Israel volta a bombardear a Faixa de Gaza após fim da trégua

Com o fim da trégua humanitária, que durou mais do que o previsto inicialmente, nesta manhã de sexta-feira (1), o exército israelense retomou o contra-ataque conta o grupo terrorista Hamas, como Israel já havia avisado que faria, no fim de semana passado.

Bombardeiros israelenses

Israel voltou a bombardear com força total a Faixa de Gaza na manhã de sexta-feira, e afirmou que acabou com o cessar-fogo porque o Hamas havia quebrado o acordo da trégua lançando um míssil em direção ao seu país, este que teria sido interceptado pelas forças militares israelenses.

Segundo informações cedidas por representantes israelenses, aproximadamente 

quatrocentos alvos inimigos já foram atingidos, desde que a guerra foi retomada, e pelo menos um líder terrorista teria sido abatido. Um comandante que, conforme afirmação de Israel, teria sido uma das mentes que teria ajudado a arquitetar os ataques do Hamas no dia 7 de outubro.

Israel também já prenunciou uma dura ofensiva ao sul de Gaza, ao anunciar que a região deve ser deixada pelos civis. E os palestinos temem que volte a ocorrer o mesmo que sucedeu ao norte, e não fazem ideia de para onde ir.

O ministério da Saúde do Hamas informou aos veículos de comunicação que já são mais de 193 palestinos mortos com os novos bombardeios e o número de feridos já ultrapassa 700.

Contra-ataque

O grupo terrorista, que ainda mantém 137 reféns israelenses em seu poder, afirmou que só os libertará mediante a libertação de seus soldados, presos em Israel. O Hamas retomou os ataques a Israel só neste sábado (2), disparando mísseis contra inúmeras cidades no centro do país inimigo, Tel Aviv também foi atingida. 

Neste mesmo sábado, um grupo de manifestantes pedia pela libertação de seus familiares em Tel Aviv, e a noite Benjamin Netanyahu se pronunciou, afirmando que foi graças as atitudes já tomadas pelo seu país que inúmeros reféns já foram libertos, e que continuará a atacar o grupo terrorista até que este seja eliminado, em sua totalidade, e todos seus reféns libertados.


Emmanuel Macron na COP 28 (Foto: reprodução/Reuters)


Por uma nova trégua

Emmanuel Macron, presidente francês, que participava da COP 28 em Dubai enquanto a guerra era retomada, declarou que irá até o Catar, para unir forças para um novo cessar-fogo na Palestina. Segundo Macron, se Israel mantiver a afirmativa de que a guerra só acaba quando todo o Hamas for eliminado, o conflito pode durar mais de dez anos, e muitas vidas ainda serão perdidas nesse tempo. O presidente francês também apelou para que todos sejam “lúcidos” quanto a questão.

 

Foto Destaque: Retorno dos ataques de israel a Faixa de Gaza (Reprodução/AFP)

Experimento de segurança na urna eletrônica revela 35 cenários de potenciais ataques no TSE

Na última sexta-feira (1º), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu a sétima edição do teste público de segurança das urnas eletrônicas, abrangendo a execução de 35 estratégias de ataque aos sistemas de votação. Este programa visa avaliar a robustez e confiabilidade dos equipamentos destinados ao uso nas eleições. Com a proximidade do pleito municipal de outubro de 2024, no qual os brasileiros elegerão prefeitos e vereadores, a iniciativa assume uma importância crucial.

Resultado do teste

Destaca-se o recorde de 35 ataques propostos, e a aprovação de 16 inscrições, indicando um aumento significativo em relação aos testes anteriores. O envolvimento de 33 pesquisadores, incluindo seis mulheres, marca a maior participação feminina registrada nesses testes, evidenciando uma diversificação no perfil dos participantes.

Está prevista a divulgação dos resultados finais dos planos para o dia 15 de dezembro. Em maio de 2024, os pesquisadores têm programado retornar ao TSE para avaliar se as melhorias implementadas nos sistemas são eficazes na prevenção dos ataques.

O propósito fundamental do teste reside em proporcionar uma oportunidade para que especialistas examinem minuciosamente os sistemas que serão empregados nas eleições, identificando possíveis vulnerabilidades que possam ser corrigidas antes do pleito.


Teste público de segurança da urna eletrônica (Foto: reprodução/divulgação/TSE/Antonio Augusto)


Como funciona

No decorrer do teste, os participantes realizam avaliações dos sistemas empregados na geração de mídias das urnas, nos processos de votação, apuração, transmissão e recebimento de arquivos. Isso engloba não apenas o hardware da urna eletrônica, mas também seus softwares embarcados, além dos sistemas de apoio aos procedimentos de auditoria referentes ao software da urna.

Os investigadores tiveram a oportunidade de analisar os modelos de urna eletrônica referentes aos anos de 2020 e 2022. A versão mais recente desse equipamento está programada para ser utilizada pela primeira vez nas eleições municipais de 2024. Vale ressaltar que o teste público de segurança está em vigor desde o ano de 2009.

Foto Destaque: realização de teste público de segurança dos votos contáveis na urna eletrônica. (Reprodução/divulgação/TSE/Antonio Augusto)

Mina em Maceió registra novo tremor, porém, velocidade de movimentação do solo diminui

Poucas horas depois do último tremor de terra (de magnitude 0,39) um novo abalo sísmico foi registrado na madrugada deste sábado (02), em Maceió-AL. Apesar de ter sido mais intenso (0,89 de magnitude), a velocidade da movimentação diminuiu e a população não conseguiu sentir a vibração do solo. O bairro Mutange, que já foi completamente evacuado, enfrenta riscos iminentes devido à instabilidade causada pela mineração da Braskem, resultando na desocupação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros.

Desde o início do monitoramento, em 28 de novembro, houve um afundamento de 1,56 cm na área e o deslocamento de terra nas últimas 24 horas gera preocupações. A mina de número 18, a mais instável, representa um perigo imediato, podendo afetar outras duas minas vizinhas durante um possível colapso.

A Defesa Civil também destaca o risco na região do antigo campo do CSA, no Mutange, e recomenda evitar a área desocupada, reforçando a necessidade de cautela sobre a região. Enquanto a Braskem afirma continuar monitorando a situação e tomando medidas para minimizar impactos, as autoridades seguem em vigilância constante diante da ameaça potencial à segurança da população.


Maceió: Veja o antes e depois de bairro afetado pela mina da Braskem; estado emite alerta máximo. (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Funcionamento da mineração de sal-gema

A mineração de sal-gema, composta principalmente por cloreto de sódio (NaCl), é um processo crucial para a produção de sal de cozinha e diversos produtos industriais. A extração ocorre em depósitos subterrâneos, onde camadas espessas desse mineral se formaram ao longo de milhões de anos. Métodos subterrâneos, como a perfuração de poços e a criação de galerias, são empregados para acessar essas camadas.

Uma vez na área de extração, técnicas de mineração entram em ação, podendo incluir a dissolução do sal com água para criar uma solução salina concentrada. Essa solução é bombeada para a superfície, onde o sal é separado da água e refinado para diversos fins industriais, incluindo a produção de cloro, soda cáustica, ácido clorídrico e produtos de limpeza. Além do papel fundamental na indústria química, o sal-gema desempenha um papel vital na fabricação de sal de cozinha e em vários outros setores industriais, destacando sua importância como matéria-prima versátil.


Como é a extração do sal gema  (Foto: reprodução/Arte O GLOBO) 


Tragédias socioambientais no Brasil

As tragédias socioambientais causadas por empresas privadas, como a Vale em Brumadinho, a Samarco em Mariana e a Braskem em Maceió, evidenciam os impactos devastadores das atividades industriais desregulamentadas. Em Brumadinho, o rompimento da barragem de rejeitos da Vale em 2019 resultou em centenas de vidas perdidas, destruição de comunidades e danos irreparáveis ao meio ambiente.

O desastre da Samarco em Mariana, em 2015, também foi um marco trágico, com o rompimento da barragem de Fundão, provocando o maior desastre ambiental da história do Brasil. A lama de rejeitos atingiu o rio Doce, causando impactos devastadores na fauna e flora ao longo de centenas de quilômetros.

Em Maceió, a Braskem enfrenta a grave crise socioambiental causada pela mineração de sal-gema, resultando em afundamentos de solo e ameaças à segurança de comunidades inteiras. 

Foto destaque: moradores estão em situação de emergência (Reprodução/Tempo)

Israel lança novos bombardeios em Gaza após colapso do acordo com Hamas

Neste sábado (2), no segundo dia de ataques após uma trégua de uma semana do conflito, o governo de Israel iniciou novos bombardeios contra a Faixa de Gaza. Israel e Hamas falam sobre os motivos do colapso do acordo, mesmo que a política internacional os pressione para retomá-lo. 

Bombardeios e pontos de vista

Os bombardeios deste sábado causaram nuvens de fumaça que pairam sobre Gaza. O Ministério da Saúde do território, controlado pelo movimento palestino, divulgou que, após a expiração do prazo da trégua do conflito na sexta-feira (1), cerca de 200 pessoas morreram.

Tanto Israel quanto o Hamas disseram seus motivos para romperem com o acordo. O lado israelense acusou o grupo islâmico de ameaças de ataques com foguetes e reforçou o atraso da lista de reféns que seriam libertados.

De acordo com o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, o objetivo do grupo é atacar “alvos militares do Hamas em toda a Faixa de Gaza”. Por outro lado, um braço armado do Hamas, que não quis ser identificado na entrevista com uma jornalista, afirmou que recebeu “ordens para retomar o combate e defender a Faixa de Gaza”.


Pessoas saindo de Gaza à pé (Foto: reprodução/EPA/BBC Arabic)


Repercussão internacional

Os representantes internacionais que acompanham o conflito falaram sobre o rompimento do acordo e o fim da trégua. O secretário-geral da ONU, António Guterres, escreveu na sua rede social X que lamenta “profundamente que as operações militares tenham reiniciado em Gaza”.

Já os Estados Unidos começaram a planejar como convencer aos países aliados, que estão em torno do conflito, a retomarem a trégua. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse na sexta-feira (1) que os EUA continuará “a trabalhar com Israel, Egito e Catar para reimplementar a pausa”.

Durante uma entrevista com jornalistas em Dubai, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, relatou que os Estados Unidos estão diretamente focados na libertação dos  reféns em Gaza e no retorno “do processo que funcionou durante sete dias” no período da trégua do conflito. 

No período de uma semana de trégua, o grupo do Hamas libertou 80 israelenses que estavam retidos. Por outro lado, Israel liberou 240 palestinos.

Foto destaque: bombardeios na Faixa de Gaza. Reprodução/Reuters/Saleh Salem.

Policial que assassinou George Floyd foi esfaqueado 22 vezes, segundo boletim da prisão

Segundo o boletim informativo divulgado nesta sexta-feira (1) pela prisão federal de Tucson, Arizona, onde o policial condenado pela morte de George Floyd, Derek Chauvin, cumpre pena, o ataque que sofreu no dia 24 de novembro resultou em 22 facadas.

Ataque

Chauvin estava na biblioteca da prisão quando outro detento, John Turscak, 52 anos, que também cumpre pena em Tucson, o esfaqueou 22 vezes com uma faca improvisada. Turscak, agora enfrenta mais uma acusação de tentativa de homicídio – o detento, além de cumprir pena de 30 anos por crimes cometidos enquanto fazia parte da máfia mexicana, já tinha uma acusação de tentativa de assassinato por outro ataque a faca, cometido a outro detento na mesma prisão.

E, segundo o relatório oficial da prisão, o detento declarou aos agentes prisionais que já vinha planejando o ataque há cerca de um mês, e que teria matado o ex-policial que não o tivessem detido. Turscak também afirmou que a data do ataque tem um motivo: atentar contra a vida de um assassino racista em plena “Black Friday” americana, pois foi um ato simbólico para reafirmar o movimento criado após a morte de Floyd e que ganhou o mundo, “Black Lives Matter” (Vidas negras importam). Chauvin ainda se encontra internado e em estado grave, mais informações sobre seu estado de saúde não foram divulgadas.


“Black Lives Matter”, Vidas negras importam (Foto: reprodução/Peter Foley/ EPA-EFE)


Assassinato de George Floyd

O ex-policial de Minneapolis, Derek Chauvin, condenado em 2021 pelo assassinato de George Floyd, cometido em 2020, após Chauvin detê-lo no chão, apoiando seu joelho no pescoço de Floyd, matando-o por asfixia. Cumpria pena de 21 anos pela violação dos direitos civis do homem e 22 anos e meio pelo seu assassinato. 

Sobre a primeira condenação, o ex-policial, reconheceu-se culpado pelas acusações, quanto a acusação de assassinato em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau, Chauvin afirma não ter tido a intenção, portanto, se declarando inocente.

A Suprema Corte americana já indeferiu o pedido de anulação da acusação de assassinato, porém, os advogados do condenado continuam tentando reverter o resultado do julgamento.

 

Foto Destaque: Chauvin Derek (Reprodução/Fresherslive)

Mina da Braskem em Maceió cede 1,43 metros em 2 dias e pode causar colapso na área

Desde o dia 28 de novembro, os bairros Mutange, Bom Parto, Farol, Pinheiro e Bebedouro, da cidade de Maceió, correm o risco de serem atingidos por um colapso causado pela mina de mineração da Braskem, situada no Mutange. Em 3 dias, a mina já cedeu quase 2 metros.

Segundo a Defesa Civil da cidade, a mina estava cedendo 62 centímetros por dia, mas reduziu para 24 centímetros. Na quarta-feira (29) a Defesa Civil emitiu alerta de risco iminente de um colapso, que pode causar o surgimento de uma cratera de 317 metros, que corresponde ao tamanho do estádio do Maracanã.

Início dos problemas na região

Em 2018 surgiram os primeiros sintomas de que algo não ia bem com o solo da região, quando rachaduras surgiram no chão do bairro do Pinheiro após fortes chuvas. Depois de um estudo geológico, foi apontado que a mineração era responsável pelas rachaduras, e em 2019 as minas começaram a ser fechadas.

A Braskem possui 35 minas em Maceió, espalhadas entre os bairros Bebedouro e Mutange, e realiza a extração de sal-gema – o cloreto de sódio acompanhado de cloreto de potássio e cloreto de magnésio – utilizada para produção de soda cáustica e policloreto de vinila. A exploração das minas de forma inadequada resultou em instabilidade no solo da região, fazendo com que centenas de famílias fossem obrigadas a deixarem suas residências pelo risco de desabamento.

Moradores protestam contra retirada às pressas

Nesta sexta-feira (01), moradores das comunidades Flexal de Cima e Flexal de Baixo, do bairro Bebedouro, protestaram contra a necessidade dos moradores desocuparem seus imóveis às pressas, pois a cobrança popular por providências ocorre desde quando começaram a aparecer os primeiros sinais de instabilidade do solo, em 2018.


Moradores de bairros vizinhos a Mutange protestam por realocação às pressas (Foto: reprodução/G1)


De acordo com o líder comunitário, Ronaldo Silva, ao G1, “aqui não é um desastre natural, como fortes chuvas. O que está acontecendo aqui é fruto da extração desordenada da sal-gema feita pela Braskem. Por isso, a mineradora tem obrigação em retirar a gente e dar um local digno. Cobramos isso [realocação] por muito tempo e ninguém fez nada”.

Apesar de cinco bairros correrem o risco de serem atingidos com o colapso, o programa de compensação financeira da Braskem contemplou apenas os moradores da área de risco direto, deixando de fora os demais moradores, que agora precisam procurar abrigo em escolas dos bairros fora da área de risco.

 

Foto Destaque: visão panorâmica da região onde estão alocadas as 35 minas de extração da Braskem (Reprodução/O Globo)

Israel confirma a morte de 5 reféns após retomada de bombardeio

Nesta sexta-feira (01), o Exército de Israel confirmou a morte de 5 reféns detidos em Gaza. A tragédia ocorreu após Israel retomar os bombardeios na cidade próxima à Palestina, depois que Hamas desrespeitou a trégua que se iniciou na última semana. Os reféns mortos fazem parte do mesmo grupo de mais de 250 reféns levados pelo Hamas no primeiro dia do ataque terrorista, em 7 de outubro. Israel afirma que o grupo terrorista é responsável pela segurança dos reféns levados por eles à Faixa de Gaza.

Quem são os mortos no novo ataque

Em uma coletiva de imprensa, Daniel Hagari, porta-voz do exército israelense, afirmou que “nos últimos dias, o exército e a polícia israelenses informaram as famílias dos reféns Eliyahu Margalit, Maya Goren, Ronen Engel e Arye Zalmanovitz das suas mortes”.


Daniel Hagari se pronuncia a respeito do conflito e das cinco mortes na Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Brasil 247)


Ainda completou com o seguinte: “um comitê de especialistas do Ministério da Saúde, do Instituto de Medicina Forense, do Rabino Chefe e do Ministério de Assuntos Religiosos estabeleceu as mortes com base nas conclusões [de uma investigação] e em informações da inteligência”.

O corpo de uma das vítimas, chamado Ofir Zarfati, foi levada de volta a Israel para ser enterrado em território israelense.

Fim da trégua entre Hamas e Israel

O bombardeio se deu após o Hamas não respeitar a trégua iniciada no dia 24 de novembro. A pausa de sete dias terminaria às 7h desta sexta-feira (2h da manhã, pelo horário de Brasília). Pouco antes de terminar o acordo, Israel interceptou um foguete lançado pelo Hamas. Na manhã de quinta-feira, um ponto de ônibus na capital israelense foi alvo de um ataque terrorista. Na ocasião, três pessoas morreram e seis ficaram feridas.


Nuvem de fumaça na Faixa de Gaza após novos bombardeios (Foto: reprodução/Uol)


A trégua foi negociada entre diplomatas do Catar, Egito e Estados Unidos. Antony Blinken, chefe da diplomacia americana, afirmou que os Estados Unidos se manterão firme no objetivo de libertar os reféns. “Estamos decididos a fazer tudo o que pudermos para reunir todos [os reféns] com suas famílias, inclusive continuar com o processo que funcionou durante sete dias”, acrescentou ao participar da COP28, em Dubai.

Segundo os militares de Israel “o Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra o território israelense. As Forças de Defesa de Israel retomaram o combate contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”.

Também nesta sexta-feira, o Ministério da Saúde de Gaza informou a morte de 178 pessoas, além de 589 feridos, decorrentes dos novos bombardeios iniciados.

 

Foto Destaque: israelenses se abraçam em meio a cartazes de reféns e mortos pela guerra entre Hamas e Israel (Reprodução/RFI)

Corte Internacional de Justiça decide que Venezuela não pode anexar território da Guiana

O Tribunal Internacional de Justiça, órgão judicial da ONU em Haia, decidiu nesta sexta-feira (1º) que a Venezuela não pode tomar medidas para anexar a região de Essequibo. O território é administrado pela Guiana e reivindicado pelo governo venezuelano. A medida faz referência a um referendo que a Venezuela realizará sobre o tema no domingo (03). Segundo a decisão, o governo de Nicolás Maduro “deve abster-se de qualquer ação que possa mudar a situação que prevalece atualmente no território disputado”.

O Tribunal também afirma que ambas as partes envolvidas no caso devem abster-se de “qualquer ação que possa agravar ou prolongar o litígio perante o tribunal, ou tornar a sua resolução mais difícil”. As estipulações são resultados do pedido da Guiana, apresentado em 30 de outubro ao órgão da ONU responsável pela resolução de disputas entre países.


A área disputada é maior que Inglaterra e Grécia (Foto: reprodução/Vitoria Coelho/G1)


Caracas já afirmou que não reconhece o Tribunal de Haia e, por isso, continua a consulta pública. O tribunal é o mais alto tribunal das Nações Unidas (ONU) para resolver disputas entre estados, mas não pode forçar os países a seguirem as suas decisões. Portanto, a decisão desta sexta-feira (1º) tem valor mais simbólico do que prático.

A decisão, a primeira corte internacional sobre o assunto, favorece a Guiana, embora não decida definitivamente a quem pertence o território. O tribunal de Haia disse por unanimidade que ainda não era possível determinar quem deveria ficar com Essequibo – reivindicado pela Venezuela desde a independência da Guiana do Reino Unido, em 1966. Por enquanto, Caracas não poderia interferir no atual processo sobre o território.

Pronunciamento de Maduro

Maduro afirmou que não deixarão que tirem o que pertence ao povo venezuelano, que não trairão seus princípios e que defenderão Essequibo. Nícolas concluiu afirmando que todos irão votar “sim” 5 vezes no próximo domingo (03).

Sobre o caso

A disputa entre a Venezuela e a Guiana pelo território de Essequibo já dura mais de um século. A área abrange 160 mil quilômetros quadrados e representa 74% do território do país vizinho. É rico em petróleo, minerais e escoa para o Oceano Atlântico. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou um referendo sobre a anexação da área em 10 de novembro, dizendo que nessa altura os venezuelanos iriam “decidir democraticamente o seu futuro e o seu destino”. O Governo da Guiana classificou as medidas como provocativas, ilegais, nulas e sem efeito jurídico internacional. Ele também acusou o líder venezuelano de um crime internacional ao tentar minar a integridade territorial do estado soberano da Guiana.

 

Foto Destaque: O território é administrado pela Guiana e reivindicado pelo governo venezuelano. (Reprodução/Rádio Havana Cuba)

Entenda o que é o crime de violência patrimonial denunciado por Naiara Azevedo

A cantora sertaneja Naiara Azevedo apresentou uma denúncia formal contra seu ex-marido, Rafael Cabral, por violência doméstica, incluindo a alegação de violência patrimonial.

A equipe jurídica da cantora explicou que, entre os diversos crimes perpetrados pelo ex-marido, a violência patrimonial figura como uma prática que busca exercer controle sobre o patrimônio da vítima.

Segundo a advogada Darlene Liberato, especialista consultada pelo G1, a violência patrimonial é um crime que visa dominar a mulher, utilizando-se do controle sobre seu patrimônio pessoal ou do casal.

A retenção dos instrumentos de trabalho e ameaças à carreira da cantora são apontadas como exemplos desse tipo de violência.

Violência patrimonial

A violência patrimonial, regulamentada pelo artigo 7º da Lei Maria da Penha, abrange a “retenção, subtração, destruição ainda que de partes ou total de qualquer objeto de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, inclusive os destinados às suas necessidades.

A equipe de Naiara relata que a cantora enfrenta outros crimes, incluindo constrangimento ilegal, lesão corporal, injúria, ameaça e apropriação indébita.


Naiara Azevedo em sessão de fotos (Foto: reprodução/Instagram/@naiaraazevedo)


O advogado que representa Rafael Cabral, Guilherme Capanema, alega que não foi intimado e desconhece os detalhes, salientando que estão apurando os fatos.

Darlene Liberato ressaltou que a violência patrimonial é comumente praticada em relações afetivas, visando subjugação de pessoas vulneráveis. Ela esclareceu que esse tipo de violência não se limita apenas ao domínio financeiro, mas também abrange o patrimônio da mulher, como no caso de Naiara.

Lei Maria da Penha

A advogada Rakell Dhamarys complementou, explicando que, conforme a Lei Maria da Penha, a violência patrimonial é uma das formas de violência no contexto familiar e amoroso. Ela destacou que, muitas vezes, o agressor busca controle sobre a vítima, mesmo quando esta não é a “dona do dinheiro“, utilizando-se do poder sobre seu patrimônio.

Durante a madrugada de quinta-feira, Naiara Azevedo registrou boletins de ocorrência contra Rafael Cabral, alegando agressões ocorridas em julho.

A cantora procurou a delegacia em Goiânia para formalizar as denúncias, resultando na concessão de medida protetiva pela Justiça de Goiás no mesmo dia, com base na Lei Maria da Penha.

Já a advogada Maria Luiza Póvoa Cruz destacou que a medida visa resguardar a integridade física, psíquica, patrimonial e moral da artista.

 

Foto destaque: Naiara Azevedo (Reprodução/Instagram/@naiaraazevedo). 

Forças de Defesa de Israel divulga mapa com rota de fuga em Gaza em nova fase da guerra

À medida que o cessar-fogo temporário chegou ao fim nesta sexta-feira (1º), devido à violação provocada pelo ataque a um ponto de ônibus em Israel pelos terroristas, os confrontos recomeçaram em Gaza.

Nesse contexto, as Forças de Defesa de Israel (FDI) revelaram um mapa abrangente que delinea rotas de evacuação para civis diante da “próxima fase da guerra“.

Essa ação segue o relatório das Nações Unidas indicando que 80% da população de Gaza se deslocou internamente.

Mapa da IDF

O novo mapa da IDF divide Gaza em vários distritos numerados, destacando “zonas de evacuação” a serem utilizadas na antecipação da escalada do conflito.

O anúncio enfatizou a violação do Hamas aos acordos, citando o recente ataque a um ponto de ônibus como evidência.

“O mapa publicado divide o território de Gaza em zonas com base em áreas reconhecíveis. Isso permite que os residentes de Gaza se orientem e evacuem de locais específicos para sua segurança, se necessário”, declarou o comunicado oficial da IDF.


Mapa para orientar os residentes de Gaza na evacuação das áreas-alvo (Foto: reprodução/IDF)


A IDF afirmou que o propósito do mapa é minimizar as baixas ao alvejar áreas civis que abrigam infraestrutura militar do Hamas.

As informações foram divulgadas em inglês, árabe e hebraico por meio das redes sociais e folhetos.

Evacuação para civis

A publicação da IDF com informações de evacuação para civis em Gaza na próxima fase do conflito inclui um mapa com números de blocos, acompanhado de um apelo claro aos residentes para seguirem as instruções para sua segurança.

“Caros residentes de Gaza! Por favor, preste atenção e verifique este mapa: quem vir o número do quarteirão em que mora ou estiver próximo dele deve rastrear e seguir as instruções da IDF por meio de diversos meios de comunicação e obedecê-las.

Moradores de Gaza! É uma maneira segura de preservar sua segurança, suas vidas e a vida de suas famílias”, diz o comunicado.

A IDF enfatiza seu compromisso em minimizar danos aos civis e se comunica ativamente com os residentes de Gaza por vários meios.

Os residentes são instados a prestar atenção ao mapa, fornecendo uma maneira segura de preservar sua segurança e a vida de suas famílias.

Códigos QR

No início desta sexta-feira, panfletos com códigos QR conectando ao mapa também foram lançados no sul de Gaza.

Entretanto, a infraestrutura de telecomunicações e elétrica da região, gravemente impactada durante semanas de bombardeios de 7 de outubro até o início da trégua temporária em 24 de novembro, prejudicou o acesso à internet e à energia para muitos residentes.

A ONU estima que quase 1,8 milhão de pessoas, ou quase 80% da população de Gaza, se deslocaram internamente para regiões mais seguras.

Antes da retomada da guerra, a ajuda humanitária, parte da pausa operacional facilitada pelos EUA com mediação do Catar e do Egito, foi transferida do Egito para Gaza. A ajuda incluiu 200 caminhões transportando comida, água, abrigo e suprimentos médicos, além de recipientes de diesel e gás de cozinha.

Dados da guerra

As forças especiais da IDF, junto com as forças da ISA, anunciaram a libertação bem-sucedida de seis reféns israelenses. Após uma avaliação médica preliminar, os reféns foram escoltados para hospitais para se reunirem com suas famílias.

Subsequentemente, sirenes próximas às comunidades de Gaza sinalizaram possíveis ameaças, levando o IDF Aerial Defense Array a interceptar um lançamento vindo de Gaza.

A IDF acusou o Hamas de violar a pausa operacional e disparar contra o território israelense, referindo-se a um ataque anterior em Jerusalém pelos terroristas do Hamas Murad e Ibrahim Nemer.

Com as tensões persistindo, a IDF retomou o combate contra o Hamas em Gaza. Sirenes no sul de Israel anunciaram mais ataques do grupo terrorista Hamas.

Negociações continuam

As negociações em curso para a libertação de reféns entre Israel e o Hamas, mesmo após o fim da trégua, são relatadas por autoridades dos EUA que acompanham o Secretário de Estado Antony Blinken.

Blinken deixou Israel pouco depois do anúncio da retomada dos combates pela IDF. Enquanto alguns funcionários dos EUA indicaram negociações em curso, o Hamas ainda não forneceu a lista de reféns para a continuação da trégua.

Quebrando a trégua

Em comunicado, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu atribuiu a retomada das hostilidades ao Hamas quebrando a trégua e não cumprindo sua obrigação de liberar todas as mulheres sequestradas. A nota afirma ainda que o grupo radical “lançou foguetes contra os cidadãos israelenses“.

O Hamas, por outro lado, afirmou que não possui mais mulheres e crianças para libertar, segundo a autoridade do Departamento de Estado dos EUA.

Israel acredita que ainda há 137 pessoas sob o domínio do Hamas, sendo 117 homens e 20 mulheres, incluindo 126 israelenses e 11 estrangeiros.

As vítimas incluem duas crianças menores de 18 anos e dez pessoas com 75 anos ou mais. Um total de 110 pessoas foram libertadas até agora pelo Hamas, sendo 86 israelenses e 24 estrangeiros.

 

Foto destaque: Faixa de Gaza (Reprodução/X/@TarcisoRenova).