Estudo afirma que 17% de pessoas que moram em favelas ficam sem água duas vezes na semana

De acordo com a pesquisa Rede Favela Sustentável, 17% do total de pessoas de 15 comunidades não tem fornecimento de água por cerca de duas vezes na semana. Esse número representa mais de 270 mil moradores. Vale ressaltar que, 69% dos entrevistados dizem que se a conta de luz tivesse o valor reduzido, parte do dinheiro seria direcionado para compra de comida.

Na última quarta-feira (29), o estudo Justiça Hídrica e Energética nas Favelas foi apresentado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em uma audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Segundo a pesquisa, 25% dos moradores de favelas afirmam que a água tem gosto insalubre e 31% não possuem água filtrada e tomam água diretamente da torneira.

Redução na conta de luz

Um dos principais problemas para as pessoas que moram em favelas é a dificuldade em conseguir reduzir o valor da conta de luz, com o benefício da Tarifa Social. Esse benefício garante um valor mensal de R$ 22,65 para quem tem um consumo mínimo de até 15 mil litros de água durante 30 dias. No entanto, os moradores afirmam que o processo é burocrático e que o incentivo é limitado, além de muitos não conseguirem preencher os requisitos. Apenas 18% dos clientes da Águas do Rio recebem o incentivo da Tarifa Social.


Moradores sofrem com a falta de água em favelas do Rio de Janeiro (Foto: reprodução/OGlobo)


De acordo com a CNN, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora do Laboratório de Estudos de Águas Urbanas e pesquisadora do Observatório das Metrópoles, Ana Lúcia Britto, ressalta que muitos desses moradores de favelas não possuem todos os documentos e que é preciso olhar cada caso de forma individual e buscar alternativas para esses casos, já que há pessoas que trabalham na própria residência e necessitam do fornecimento de água

A deputada Dani Monteiro, do Psol, disse em audiência na Alerj que criará um projeto de Lei que determine a distribuição de água sem cobrança de tarifa, pelo “mínimo vital”. Além disso, punirá quem descumprir o acordo.

Sobre a Rede Favela Sustentável

A Rede Favela Sustentável possui uma base comunitária que objetiva fortalecer e aumentar iniciativas de sustentabilidade nas favelas do Rio. Atualmente, ela é formada por 400 integrantes, com mais de comunitários de 127 favelas e comunidades do Grande Rio e aliados técnicos. Entre a sua missão está a luta por justiça climática através a potencialização de iniciativas nas favelas cariocas como modelos de favelas sustentáveis.

Foto destaque: favelas no Rio sofrem por falta de fornecimento de água (Reprodução/AgênciaBrasil/@TâniaRêgo)

Google pagará US$ 74 milhões ao Canadá para veicular notícias online

O Google concordou em pagar anualmente 74 milhões de dólares para o Canadá, para veicular e promover notícias de uma variedade de editores locais na sua plataforma. O pagamento é previsto pela Lei de Notícias On-line de Trudeau, popularmente conhecida como Projeto de Lei C-18, e tem o intuito de forçar a big techs a pagarem aos editores locais para apresentar notícias nas plataformas.

A lei foi aprovada em junho deste ano, mas as regras vêm sendo definidas ao longo do segundo semestre. O prazo limite para a divulgação das regras é no dia 19 de dezembro deste ano ainda.

Meta bloqueia notícias para não pagar por elas

O Google tinha anunciado anteriormente a possibilidade de bloquear a exibição de notícias em sua plataforma, argumentando que a legislação canadense era mais rígida em comparação com as leis da Europa e da Austrália. Essa postura levantou preocupações sobre a possível exposição da empresa a uma responsabilidade que poderia ser considerada ilimitada. 


Pessoa utiliza aplicativo Facebook em frete a uma tela com o logotipo do Meta Group (Foto: reprodução/Uol)


Paralelamente, a Meta (anteriormente Facebook) já havia tomado medidas semelhantes, bloqueando os links de notícias do Facebook e Instagram no Canadá desde agosto, como forma de evitar obrigações financeiras associadas a pagamentos relacionados a essa legislação.

Google já paga para veicular notícias

O pagamento para a veiculação de notícias não é novidade para o Google uma vez que em 2021, a empresa introduziu um programa chamado “Google News Showcase” em alguns países, onde pagava às editoras por conteúdo de notícias de alta qualidade para ser exibido em seus serviços, como o Google Notícias.

Esses acordos foram feitos como parte de esforços do Google para compensar as editoras de notícias pelo uso de seu conteúdo. O Google trabalhou em parceria com várias organizações de notícias em todo o mundo para criar acordos financeiros que beneficiassem ambas as partes, oferecendo aos usuários acesso a conteúdo de qualidade enquanto fornecia compensação às editoras pelo uso de suas matérias.

 

Foto Destaque: mão feminina fazendo busca pelo Google em smartphone (Reprodução/blog/Neil Patel)

Cruz Vermelha ainda aguarda acesso a reféns em Gaza

Autoridades da Cruz Vermelha continuam sem permissão para visitar os reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, violando o acordo de trégua entre Israel e o grupo extremista. Conforme estipulado no acordo, a Cruz Vermelha deveria ter acesso aos reféns até o final do quarto dia da trégua, mas as negociações ainda não permitiram isso.

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, enfatizou a importância do acesso da Cruz Vermelha aos reféns, conforme previsto no acordo. Os Estados Unidos têm instado os mediadores do Catar a pressionarem o Hamas nessa questão, buscando também provas de vida como parte dos esforços para estender a pausa e garantir a libertação dos reféns.

Apesar do impasse, fontes da CNN indicam que o atraso na visita da Cruz Vermelha não deve, por enquanto, impactar o acordo de trégua. O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jason Straziuso, ressaltou que a organização só pode agir com a concordância de ambas as partes envolvidas.

Temos insistido desde o primeiro dia em conversas diretas com o Hamas que eles libertem os reféns, exceto que nos seja permitido visitar as vítimas e que essas pessoas possam se comunicar com suas famílias“, afirmou Straziuso. Ele destacou a disposição da Cruz Vermelha em verificar o bem-estar dos reféns e fornecer assistência, mas enfatizou a necessidade de permissão para garantir a segurança de todos.

Entre a cruz e a espada

Enquanto a situação dos reféns permanece tensa, os residentes da Faixa de Gaza se veem presos entre a “ocupação” de Israel e a “ditadura” dos movimentos  extremistas palestinos, revela uma pesquisa conduzida pela cientista política Amaney Jamal, da Universidade de Princeton. A pesquisa indica que dois terços da população de Gaza, submetida ao bloqueio israelense desde 2007, não confiam no poder “corrupto” e “autoritário” do Hamas.

Jamal destaca que os moradores de Gaza atribuem seus problemas econômicos não apenas ao bloqueio israelense, mas também à corrupção do próprio Hamas. A pesquisa revela um cenário de desconfiança generalizada, com a população buscando soluções negociadas, enquanto uma minoria expressa apoio à “resistência armada.

Existe a ocupação israelense” dos territórios palestinos e “existem os regimes do Hamas e da Autoridade Palestina, que ao longo do tempo se tornaram mais ditatoriais e autoritários“, afirma Jamal à AFP. “O palestino médio, acostumado com a ocupação de Israel, vive agora sob ocupação dos dois poderes“, aponta Jamal.

Seu estudo, intitulado de “O que os palestinos realmente pensam do Hamas” e realizado entre o final de setembro e o dia 6 de outubro, coletou informações de  uma amostra de 790 pessoas na Cisjordânia e 399 na Faixa de Gaza. Durante um período do estudo houve uma interrupção mediante aos ataques entre Hamas a Israel, que provocaram a morte de  1.200 pessoas, segundo Tel Aviv.

Antes dos ataques, 67% dos palestinos de Gaza não confiava ou confiava pouco no Hamas“, afirma a pesquisadora. Com isso, Jamal afirma que a premissa de que “toda a Faixa de Gaza apoia o Hamas e que, portanto, todo o território deveria ser responsabilizado pelos atos atrozes” perpetrados pelo grupo extremista é uma falácia.


Amaney Jamal é a autora do estudo sobre o apoio dos palestinos aos Hamas (Foto: reprodução/Princenton University)


Apartheid

Mesmo sem o apoio ao Hamas, muitos palestinos foram afetados com a situação presente na guerra. Antes mesmo de instaurarem os novos conflitos armados, o povo residente na Faixa de Gaza já era afetado pela gestão governamental do Estado de Israel, comandada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a que o Human Rights Watch chegou a sugerir que havia criado uma condição de apartheid para os palestinos.

Segundo o documento Um Limiar Ultrapassado do Human Rights Watch, o termo surge para designar a discriminação que os israelenses realizam sobre os palestinos. A opressão varia mediante as regras estabelecidas pelo governo de Israel. Algumas das restrições para os 4.7 milhões de palestinos incluem o impedimento do direito de ir e vir, a confiscação de suas terras, a proibição de direitos básicos, entre outros. Essa condição acabou sendo um dos agravantes para o desenrolar atual do conflito Israel-Hamas.

Foto destaque: Cruz Vermelha tem desempenhado o papel de resgate de reféns na Guerra Israel-Hamas (reprodução/Contacto/AFP)

Starbucks enfrenta ordem de despejo após falta de pagamento de aluguel em BH

A Starbucks, renomada rede internacional de cafeterias, enfrenta uma decisão judicial determinando sua saída do Boulevard Shopping, localizado no bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O juiz Eduardo Veloso Lago, da 25ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, emitiu a ordem de despejo em razão do não pagamento de três meses de aluguel, após a empresa ter solicitado recuperação judicial.

De acordo com a decisão judicial datada desta segunda-feira (27), a Starbucks tem um prazo de 15 dias, a contar da expedição da sentença, para desocupar o imóvel.

Caução em dinheiro

O juiz fixou a caução em dinheiro, equivalente a três aluguéis vigentes, a ser prestada em cinco dias, dispensando a lavratura de termo.

O magistrado também instruiu a Starbucks a efetuar o pagamento dos aluguéis e acessórios vencidos via depósito judicial.

A SouthRock Capital, empresa responsável pelas operações da Starbucks no Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial em 31 de outubro, protocolado na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, com uma dívida registrada de R$ 1,8 bilhão, conforme informações do escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados.

Recuperação judicial

A justificativa para o pedido de recuperação judicial incluiu fatores como o baixo grau de confiança, a alta instabilidade no país, a volatilidade da taxa de juros e as constantes variações cambiais.

A crise econômica e os impactos da pandemia da Covid-19 também foram citados, levando a uma significativa queda no lucro da empresa, com uma redução de 95% nas vendas em 2020 e quedas subsequentes nos anos seguintes.

Em meio a esse cenário desafiador, o Boulevard Shopping optou por não se pronunciar sobre o caso. A Starbucks, reconhecida por sua presença global e padrões de qualidade, enfrenta agora um desafio significativo em território brasileiro.

Sobre a Starbucks

Fundada em 1971 em Seattle, nos Estados Unidos, a Starbucks é uma das maiores redes de cafeterias do mundo, presente em mais de 30 mil lojas distribuídas por 80 países.


Fachada da loja da Starbucks (Foto: reprodução/Pixabay/Şahin Sezer Dinçer)


No Brasil desde 2006, a empresa conta com mais de 120 lojas em 17 cidades. Além de sua ampla variedade de produtos, a Starbucks destaca-se por seu compromisso com a responsabilidade social e ambiental, apoiando iniciativas de sustentabilidade, educação e diversidade.

 

Foto destaque: Loja da Starbucks localizada no Boulevard Shopping em Belo Horizonte (Reprodução/Starbucks Brasil/G1). 

Juíza Kismara Brustolin é suspensa após gritar com testemunha

A juíza Kismara Brustolin foi suspensa pelo Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região. Ela não poderá atuar em novas audiências, pois será investigada a sua conduta em um caso na Vara da Justiça do Trabalho, em Xanxerê, Santa Catarina. Na ocasião, a magistrada foi flagrada aos gritos com uma testemunha, que parecia sem entender a situação e o motivo de tal descontrole, pedindo que ele se direcionasse a ela como “excelência”.

O ocorrido aconteceu no dia 14 de novembro e a juíza Kismara ainda não se pronunciou sobre as suas atitudes. Após grande repercussão do vídeo da sessão nas redes sociais, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) decidiu intervir no caso e provocou o TRT para a magistrada ser investigada.

Nota do TRT

“Sobre os fatos ocorridos no dia 14 de novembro durante audiência realizada pela juíza substituta Kismara Brustolin na Vara do Trabalho de Xanxerê, o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC) vem manifestar que:

Após ter tido conhecimento dos fatos, relatados por representantes da Presidência da OAB-SC, e atendendo a ofício expedido pela Ordem na tarde desta terça-feira (28/11), solicitando providências cabíveis, a Presidência e a Corregedoria Regional do TRT-SC, em ato conjunto, decidiram pela imediata suspensão da realização de audiências pela magistrada, sem prejuízo do proferimento de sentenças e despachos que estejam pendentes, salvo recomendação médica em contrário. Em ato contínuo, a Corregedoria Regional irá instaurar procedimento apuratório de irregularidade.

A suspensão da realização de audiências deverá ser mantida até a conclusão do procedimento apuratório de irregularidade ou eventual verificação de incapacidade da magistrada, com o seu integral afastamento médico”.


Juíza Kismara na audiência que repercutiu seu comportamento (Foto: reprodução/g1)

 


A sessão e a repercussão

No vídeo que circula na internet, a juíza Kismara Brustolin, visivelmente incomodada, repreende a testemunha por não se dirigir a ela da forma “correta”. Ela interrompe a fala do homem e exige que ele responda: “O que a senhora deseja, excelência?”

A juíza o avisa que o seu testemunho pode ser invalidado caso não faça o que ela estivesse pedindo, o mesmo a questiona se seria obrigado a realizar tal ordem. O homem segue relatando o seu testemunho, porém é novamente interrompido pela magistrada que o critica utilizando de uma expressão que o qualifica como uma pessoa que fala mais que o necessário.

Apesar da defesa do advogado presente na audiência, a juíza decidiu excluir o depoimento do homem, argumentando que o mesmo faltou com respeito, educação e urbanidade. 

O vídeo repercutiu muito nas redes sociais, gerando indignação dos usuários pelo comportamento da magistrada, com pessoas alegando que seria um caso de abuso de poder.

Foto destaque: Juíza Kismara Brustolin está suspensa de suas atividades (Reprodução/Metrópoles)

Após queda durante a pandemia, expectativa de vida do brasileiro sobe para 75,5 anos

No ano de 2022, a expectativa de vida ao nascer no Brasil alcançou a média de 75,5 anos, revela a Tábua de Mortalidade divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número, no entanto, apresenta uma queda em comparação às estimativas anteriores, refletindo o aumento das mortes associadas à pandemia de COVID-19.

As projeções indicam que a expectativa de vida, que era de 76,2 anos em 2019, decresceu para 74,8 anos em 2020 e para 72,8 anos em 2021. A variação nesse indicador está intimamente ligada ao impacto da crise de saúde global.

Mortalidade infantil

Em relação à mortalidade infantil, a taxa de óbitos antes de completar um ano de idade foi de 12,9 a cada mil nascimentos em 2022. Analisando por sexo, a taxa foi de 13,9 para homens e 11,7 para mulheres, indicando uma discrepância significativa.

Para aqueles que atingiram a idade de 60 anos, a esperança de vida em 2022 era de 21,9 anos para a população em geral. Separando por sexo, os homens tinham uma expectativa de 20,0 anos, enquanto as mulheres alcançavam 23,5 anos nessa faixa etária.

Essas informações são cruciais na determinação do fator previdenciário para o Regime Geral de Previdência Social, influenciando o cálculo das aposentadorias.

Tábuas de Mortalidade

O IBGE atualiza anualmente as Tábuas de Mortalidade, e no ciclo de Censo Demográfico, realiza uma reconstrução dessas tabelas, incorporando novas informações sobre óbitos e ajustando projeções.


Tábua de Mortalidade 2022 (Foto: reprodução/IBGE).


A análise da Tábua de Mortalidade de 2022 baseou-se em dados diretos de óbitos, ajustados por sub-registro, e na população recenseada em 2022.

A mortalidade refletida nestes resultados ainda evidencia um aumento em comparação ao período pré-pandêmico, impactando diretamente na expectativa de vida ao nascer.

Análise dos óbitos

A análise dos óbitos na última década revela um aumento progressivo, passando de menos de 1 milhão em 2000 para aproximadamente 1,349 milhão em 2019.

O ano de 2020, marcado pela pandemia, testemunhou um significativo aumento para 1,556 milhão, atingindo seu pico em 2021 com 1,832 milhão de óbitos.

Embora 2022 tenha registrado uma redução em relação a 2021, os números permanecem elevados em comparação com a tendência histórica.

Os dados de óbitos utilizados foram provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), corrigidos por sub-registro, e os dados populacionais foram obtidos do Censo Demográfico 2022.

Expectativa de vida

A expectativa de vida de 75,5 anos para 2022 reflete a média de vida esperada para um recém-nascido, considerando os níveis de mortalidade observados em 2022 em cada faixa etária. O mesmo princípio se aplica a expectativas de vida a partir de outras idades.

A projeção para os próximos anos sugere um aumento de óbitos em função do envelhecimento populacional, compensado pela redução nos óbitos entre idosos devido à desaceleração da pandemia por COVID-19.

Em 2024, está prevista a divulgação das Tábuas de Mortalidade de 2022 para as Unidades da Federação do Brasil, proporcionando uma análise mais detalhada do impacto das taxas de mortalidade nos dados históricos de população e óbitos, considerando fatores como migração interna e resultados da Pesquisa de Pós Enumeração do Censo 2022.

 

Foto destaque: Expectativa de vida do brasileiro sobe para 75,5 anos após queda na pandemia (Reprodução/Agência Brasil/Rafa Neddermeyer).

Mata Atlântica registra queda no percentual de desmatamento em 2023

Segundo as novas informações do boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), houve uma queda de 50%, nos primeiros meses deste ano, no percentual de desmatamento nas áreas compostas pela Mata Atlântica. Os dados sobre este território brasileiro foram divulgados nesta quarta-feira (29).

O desmatamento é um problema recorrente e presente na Mata Atlântica brasileira, mas, neste ano, a tendência teve uma considerável diminuição de acordo com os relatórios da Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas — instituições que coordenam a plataforma.

Evolução em 2023

Registros de 2022 mostram que cerca de 22.240 hectares da área da Mata Atlântica sofreram com o desmatamento. Já neste ano, o número se reduziu para cerca de 9.216 hectares, que confirma a queda brusca no percentual de desmatamento.

Desde o começo de 2023 já era possível reconher uma tendência de diminuição da área desmatada, por conta dos dados de maio demonstrarem que havia reduzido em 42%. 

O Sistema de Alertas de Desmatamento utilizam os dados do IBGE, que limitaram a área da Mata Atlântica em 2019. Desta maneira, o SAD não abrange 100% do território brasileiro desse bioma, porque existem encraves nas regiões da Caatinga e do Cerrado.


Área desmatada na Mata Atlântica. (Foto: reprodução/SOS Amazônia/CNN Brasil)


Preocupação nos encraves

Estes encraves florestais no Cerrado e na Caatinga são motivos de preocupação para os órgãos que buscam a preservação da Mata Atlântica. No período entre janeiro e maio de 2023, o desmatamento aumentou significativamente no Cerrado, com 13%, e na Caatinga, com cerca de 123%.

“A situação na fronteira do bioma com a Caatinga e o Cerrado é preocupante. E isso interfere nos encraves, mesmo que também sejam protegidos pela Lei da Mata Atlântica. Precisamos mudar esse cenário com urgência”, afirmou o diretor-executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.

Os 15 estados que compõem o território da Mata Atlântica registraram queda no índice de desmatamento no bioma, apesar do aumento nos encraves, a situação melhorou muito em 2023.

Foto destaque: Mata Atlântica é um dos principias biomas do Brasil. Reprodução/Site Pensamento Verde

Médico de Goiás que acorrentou funcionário disse que crime foi brincadeira

Em 15 de fevereiro de 2022, Márcio Antônio Souza Júnior publicou um vídeo no Instagram mostrando um funcionário da Fazenda Jatobá com correntes nas mãos, pés e pescoço; no vídeo, o médico faz comentários remetendo à escravidão. A juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante condenou, no último domingo (26), o médico a 2 anos e 6 meses de prisão pelo crime de racismo, segundo o art. 20, §2º, da Lei n.º 7.716/89, pena convertida em prestação de serviços à comunidade e pecuniária por ele ser réu primário.

Pagamento por danos morais coletivos

A repercussão do vídeo foi imediata e o caso teve ampla cobertura da mídia nacional. Em 27 de maio de 2022, o Ministério Público de Goiás apresentou denúncia contra o médico, dando início ao processo. 

Conforme a sentença, houve ampla mobilização social e repúdio ao ato racista durante o processo, com diversas entidades e grupos de direitos humanos enviando notas de repúdio. 

A juíza da Vara Criminal da Comarca do município de Goiás, GO, também determinou o pagamento de R$ 300.000,00 em danos morais coletivos, valor que será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas, da cidade de Goiás.

É inquestionável que o vídeo publicado pelo acusado em suas redes sociais do Instagram gerou profunda indignação na sociedade, principalmente em relação às pessoas negras, as quais enviaram de forma imediata, diversas notas de repúdio juntadas aos autos“, afirma a juíza quanto aos danos morais coletivos.


Funcionário de fazenda na cidade de Goiás foi acorrentado pelo patrão (Foto: reprodução/G1/Polícia Civil)


Médico disse que crime foi brincadeira

Na sentença também é relatado que o médico negou a acusação de racismo; no entanto, a vítima mencionou que o patrão recebeu uma ligação minutos depois da publicação para o vídeo ser apagado. Márcio então decidiu gravar um novo vídeo, dizendo que tudo não passava de uma brincadeira, mandando a vítima dizer o que ele queria. 

O funcionário afirmou que não viu a situação como brincadeira e os dois não eram amigos.

Foto Destaque: médico fez vítima gravar segundo vídeo dizendo que se tratava de uma brincadeira (Reprodução/O Hoje)

Hamas mantém um bebê de dez meses ainda como refém

A guerra entre Israel e Hamas acontece desde o dia 7 de outubro, e o grupo extremista ainda mantém em cativeiro o refém mais novo do conflito, sequestrado quando o caos estourou: um bebê de 10 meses, Kfir Bibas, que foi levado junto com outras 30 crianças. Ele já passou um quinto de sua vida como refém do Hamas. 

Mesmo com a esperança de liderança de reféns recentemente, o bebê ainda não foi incluído nas listas, segundo a família, que relatou ao canal americano ABC News, assim como seu irmão, Ariel, de 4 anos. Uma manifestação em apoio à família de Kfir Bibas foi realizada em Tel Aviv, na última terça-feira (28). 

Kfir e Ariel apareceram em um vídeo enrolados em um cobertor em volta da mãe, Shiri, enquanto homens armados gritavam em árabe a cercavam. O pai deles, Yarven Bibas, também foi sequestrado, e apareceu ferido em fotos. 

Reconhecimento internacional 

O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett levou a foto de Kfir para estúdios de mídia internacionais e a exibiu diante das câmeras. Yoav Gallant, ministro da defesa israelense, também citou Kfir em uma entrevista coletiva, e perguntou quem estaria cuidando dele. 


Ofri Birbas Levy, irmã da mãe de Kfir falando com a imprensa na Cidade de Gaza (Foto: reprodução/Miriam Alster/Flash90)


80% dos palestinos soltos por Israel eram menores de idade

Em cinco dias de cessar-fogo, 150 palestinos foram liberados por Israel em troca da liberação de 240 reféns que estavam sob controle do Hamas. Por outro lado, a grande maioria dos palestinos liberados até agora tem de 14 até 18 anos de idade. Esse grupo corresponde a 80% das pessoas libertadas, e dois terços estavam presos sem nenhum tipo de acusação forma, sob a chamada “detenção administrativa”.  

Esse é um modelo que autoriza a prisão de qualquer pessoa suspeita de ter cometido ou planejar cometer um crime no futuro. A prisão poderá ser estendida indefinitivamente caso “evidências secretas” sejam apresentadas, o que faz com que muitas pessoas passem anos ou até meses privadas de sua liberdade sem ter uma acusação formal ou sequer saber o motivo de estarem sendo punidas. 

Segundo o estado israelense, é um procedimento para conter suspeitos enquanto reúnem evidências, mas organizações de direitos humanos classificam como uma violação ao devido processo legal.

Foto destaque: manifestante ao lado de um poster de Kfir Birbas. (reprodução/Athit Perawongmetha/ Reuters)

Hamas entrega 6ª lista de reféns que devem ser libertados nesta quarta-feira

A lista do sexto grupo de reféns que deverão ser libertados nesta quarta-feira (29) foi entregue ao gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Essa lista contém o nome de 10 cidadãos israelenses. O Hamas está disposto a estender o cessar-fogo por mais quatro dias. A atual trégua entre os lados estava prevista para terminar na próxima quinta-feira (30). 

Na última terça-feira (28) um outro grupo de 12 reféns, composto por 10 israelenses e dois cidadãos tailandeses, foi libertado pelo Hamas. Por outro lado, o governo israelense libertou 30 palestinos. Esse grupo inclui 15 mulheres e 15 crianças do sexo masculino, segundo as autoridades israelenses.

Reféns liberados até agora

Até o momento, o Hamas já libertou mais 60 mulheres e crianças israelenses mantidas reféns, além de cidadãos estrangeiros. Por outro lado, o governo israelense libertou cerca de 180 prisioneiros palestinos. 

Israel informou que quer que todas as mulheres e crianças que ainda estão sendo mantidas reféns pelo Hamas sejam liberadas. O governo israelense acredita que o grupo extremista ainda esteja mantendo cerca de 30 até 40 mulheres, que têm entre 20 e 50 anos, e nove crianças.  

Membros do governo israelense informaram ao jornal The Times Of Israel, que preveem que a maioria das crianças mantidas reféns pelo Hamas sejam liberadas hoje à noite. Para eles, o governo do país estará aberto para ofertas para a soltura de homens e soldados após todas as crianças e mulheres serem libertadas. 


Refém israelense, Ditza Heiman, sendo levada para um carro da Cruz Vermelha por membros do Hamas. (Foto: SAID KHATIB / AFP)


Futuras trocas de reféns 

O canal israelense Channel 12 news informou que membros do governo israelense estão discutindo novas ideias, para acordar futuras trocas de reféns. Isso talvez possa incluir mais categorias de reféns, além de mulheres e crianças, que foram liberados até agora. As subcategorias podem incluir não só homens, como especificamente maridos e pais de famílias que já tenham sido liberadas pelo Hamas. 

O jornal americano The Washington Post informou que cinco categorias de reféns foram acordadas, que são: homens que são considerados mais velhos para servir as forças armadas, reservistas do sexo masculinos, soldados ativos, mulheres que servem ao exercíto e os corpos de israelenses que foram mortos no atentado de 7 de Outubro ou que tenham morrido. 

Todas essas categorias são esperadas de ter o seu próprio “preço” correspondendo com as demandas do grupo extremista Hamas.

Foto destaque: Carro da Cruz Vermelha levando cidadões israelense libertados pelo Hamas. (Reprodução/Ibraheem Abu Mustafa)