Feminicídio e crimes de defesa da honra: caso Ângela Diniz traz mudanças para leis brasileiras

O feminicídio é um termo utilizado para designar assassinatos contra muheres em razão de seu gênero, e geralmente é cometido por homens como resultado de ódio, misoginia, discriminação ou desigualdade de gênero. Os casos que envolvem feminicídio costumam ter como caracteristicas violência doméstica, abuso sexual, agressões físicas ou psicológicas recorrentes, perseguição e outros comportamentos violentos direcionados às mulheres, e durante algum tempo esses crimes foram justificados por se tratarem de “defesa da honra”.

Os crimes de defesa da honra

O conceito de “defesa da honra” foi historicamente utilizado como uma justificativa para alguns crimes passionais, em que indivíduos alegavam ter cometido atos violentos, como homicídios, em nome da proteção da honra pessoal ou da honra de um membro da família. No entanto, ao longo do tempo, muitos sistemas legais passaram a rejeitar essa justificativa devido às implicações discriminatórias e à falta de respaldo em princípios de igualdade e direitos humanos.
Portanto, a noção de “defesa da honra” como uma desculpa legal para cometer crimes tem sido amplamente desencorajada e até mesmo abolida em muitos países em favor de abordagens legais mais justas e igualitárias.

O caso Ângela Diniz

O caso de feminicídio de Angela Diniz é um evento trágico que marcou a sociedade brasileira nos anos 1970. Ângela Diniz, uma modelo e socialite, foi brutalmente assassinada pelo seu ex-namorado, Doca Street, em 1976.


 

Angela Diniz (Foto: reprodução/Glamour)


O caso ganhou notoriedade por ser um exemplo emblemático de feminicídio, um termo que na época ainda não era amplamente reconhecido. Ângela Diniz, conhecida por sua beleza e carisma, estava em um relacionamento conturbado com Doca Street, que era empresário e ex-namorado dela.

O assassinato ocorreu em Búzios, uma cidade litorânea do Rio de Janeiro. Angela foi alvejada com quatro tiros na frente de várias testemunhas. Doca Street alegou que o crime foi resultado de uma discussão acalorada e que ele agiu em legítima defesa. No entanto, as evidências apontavam para um assassinato premeditado. O julgamento de Doca Street foi amplamente acompanhado pela mídia e pela sociedade brasileira. O caso foi um divisor de águas na discussão sobre a violência contra as mulheres e a necessidade de reconhecer e punir o feminicídio de forma adequada.

Surpreendentemente, Doca Street foi inicialmente absolvido em um julgamento polêmico, mas o veredicto gerou uma grande revolta pública. Após um segundo julgamento, ele foi condenado a 15 anos de prisão. Esse caso contribuiu para conscientizar a sociedade sobre a importância de combater a violência de gênero e de promover a igualdade de direitos das mulheres.

O caso de feminicídio de Ângela Diniz foi um marco na luta contra a impunidade em casos de violência contra a mulher e contribuiu para a criação de leis mais rigorosas contra o feminicídio no Brasil. Infelizmente, Ângela Diniz pagou um preço terrível por essa conscientização, mas sua memória continua a inspirar a luta por justiça e igualdade de gênero.

Foto Destaque: Ângela Diniz. Reprodução Arquivo/Estado de Minas

Conheça as novas armas produzidas pela Ucrânia com apoio da iniciativa privada

Fazer da necessidade um foco pode se tornar um lema, especialmente quando uma superpotência não mede esforços para exterminar você do mapa. A Ucrânia parece nutrir essa consciência desde 2014, quando deu o pontapé em uma guerra contra a Rússia, tendo como motivo inicial o fato de Kremlin apoiar o separatismo em Donbass e incorporar a península da Crimeia. De lá para cá, o país viu-se na obrigação de armar-se com mais agilidade e precisão.

Incentivados pela iniciativa privada

Sustentado pela iniciativa privada, esse desenrolamento aparece para conseguir armas de menor custo, tornar-se mais independente dos aliados internacionais e claro, atacar o território russo. Uma das modificações mais simbológicas da guerra, no entanto, agora, a Ucrânia faz o conflito chegar à Rússia. Em um exercício quase diário, drones ucranianos atacam alvos militares e infraestruturas do país comandado por Vladimir Putin.

Novas “armas voadoras” confirmadas

Pelo menos dois drones recentemente incorporados ao exército ucraniano foram confirmados como parte do arsenal usado. São eles o drone UJ-22, da empresa Ukrjet, e o Bober, sendo que, esse último não teve o produtor divulgado. O primeiro é um dispositivo de reconhecimento, com alcance de 800 quilômetros, que foi convertido em um drone-bomba.

Enquanto isso, o segundo obtém mil quilômetros de alcance, e seu preço se aproxima de R$ 518,7 mil reais. O Morok é outro dispositivo com o mesmo alcance, e embora esteja em uma fase menos desenvolvida que o Bober, já foi usado contra alvos na Crimeia. Outros drones não tripulados produzidos na Ucrânia, e que se tornaram de conhecimento público no mês passado, são os famosos drones de papelão.


Os drones estão se tornando um importante aliado ucraniano no conflito. (Reprodução: Youtube/BBC Nrws Brasil)


Graças a esse material usado na sua fabricação, sua detecção por radar é mais complicada, além disso, o custo de produção desse artefato diminui consideravelmente. Segundo fontes militares, o preço da unidade não ultrapassa os R$ 15,5 mil. Antes dessa atitude, a Ucrânia vinha usufruindo de drones de papelão fabricados pela australiana Sypaq, todavia os Serviços de Segurança Ucranianos (SSU) garantem que o ataque de 27 de agosto contra a base aérea russa de Kursk foi realizado com um novo modelo próprio.

Drones de papelão

Os drones de papelão não podem transportar cargas explosivas pesadas (nos modelos da Sypaq, são 5kg). Por isso, no ataque ocorrido em Kursk, a aeronave estava equipada com minas de fragmentação responsáveis por liberar pequenos projéteis em um raio amplo que, embora não destrua completamente o alvo, pode, sim, gerar danos.


Drones de papelação reduzem os custos com armamento. (Reprodução: Youtube/7NEWS Australia)


Esses drones podem percorrer até 150 quilômetros de distância. O SSU afirmou que o ataque à base de Kursk foi realizado em conjunto com um grupo paramilitar russo opositor de Vladimir Putin. O chefe de inteligência do Ministério da Defesa, Kirilo Budanov, garantiu que os drones atacaram a base aérea de Pskov, em que em 30 de agosto, a 700 quilômetros da Ucrânia, vieram do país adversário.

A principal vantagem da indústria de armamentos ucraniana em relação à russa é a autonomia das empresas e unidades militares no front. O jornal El País visitou um workshop secreto de desenvolvimento de drones na província de Kharkiv no início de setembro. O responsável pela unidade, que responde pelo nome de Gansk, destacou que o modelo industrial é assegurado por um orçamento público maior.

Drone de seis hélices

Porém, o protagonista da oficina era um Vampire, um grande drone de seis hélices produzido por um grupo de empresas ucranianas que entrou em serviço em massa no front em agosto (mês em que o governo comunicou que 270 unidades foram colocadas para trabalhar). O Vampire pode transportar 15 quilos de bombas lançadas em direção ao alvo.

Outros drones táticos que estão sendo usados frequentemente durante os conflitos são os Shark, aparelhos de reconhecimento de alta altitude da empresa Ukrspectsystems, e os pequenos drones com câmera frontal da empresa Air Unit, amplamente utilizados como drones-bomba contraposições inimigas no front. Em agosto, a Air Unit explicou que seu objetivo é potencializar a eficácia desses dispositivos para além de 20%.

Foto destaque: Drones de papelão usados na guerra da ucrânia. Reprodução: Olhar digital. 

Instabilidade política da Líbia aprofunda o desastre das inundações

As fortes inundações causadas pela tempestade Daniel, recentemente, são o desastre ambiental mais fatal da história moderna da Líbia. Anos de guerra e a falta de um governo central deixaram o país com infraestruturas em ruínas e vulneráveis ​​às chuvas intensas. Segundo as Nações Unidas, a Líbia é atualmente o único país que ainda não desenvolveu uma estratégia climática.

O país está dividido entre administrações rivais e assolado por conflitos entre milícias desde que a revolta da Primavera Árabe apoiada pela NATO derrubou o governante autocrático Muammar Gadhafi em 2011.

Caos político no país

Desde 2014, a Líbia está dividida entre dois governos rivais, cada um apoiado por patrocinadores internacionais e numerosas milícias armadas no terreno.

Em Trípoli, o primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah chefia o governo oeste do país, internacionalmente reconhecido da Líbia. Em Benghazi, o primeiro-ministro rival, Ossama Hamad, chefia o leste do país, apoiada pelo comandante militar Khalifa Hiftar.

O apoio das potências regionais e mundiais consolidou ainda mais as divisões. As forças de Hifter são apoiadas pelo Egito, Rússia, Jordânia e Emirados Árabes Unidos, enquanto a administração da Líbia Ocidental é apoiada pela Turquia, Qatar e Itália.

Os apoiadores da Líbia Oriental estão todos ajudando nos esforços de resgate no terreno. Entretanto, para as operações de resgate chegarem a Derna, cidade mais afetada pelas chuvas, têm de ser aprovadas pelas autoridades rivais. Além das estradas para a cidade portuária terem sido cortadas pela tempestade, as rivalidades políticas têm dificultado a ajuda às vítimas das enchentes.

Qualquer esforço internacional para enviar uma equipe de resgate deve ser aprovado pelo governo de Trípoli”, disse Claudia Guzzini, analista sênior da Líbia no International Crisis Group.


Pessoas verificam uma área devastada pelas inundações em Derna (Foto: reprodução/AFP/Time)


Inundações na Líbia

As fortes chuvas provocadas pela tempestade Daniel levaram rapidamente a inundações massivas em várias áreas no leste da Líbia, controlada pela HoR.

As inundações atingiram as cidades de Benghazi, Susa, Bayda e al-Marj, entre outras, mas a cidade portuária de Derna foi a mais devastada. Duas barragens em Derna romperam-se na segunda-feira, uma após a outra, causando destruição.

A cidade é cercada por montanhas, por isso as enchentes rapidamente tomaram conta, com o nível da água subindo até 3 metros. Filmagens e imagens que surgiram desde então mostram destruição em grande escala, com bairros inteiros, especialmente aqueles localizados ao longo do rio Derna, que desce das montanhas através da cidade, destruídos.

Estima-se que 3 mil pessoas morreram, enquanto cerca de 10 mil continuam desaparecidas, o que levanta preocupações de que o número de mortos seja bem maior.

Foto destaque: Cidade portuária de Derna afetada pelas inundações. Reprodução/AFP.

Pacto Global da ONU assina documento para luta da equidade racial

Nesta sexta-feira (15), em Nova York, terminou o encontro de dois do Pacto Global da ONU. A reunião demonstrou que, além das promessas, o Brasil já recolheu resultados com as lutas pela diversidade, inclusão, direitos humanos e justiça salarial.

No Brasil, esse Pacto é uma iniciativa da inclusão de mais 2 mil empresas brasileiras, que concordam em participar voluntariamente nas pautas dos direitos humanos, ambientais e justiça social.

Pacto dos pactos

Neste encontro, foi assinado o “pacto dos pactos”, um documento que luta pela equidade racial e igualdade nos espaços corporativos. Dessa forma, representantes desta luta, mulheres negras, empresárias engajadas, presidente de banco e lideranças brasileiras em diversas áreas reforçaram a importância do acordo.

A oficialização do tratado aconteceu em um painel, com a presença de cinco mulheres negras, representantes de empresas e entidades que trocaram suas experiências.


Logo do Pacto Global da ONU, Rede Brasil. (Foto: reprodução/Conselho Regional de Administração da Bahia)


Como uma das representantes do Banco do Brasil, a presidente Tarciana Medeiros demonstrou números que buscam ampliar a diversidade nos meios corporativos e levar a população feminina a postos de alto escalão na empresa. Também trouxe iniciativas para apoiar mulheres empreendedoras, com dificuldades no acesso ao crédito.

Proteção da Amazônia

Além do pacto assinado, foi abordado o tema escolhido para 2023, a Amazônia. Mais de 300 lideranças mundiais discutiram sobre o respeito ao meio ambiente e a proteção da Floresta.

O CEO do Pacto Global no Brasil, Carlo Pereira, disse que as intenções da reunião são compreender “o papel e o impacto das empresas no bioma Amazônia.” Além disso, Carlo disse que o Pacto precisa “trabalhar por meio de iniciativas muito claras e projetos muito concretos”,  para que consigam “reduzir todo o impacto, então, que as empresas promovem na Amazônia.

O resultado esperado pelo CEO brasileiro e outros representantes é fazer com que as instituições repensem o modo que a cadeia de produção pode ser modificada para contribuir na proteção do meio ambiente. 

Foto Destaque: Bandeira da Organização das Nações Unidas. Reprodução/Generation Brasil

Um terço de Derna pode ter desaparecido com enchente

Em Derna, cidade na costa do Mar Mediterrâneo, duas barragens se romperam no fim de semana, com a chegada da Tempestade Daniel no nordeste da Líbia. Documento do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) estima que 30% da cidade pode ter desaparecido com enchentes.

O coordenador de ajuda da ONU, Martin Griffiths, enfatizou a necessidade de equipamentos para encontrar pessoas presas na lama e nos escombros, além dos cuidados primários de saúde para prevenir um surto de cólera. Mais de mil pessoas já foram enterradas em valas comuns na cidade.

30% de Derna pode ter desaparecido

No domingo (10), a tempestade Daniel atingiu o nordeste da Líbia, causando chuvas torrenciais e inundações que atingiram várias cidades e vilas. Cerca de 884.000 pessoas em cinco províncias (mantikas) da Líbia foram diretamente impactadas pelas inundações e tempestade, segundo documento lançado ontem (14) pelo Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).


Imagens de satélite mostram Derna em 2 de setembro à esquerda, antes das enchentes, e na terça (13) após a tragédia. (Foto: Planet Labs PBC/AP)


A situação foi agravada devido às condições humanitárias pré-existentes, deterioração da situação socioeconômica do país nos últimos anos e restrições logísticas e de acesso a certas áreas. Desde a queda do ex-governante Muammar Gaddafi em 2011, a Líbia está dividida entre dois governos rivais.


Imagens do satélite Copernicus Sentinel-2 mostram regiões atingidas por enchentes na Líbia, pela passagem da Tempestade Daniel. (Foto: Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR))


Conforme o relatório da organização da ONU, pelo menos 30 mil pessoas foram deslocadas em Derna, 3 mil em Al-Bayda, 1.000 em Al-Mukhaili e 2.085 em Benghazi. As estimativas são de que 30% de Berna possa ter desaparecido devido à tempestade.

Tragédia agrava crise humanitária na Líbia

O Coordenador de Assistência Humanitária da ONU, Martin Griffiths, afirmou que “o clima e a capacidade [logística e de infra-estrutura] se chocaram para causar essa terrível tragédia” em um país onde já existem 300.000 pessoas necessitando de ajuda humanitária. 


Navio San Giorgio da marinha italiana chegou hoje (15) à costa de Derna para oferecer apoio logístico e de saúde às equipes de resgate. (Foto: Reprodução/Facebook/@lyobserver)


De acordo com o REACH, iniciativa do Programa de Aplicações Operacionais de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT), em 2022, 69% das famílias em Derna já tinham necessidades não atendidas relacionadas a água, saneamento e higiene.

Centro Meteorológico emitiu alertas 72h antes

Segundo o Secretário-Geral da Organização Meteorológica Mundial (WMO), Petteri Taalas, o Centro Meteorológico Nacional da Líbia emitiu alertas 72h antes sobre a Tempestade Daniel, notificando as autoridades governamentais e pedindo que tomassem medidas preventivas. 

Com base nesses alertas, Trípoli declarou Estado de Emergência nas regiões orientais da Líbia. Não houve alertas, no entanto, sobre o risco apresentado pelas barragens em Derna, construídas nos anos 1970, que se romperam provocando a tragédia.

Cidades mais afetadas pelas enchentes na Líbia

O país é dividido em três regiões principais: Cirenaica, no leste, é a região mais populosa e industrializada; Tripolitania, no noroeste, é a região onde fica a capital, Trípoli; Fezzan, no sudoeste, é a região menos povoada.

O país não tem estados, mas é dividido em 22 prefeituras, cada uma com um governador. As prefeituras são divididas em distritos e vilas.

Segundo documento OCHA lançado ontem (14), as áreas mais afetadas pelas inundações incluem:

Região de Cirenaica

Derna, prefeitura de Derna

Albayda ou Al-Bayda, prefeitura de Albayda

Soussa, prefeitura de Al-Marj

Al-Marj, prefeitura de Al-Marj

Shahat ou Cyrene, prefeitura de Shahat

Região de Fezzan

Taknis, prefeitura de Sabha

Battah, prefeitura de Sabha

Região de Tripolitânia

Tolmeita, prefeitura de Tripoli

Bersis, prefeitura de Tripoli

Tokra ou Tochra, prefeitura de Tripoli

Al-Abyar ou Al Abiar, prefeitura de Al-Abyar

Foto Destaque: Vista geral da cidade de Derna, no nordeste da Líbia, na quarta (13), após as enchentes provocadas pelo rompimento de duas barragens. Muhammad J. Elalwany/AP.

Instituições serão responsáveis por “publicidades” de influenciadores que possam incitar ao erro

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) definiu novas regras que responsabilizam as instituições financeiras por quaisquer postagens de seus influenciadores digitais que possam induzir o público ao erro. Além de proteger o público da publicidade enganosa, o principal objetivo da iniciativa é aumentar o nível de transparência das relações publicitárias entre empresas e influenciadores.

O novo regulamento estabelece que:

  • Qualquer publicidade de instituição financeira feita por um influenciador, seja financeiro ou não, deve ser regida por um contrato que especifique todos os tipos de produtos e/ou serviços financeiros a serem anunciados;
  • O contrato deve especificar o influenciador para indicar claramente que se trata de uma propaganda de produtos ou serviços financeiros;
  • As instituições financeiras serão corresponsáveis ​​por qualquer publicidade relativa aos seus produtos ou serviços e deverão garantir que as publicações cumprem as regras de publicidade e declaram a veracidade das suas informações;
  • Caso a propaganda se refira à recomendação ou análise de algum produto financeiro, a instituição deverá garantir que o influenciador possua a certificação e autorização necessárias para falar sobre o assunto;
  • Documentos relativos à contratação de influenciador e publicidade devem ser guardados por pelo menos um ano e apresentados sempre que necessário.

Para definir as regras, a Anbima realizou diversas audiências públicas, incluindo a participação de influenciadores. O regulamento entra em vigor em 13 de novembro.


Instituições financeiras sao alvos da Anbima para evitar erros por coibição de influenciadores. (Foto: Reprodução/Shutterstock)


Recrutamento mais transparente

Segundo Tiago Feitosa, professor e especialista em mercado de capitais da T2 Educação, a decisão da Anbima ocorre porque a associação não tem autoridade para regulamentar o trabalho dos influenciadores. Portanto, uma alternativa possível é tornar a instituição que os contrata tão responsável por qualquer publicidade quanto ela.

“O influenciador que vai falar de produtos financeiros não necessariamente é um influenciador de finanças. Um grande exemplo são os influenciadores focados em turismo que, costumeiramente, fazem propaganda de instituições financeiras que facilitam a intermediação de câmbio”, ressalta Feitosa.

 Em um caso como esse, a Anbima não pode responsabilizar um influenciador se ele disser algo que engane seu público — como insinuar que a pessoa está usando o dinheiro do fundo de emergência para comprar dólares. Mas a instituição que o contratou o fez.

“Então, a instituição financeira precisa adotar procedimentos que fiquem claros para que ela possa reportar para a Anbima quem são os influenciadores que ela está contratando, sobre o que eles estão falando e quais materiais foram e serão produzidos por eles”, explica o especialista.

A nova regulamentação nesse sentido determina que o contrato deve garantir que o influenciador fale sobre produtos ou serviços financeiros de boa-fé, com transparência e cautela, evite conflitos de interesses e concorrência desleal e cuide do cliente. A Anbima ressalta ainda que a instituição deve ser responsável por monitorar a atuação do influenciador no que diz respeito à divulgação dos produtos e serviços oferecidos pela empresa e por disponibilizar e atualizar a lista de influenciadores contratados sempre que necessário.

Autoridade para recomendar ou avaliar produtos

Tiago Feitosa destaca ainda que agora a instituição também é responsável por garantir que o influenciador possui a certificação necessária para publicidade que inclui recomendação ou análise de produtos financeiros. No Brasil, para recomendar a compra ou venda de qualquer produto – seja título de renda fixa, ações, fundo imobiliário ou qualquer outro ativo – é obrigatório que a pessoa seja certificada por algum órgão competente, como a própria Anbima, para exemplo. O especialista destaca que uma instituição financeira pode contratar qualquer influenciador para falar sobre a própria empresa ou explicar de maneira geral ao seu público como funcionam os investimentos.

“Mas, sempre que o influenciador fala especificamente de um produto, mesmo que com fins educativos, podendo induzir a audiência a tomar uma decisão de investir ou não, isso pode ser caracterizado como recomendação de investimento e, portanto, só quem poderia fazer isso é um profissional que tenha certificação”, destaca.

Portanto, com a nova regulamentação, a própria instituição é responsável por garantir que seus influenciadores contratados possuam essas certificações que os autorizam a recomendar produtos.

Foto Destaque:  A nova regulamentação começa a valer no dia 13 de novembro. Reprodução/Blog Etus

João de Deus é condenado a mais 118 anos de prisão, totalizando quase 500 anos

João Teixeira de Faria, 81 anos, conhecido como o médium João de Deus, foi condenado em primeira instância a mais 118 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) pelos crimes de estupro de pessoa vulnerável e estupro sexual mediante fraude, no qual violentou diversas mulheres que frequentavam seu templo em Abadiânia (GO). A informação é do portal G1. No total, o religioso passará 489 anos e 4 meses preso.

O advogado Anderson Van Gualberto, que representa João de Deus, disse ao G1 News que ainda aguarda o anúncio das novas sentenças e irá recorrer da sentença. O médium foi acusado de crimes cometidos contra 66 vítimas e condenado por 56 deles. Em decisão do juiz Marcos Boechat Lopes Filho, da Comarca de Abadiânia, o ex-líder religioso também foi condenado a pagar até R$ 100 mil como indenização por danos morais às vítimas. João de Deus cumpre atualmente pena em domicilio.


O médium realizava os atendimentos na casa de Dom Inácio Loyola. (Foto: Reprodução/Alan Marques/Folha Press)


Preso há quase 5 anos

As denúncias contra João de Deus começaram a aparecer em setembro de 2018 no programa Conversa Com Bial, da TV Globo. Várias mulheres relataram terem sido abusadas sexualmente durante os cultos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola. Uma investigação foi iniciada e o médium foi preso dois meses depois, em 16 de dezembro de 2018. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), a defesa do condenado já interpôs seis recursos contra as decisões, que o órgão analisou e deu provimento parcial. No entanto, dois deles estão em fase de recurso no Supremo Tribunal Federal (STJ) e ainda não foram julgados.    

Detenção do médium

“João de Deus” foi preso em dezembro de 2018 depois que mulheres denunciaram o médium por abuso sexual durante cultos espirituais na casa de Dom Inácio de Loyola. Ele foi colocado em prisão domiciliar em março de 2020, mas voltou à prisão na época.

Foto Destaque: O médium João de Deus. Reprodução/ISTOÉ

Operações do Bope e Core entram em confronto com milícia na Praça Seca

As forças de elite das polícias do Rio de Janeiro, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, foram mobilizadas para a Praça Seca nesta sexta-feira (15) em resposta aos confrontos que ocorreram nas comunidades locais durante a noite anterior e a madrugada do mesmo dia.

Na Rua Cândido Benício, a principal via do bairro Praça Seca, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, ocorreram manifestações que resultaram na interrupção do tráfego. Essas manifestações se desenvolveram em meio a conflitos entre facções criminosas na região.

Nesta operação, helicópteros da polícia voaram em baixa altitude sobre a área, enquanto os militares cruzaram a Rua Cândido Benício armados e em rápida movimentação.


Helicóptero da Polícia Civil sobrevoando o local no momento da operação (Foto: reprodução/G1/Globocoop)


Até o momento desta reportagem, não foram disponibilizadas informações sobre feridos, prisões ou apreensões relacionadas a esses confrontos.

Milicianos retomaram o controle

Foi apurado que milicianos conseguiram retomar o controle da região conhecida como Chacrinha, que anteriormente estava sob o domínio do Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas envolvidas com o tráfico de drogas no estado.

Suspeita-se que o traficante Bruno Silva, conhecido como Tiriça, tenha ordenado protestos em diferentes pontos da Praça Seca com o propósito de distrair a polícia e facilitar a fuga de seus comparsas. Tiriça figura entre os alvos da operação que está em curso.

Durante o dia que antecedeu os confrontos, moradores relataram tiroteios e motoristas evitaram a região.

Criminosos armados

O Globocop, a aeronave de reportagem da TV Globo, registrou a presença de criminosos armados na área da Chacrinha e no Bateau Mouche. Além disso, foram avistadas viaturas da Polícia Militar, inclusive veículos blindados, na localidade.

Em um determinado momento da tarde, a Rua Cândido Benício foi bloqueada nas proximidades da estação do BRT Ipase devido a uma manifestação que envolveu o incêndio de lixeiras e causou a interrupção dos serviços de transporte no corredor Transcarioca por cerca de uma hora.

Área da Chacrinha

A Polícia Militar, especificamente homens do 18° BPM (Jacarepaguá), foi despachada para reforçar a segurança na área da Chacrinha e restabelecer o trânsito.

É relevante destacar que, em comunidades controladas por traficantes ou milicianos, existem regras não escritas para a circulação de veículos, como a necessidade de ativar o pisca-alerta, manter a luz interna acesa e baixar todos os vidros. Além disso, é comum encontrar barricadas em diversos pontos de acesso.

Idosa ferida

Na última quarta-feira (13), uma idosa de 77 anos foi alvejada por disparos de arma de fogo ao inadvertidamente entrar na Estrada da Chácara, na Praça Seca.

Os criminosos, ao perceberem que a vítima não tinha vínculos com a polícia nem com facções criminosas rivais, pediram desculpas e a encaminharam para receber atendimento médico na Rua Cândido Benício.

 

Foto destaque: Forças de elite, Bope e Core, foram acionadas após a milícia retomar o controle da Chacrinha na Praça Seca. Reprodução/G1/Globocoop

Maquiador Rico Tavares, amigo de Danni Suzuki, falece no RJ após três semanas de internação

O maquiador Ricardo Luiz Milane Tavares, conhecido como Rico Tavares, faleceu nesta sexta-feira (15) no Rio de Janeiro após permanecer hospitalizado por três semanas devido a um acidente de atropelamento. Ele era conhecido por seu trabalho com celebridades como Maitê Proença, Danni Suzuki, Claudia Ohana, Letícia Spiller e João Vicente de Castro. Rico estava internado em estado crítico no Hospital Estadual Alberto Torres desde o dia 22 de agosto, data do acidente. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou o óbito.

Segundo informações da Polícia Civil, o atropelamento ocorreu na noite de 22 de agosto, em Vista Alegre, São Gonçalo. Rico foi encontrado inconsciente e socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros, sendo admitido no Hospital Alberto Torres às 20h34 do mesmo dia. Seu veículo, um Fiat Uno Vivace, foi localizado próximo a uma padaria às margens da rodovia RJ-104.


Rico Tavares e Danni Suzuki na cachoeira (Foto: reprodução/Instagram/@danisuzuki)


Considerado desaparecido

Inicialmente, Rico Tavares foi considerado desaparecido, sendo sua identificação possível graças a uma tatuagem em sua barriga. Durante o período de internação, a atriz Daniele Suzuki, sua amiga próxima, acompanhou de perto sua evolução de saúde e relatou melhorias, como a capacidade de responder a comandos simples.

O maquiador recebeu amplo apoio de colegas e amigos famosos, como Bruna Marquezine, Fabíula Nascimento, Klara Castanho e Danni Suzuki, que mobilizaram as redes sociais em busca de informações e auxílio para localizá-lo.

O acidente

O acidente ocorreu na rodovia RJ-104, no quilômetro 16. Câmeras de segurança registraram Rico em um bar em Itaipuaçu cerca de uma hora e meia antes de sua internação no hospital, onde comprou cerveja e cigarros. Devido à falta de documentos, ele foi encaminhado ao hospital como uma vítima não identificada, resultando em seu registro como desaparecido por dois dias.

Rico Tavares era uma figura respeitada em sua área de atuação, deixando uma contribuição significativa na indústria da beleza e entretenimento. Seu trágico falecimento é uma perda sentida não apenas na comunidade artística, mas também por seus entes queridos.

Danni Suzuki

Na semana passada, Danni Suzuki usou seu perfil no Instagram para compartilhar uma mensagem sobre a situação do seu amigo Ricardinho, como assim ela o chamava. Ela informou que ele ainda permanecia em estado grave e que, já naquele momento, ela previa que enfrentaria “muitos altos e baixos”, segundo ela, na jornada de recuperação de Rico Tavares. Dani destacou a qualidade da equipe médica do Hospital Alberto Torres, ressaltando que eles estão fazendo um trabalho excepcional.

Além disso, a atriz mencionou que estava se reunindo diariamente com alguns amigos às 23 horas para orações em grupo, ela disse que “o importante é rezarmos juntos pra (sic) aumentar a força de luz! Deus escuta todos nós e juntos inspiramos mais ainda uns aos outros a nos aproximar dele e assim abençomos (sic) cada vez mais também as nossas vidas”.

Ela explicou que aprenderam a rezar o terço recentemente, segundo ela, por sugestão de uma médica querida, e que, embora não seja uma prática que abranja todas as religiões, eles fizeram o que podiam. É importante destacar que Danni não tem uma religião específica. Danni agradeceu imensamente pelo carinho que todos têm demonstrado pelo maquiador e enfatizou o quanto ele é amado.

Foto Destaque: Danni Suzuki compartilhou imagens em seu Instagram com o seu amigo Ricardinho. Reprodução/Instagram/@danisuzuki.

Desenrola Brasil: saiba como se cadastrar para aproveitar o programa

Até o fim de setembro, o governo federal planeja disponibilizar o acesso à plataforma “Desenrola” para o público em geral. Este programa de renegociação de dívidas será acessível para indivíduos com renda de até 2 salários mínimos ou para aqueles que estejam inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e tenham dívidas negativas de até R$ 5 mil.

Entretanto, é fundamental que o cidadão esteja registrado na plataforma gov.br com níveis de Prata ou Ouro para poder utilizar o sistema. A conta gov.br representa uma plataforma de reconhecimento digital para cada cidadão, garantindo uma identificação segura ao acessar serviços digitais. 

Por meio dela, é possível realizar tarefas como a declaração do Imposto de Renda, acessar serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), obter documentos digitais, incluindo a carteira de trabalho e de motorista, e até mesmo executar assinaturas digitais e a prova de vida no INSS.


Explicações sobre o programa “Desenrola, Brasil!”. (Foto: reprodução/Governo Federal)


Cadastro na plataforma

O Ministério da Fazenda estima que existem mais de 150 milhões de contas gov.br, sendo que mais de 70 milhões delas estão nos níveis Prata ou Ouro. Para efetuar o cadastro, é preciso acessar o portal do governo federal:

  1. Acesse www.gov.br.
  2. Selecione a opção “Entrar com gov.br”.
  3. Insira seu CPF e clique em “Continuar” para criar ou atualizar sua conta.

Durante o processo de cadastro, o cidadão preenche um formulário simples, e seus dados podem ser validados pela Receita Federal ou pelo INSS. Vale mencionar que o cadastro também pode ser realizado em uma agência do INSS ou nos postos do Serviço Nacional de Trânsito (Senatran). No entanto, essa opção permite apenas o nível Bronze.

Níveis do Gov.br

Para elevar o nível da conta para Prata, os cidadãos precisam realizar uma biometria facial com a CNH ou serem servidores públicos federais, ou ainda, fazer o login por meio do banco, caso ele esteja entre os credenciados. Esses bancos incluem o Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Banco de Brasília, Caixa Econômica, Sicoob, Santander, Itaú, Agibank, Sicredi e Mercantil do Brasil. É importante frisar que é necessário ter o número de telefone registrado no banco para receber o SMS de confirmação de acesso.

A conta Ouro exige o reconhecimento facial por meio de um aplicativo para verificar a foto nas bases da Justiça Eleitoral (TSE) ou a validação por meio do QR Code da Carteira de Identidade Nacional ou com Certificado Digital compatível com ICP-Brasil.


Funcionalidades liberadas para cada nível do gov.br. (Foto: reprodução/Dácio Augusto/Canaltech)


Se desejar elevar o nível de sua conta gov.br de Bronze para Prata ou Ouro, também é possível utilizar o aplicativo Gov.br e seguir as instruções disponíveis. O aplicativo oferece a oportunidade de fazer essa atualização no nível da conta.

Foto Destaque: Logo do programa “Desenrola, Brasil!” sobre notas de real. Reprodução/Governo Federal/RafaPress/Você SA.