Hábitos noturnos elevam risco de doenças cardiovasculares

Estudo recente publicado na revista “Sleep Medicine” trouxe à tona uma preocupante relação entre hábitos noturnos e problemas de saúde cardiovascular. Pessoas que preferem acordar e dormir tarde, conhecidas como noturnas, têm quase o dobro do risco de arteriosclerose em comparação com aquelas que são adeptas do período matutino. Essa condição, caracterizada pelo acúmulo de depósitos de gordura nos vasos sanguíneos, aumenta significativamente as chances de desenvolver problemas cardiovasculares, como infarto e AVC.

Noturnos tem 90% mais risco de arteriosclerose, revela pesquisa sueca

Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, conduziram um estudo abrangente envolvendo 771 indivíduos com idades entre 50 e 64 anos. A pesquisa teve como objetivo investigar se os noturnos apresentavam maior propensão à arteriosclerose em comparação com os matutinos. Os resultados foram surpreendentes: aqueles que se autodeclararam como noturnos enfrentaram um aumento de 90% no risco de artérias obstruídas, mesmo após levar em consideração fatores como peso, atividade física e consumo de álcool.

Os pesquisadores não pararam por aí; eles também analisaram o risco futuro de doenças cardiovasculares com base em diversos fatores, como idade, sexo, pressão arterial, níveis de colesterol e tabagismo. Os noturnos com alto risco cardiovascular apresentaram uma assustadora probabilidade 15 vezes maior de desenvolver arteriosclerose em comparação com aqueles com baixo risco.


Hábitos noturnos trazem risco de doenças cardiovasculares (Foto: reprodução/SantosClinic)


Incompatibilidade de horários e a saúde cardiovascular

A pesquisa sugere que a escolha de ser uma pessoa noturna, em vez de se alinhar ao ritmo biológico natural, pode contribuir para problemas de saúde cardiovascular. A incompatibilidade de horários tem sido associada à hipertensão e inflamação, fatores que podem danificar as artérias e levar ao seu endurecimento. Além disso, os noturnos também tendem a adotar estilos de vida menos saudáveis, como alimentação inadequada, aumentando ainda mais o risco dessa condição.

Mio Kobayashi Frisk, líder do estudo na Universidade de Gotemburgo, alerta: “As pessoas que são noturnas devem estar cientes da potencial ligação com artérias endurecidas e considerar mudanças no estilo de vida, como uma alimentação saudável, sono adequado e exercícios, especialmente se estão em um grupo de risco para doenças cardiovasculares”.

Cuidar dos hábitos noturnos pode ser crucial não apenas para uma boa noite de sono, mas também para a saúde do coração a longo prazo.

Foto destaque: pessoa com hábitos noturnos (Reprodução/Zapnotícias)

Saiba 5 mitos sobre infertilidade

A infertilidade não é “frescura”, não é “desleixo” do casal e muito menos “um castigo de Deus”. Segundo o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e sócio-fundador do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana, trata-se de um problema sério, que precisa ser avaliado por um médico especializado. O médico também comenta 5 mitos sobre infertilidade.

Mitos

“A infertilidade é um problema das mulheres”

Isso não é verdade. “A infertilidade é um problema feminino em quase 50% dos casos, um problema masculino em 30% dos casos e um problema combinado do casal em 20% dos casos. É essencial que tanto o homem quanto a mulher sejam avaliados durante uma investigação de infertilidade”, explica o médico.

“Todo mundo engravida de uma hora para outra, é só continuar tentando”

Um casal é considerado infértil se não conseguir engravidar após um ano de relações sexuais desprotegidas. “E, em alguns casos, mesmo que tentem mais tempo não irão conseguir. A infertilidade é um problema médico que pode ser tratado. Pelo menos 50% das pessoas que completam uma avaliação de infertilidade responderão ao tratamento com uma gravidez bem-sucedida”, diz o Dr. Rodrigo.

“É um problema psicológico, tire férias que você vai conseguir engravidar”

A infertilidade é uma doença ou condição do sistema reprodutivo. “Embora o relaxamento possa ajudá-lo com sua qualidade de vida geral, o estresse e as emoções profundas que você sente são provavelmente o resultado da infertilidade, não a causa dela”, explica o Dr. Rodrigo.

“Vocês dois não foram feitos para serem pais”

Você sabe que pais amorosos seriam, e é doloroso ter que explicar aos outros que você tem um problema médico. “Mas a ajuda especializada pode mostrar que a maioria dos casais sobrevive à crise de infertilidade quando buscam tratamento, aprendendo no processo novas formas de se relacionar, o que aprofunda seu relacionamento nos anos seguintes. Quando um casal realmente quer ter filho, eles farão todo o possível para serem bons pais”, diz o médico.

“Serei rotulado de “/criador de problemas”/ se fizer muitas perguntas na consulta médica especializada”

É fundamental que o paciente tire todas as suas dúvidas quando busca uma equipe especializada em tratamentos de Reprodução. “O paciente precisa ser informado sobre quais tratamentos estão disponíveis. O que é certo para um casal pode não ser certo para outro, seja fisicamente, financeiramente ou emocionalmente. Não tenha medo de fazer perguntas ao seu médico e equipe”, diz o Dr. Rodrigo.

Foto destaque: mulher descontente com resultado de gravidez (Foto/reprodução)

Vacina contra dengue é incorporada ao SUS

Foi anunciado pelo Ministério da Saúde nesta última quinta-feira (21) que a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o país é o primeiro a oferecer o imunizante no sistema público. 

Sobre a vacina

A vacina é conhecida como Qdenga – feita pelo laboratório japonês Takeda – e seu esquema vacinal é constituído por duas doses. Inicialmente, as doses serão distribuídas em regiões mais necessitadas e prioritárias. A incorporação do imunizante foi aprovada em março deste ano pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

“A partir do parecer favorável da Conitec, seremos o primeiro país a dar o acesso público a essa vacina, como um imunizante do SUS. E, até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, disse Nísia.

A Qdenga é indicada para a faixa etária dos 4 aos 60 anos e pode ser aplicada tanto em quem já teve a doença quanto em quem nunca teve e suas doses devem ser feitas em um intervalo de três meses entre uma vacinação e outra. 

Até então, a única vacina que era disponível aqui no Brasil era a Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi Pateur, porém esta imunizante era recomendada apenas para quem já havia sido infectado com o vírus, protegendo contra um possível segunda contração do vírus – que se manifesta de forma mais forte. 


A previsão de início de imunização é fevereiro de 2024 (Foto: reprodução/FreePik)


Número de doses e impacto no orçamento 

Inicialmente a vacina não será feita em larga escala, e será levado em consideração a limitação da fabricante, por isso haverá limitações. Com a previsão de 6,2 milhões de doses iniciais, cerca de 3,1 milhões de pessoas serão imunizadas – considerando o esquema de dose dupla. 

Segundo o Ministério da Saúde, o cronograma proposto pela fabricante será da seguinte forma: 460 mil doses em fevereiro, 470 mil em março, 1.650 milhões em maio e agosto, 431 mil em setembro e 421 mil em novembro. 

Sobre o impacto no orçamento, durante o processo de aprovação, o Ministério da Saúde disse que o custo seria elevado, cerca de R$ 9 bilhões em cinco anos. A ministra da saúde chegou a propor uma transferência de tecnologia com a empresa e espera conseguir um bom resultado. O Ministério da Saúde também conseguiu uma redução no valor inicial das doses, de R$ 170 para R$ 95.

Foto de destaque: o Ministério da saúde irá priorizar algumas regiões e público para a distribuição da Qdenga (Reprodução/FreePik)

Doenças respiratórias aumentam os casos com a chegada das festas de fim de ano

Com a chegada das festas de fim de ano os casos de Covid-19, Gripes e outros vírus respiratórios tendem a aumentar em todo o mundo. Por conta da aglomeração causada pelos eventos do Natal e do Ano Novo, os vírus causadores dessas doenças tendem a contaminar mais pessoas e se espalhar mais rapidamente. O Ministério da Saúde dos Estados Unidos afirma que houve um aumento nas hospitalizações em todas as faixas etárias, segundo informações da CNN.

Dicas para se prevenir

Se manter com a carteira de vacinação em dia é a principal maneira de se prevenir para complicações de doenças infecciosas, alerta o ministério da saúde, principalmente para idosos, imunossuprimidos e pessoas de grupos de risco. As crianças também devem estar com as vacinas em dia, pois estão também sujeitas a complicação por ainda estarem com seu sistema respiratório em desenvolvimento.

Lavar bem as mãos, uso de máscaras em locais de grandes aglomerações e caso esteja com algum sintoma gripal também são bastante importantes, além de preferir lugares arejados se estiver dentro de casa ou abertos. É importante conversar com seus parentes para saber como está a saúde dos mais idosos ou com imunidade baixa.

Essas dicas de prevenção não são somente para a Covid-19, servem para qualquer outra doença respiratória transmissível por vírus. Tanto a gripe comum quanto a VSR, Vírus Sincicial Respiratório, adotando essas práticas paliativas já colaboram para a diminuição da transmissão dessas doenças.


A subvariante JN.1 da Covid-19 é mais transmissível que as demais e pode haver aumento de casos da doença (Foto: reprodução/freepik)


Subvariante JN.1 da Covid-19

A cepa do Coronavírus, JN.1, conhecida como Pirola, é a que mais cresce nos Estados Unidos e no mundo. Só naquele país essa variante atinge cerca de 20% dos novos casos relatados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. A Organização Mundial da Saúde classificou na última semana essa variante como de interesse.

E não é somente no país do hemisfério norte, aqui no Brasil há um aumento dos casos oriundos dessa cepa que é mais transmissível que as outras. O primeiro estado do país a registrar um aumento de casos foi o Ceará, no início do mês, que fez com que o Ministério da Saúde brasileiro recomendasse que as pessoas acima dos 60 anos e imunossuprimidas tomassem uma dose de reforço da vacina bivalente.

 

Foto Destaque: o aumento dos casos de doenças respiratórias costumam aumentar nessa época do ano (Reprodução/stefamerpik/Freepik)

 

Inteligência Artificial revoluciona diagnóstico de Autismo

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação e o comportamento, e seu diagnóstico costuma ser complexo e demorado. No entanto, um avanço significativo foi alcançado recentemente no campo da inteligência artificial, com a notícia de que um sistema de IA foi capaz de diagnosticar o autismo com 100% de precisão. Esse marco foi atingido em um estudo realizado em 2023, e desde então a IA passou a desempenhar um papel crucial no diagnóstico dessa condição.

Compreendendo a condição

O autismo, ou transtorno do espectro autista (TEA), é uma condição complexa que afeta a capacidade de uma pessoa de interagir, se comunicar e formar relacionamentos. As características do autismo podem variar amplamente, e o diagnóstico envolve geralmente a observação do comportamento e o uso de escalas de avaliação padronizadas. No entanto, devido à natureza multifacetada do autismo, o processo de diagnóstico pode ser desafiador e demorado.

Diagnóstico tradicional e desafios

O diagnóstico do autismo envolve tradicionalmente a avaliação de um profissional de saúde, como um psiquiatra ou psicólogo, que observa o comportamento da pessoa e coleta informações por meio de entrevistas e questionários. Embora esses métodos sejam valiosos, a precisão do diagnóstico pode variar e o processo pode ser influenciado pela subjetividade e experiência do profissional.


Inteligência artificial tem capacidade de diagnosticar cérebro de pessoas com autismo (Foto: reprodução/OGlobo)


Revolução através da IA

A notícia é que a inteligência artificial entrou em cena para aprimorar o diagnóstico do autismo. Em um estudo inovador conduzido em 2023, um sistema de IA foi treinado para analisar padrões complexos de dados, como ressonâncias magnéticas e informações genéticas, a fim de identificar marcadores do autismo. Os resultados foram impressionantes, com a IA atingindo uma precisão de 100% no diagnóstico do autismo.

Com a introdução da IA no processo de diagnóstico, há a expectativa de uma detecção mais precoce e precisa do autismo, o que pode levar a intervenções mais eficazes e melhores resultados para os indivíduos afetados. No entanto, é importante ressaltar que a IA não substitui a avaliação clínica, mas sim a aprimora, fornecendo uma ferramenta adicional para os profissionais de saúde.

Foto destaque: cores usadas como símbolos do autismo (Reprodução/Canaltech)

Conheça a Síndrome da Pessoa Rígida: doença rara que afeta Céline Dion

Céline Dion, cantora de 55 anos, anunciou no ano passado que era portadora de uma doença neurológica e que teria de cancelar sua turnê mundial. Ela possui a Síndrome da Pessoa Rígida (SPR), que tem como principal característica causar rigidez nos músculos da pessoa, acompanhado também de espasmos dolorosos.

Ela trabalha muito, mas não tem controle dos músculos. O que me dói é que ela sempre foi disciplinada. Ela sempre trabalhou duro. (…) É certo que, nos nossos sonhos e nos dela, a ideia é voltar aos palcos. Em qual estado? Não sei. As cordas vocais são músculos e o coração também é um músculo”, declarou a irmã da cantora, Claudette Dion.


Céline Dion anunciou que tinha SPR no fim do ano passado ( Foto: reprodução/Instagram/@celinedion)


Síndrome da Pessoa Rígida

A SPR é uma doença rara e que pode ser tratada, porém é considerada incurável. A condição é marcada por afetar o cérebro e a coluna vertebral, causando a rigidez e tensão de músculos devido aos estímulos excessivos nos músculos, gerando também os espasmos dolorosos. 

Apenas uma ou duas pessoas por milhão são afetadas por esta síndrome, sendo catalogada como uma doença extremamente rara. Assim como aconteceu com Céline Dion, a SPR surge geralmente entre os 40 e 60 anos de idade, são muito mais raros os casos em que a doença começa na infância ou adolescência. Inicialmente a SPR começa com espasmos intervalados, que começam a ser constantes após certo tempo

A doença pode causar também fortes dores nas articulações, rigidez acentuada que pode causar rupturas de fibras musculares, luxações e também fraturas ósseas. Além disso, é possível acontecer deformidades em braços e pernas caso a doença não seja devidamente tratada.

Causa e tratamento

A causa da SPR ainda não foi totalmente descoberta, mas o diagnóstico a relaciona a um caráter autoimune, quando o sistema imunológico começa a atacar o próprio corpo, no caso, o sistema nervoso.

Os tratamentos são baseados no uso de medicação prescrita por médicos especialistas na doença. Outra forma é a transfusão de plasma e o uso de anticorpo monoclonal anti-CD20 (rituximab).

 

Foto destaque: SPR é uma doença que atinge causa rigidez nos músculos (Reprodução/Brasil Escola/UOL)

Surto de Shigella impacta militares israelenses na Faixa de Gaza

Profissionais de saúde em Israel relatam a ocorrência de uma séria enfermidade estomacal, causada pela bactéria Shigella, entre alguns dos militares envolvidos na ofensiva terrestre em Gaza. Acredita-se que a propagação da doença esteja relacionada às condições sanitárias deficientes e à qualidade dos alimentos na zona de conflito.

Surto de Shigella entre as tropas de Israel na Faixa de Gaza

Segundo relatos médicos, várias tropas das Forças de Defesa de Israel (IDF) apresentaram doenças intestinais graves enquanto operavam em Gaza. Tal Brosh, diretor da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Assuta Ashdod, identificou a shigella como a causa do surto. Os soldados infectados estão sendo isolados e repatriados para Israel para receber tratamento. Alimentos preparados por civis israelenses e enviados às tropas podem ter sido contaminados, devido à falta de refrigeração durante o transporte ou ao reaquecimento inadequado antes do consumo. Brosh recomenda que os soldados recebam apenas alimentos secos, como enlatados, biscoitos, barras de proteína e nozes.

Origens, sintomas e propagação da Shigella

A shigella é uma bactéria que causa uma disenteria conhecida como shigelose ao entrar no corpo. Seus sintomas incluem febre, diarreia com sangue, cólicas estomacais intensas e desidratação. O risco de morte é elevado, especialmente quando a bactéria entra na corrente sanguínea, afetando principalmente crianças, pessoas com condições como HIV, diabetes ou câncer, e indivíduos subnutridos. A shigella se propaga facilmente através do contato direto ou indireto com fezes contaminadas, podendo ocorrer por meio da ingestão de alimentos preparados por uma pessoa infectada, água contaminada e contato com objetos ou itens contaminados.


Bactéria da Shigella no Estômago (Foto: Reprodução/Diario Democracia)


Panorama global 

Com uma estimativa de 80 a 165 milhões de casos anuais em todo o mundo, causando 600 mil mortes, a shigella é mais prevalente em países de renda baixa ou média. A África Subsaariana e o sul da Ásia registram a maioria das mortes, especialmente entre menores de 5 anos. Estudos indicam uma incidência significativamente maior em países asiáticos em comparação com nações altamente industrializadas.

Tratamento e prevenção

A shigella pode ser evitada através da lavagem frequente das mãos, especialmente antes de cozinhar, após usar o banheiro ou trocar fraldas, e antes de atividades sexuais. O tratamento inclui hidratação adequada e repouso, sendo eficazes cinco tipos de antibióticos, embora haja uma cepa resistente aos medicamentos, denominada Shigella XDR ou Shigella sonnei. Autoridades de saúde alertam sobre a gravidade desta cepa, que representa uma séria ameaça à saúde pública nos EUA e em outros locais, registrando um aumento de casos desde 2020.

Foto Destaque: Soldados na Faixa de Gaza (Reprodução/BBC)

Conheça os segredos da cetamina, causa da morte de Matthew Perry

O ator Matthew Perry, famoso por interpretar Chandler Bing na série “Friends”, morreu aos 54 anos por overdose de cetamina, uma droga sintética usada em cirurgias e tratamentos psiquiátricos. A informação foi divulgada pelo Gabinete do Examinador Médico do Condado de Los Angeles na última sexta-feira (15), após a realização de um exame toxicológico.

A cetamina, que também tem nomes como ketamina, quetamina, Special K, Key, Keyla ou Keta, pode causar efeitos alucinógenos, amnésia e problemas respiratórios graves. A droga é frequentemente misturada com outras substâncias, como álcool, e usada para fins recreativos ou criminosos. Em altas doses, a cetamina pode levar ao “K-Hole”, um estado de dissociação da realidade que pode ser fatal.


A cetamina também é usada no golpe “Boa noite, Cinderela” e em festas eletrônicas (Foto: reprodução/PCDF)


Dados da autópsia

O ator Matthew Perry, que ficou famoso pela série “Friends”, morreu em outubro por uma combinação de cetamina e afogamento, segundo o relatório da autópsia divulgado nesta sexta-feira (15) pelo Gabinete do Examinador Médico de Los Angeles. A cetamina é uma droga sintética que pode ser usada como anestésico ou antidepressivo, mas também tem efeitos alucinógenos e dissociativos.

O relatório indica que Perry tinha altos níveis de cetamina no sangue, o que pode ter causado problemas cardíacos e respiratórios. O ator fazia terapia de infusão de cetamina para tratar sua depressão e ansiedade, mas seu último tratamento foi uma semana e meia antes de sua morte. Perry foi encontrado inconsciente na piscina de sua casa em Malibu por um assistente residente, que chamou o socorro. As autoridades descartaram a hipótese de crime.

Ketamina para depressão

A ketamina, uma droga sintética descoberta em 1962, tem sido usada em doses baixas para tratar casos de depressão resistente, tanto unipolar quanto bipolar. A substância, que também tem efeitos alucinógenos e dissociativos, é regulamentada por órgãos como a FDA, nos EUA, e a Anvisa, no Brasil, e faz parte da Lista de Medicamentos Essenciais da OMS.

Segundo o Instituto de Psiquiatria Paulista, a ketamina é uma das maiores inovações psiquiátricas das últimas décadas, com resultados positivos na prevenção de suicídio. No entanto, no Brasil, o tratamento com a droga é limitado a poucos centros autorizados. Em abril, a Anvisa reclassificou a ketamina e a escetamina, uma forma modificada da droga, como substâncias psicotrópicas, sujeitas a um maior controle e fiscalização.

Foto destaque: ator Matthew Perry (Reprodução/David M. Benett/Dave Benett/Getty Images)

Saiba que áreas do corpo não podem ser esquecidas na aplicação do protetor solar

A campanha do Dezembro Laranja tem por objetivo prevenir o câncer de maior incidência no Brasil, o de pele, em um período em que a radiação do sol, com índices considerados cancerígenos, é mais potente. Como a pele é o maior órgão do corpo humano, ela deve ser protegida contra a radiação ultravioleta, que causa danos celulares responsáveis pelo fotoenvelhecimento precoce e maior risco de câncer de pele.

A dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica quais são as áreas mais esquecidas e por que elas não devem ser negligenciadas.

7 áreas para não esquecer

Pálpebras: As pálpebras e, também, a região dos olhos viraram preocupação mundial pelo aumento da incidência de câncer de pele, que já chega a 10% nessas áreas frequentemente negligenciadas, segundo pesquisa de 2017 da Universidade de Liverpool. O estudo constatou que, ao passar filtro solar no rosto, a tendência é esquecer cerca de 10% da face – incluindo pálpebras e região entre o canto interno do olho e o nariz.

Uma proteção solar adequada deve ser feita efetivamente com a cobertura de todo o rosto, além do uso de chapéus e principalmente óculos de sol, já que a área dos olhos tem uma pele extremamente fina e susceptível a danos, inclusive câncer”, explica a dermatologista. 

Nariz: Tanto a ponta quanto a lateral do nariz não podem ser esquecidas. “O câncer de pele também pode surgir nessa região”, explica a médica.

Lábios: Os lábios, além de serem constituídos por uma pele muito fina e sem glândulas sebáceas, estão muito expostos à radiação solar. “Quando ocorre câncer de pele nos lábios, em aproximadamente 90% dos casos, ele ocorre no lábio inferior e o tipo mais comum de câncer de pele nos lábios é o carcinoma espinocelular. Por todos esses motivos, é importantíssimo aplicar protetor específico para a região dos lábios com FPS 30 ou maior, diariamente, e reaplicar a cada 2 horas ou após comer ou beber”, explica a Dra. Ana Maria Pellegrini.

Orelhas: “Principalmente para os homens ou mulheres de cabelo curto, é uma área muito exposta. O paciente não deve esquecer de estender a aplicação do produto até a parte de trás da orelha”, destaca a médica.

Pescoço: De acordo com a dermatologista, a pele do pescoço e colo é muito fina e sensível devido à menor quantidade de glândulas sebáceas, por isso envelhece mais rápido do que em outras áreas do corpo. 

Cotovelo: A dermatologista explica que a área do cotovelo é frequentemente negligenciada. “Isso é perigoso, pois os cotovelos são áreas com poucas glândulas sebáceas, naturalmente mais secas, e mais suscetíveis aos danos ambientais. Como são áreas de dobra e atrito, também são mais propensos a desenvolver manchas”, esclarece a Dra. Ana Maria Pellegrini.

Glúteos: Nem sempre o material de sungas, biquínis e maiôs é eficiente para proteger a pele, o que pode deixar as áreas íntimas queimadas, vermelhas e sensíveis, por isso deve ser aplicado antes da roupa. 

Quantidade certa de protetor

Por fim, a Dra. Ana Maria Pellegrini lembra que de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a quantidade de protetor solar indicada para cada parte do corpo é: uma colher de chá de protetor solar no rosto, no pescoço e na cabeça; uma colher de chá de protetor para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás; uma colher de chá para cada braço; e uma colher de chá para a parte da frente de cada perna e outra para a parte de trás de cada perna.

Foto destaque: aplicação de protetor solar (Foto/Reprodução)

Leite de vaca é opção segura para bebês de 6 a 11 meses, segundo OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma atualização em suas diretrizes alimentares, especificamente direcionada a bebês de 6 a 11 meses que não recebem leite materno. A recomendação, encontrada no “Guia para alimentação complementar de bebês e crianças de 6 a 23 meses de idade”, destaca a permissão para o uso de leite de vaca nessa faixa etária, alterando parcialmente a perspectiva de algumas sociedades médicas.

Para essa categoria de bebês, que não é alimentada com leite materno, a OMS sugere a opção entre fórmula infantil ou leite de origem animal. Essa inclusão abrange diversas formas de leite animal, como leite pasteurizado, leite reconstituído evaporado, leite fermentado ou iogurte natural.

Essa recomendação, embora apresente nuances, encontra ressonância no “Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos” do Ministério da Saúde, que já em 2019 previa a utilização de leite de vaca em receitas caseiras a partir dos seis meses de idade. Vale ressaltar que essa orientação nacional destaca que a substituição do leite materno não é necessária se a criança ainda o consome.

Fórmulas de transição

A OMS também se posiciona de forma distinta para crianças de 12 a 24 meses que não recebem leite materno. Nesse cenário, a organização propõe o leite de vaca como alternativa, desfavorecendo as fórmulas de transição.


Jarra e copo de leite (Foto: reprodução/Pixabay/Congerdesign


A divergência de opiniões emerge ao confrontar as novas diretrizes da OMS com a indústria europeia de nutrição especializada. Esta argumenta que não há embasamento científico robusto para apoiar a afirmação da OMS de que o leite de vaca pode ser fornecido a lactentes com menos de 12 meses.

Além disso, contesta a visão da OMS de que a fórmula infantil contribui para a mortalidade infantil, considerando essa afirmação como infundada.

Revisão sistemática

A OMS, por sua vez, fundamenta suas recomendações em uma revisão sistemática de estudos comparativos entre fórmula infantil e leite animal para bebês de 6 a 11 meses. As evidências, segundo a organização, não indicaram diferenças estatísticas significativas no risco de perda de sangue gastrointestinal.

Entretanto, a OMS alerta sobre os riscos associados ao uso de fórmulas infantis, como aumento da mortalidade infantil, infecções gastrointestinais, doenças respiratórias, diabetes tipo 2, obesidade e leucemia.

Indústria europeia

A indústria europeia de nutrição especializada refuta essas conclusões, destacando a fórmula infantil como a única alternativa segura ao aleitamento materno, especialmente quando as mães não conseguem amamentar.

A Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica também ressalta que o leite de vaca é uma fonte pobre de ferro e fornece excesso de proteína, gordura e energia para crianças pequenas.

A discussão sobre as recomendações da OMS continua, com a indústria europeia solicitando uma revisão baseada em metodologia científica robusta. Enquanto isso, é importante notar que as orientações da OMS buscam equilibrar a oferta de leite de vaca com outras fontes de ferro, priorizando a saúde e o desenvolvimento adequado dos bebês.

 

Foto destaque: Bebê sendo alimentado com leite (Reprodução/Pexels/Keira Burton).