mais abundante e consistente. 

Em busca da sustentabilidade

No estrangeiro, cientistas e pesquisadores constantemente tentam revolucionar a agropecuária, tal como é o caso de Wijnand Sukkel, que atualmente gerencia um projeto na Universidade de Wageningen, na Holanda, para modernizar as lavouras e torná-las mais sustentáveis, em vista da escassez de importantes recursos, como água e terras aráveis. Através do uso de uma cobertura vegetal para aumentar a biodiversidade do solo, os cientistas envolvidos no projeto buscam um meio de ampliar a produção alimentícia, ao mesmo tempo que reduzem as emissões de carbono.


Wijnand conferindo as plantações na Universidade de Wageningen, Holanda (Foto: reprodução/Akkerwizjer)


“Através de nosso método, temos um uso mais eficiente da água, um menor risco de doenças causadas por pragas e uma diversidade mais ampla, o que é melhor para o solo e aumenta a produção”, afirmou Sukkel. 

Outra inovação que está presente nas lavouras é o uso da robótica e, como mencionado acima, da inteligência artificial para coletar dados e auxiliar na tomada de decisões. Embora possa não parecer tão chamativo quanto um trator agrícola passando pelos campos, a análise de dados pode ajudar na conservação de recursos e diminuir o desperdício durante o plantio. 

Essas inovações podem vir a desempenhar um papel importante no futuro, tendo em vista a previsão da ONU, que estima que a população global alcance o marco de 10 milhões de pessoas até 2050.

Foto destaque: Homem usando trator para espalhar pesticida em plantação de milho. Reprodução/Freepik/debashesbiswas

Em visita ao Brasil, Jeff Michaelis fala sobre futuro da exploração espacial

O Brasil, embora não seja particularmente famoso ou conhecido por seu programa espacial, sempre foi dotado de entusiastas fascinados com o céu estrelado e os mistérios que o universo esconde em sua escuridão pontilhada pelas longínquas estrelas. O fascínio com o desconhecido é inerente à raça humana e o desejo de exploração, aventura e descoberta está tão presente hoje em dia quanto em eras passadas, quando nossos ancestrais ainda desbravavam terras desconhecidas no berço que é o planeta Terra. Com os olhos voltados para cima, uma nova geração de exploradores e de entusiastas precisa ser ensinada. Aquela fagulha, o desejo de saber mais a respeito de um tópico tão curioso e ainda inexplorado em sua imensidão, precisa de combustível para poder queimar. 

Quem é Jeff Michaelis, cientista espacial brasileiro

O paulista Jefferson Michaelis, com mais de vinte anos de experiência no mercado, é um dos principais responsáveis por garantir que a “tocha” seja passada para a próxima geração de maneira ininterrupta. 


Jefferson Michaelis no International Space Center (Foto: Reprodução/KSC).


As grandes empresas e organizações que atualmente participam da renovada corrida espacial do século 21, tal como a conhecida Nasa e as que chegaram recentemente no ramo, como a SpaceX e a Blue Origin, de certa forma dependem da expertise de Jefferson para garantir o sucesso futuro de seus objetivos. Sendo consultor da KSC International Space Academy, que é um programa global de incentivo à educação espacial, é com ele que inúmeros dos mais brilhantes cientistas conversam querendo esclarecer suas necessidades e apontar o que gostariam que fosse ensinado para os jovens estudantes. Além disso, Jefferson é o presidente da Michaelis Foundation, que também foca na educação global sobre o espaço.

O principal foco do trabalho de Jeff, como é chamado pelos colegas, é tornar um assunto tão complexo e penoso quanto a astrofísica e as inúmeras outras áreas importantíssimas para a navegação espacial, em algo mais palatável em uma audiência leiga, quase sempre crianças. 

E com o advento das empresas privadas, há um espaço nunca antes imaginado para que novos profissionais do ramo encontrem seus nichos e consigam empregos na área, algo que pode servir como motivação para que jovens foquem seus estudos na astrofísica. De acordo com Jeff, ao ser entrevistado pela Forbes durante visita ao Brasil, o “espaço é uma gigantesca incubadora de inovação”. Durante a conversa, ele esclareceu que isso se dá por conta do alto grau de cooperação entre as empresas do setor para inovar e desenvolver a tecnologia que futuramente permitirá à humanidade explorar mais do universo, inclusive de maneira interligada com outros setores da economia, como a medicina e a agricultura. 

A importância da corrida espacial para a modernidade

Ainda durante a entrevista, Jeff elucidou o fato de que tecnologias comumente encontradas na mão do cidadão comum hoje em dia, como os smartphones, derivam de tecnologias inicialmente desenvolvidas para auxiliar a exploração espacial. E não apenas isso, a medicina também conta com tecnologias que inicialmente foram desenvolvidas para o uso no espaço, mas que são tão úteis que acabaram sendo aplicadas aqui na Terra, também. Comidas congeladas (através de freeze dry), por exemplo, foram criadas a partir da necessidade de manter a alimentação dos astronautas preservadas no espaço durante longos períodos de tempo. A filtragem de água potável também era um fator importante e essencial para as longas missões no espaço, longe de qualquer civilização. E é por conta disso que hoje desfrutamos de água límpida e pronta para o consumo de maneira tão prática e livre de contaminantes ou poluentes. 

Jeff veio ao Brasil para participar da Missão Marte, uma exposição interativa e organizada pela International School em conjunto do Kennedy Space Center no Morumbi Town Shopping.

Para ele, essa é uma exposição importante para os jovens brasileiros pois “permite que eles vejam em primeira mão artefatos e tecnologias que foram utilizados em missões espaciais”, uma oportunidade que de outra forma seria inexistente para os brasileiros, tão distantes do solo americano, onde grande parte do desenvolvimento da tecnologia espacial está concentrado. 

Foto destaque: Jeff posando para foto de frente para uma parede com imagens de satélite (Foto: Reprodução/Jeff Michaelis & Twitter).

Joe Biden e empresas de tecnologia dos EUA discutem semicondutores no Vietnã

O presidente dos EUA, Joe Biden, encontrou-se em Hanói, no Vietnã, com executivos de grandes corporações tecnológicas norte-americanas, nesta segunda-feira (11), no intuito de estreitar laços comerciais e geopolíticos. O principal objetivo é de discutir o papel crescente do Vietnã na fabricação global de semicondutores e estratégias para diminuir a dependência da China nesse segmento.

Expansão de negócios no Vietnã

Entre os participantes do encontro estavam líderes de empresas como Google, Intel, Amkor, Marvell, GlobalFoundries e Boeing. Apesar de os detalhes da reunião não terem sido amplamente divulgados, sabe-se que a movimentação está alinhada ao desejo de Washington de diversificar suas fontes de chips, visando reduzir vulnerabilidades associadas a restrições comerciais e outras tensões com a China.

Vale destacar que algumas das empresas mencionadas já investiram ou anunciaram planos de expansão no Vietnã. A Intel, por exemplo, mantém uma fábrica de 1,5 bilhão de dólares no país, dedicada à montagem, embalagem e teste de chips.

Aposta na indústria vietnamita

Outras empresas também veem o Vietnã como um parceiro em potencial. A Amkor, especializada em semicondutores, está construindo uma “megafábrica de última geração” nas proximidades de Hanói, enquanto a Marvell planeja estabelecer um centro de design de semicondutores “classe mundial” no país.

O Vietnã, por sua vez, tem mostrado ambição em construir sua própria infraestrutura de fabricação de semicondutores. A nação, que já é uma grande exportadora de smartphones e eletrônicos, busca conselhos de gigantes da indústria, como Intel, Samsung e Qualcomm, para desenvolver sua primeira fábrica de chips.


Entenda a importancia dos semicondutores (Vídeo: reprodução/YouTube/Elementar) 


Perspectivas futuras

Os EUA reconhecem o Vietnã como um mercado em ascensão no segmento de semicondutores, especialmente em montagem e design. No entanto, a falta de engenheiros especializados poderia ser um desafio para o rápido crescimento da indústria local.

Com esse encontro, ambas as nações esperam solidificar uma parceria mutuamente benéfica. Enquanto os EUA buscam mais segurança e diversificação na cadeia de suprimentos de semicondutores, o Vietnã vê uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento em um setor crítico para a economia global moderna.

 

Foto Destaque: o presidente americano Joe Biden, ao centro, e seu homólogo vietnamita Vo Van Thuong, à direita, no Palácio Presidencial de Hanói. Reprodução/AFP/Isto É

Caminho para Marte: como o mapeamento do planeta pode facilitar a colonização humana

Um grupo de pesquisadores da NASA está atualmente passando um ano em um ambiente que simula o habitat de Marte. Esse habitat foi construído no Texas como parte dos preparativos da agência espacial para enviar os primeiros astronautas ao planeta vermelho já na década de 2030. Ao mesmo tempo, a Agência Espacial Europeia (ESA) está se preparando para sua primeira missão de ida e volta entre a Terra e Marte, que está programada para ocorrer no final desta década.

Para garantir o pouso seguro de espaçonaves em Marte, mapas detalhados e dados meteorológicos locais são essenciais. Para este propósito, cientistas da Universidade de Nova York Abu Dhabi (NYUAD) estão contribuindo com um Atlas de Marte. Eles reuniram mais de 3.000 imagens de alta resolução coletadas pela sonda Hope dos Emirados Árabes Unidos, que orbita Marte desde 2021, para criar um mosaico colorido abrangendo todo o planeta.


Sonda Hope dos Emirados Árabes (Foto: reprodução/Canaltech)


Atlas do planeta vermelho

O Atlas de Marte é fundamental para a segurança das missões espaciais, uma vez que a atmosfera rarefeita e os ventos imprevisíveis podem dificultar o pouso seguro em Marte. Compreender os padrões climáticos diários e sazonais é vital para identificar o melhor momento e local para pousar. Além disso, esses mapas precisos também ajudam na identificação dos locais ideais para futuros assentamentos humanos, considerando paisagem, temperatura e disponibilidade de recursos, como gelo, que pode ser convertido em água.

Essa pesquisa também pode ter implicações na Terra, já que os dados sobre desertificação em Marte podem ser aplicados para entender e combater problemas semelhantes na Terra. No futuro, a equipe planeja criar condições marcianas em laboratório para estudar como as plantas se comportam em um ambiente hostil. Isso pode levar a avanços na agricultura espacial e na otimização da agricultura em áreas áridas na Terra.

Mapa da NYUAD

Os mapas de Marte não são novidade, mas este Atlas da NYUAD se destaca por usar fotografias a cores reais de todo o planeta, proporcionando uma perspectiva única. As informações serão usadas pela NASA e pela ESA, contribuindo para melhorar o planejamento de missões e a compreensão do clima marciano.

Além disso, os dados sobre a geologia, clima e atmosfera de Marte podem ser usados para investigar a possibilidade de vida no planeta vermelho e em outros planetas fora do nosso sistema solar. Alguns cientistas acreditam que a vida na Terra pode ter tido origem em Marte há bilhões de anos, tornando-o um laboratório perfeito para explorar essa teoria.

 

Foto destaque: Atlas da NYUAD. Reprodução/Abdullah Al Ateqi/Dimitra Atri/Dattaraj B. Dhuri/O Globo