Aico: o pequeno instrutor de inglês para pequeninos

Criado pela startup Curiosity Robotics no Laboratório da Curiosidade da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, Aico é um robô de Inteligência Artificial (IA) que ensina crianças desde os três meses de idade a falar inglês. 

Estímulo precoce à aprendizagem

O projeto é fruto de 3 anos de pesquisa. A educadora anglo-israelense, Helen Doron, que iniciou os estudos, advoga que as crianças devem iniciar o aprendizado de um segundo idioma a partir dos três meses de vida. 

O objetivo era criar um companheiro educacional que pudesse proporcionar uma série de atividades ao professor. Ele auxilia o ensino por meio de movimentos dos braços e do rosto, e cabe ao responsável escolher a ação que deseja.

Com uma expressão amistosa, Aico ensina inglês utilizando músicas, jogos e flashcards com palavras simples. Ele é controlado pelo professor a partir de um aplicativo no celular. 

Apesar disso, seu modo de ensino, baseado no modelo de Doron, é ativo, trazendo uma imersão no estudo da língua inglesa, o que facilita no processo ensino.


Aico: aprendizagem e inteligência artificial (Foto / Reprodução / NoCamels)


Quanto mais cedo, melhor

Segundo Falene McKenna, gerente de produto da Curiosity Robotics, a importância da aprendizagem precoce é baseada no fato de que, cerca de 90% do cérebro da criança desenvolve-se antes dos cinco anos de idade. Então, é essencial aproveitar esse período. 

É um momento perfeito para aprender e devemos tirar vantagem disso e começar a ensinar assim que pudermos, o mais rápido possível”, relatou McKenna ao portal NoCamels.

Projeto Global

O Aico encontra-se atualmente em estágio de testes, visando comprovar sua viabilidade. Ele está sendo testado em dois jardins de infância em Israel, conforme informado pelo NoCamels. Entretanto, a Curiosity Robotics planeja estender a implementação do Aico por todo o país e expandir sua presença internacionalmente. 

Além disso, a empresa pretende aplicar o mesmo método educacional a diferentes disciplinas, como matemática e ciências, dependendo do desempenho apresentado pelo robô nos próximos meses.

Foto destaque: representação das expressões do robô. (Foto / Reprodução / Dribbble)

Musk anuncia internet da Starlink para Gaza e é criticado por Israel

Elon Musk, CEO da SpaceX, anunciou no sábado (28), que a subsidiária Starlink fornecerá serviços de internet para ajuda humanitária em Gaza e recebeu ameaças do ministro das comunicações de Israel pela iniciativa. Satélites da Starlink já foram alvo de disputas envolvendo contratos com o Pentágono e um pedido de guerra da Ucrânia negado por Musk. 

Israel diz que serviço da Starlink pode ser usado pelo Hamas

Elon Musk anunciou que a Starlink, subsidiária da SpaceX que opera uma constelação de satélites em baixa órbita terrestre, a cerca de 550 km de altitude, fornecerá conexão de internet para organizações de ajuda humanitária em Gaza. 



O Ministro das Comunicações de Israel Shlomo Karhi criticou Musk e disse que Israel usará “todos os meios disponíveis” para combater a iniciativa. Musk respondeu que nenhum terminal da Starlink tentou conexão de Gaza, e que informaria aos governos de Israel e dos EUA antes de ativar terminais na região.

SpaceX aguarda liberação nos EUA para voo espacial

A constelação de satélites da Starlink é conhecida por oferecer baixa latência de cerca de 25 ms, tornando-a ideal para streaming, jogos online e chamadas de vídeo, mas também para uso em conflitos.

Em 2022, Elon Musk recusou um pedido da Ucrânia para ativar terminais Starlink em um ataque-surpresa com submarinos drones a uma frota russa na Crimeia. Na época, Musk buscava financiamento do Pentágono, mas depois afirmou que ofereceria o serviço “de graça” aos ucranianos. Em junho, os EUA contrataram os serviços da Starlink para uso na Ucrânia.



Após o desentendimento com o ministro israelense no X, Musk ironizou hoje a emissão de licenças por governos, referindo-se a licenças para voos espaciais da SpaceX. O foguete de propulsão Super Heavy e o veículo espacial Starship estão prontos para o segundo voo-teste e aguardam liberação pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA).

 

Foto destaque: Imagem de quinta-feira (26) mostra crescimento global da internet via satélite da Starlink. (Reprodução/X/@Starlink) 

Mito ou verdade: especialistas esclarecem se celulares atraem raios

Apesar de os celulares serem uma presença constante na vida de muitos brasileiros, existem preocupações de longa data relacionadas ao uso desses dispositivos. Uma dessas preocupações recorrentes diz respeito à possibilidade de celulares atrair raios. No entanto, especialistas ouvidos pela CNN Brasil afirmam que, considerando diferentes cenários, a probabilidade de um raio ser atraído por um celular é mínima.

Em termos simples, os raios são eventos de descarga elétrica atmosférica que, nas regiões tropicais, como o Brasil, tendem a ocorrer em conjunção com períodos chuvosos. Geralmente, essas descargas são atraídas para os pontos mais elevados de uma área, particularmente se há objetos metálicos, como antenas, presentes no local.

 

Esclarecimentos dos especialistas

O coordenador e professor do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bruno Lima, explica que, embora os telefones celulares possuam antenas, que teoricamente poderiam atrair raios, as características dessas antenas tornam essa ocorrência altamente improvável. O especialista explicou que devido ao tamanho reduzido e à posição da antena, que está à altura do ser humano, a probabilidade de atrair raios é extremamente baixa.

Os especialistas observam que a situação muda quando os celulares estão sendo carregados. Nesse caso, há um risco, pois o dispositivo está conectado à rede elétrica e, através dela, pode haver uma corrente induzida por uma descarga elétrica. No entanto, esse risco é considerado baixo, e não há necessidade de entrar em pânico quando começa a chover e o celular está na tomada, como enfatiza o coordenador do curso de Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações da Unesp no campus de São João da Boa Vista, Rafael Abrantes Penchel.

 

Conclusão e previsão

Penchel ressalta que, considerando os riscos dos aparelhos na tomada, não há motivo para preocupação ao usar o celular durante tempestades, seja ele ligado ou desligado. Os especialistas enfatizam que, além dos riscos serem baixos, outros fatores externos, como para-raios e sistemas de proteção em edifícios, proporcionam proteção adicional aos usuários.


Curiosidades sobre uma descarga elétrica advinda de um raio. (Foto: reprodução/Camila Hartmann e Marina Fortes/UFSM)


É importante ressaltar que a região Sul do Brasil enfrentará tempestades e grandes volumes de chuva neste final de semana, de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As áreas mais afetadas devem ser o Noroeste e Norte do Rio Grande do Sul e o Oeste e parte do Oeste de Santa Catarina. As nuvens carregadas associadas ao ar úmido e quente estão em expansão em quase todo o país, o que possibilita a ocorrência de chuvas em várias regiões, de acordo com informações da Climatempo.

Foto Destaque: nuvem descarregando um raio (Reprodução/1Zoom)

Modelo de tokenização enfrenta crise

O sócio da consultoria McKinsey, Julian Sevillano, subiu ao palco na Bolsa de Valores de Nova York, em julho deste ano, para discutir as capacidades da tecnologia blockchain, enfatizando que ela vai além do mercado de criptomoedas, que tem sido marcado por diversos escândalos.

Apesar do discurso otimista de Sevillano, as criptomoedas, incluindo bitcoin, ether e solana, bem como outras mais de 10 mil variedades, estão atualmente cerca de 60% abaixo do seu pico em novembro de 2021, resultando em uma perda massiva de valor de mercado, que chega a US$ 2 trilhões (R$ 10 trilhões).

Discurso de Sevillano

Apesar das plataformas de criptomoedas serem frequentemente atacadas por hackers e suas principais empresas enfrentarem pressões regulatórias, Sevillano reiterou que a tecnologia subjacente a essas moedas digitais permanece robusta e tem um futuro brilhante. Ele enfatizou que estamos falando de blockchain, não apenas criptomoedas, e que essa tecnologia oferece aplicações práticas e reais.

Ele explicou conceitos-chave, como “contratos inteligentes” (transações executadas automaticamente) e descreveu como ativos financeiros tradicionais, como ações, títulos e propriedades, poderiam ser “tokenizados” com códigos blockchain, permitindo transferências globais em segundos, em contraste com as horas ou dias que atualmente levam.

Apesar do entusiasmo de Sevillano, a adoção da tecnologia blockchain tem sido lenta, e muitos desafios e debates persistem, lembrando que, embora a tokenização possa ser o futuro dos serviços financeiros, ainda está longe de se concretizar plenamente.


Julian Sevillano (Foto: reprodução/DACFP)


Tecnologia de tokenização

A tecnologia blockchain continua a promover pagamentos em tempo real, em qualquer ponto do globo, a custos mínimos. Além disso, oferece ferramentas para salvaguardar identidades e informações pessoais de interferências de órgãos reguladores e corporações. Ela também representa uma salvaguarda contra políticas governamentais que possam resultar em inflação. A tokenização, que envolve a criação de ativos digitais representando ativos reais, como imóveis, arte, títulos e propriedade intelectual, também está incluída nos potenciais benefícios.

Um relatório de 2015 da divisão de capital de risco do Banco Santander afirmou que a tecnologia de contabilidade distribuída poderia economizar entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões em custos bancários relacionados a pagamentos transfronteiriços, negociação de títulos e conformidade regulatória até 2022. No entanto, até o momento, essas projeções não se materializaram.

Cenário empresarial 

Enquanto muitas empresas, desde a BlackRock até o Goldman Sachs, demonstram interesse na tokenização, a questão da interoperabilidade e liquidez continua sendo um desafio significativo. Bancos e empresas frequentemente fazem parcerias para emitir tokens, mas a falta de progresso efetivo após essas parcerias tem sido evidente. 

A única aplicação da tokenização que obteve sucesso moderado são as stablecoins, criptomoedas projetadas para manter seu valor estável em relação a uma moeda como o dólar. No entanto, o mercado de stablecoins ainda é predominantemente usado para negociações especulativas em bolsas não regulamentadas de criptomoedas. Tether, uma das principais stablecoins, tem um valor total significativo, mas sua falta de transparência regulatória levanta preocupações.

Apesar dos obstáculos, o interesse na tokenização continua crescendo, com instituições financeiras, como o Citi e a Bolsa de Valores de Londres, explorando maneiras de implementar essa tecnologia para tornar transações mais eficientes e seguras.

Foto Destaque: representação de um token (Reprodução/LinkedIn)

Elon Musk lança novos planos de assinatura para a plataforma de mídia social X

A plataforma de mídia social X, antes conhecida como Twitter e agora sob liderança de Elon Musk, anunciou na última sexta-feira (28) o lançamento de dois novos planos de assinatura. Esses lançamentos visam melhorar a experiência do usuário, oferecendo opções personalizadas e, principalmente, uma experiência livre de anúncios.

Conhecendo os planos

O primeiro plano é o Premium+, que conta com um investimento de 16 dólares por mês, cerca de R$80. De acordo com a empresa, o plano oferece aos usuários acesso a todas as ferramentas e recursos exclusivos da plataforma, incluindo a grande vantagem de ser livre de ads, os famosos anúncios. No entanto, por enquanto, este plano estará disponível apenas para usuários que acessam a plataforma por meio de um navegador da web.

Além do plano Premium+, o X também lançou um plano básico que custa 3 dólares por mês, cerca de R$15. Este plano é uma opção mais acessível, mas não oferece a experiência livre de anúncios que o plano Premium+ oferece. Uma das novidades do X é que a empresa está considerando disponibilizar novas funcionalidades, tais como a possibilidade de realizar chamadas de vídeo e áudio para determinados usuários. O objetivo é transformar o antigo Twitter em um aplicativo mais completo. No entanto, é importante ressaltar que esses novos recursos não estarão acessíveis para todos os usuários.

Desde a aquisição da plataforma por Musk em outubro de 2022, ele tem explorado várias opções para monetizá-la.


Elon Musk, dono do X, antigo Twitter. (Foto: Reprodução/Gonzalo Fuentes/REUTERS/Mundo Conectado)


Elon Musk e X (Twitter)

Elon Musk, o CEO da SpaceX e Tesla, adquiriu o Twitter por 44 bilhões de dólares após um processo de aquisição de seis meses. Após inicialmente acumular uma participação de 5% na empresa, Musk tornou-se o maior acionista e, apesar de uma tentativa de abandonar o acordo, finalmente decidiu seguir em frente com a compra. A fusão entre o Twitter e a X Holdings foi concluída em 27 de outubro.

 

Foto Destaque: Planos do X prometem novos recursos. (Reprodução/kovop/Shutterstock/Olhar Digital)

Google Fotos simplifica criação de vídeos com novo recurso de IA

O novo recurso do Google Fotos será disponibilizado em breve para Android e IOs. Ele permite que os usuários destaquem pessoas, lugares ou atividades específicas em um vídeo apenas com uma busca. Utilizando a IA, o Google Fotos seleciona as melhores imagens e vídeos da biblioteca, sincroniza-os com uma música de fundo e gera automaticamente o vídeo.

 

Usuário pode editar o vídeo caso não esteja satisfeito com as escolhas da IA

O “Vídeo de Destaques” representa uma evolução significativa do recurso “Filme“, simplificando o processo de seleção de mídias com a IA da Google. Para utilizar o recurso, basta pesquisar por pessoas, lugares ou atividades que você deseja incluir no vídeo.



A ferramenta também oferece a possibilidade de editar o vídeo, cortando ou reordenando os clipes e alternando a música de fundo, caso o usuário não esteja satisfeito com as escolhas feitas pela Inteligência Artificial.


Google Fotos poderá criar vídeos automaticamente com IA a partir de mídias do usuário. (Foto: androidauthority.com/captura de tela – Vinicius G. Melo)


Para criar um vídeo de destaques no Google Fotos, siga os passos abaixo:

  • Abra o Google Fotos;
  • Toque no ícone de mais (+) no canto superior da sua galeria;
  • Selecione “Vídeo de Destaques“;
  • Faça uma pesquisa por pessoas, lugares ou atividades que deseja destacar em seu vídeo;
  • O Google Fotos selecionará automaticamente os melhores clipes e fotos da sua galeria, adicionará uma música e sincronizará o vídeo;
  • Se desejar, você pode cortar ou reordenar os clipes e alterar a faixa de fundo.

Após salvar o vídeo, você poderá compartilhá-lo nas redes sociais ou em outras plataformas.

Agrupamento por rostos deve estar habilitado no Google Fotos

Para usar a pesquisa por pessoa ou pet no Google Fotos, o usuário deve habilitar o agrupamento por rostos no aplicativo. Para ativar os grupos de rostos, siga os passos abaixo:

  • Abra o Google Fotos;
  • Toque na sua foto de perfil, localizada no canto superior direito;
  • Acesse “Configurações do Google Fotos” e, em seguida, “Preferências”;
  • Ative a opção “Agrupar por reconhecimento facial”;

Uma vez ativada, o usuário pode criar um marcador para a pessoa ou pet nos grupos que aparecem na tela inicial do aplicativo, selecionando “Adicionar um nome”.

Foto destaque: novo recurso do Google Fotos permite criação de vídeo automaticamente com IA a partir de mídias do usuário. (Reprodução/blog.google)

Stefanini investe pesado em IA para combater riscos de cibersegurança

A crescente dependência de tecnologias digitais tornou a cibersegurança essencial para a proteção de dados pessoais, informações corporativas e infraestruturas críticas. Com mais de 34 mil funcionários em 41 países, o Grupo Stefanini já desenvolveu mais de mil ferramentas de inteligência artificial e está investindo pesado em IA generativa para atualizar suas soluções de cibersegurança.

Uso da IA generativa aumenta o custo dos ataques cibernéticos

Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini no Brasil, discute em sua coluna mensal na Forbes Brasil o impacto da inteligência artificial na cibersegurança. Segundo ele, a IA generativa pode identificar incidentes de cibersegurança em segundos, uma tarefa que, com equipes humanas, poderia demandar minutos ou até horas. Ele também aponta o aumento de ataques com o crescimento do número de dispositivos conectados via Internet das Coisas (IoT).

Para Ciasca, os ataques cibernéticos têm sido o “calcanhar de Aquiles” de muitas empresas, agravado pela falta de profissionais especializados em cibersegurança. Ele também cita dados da Bloomberg Intelligence sobre a taxa de crescimento da IA, que é de 42% ao ano na próxima década.

Stefanini investe R$ 1 bi em IA e tem parceria de cibersegurança com Israel

Na última terça-feira (24), Marco Stefanini, CEO global e fundador do grupo, anunciou planos de investir R$ 1 bilhão em desenvolvimento de IA generativa e aquisições até 2026. “O surgimento do ChatGPT e de modelos similares chacoalhou o mercado, mas nossa experiência em IA nos permitiu agir rapidamente“.

O portfólio de cibersegurança da Stefanini inclui uma colaboração com o Ministério de Defesa de Israel, com a Stefanini Rafael.


Stefanini Rafael, uma das empresas de cibersegurança do grupo, tem “DNA técnico israelense” e colabora com Ministério da Defesa de Israel (Foto: reprodução/stefanini.com)


Em uma postagem no portal do grupo, Leidivino Natal, CEO da Stefanini Rafael, afirma que a IA pode reduzir entre 60% e 70% os incidentes de cibersegurança. Ele também cita dados da IBM indicando que o custo médio global de uma violação de dados aumentou 15% em 2023, chegando a US$ 4,45 milhões.

 

Foto destaque: CEOs da Stefanini afirmam que soluções com IA para cibersegurança diminuem riscos e cortam custos. (Reprodução/stefanini.com) 

Abin defende uso de software espião; especialistas alertam para ilegalidade

No embate recente entre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal (PF), originado pela operação Última Milha, deflagrada em 20 de outubro, emerge a polêmica sobre a utilização do software FirsMile pela Abin. O software, destinado à geolocalização, é alvo de questionamentos legais, levando a uma divisão de opiniões entre os servidores da agência e especialistas no tema.

Aquisição e justificativa

Os servidores da Abin sustentam que a aquisição e utilização do FirsMile não necessitavam de autorização judicial, inserindo-se em um contexto de modernização das técnicas de inteligência do órgão. Eles compararam a função do software às campanas tradicionais, que monitoram o deslocamento de alvos específicos. A defesa ressalta que ferramentas semelhantes estão em uso em países como Estados Unidos e Reino Unido, demonstrando uma prática internacional.

Contraponto técnico

Entretanto, especialistas, como André Ramiro, pesquisador alemão, apontam a distinção crucial entre o FirsMile e as campanas tradicionais. Segundo ele, o software facilita a vigilância, demandando menos esforço humano e ampliando significativamente a abrangência do monitoramento. A tecnologia intercepta sinais de comunicação entre celulares e torres de transmissão, revelando a localização dos aparelhos.

A crítica reside também na exploração de uma vulnerabilidade não corrigida pelos sistemas de telecomunicações, o que, na visão de Ramiro, configura um risco inerente. O especialista ainda menciona a falta de protocolos rígidos para a utilização segura do software, advogando por uma autorização judicial prévia, fundamentada e plausível.


Saiba mais sobre a operação Ultima Milha e suas implicações (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Implicações e desdobramentos

A operação da PF, desencadeada pela suspeita de uso ilegal do software, resultou em buscas, apreensões e detenções de servidores da Abin. Foi revelado que cerca de 33 mil monitoramentos foram realizados, mas somente 1.800 foram identificados, os demais foram excluídos.

O atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, reconheceu o uso do FirstMile como um erro das gestões anteriores, em depoimento na sessão secreta da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, no dia 25 de outubro.

 

Foto Destaque: Entrada da Abin em Brasília – DF. Reprodução/Divulgação/CNN

Meta enfrenta perdas bilionárias, mas mantém aposta no Metaverso

No universo tecnológico, a empresa Meta, liderada por Mark Zuckerberg, revelou um cenário desafiador em seu balanço financeiro do terceiro trimestre, divulgado na quarta-feira (25). Os relatórios indicam que a divisão Reality Labs, responsável pelo desenvolvimento do metaverso e projetos de realidade virtual, registrou um prejuízo de US$ 3,7 bilhões no período mencionado.

Persistência na inovação

A aposta de Zuckerberg no metaverso não é recente, mesmo com os números negativos, a Meta continuou investindo na divisão. Durante a apresentação dos resultados, Susan Li, a CFO da Meta, mencionou que as vendas do headset Quest 2 VR foram menores que o esperado no terceiro trimestre. Ainda assim, a estratégia da empresa parece não ter se desviado. Conforme apontado no relatório, espera-se que as perdas operacionais do Reality Labs cresçam nos próximos tempos.

Projeções futuras

Mark Zuckerberg, em diversas ocasiões, reiterou seu compromisso com o metaverso, identificando-o como um foco principal de longo prazo. A empresa enxerga um horizonte onde as perdas monetárias atuais podem ser compensadas pelo sucesso futuro dos projetos de realidade virtual e metaverso. O CEO prevê um período de 3 a 5 anos de investimentos robustos antes de observar retornos significativos.


Conheça os erros e acertos do metaverso da Meta (Vídeo: reprodução/YouTube/Canal Tech)


Recentemente, notícias sobre demissões na divisão Reality Labs emergiram, causando certo alvoroço no setor. Embora o número exato de funcionários afetados não tenha sido revelado, a situação ressalta os desafios enfrentados pela Meta em sua jornada inovadora.

Por outro lado, a Meta observou uma receita expressiva de US$ 11,58 bilhões no terceiro trimestre, demonstrando que, apesar dos desafios enfrentados pela divisão Reality Labs, a empresa tem sustentado sua presença forte no mercado. Uma comparação com outras gigantes da tecnologia como Alphabet e Snap, que mostraram recuperação no mercado de publicidade, coloca a Meta em uma posição de análise e expectativa no cenário tecnológico global.

 

Foto Destaque: Identidade visual da Meta, empresa de Mark Zuckerberg (Reprodução/Divulgação/Analytics Insight)

Crimes sexuais com menores na internet aumentam no Brasil

Em evento realizado nesta quarta-feira (25), em São Paulo, ONG SaferNet Brasil apresentou dados alarmantes sobre o aumento das denúncias de imagens de crimes sexuais contra menores. Pesquisa do Cetic.br aponta para acesso precoce à internet no Brasil.

Os pais podem utilizar ferramentas de controle parental, como o Family Link da Google, e seguir as orientações específicas para cada plataforma no portal “De Boa na Rede”, lançado recentemente pelo Ministério da Justiça.

Denúncias de imagens com crimes sexuais infantis quase dobram em 2023

A ONG Safernet Brasil registrou um aumento de 84% nas denúncias de imagens de abuso sexual infantil e exploração na internet entre 1º de janeiro e 30 de setembro de 2023. Foram contabilizadas 54.840 denúncias, em comparação com 29.809 no mesmo período de 2022. Segundo Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, esses números se referem a novos conteúdos ou páginas ainda não denunciados anteriormente.



Houve também um aumento de 70% nas operações da Polícia Federal relacionadas a crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes em 2023. De acordo com dados divulgados pelo ministro Flávio Dino, 627 operações foram realizadas e cerca de 291 pessoas foram presas — um aumento de quase 46% em relação ao ano anterior.

Acesso precoce à internet entre crianças e adolescentes no Brasil

Os dados da Safernet Brasil foram divulgados no 8º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, um evento organizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).


YouTube é a plataforma mais utilizada entre crianças e adolescentes (Foto: reprodução/X/@ComuNICbr)


A pesquisa “TIC Kids Online Brasil 2023”, realizada entre março e julho de 2023 com 2.704 entrevistados, também foi lançada durante o simpósio. Segundo o estudo, o número de crianças com até 6 anos que acessam a internet aumentou de 11% para 24%, comparado aos dados de 2015. Além disso, cerca de 25 milhões de crianças e jovens, 95% dos brasileiros entre 9 e 17 anos, são usuários ativos da internet.

Entre as crianças (até 12 anos, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente), o YouTube é a plataforma mais usada, com 44%; já entre os adolescentes, o Instagram é mais popular, com 38% de uso entre os jovens de 13 a 14 anos e 62% entre os de 15 a 17 anos.

 

Foto Destaque: Controle parental pode ser feito com ferramentas como o Google Family Link (Reprodução/Facebook/Mundointeressanteofc)