Estudo aponta que 93 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto

Um dos maiores problemas enfrentados no Brasil é a falta de saneamento básico para toda a população, e para isso o governo precisará desembolsar cerca de R$500 milhões nos próximos 10 anos para a universalização dessa condição. Uma pesquisa constatou que quase metade do esgoto coletado no país, não é tratado.

A realidade da população periférica

A dona de casa, Irene da Silva, que mora em Belo Horizonte, contou como é a vida em uma periferia com esgoto a céu aberto. “É muito mau cheiro, e a gente não sente assim bem protegido quando vem a chuva”, disse ela. Ela mora em uma comunidade onde vivem 8 mil pessoas e lá, o esgoto das casas é jogado em um córrego que recebe muito lixo.

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, quase 93 milhões de brasileiros não tem acesso à coleta de esgoto. Um direito básico à saúde e moradia que vem sendo negligenciado pelo governo em 40% da população. Moradores que vivem em áreas de urbanização precária, são os mais vulneráveis a problemas de saúde relacionados a falta de saneamento básico.


Realidade de 93 milhões de brasileiros que não têm acesso à coleta de esgoto (Foto: reprodução/Portal Leouve) 


Projetos para melhoria

Para cada R$1 que você investe em saneamento, você economiza pelo menos R$ 4 nas internações, nas hospitalizações, nas doenças”, afirma o professor e médico sanitaristas da UFMG, Marcus Polignano. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais informou que o projeto de melhoria do sistema de esgoto da Vila Biquinha está em fase de conclusão para o início do projeto que ainda não se sabe quando irá começar.

O cenário pode melhorar com uma lei aprovada em 2020 que visa estimular investimentos no setor. A meta é universalizar, em até dez anos, o abastecimento da água, da coleta e do tratamento de esgoto, e reduzir de 40% para 25% as perdas de água na distribuição.

O Ministério das Cidades informou que somando as pessoas que têm poços ou usam água de nascentes, o acesso ao abastecimento é de 97%. Ainda segundo o Ministério, o indicador de esgotamento sanitário sobe para 85% quando consideradas também uma parcela da população que têm fossa séptica em casa.

 

Foto destaque: esgoto a céu aberto em uma comunidade de Belo Horizonte (Reprodução/ Portal CMBH)

Polícia Federal investiga envolvimento de Alexandre Pires em garimpo ilegal

O fundador do grupo de pagode “Só Pra Contrariar”, Alexandre Pires, foi alvo de um mandado de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal contra um esquema de financiamento de um garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, localizada em Roraima. A operação chamada de Disco de Ouro divulgou que o artista teria recebido cerca de R$ 1 milhão da mineradora investigada.

A polícia rastreou as movimentações financeiras da mineradora investigada e encontrou a conta bancária, como a do cantor. Além de Alexandre, contas de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis e lojas de máquinas também estavam envolvidas.

A investigação do cantor

Para cumprir as ordens de buscas, a PF esteve em um Cruzeiro, no litoral de Santos, nesta segunda-feira (4), onde Alexandre Pires se apresentava. Segundo a polícia, o esquema consistia na retirada do minério da terra indígena, depois na declaração como originário do garimpo regular do Rio Tapajós, em Itaituba-PA, e por fim transportados para Roraima. As investigações apontaram que as movimentações aconteciam apenas no papel, já que o garimpo ilegal era localizado no próprio estado de Roraima.


Alexandre Pires é alvo de investigação da PF contra um garimpo ilegal (Foto: reprodução/UOL)


O inquérito ainda aponta que há um empresário musical, de expressão nacional envolvido no esquema e que seria um dos responsáveis pelo núcleo do financiamento do garimpo nas terras indígenas. A Justiça Federal determinou mais de R$ 130 milhões em bens dos suspeitos no esquema, como medida para garantir a reparação dos danos causados pela atividade ilegal.

A operação

A operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraída da Terra Indígena Yanomami estavam sendo preparadas para exportação na sede de uma empresa investigada.

Foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4º Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima, além de São Paulo e Santos, Santarém, Uberlândia e Itapema. A operação segue em andamentos e mais informações serão reveladas a medida que a ação avançar.

 

Foto destaque: cantor Alexandre Pires é investigado pela polícia em um Cruzeiro, no litoral de Santos (Reprodução/Oktoberfest)

Projeto de lei é aprovado com pena de reclusão de até 20 anos para quem vender remédios abortivos

Em audiência realizada na última quarta-feira (29), a Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou um substitutivo ao projeto de lei que estabelece pena de até 20 anos para a venda de remédios com a finalidade de provocar abortos.

A proposta é de autoria do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e segue para votação nas Comissões de Defesa dos Direitos da Mulher, de Saúde e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Medida estende penalidade para quem fizer propaganda de abortivos (Foto: reprodução/ CNN Brasil)

 

O que foi alterado

Apesar de ter mantido a versão original do projeto, de autoria do deputado Filipe Barros (PL-PR), Nikolas Ferreira incorporou medidas de outros projetos que abordavam o mesmo tema, como o PL 1004/23, o PL 1229/23 e o PL 349/23.

A fim de evitar incertezas acerca da penalização, o termo “remédios abortivos” foi alterado para “remédios com finalidade de provocar abortos”. Como justificou o relator, essa é uma forma de incluir medicamentos que não são abortivos, mas podem ser usados para esse fim.

Além da mudança, a medida inclui a aplicação de multa 10 vezes maior que o mínimo legal para quem fizer propaganda, comércio ou qualquer tipo de negociação desses medicamentos. Dessa forma, o valor da infração passaria de R$2 mil para R$20 mil, de acordo com a Lei de Infrações Sanitárias. Atualmente, o Código Penal indica reclusão de 10 a 15 anos para quem altera, falsifica ou corrompe medicamentos.

O aborto no Brasil

Apesar da dificuldade de acesso aos comprimidos, duas em cada cinco mulheres brasileiras afirmam ter usado medicamentos para realizar o procedimento, como revela a Pesquisa Nacional de Aborto 2021. Uma em cada cinco mulheres com mais de 40 anos já fez, pelo menos, um aborto durante a vida. A interrupção da gravidez é a quinta maior causa de mortes maternas no Brasil, sendo que mulheres pardas têm mais que o dobro de risco de morrer em comparação a mulheres brancas.


Pesquisa revela que aborto é o quinto maior causador de morte materna no Brasil (Foto: reprodução/ Associação Gênero e Número)


Em entrevista à associação jornalística Gênero e Número, a ginecologista e obstetra Melania Amorim afirmou: “Em todos os países do mundo que descriminalizaram o aborto houve acentuado declínio das mortes maternas por aborto e mortes maternas em geral, sem aumentar o número de abortos”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a descriminalização do aborto e a capacitação dos profissionais de saúde para a realização segura do procedimento. Alega-se que a utilização de remédios abortivos pode ser feita com segurança, desde que sejam administrados em unidades de saúde ou pela própria paciente, com as devidas orientações médicas.

Foto destaque: deputado Nikolas Ferreira defende aumento da pena para quem vende remédios abortivos (Reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

“Não vou desistir”, afirma Lula sobre acordo entre Mercosul e União Europeia

Nesta segunda-feira (03), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou ainda acreditar que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) pode ser firmado.

Durante sua visita à Berlim, ao lado do primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, Lula comentou com a imprensa europeia suas expectativas quanto a assinatura do acordo. O presidente declarou que não irá desistir “enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o ‘não’ de todos”.

“Porque, depois de 23 anos, se a gente não concluir o acordo, é porque, eu penso que nós estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que nós temos de avançar nos acordos comerciais, políticos e econômicos”, afirmou Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Lula, a reunião da cúpula do Mercosul, que ocorre nos dias 6 e 7 de dezembro, no Rio de Janeiro, pode ser crucial para a negociação do acordo.


Lula conversa com imprensa alemã ao lado de Olaf Scholz. (Reprodução/GloboNews).


Países divergem

A Alemanha, assim como a futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, apoia a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Olaf Scholz disse, nesta segunda-feira (04), que está empenhando “esforços especiais” para que o acordo seja concluído.

O presidente da França, Emmanuel Macron, no entanto, se mostrou contrário ao acordo, o qualificando como “antiquado”.

“Sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é um acordo completamente contraditório com o que ele está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo, porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar”, esclareceu Macron em coletiva de imprensa deste sábado (02).

Acordo de livre comércio

O acordo comercial entre Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e União Europeia é negociado desde 1999. Apesar das discussões acerca terem sido interrompidas em 2004 e retomadas em 2010, o acordo de livre comércio foi fechado em 2019. No entanto, o texto ainda deve ser ratificado e segue em fase de revisão.

Foto destaque: presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Reprodução/Cristiano Mariz/O Globo).

Maduro afirma que Venezuela irá “recuperar Essequibo”; Guiana prepara defesa

Nesta segunda-feira (04), após a aprovação do referendo sobre a criação de um estado em Essequibo, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que vai “conseguir recuperar” o território reivindicado. De acordo com o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, o país está prepando uma “cooperação de defesa”.

No domingo (03), 95% dos eleitores venezuelanos votaram para que o país anexe o território de Essequibo, atualmente controlado pela Guiana, ao mapa. Tanto a Venezuela, quanto a Guiana reivindicam a área que fazem fronteira há mais de um século.

Declarações dos lados


Presidente da Venezuela comemora aprovação do referendo. (Reprodução/X@NicolasMaduro).


Com a aprovação, Maduro acredita que o país deu os primeiros passos de uma “nova etapa histórica” para lutar pela Esequiba Guayana – como o território é chamado na Venezuela.

Em entrevista desta segunda-feira (04), o Bharrat Jagdeo, o vice-presidente da Guiana, declarou que, em conversas com outros autoridades, Nicolás Maduro tem afirmado que não pretende invadir a Guiana. No entanto, o país se prepara o pior.

“Precisamos estar preparados, não podemos baixar a guarda ou ficarmos menos vigilantes. Os líderes venezuelanos já mostraram que são imprevisíveis e, portanto, estamos trabalhando com nossos parceiros para reforçarmos a cooperação de defesa para, caso aconteça o pior, possamos defender nosso país”, afirmou Jagdeo.

Segundo o vice-presidente, a Guiana, contudo, não tem planos de ameaçar a Venezuela. Ele declara que o governo está “agindo de maneira preventiva e em uma capacidade de defesa”.

Próximos passos

O referendo, votado por 10.554.320 venezuelanos e composto por cinco perguntas, possui somente caráter consultivo. Portanto, não imputa ao país a necessidade que tomar uma medida para incorporar ao mapa venezuelano o território de Essequibo.

A própria consulta já é contrária à decisão da Corte Internacional de Justiça, já que, nesta sexta-feira (01), os juízes da mais alta instância da Organização das Nações Unidas (ONU) determinaram, de forma unânime, que a Venezuela não tem autorização para orquestrar nenhum movimento em prol de anexar o território.

Disputa de Essequibo

Com recursos naturais – como petróleo -, Essequibo se tornou domínio da Guiana em 1899, quando a Sentença Arbitral de Paris estabeleceu as fronteiras da região. À época, o país ainda pertencia ao Reino Unido.

Hoje, Essequibo é responsável por tornar a Guiana o território sul-americano que mais cresce economicamente. Estima-se que o PIB deverá crescer 25% neste ano.

A Venezuela, contudo, não reconhece o domínio da Guiana sob Essequibo, pois considerada o Acordo de Genebra, firmado em 1966, que reconhecia a reivindicação da Venezuela sob o território e prometia uma negociação entre os países. 

Foto destaque: presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. (Reprodução/Yuri Cortez/AFP).

Venezuela aprova criação de um novo estado após referendo realizado neste domingo

Em um plebiscito ocorrido neste domingo (3), cidadãos venezuelanos expressaram sua rejeição à jurisdição da Corte Internacional de Justiça na disputa territorial com a Guiana. Simultaneamente, demonstraram apoio à criação de um novo estado em Essequibo. Segundo o órgão eleitoral local, mais de 95% dos votantes aprovaram as cinco perguntas propostas pelo governo, desafiando a proibição da corte contra ações que poderiam modificar a situação na área.

Essequibo, uma província rica em petróleo e com extensão superior à do estado do Ceará, é reconhecida como parte da Guiana, embora seja reivindicada pela Venezuela desde 1841.

A maneira como as autoridades venezuelanas planejam efetuar a anexação do território permanece incerta. Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), anunciou a contagem de pouco mais de 10 mil votos no referendo, excluindo os votos registrados durante a prorrogação de duas horas da votação. O resultado reflete uma decisão significativa por parte dos venezuelanos, alimentando ainda mais as tensões na disputa territorial com a Guiana.


 Venezuela: em referendo, população aprova medidas para anexação da Guiana (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Origem da disputa territorial

A disputa pelo território de Essequibo persiste entre Venezuela e Guiana por mais de um século, com controle atualmente nas mãos da Guiana desde o final do século 19. Essa região compreende 70% do território guianense e abriga uma população de 125 mil pessoas. Conhecida como Guiana Essequiba na Venezuela, a área é caracterizada por densa vegetação e ganhou destaque em 2015 com a descoberta de reservas de petróleo. Estima-se que a Guiana possua cerca de 11 bilhões de barris, sendo a parte mais significativa “offshore”, ou seja, no mar, próximo a Essequibo. O setor petrolífero contribuiu para o rápido crescimento econômico da Guiana nos últimos anos.

A Guiana fundamenta sua reivindicação com base em um laudo de 1899, elaborado em Paris, que estabeleceu as fronteiras atuais, quando a Guiana era um território britânico. Por sua vez, a Venezuela argumenta que o território lhe pertence, referindo-se a um acordo de 1966 com o Reino Unido, assinado antes da independência da Guiana. Esse acordo anulou o laudo arbitral de 1899, buscando estabelecer bases para uma solução negociada.


Mapa mostra a Guiana e a região de Essequibo (Foto: reprodução/Vitoria Coelho/g1)


Guiana pediu ajuda à Corte

A decisão proferida na sexta-feira pela Corte Internacional de Justiça estabeleceu que a Venezuela estava impedida de buscar a anexação de Essequibo, e essa proibição se aplicava ao referendo programado. A Guiana solicitou que a corte tomasse medidas emergenciais para interromper a votação na Venezuela. Em abril, a Corte Internacional de Justiça reiterou sua competência para deliberar sobre a disputa. Esse órgão, o mais elevado da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver conflitos entre Estados, não possui meios para impor suas determinações. A resolução definitiva sobre a propriedade de Essequibo pode demandar vários anos. O governo venezuelano classificou a decisão como uma interferência em assuntos internos e violação constitucional. 

 

Foto destaque: presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, logo após referendo sobre a Guiana (Reprodução/Matias Delacroix/AP Photo)

Influenciadores são alvos de investigação por suposta fraude no “jogo do tigrinho”

No dia 3 de dezembro, o programa “Fantástico” denunciou o esquema envolvendo o conhecido “Jogo do Tigrinho”, um cassino on-line de caça-níqueis que está sendo investigado pelas autoridades policiais. A polícia está averiguando o esquema irregular de apostas, que tem ocasionado prejuízos consideráveis aos jogadores. 

Nas redes sociais, os influenciadores têm um papel crucial na disseminação do esquema, sendo contratados para atrair indivíduos a participar do jogo de azar, uma prática considerada ilegal no Brasil. As autoridades suspeitam de uma possível associação do jogo com um esquema de pirâmide financeira, no qual os participantes são recrutados com promessas de retornos substanciais, mas apenas alguns recebem pagamentos expressivos.

Em 19 de novembro, um grupo de influenciadores no Paraná foi exposto, sendo preso por envolvimento em propagandas enganosas do “/Jogo do Tigre”/ e por participação em uma quadrilha. Na ação policial, foram apreendidos veículos e dólares em espécie, destacando a magnitude do esquema. Estima-se que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 12 milhões em atividades ilícitas ao longo de seis meses.

Figuras como Du Campelo, Gabriel, Ezequiel e Ricardo, foram detidos por participação em um esquema criminoso de apostas, utilizando suas plataformas nas redes sociais para atrair vítimas. Os vídeos compartilhados exibiam falsos ganhadores ostentando riquezas, contribuindo para iludir possíveis participantes sobre os supostamente fáceis ganhos do jogo online. A investigação revelou que esses influencers eram contratados por plataformas ilegais de jogos para promover campanhas, recebendo altas quantias em troca.Com a conclusão das investigações, Eduardo, Gabriel e Ricardo foram detidos, enquanto Ezequiel permanece foragido. 


Vícios perigosos: Apostadores perdem dinheiro com joguinhos online (Vídeo: reprodução/YouTube/RecordTvGoias)


Pirâmide financeira

Um esquema de pirâmide financeira é uma fraude que promete lucros altos e fáceis aos investidores, mas que depende da entrada constante de novas pessoas para o negócio. O nome dessa prática vem da forma como a estrutura se organiza: o criador da pirâmide fica no topo e recebe uma parte do dinheiro dos que entram depois dele, que por sua vez precisam recrutar mais gente para receber seus rendimentos. Porém, essa lógica não se sustenta por muito tempo, pois em algum momento não haverá mais pessoas suficientes para entrar na pirâmide e o esquema entrará em colapso, causando prejuízo aos participantes. Pirâmide financeira é um crime contra a economia popular e está previsto na lei brasileira.


Características que permitem identificar um esquema de pirâmide financeira (Foto: reprodução/amma)


Diferença entre uma pirâmide financeira e marketing multinível

A diferença entre uma pirâmide financeira e marketing multinível é que na primeira não há um produto ou serviço real que sustente o negócio, mas apenas o recrutamento de novas pessoas que pagam para entrar no esquema. Já no marketing multinível, há a venda de produtos ou serviços de valor competitivo ou utilidade comercial, e os ganhos dependem tanto das vendas quanto do recrutamento de novos vendedores. O marketing multinível é uma atividade lícita e regulamentada, enquanto a pirâmide financeira é uma fraude e um crime contra a economia popular.

 

Foto destaque: imagem de divulgação do “jogo do tigrinho” (Reprodução/moneytimes)

Estudo revela impacto das mudanças climáticas nos brasileiros

De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Pólis e pelo IPEC, sete em cada dez brasileiros já vivenciaram pelo menos um evento extremo associado às mudanças climáticas. Os dados foram coletados presencialmente em todo o país durante o período de 22 a 26 de julho de 2023, com a participação de 2 mil entrevistados. A pesquisa apresenta um intervalo de confiança de 95%, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Para 84% da população, as principais inquietações incluem eventos frequentes como chuvas intensas, escassez de água, ondas de calor, ciclones e queimadas, revela a pesquisa. Além disso, o estudo destaca que a preocupação com a ocorrência de novos eventos extremos é compartilhada por 98% dos brasileiros.


Logo do Instituto Pólis (Foto: reprodução/Land Portal)


Dados da pesquisa

Eventos que mais impactaram a população:

  • Chuvas intensas (20%);
  • Seca e escassez de água (20%);
  • Alagamentos e enchentes (18%);
  • Temperaturas extremas (10%);
  • Apagão de energia (7%);
  • Ciclones e tempestades de vento (6%);
  • Queimadas e incêndios (5%).

Variações regionais e sociais:

  • Ciclones e tempestades de vento afetam mais a região Sul (29% contra a média nacional de 13%);
  • Alagamentos, inundações e enchentes preocupam mais as classes D e E (25%) do que as classes A e B (19%);
  • Diferenças considerando raça/cor: a população negra demonstra maior preocupação (25%) do que a população branca (21%) em relação a esses eventos climáticos.

Causas associadas aos extremos climáticos: A maioria dos brasileiros associa diretamente aos combustíveis não renováveis, como petróleo (73%), carvão mineral (72%) e gás fóssil (67%).

Energia renovável e COP28

Os dados indicam um aumento na percepção de custo político caso as decisões governamentais persistam no investimento em fontes não renováveis. A sociedade demanda prioridade nos investimentos em fontes renováveis, vendo-os como cruciais para enfrentar as mudanças climáticas. Aproximadamente 84% dos entrevistados defendem que o país deve concentrar esforços em energias renováveis, com especial destaque para solar (57%), hídrica (14%) e eólica (13%).

No âmbito global, a COP28, Conferência do Clima da ONU realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, destaca-se como um fórum essencial para debates sobre o futuro do meio ambiente e estratégias visando evitar uma catástrofe climática global. Entre os temas em pauta, destacam-se mecanismos para restringir o aquecimento global, preservação de florestas, alcance da neutralidade de carbono até 2050 e apoio a nações vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

Foto Destaque: planeta Terra cheio de curativos (Reprodução/Appai)

Áudios de Thiago Brennand revelam confissões de estupro e agressão pelo empresário

Áudios divulgados pelo UOL nesta segunda-feira (4) revelam confissões de Thiago Brennand, empresário e réu em sete processos pelos crimes de estupro, tortura, ameaça e cárcere privado. Brennand foi condenado a mais de 10 anos de prisão em dois dos processos; ele está detido no Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros, em São Paulo, após fugir para Abu Dhabi e ter sido extraditado em 29 de abril.

Áudios revelam agressões, ameaças e confissão de estupro por Brennand

K., conheceu Thiago Brennand no Instagram em julho de 2021; em agosto do mesmo ano, a produtora pernambucana viajou para São Paulo para encontrá-lo, e viveu as experiências de abuso e violência. 

Nos áudios divulgados pelo UOL, que teve acesso ao processo de mais de 2 mil páginas, Brennand admite ter cometido estupro e agressão contra a vítima. “Eu fiz à força e com raiva, não fiz?”; “E você dizendo ‘não, não’, eu fiz com raiva. Beleza. Eu assumo”, afirma Brennand.

A vítima também relata que o empresário gravou e divulgou os vídeos das relações sexuais, inclusive para a filha da vítima, que tinha 15 anos na época. Além de detalhes das agressões, Brennand também ameaça a vítima: 

Não brinque com minha vida, que você toma no c*; você, seu pai, seu irmão, qualquer um […] Levo um ex-delegado geral de polícia, eu levo a primeira mulher que foi chefe de polícia e criou a Delegacia da Mulher para dizer: sou um abusador?

Em outro áudio, o milionário, filho de duas das mais influentes famílias de Pernambuco, diz para a vítima respeitar sua biografia.


O empresário Thiago Brennand e suas armas, que usava para intimidar as vítimas (Foto: reprodução/X/@BohnGass)


Empresário é réu em sete processos e foi condenado a mais de 12 anos de prisão

Thiago Antônio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira é filho de Joana Brennand Tavares e José Aécio Fernandes Vieira; o empresário, de 43 anos, tem uma fortuna estimada em R$ 300 mi. 

Ele foi condenado em dois dos sete processos a que responde na Justiça de São Paulo.

Em 11 de outubro, Brennand foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelo estupro de uma norte-americana residente no Brasil, em sua mansão em Porto Feliz, São Paulo, em julho de 2021.

Em 1º de novembro, o empresário foi condenado a 1 ano e 8 meses em regime semiaberto pela agressão à atriz Helena Gomes na academia Bortec, em São Paulo, ocorrida em agosto de 2022, cujo vídeo foi amplamente divulgado na mídia e após o qual começaram a ser relegados os outros casos de agressão e violência sexual do empresário.

Ele chegou a fugir do país em setembro de 2022, mas foi extraditado em abril deste ano dos Emirados Árabes.

Foto Destaque: Thiago Brennand (Reprodução/X/@g1)

Maceió segue sob alerta máximo mesmo com desaceleração de afundamento de mina

A região do bairro de Mutange, em Maceió ainda está sob alerta máximo da Defesa Civil municipal e deve ser mantido até que o afundamento da área afetada pela mina de sal-gema da Braskem cesse completamente sua movimentação no subsolo. O boletim divulgado pelo órgão neste domingo (03) à tarde, afirma que que a região está afundando menos do que a uma semana atrás, quando se deu início ao alerta e a evacuação dos bairros da região, porém nada muda em relação ao aviso decretado por eles.

Visita do Ministro de Minas e Energia

Neste domingo (03) o Ministro de Minas e Energia do governo Lula, Alexandre Silveira, visitou a capital alagoana e a região onde está acontecendo o afundamento e afirmou que as possibilidades de deslocamentos de terra são mínimas e que o local se encontra em estabilização, indo no sentindo contrário no que a Defesa Civil municipal alega.

Alerta máximo

A Defesa Civil de Maceió emitiu o alerta máximo de perigo na região desde quinta-feira (30) e reafirmou nesta segunda-feira e entrevista à Rede Globo que o manterá até que o solo esteja 100% estabilizado, o que não aparenta estar no momento. Por conta da gravidade do incidente, cerca de 5 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas nos últimos dias. O órgão municipal afirmou que instalou sensores ao redor do local para que seja monitorado em tempo real a situação.


Desde 2018 cerca de 60 mil pessoas foram obrigadas a sair de suas casas por conta de incidentes nas minas da Braskem (Foto: reprodução/X/@carlosmadeiro)


Desde 2018 aparecem rachaduras

O problema na região do Mutange não é recente, e remonta ao ano de 2018, quando os primeiros sinais de rachaduras no solo e em casas apareceram. Desde então, cinco bairros foram afetados e 60 mil pessoas foram obrigadas a se mudar por conta do perigo eminente de afundamento. Tremores de terra também eram constantemente sentidos e fizeram com que em 2019 a empresa encerrasse a extração de sal-gema na mina 18, onde ocorre o perigo de afundamento, porém a empresa ainda detém outras 34 minas ativas na capital alagoana.

 

Foto Destaque: região da mina 18, no bairro do Mutange ainda está sob alerta máximo da Defesa Civil municipal por conta do risco de afundamento do local. (Reprodução/X/@UOLnoticias)