Feminicídio gestacional: estudo aponta altas taxas de mortalidade

O estudo aborda a realidade das mulheres grávidas que sofrem violência no país. Os resultados apontam que mais da metade das mortes de mulheres grávidas notificadas por violência resultam de causas externas, sendo o feminicídio responsável por assustadores 80,1% desses óbitos. A pesquisa destaca também fatores de proteção, mas a urgência em lidar com essa questão persiste, além de identificar fatores de risco, incluindo faixa etária, métodos de agressão e condições socioeconômicas.

O que diz o estudo

Os detalhes da pesquisa realizada pelo no Caderno de Saúde da Fiocruz revelam a extensão da violência enfrentada por mulheres grávidas no país. A análise aponta para um cenário alarmante, no qual mais de 50% das mortes notificadas durante a gestação são motivadas por causas violentas.

O estudo identificou características que aumentam ou diminuem o risco de óbito entre as mulheres grávidas vítimas de violência. Entre os fatores de risco estão a faixa etária de 30 a 39 anos, agressões com armas de fogo ou objetos perfurocortantes, estado civil solteira/viúva, baixa escolaridade e residência em municípios com até 100 mil habitantes. Por outro lado, ser casada/união estável, ter escolaridade acima de quatro anos e viver em municípios mais populosos, se mostraram como elementos de proteção.


Dados apotam como alarmante o número de mortes entre grávidas vítimas de violência no Brasil (Foto: reprodução/BBC/Getty Images)


Comparando com dados nacionais, a pesquisa destaca que as taxas de mortes por causas externas e feminicídios entre mulheres em idade fértil, no período de 2011 a 2017, eram significativamente inferiores às reveladas por este estudo. O aumento exorbitante, especialmente no caso dos feminicídios, alerta para a necessidade de uma atenção redobrada às mulheres grávidas vítimas de violência.

O estudo aponta ainda que a presença de armas de fogo e objetos perfurocortantes como fatores associados ao óbito destaca a necessidade urgente de políticas de controle de armas. Em contrapartida, o cenário político brasileiro apresenta uma tendência preocupante de flexibilização no acesso a armas, sugerindo um aumento potencial nos casos de feminicídios e outros crimes violentos.

Desafio na apuração dos dados

A análise do Observatório Obstétrico Brasileiro evidencia a dificuldade em produzir dados precisos sobre o feminicídio no período gravídico-puerperal, contribuindo para a invisibilidade dessas mortes nos protocolos de saúde. A pesquisa também destaca a falta de informações sobre mortes violentas relacionadas à gravidez, apontando a necessidade de melhorar a vigilância para identificar fatores potencialmente evitáveis.

A pesquisa revela que a “gravidez que termina em aborto” é a segunda principal causa de óbito entre mulheres que sofrem violência na gravidez. A criminalização do aborto no Brasil e a exposição das mulheres a práticas inseguras aumentam os riscos de morte, destacando a interseção entre a violência, o aborto e as políticas restritivas.

 

Foto destaque: foto em preto e branco representando a mão de uma mulher em sua barriga de gravidez (Reprodução/SIC Notícias)

Chanceler de Israel diz que a guerra continuará em Gaza ‘com ou sem’ apoio internacional

O chanceler israelense Eli Cohen reiterou hoje o compromisso de Israel em prosseguir com as operações militares na Faixa de Gaza, independentemente do apoio internacional. Suas declarações surgiram em resposta ao alerta feito pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o impacto negativo dos “bombardeios indiscriminados” israelenses na opinião global. Na terça-feira, 10 militares israelenses perderam a vida no conflito.

Cohen, em um comunicado oficial, afirmou que interromper a ofensiva neste estágio seria conceder um presente ao grupo terrorista Hamas, permitindo que eles retornem e ameacem a segurança de Israel. Além disso, ele solicitou à comunidade internacional a proteção das rotas de navegação no Mar Vermelho, destacando a preocupação após um navio norueguês ser atingido por um foguete lançado pelos houthis, milícia apoiada pelo Irã envolvida no conflito no Iêmen.

Tensões internacionais

As recentes tensões internacionais foram desencadeadas pelas observações de Biden durante um evento de campanha, onde ele afirmou que os “bombardeios indiscriminados” estavam prejudicando o apoio global a Israel. Mais tarde, em uma coletiva de imprensa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Biden reiterou o suporte a Israel, mas enfatizou a preocupação com a segurança dos palestinos.


Soldados das Forças de Defesa de Israel num beco em Gaza (Foto: reprodução/Forças de Defesa de Israel)


O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou ter recebido apoio total dos Estados Unidos para a incursão em Gaza, apesar das divergências sobre o futuro pós-conflito. Biden está programado para se reunir com parentes dos israelenses sequestrados pelo grupo terrorista Hamas, buscando apoio internacional para a libertação dos mais de 100 reféns.

Cessar-fogo imediato

A Assembleia Geral da ONU aprovou, na terça-feira (12), uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato em Gaza, com 153 votos a favor, 10 contra (incluindo EUA e Israel) e 23 abstenções. Em resposta, Cohen criticou duramente a decisão, acusando a ONU de uma “nova degradação moral” ao parabenizar o Hamas, uma organização terrorista que, segundo ele, cometeu atos atrozes.

Netanyahu, durante uma visita a um centro de detenção no sul de Israel, expressou sua determinação em continuar a ofensiva contra o grupo terrorista Hamas, afirmando que “nada nos deterá”. Ele elogiou as forças militares por seu trabalho, mencionando o difícil dia anterior, quando 10 soldados foram mortos em uma emboscada do Hamas.

Agentes do Hamas em escola

As Forças de Defesa de Israel (IDF) relataram ações no sul de Gaza, onde tropas do Batalhão de Reconhecimento da 55ª Brigada eliminaram agentes do Hamas em uma escola em Khan Younis. Um vídeo divulgado mostra o confronto, com os corpos dos terroristas espalhados no local. As tropas encontraram e destruíram infraestrutura subterrânea do Hamas na área.

As tensões persistem, e a posição de Israel em continuar a ofensiva permanece inabalável, apesar das críticas e apelos por um cessar-fogo internacional.

 

Foto destaque: Soldados e um blindado das Forças de Defesa de Israel em Gaza (Reprodução/Forças de Defesa de Israel). 

Empresa de Xuxa é condenada a pagar mais de R$40 milhões por plágio

Nesta quarta-feira (13), a Justiça do Rio de Janeiro condenou a empresa Xuxa Promoções e Produções, da artista Xuxa Meneghel, a pagar mais de R$40 milhões pelo crime de plágio. A apropriação teria sido cometida com base nos personagens da “Turma do Cabralzinho”.

A denúncia foi feita há mais de 20 anos por Leonardo Soltz, publicitário mineiro e criador da Turma do Cabralzinho, desenho baseado nos 500 anos da chegada dos portugueses ao território brasileiro.

Valor calculado

Apesar de o valor ser considerado alto, a quantia foi calculada durante o processo por uma perícia que avaliou todos os ganhos em cima dos personagens, além de contabilizar a tiragem da revista publicada e também a reprodução de imagens relacionadas ao desenho.

Após longos 20 anos, Leonardo Soltz conseguiu ganhar a causa, que ainda cabe recurso. O publicitário usou os serviços dos advogados Ricardo Loretti, Lívia Ikeda e Antônio Ferraço, do Sergio Bermudes Advogados, e também do escritório Weikersheimer e Castro. 

Turma do Cabralzinho


Turma do Cabralzinho (Foto: Reprodução: G1)


Cabralzinho, Bebel, Quim, Perri e Caramirim são os integrantes da turma avaliada em mais de R$40 milhões, criados no ano de 1997 por Soltz. A ideia do grupo foi baseada na marca dos 500 anos da chegada dos portugueses no Brasil, que foi completada em 2000, com a intenção de comemorar a data do “descobrimento” do país.

Leonardo Soltz afirma que criou tais personagens e que estes foram plagiados pela Xuxa Promoções e Produções em um projeto da própria empresa. Segundo ele, em 1998 ele recebeu uma negativa da ideia de viabilizar o projeto, porém no ano seguinte a empresa da apresentadora teria criado personagens semelhantes ao dele, ganhando todo o crédito e também os lucros

Cabralzinho foi inspirado em Pedro Álvares Cabral, intitulado como o “descobridor” do Brasil. Os demais personagens retratam também figuras representativas daquela época, como o índio Caramirim.

Foto destaque: Xuxa é proprietária da empresa condenada a pagar mais de R$40 milhões (Reprodução/Instagram/@xuxameneghel)

T4F é multada pelo Procon de São Paulo

A empresa Time For Fun (T4F) foi multada pelo Procon de São Paulo no valor de R$ 626.470,87 por problemas originados nas vendas de ingressos dos shows nas edições de 2020 e 2023 do Lollapalooza e também nos recentes eventos da cantora Taylor Swift, que se apresentou em São Paulo e no Rio de Janeiro em novembro deste ano.

Segundo o Procon, houveram diversas irregularidades nos processos de vendas dos ingressos para os shows organizados pela empresa. Um dos problemas foi relacionado ao desrespeito das regras da fila virtual para a compra das entradas para os eventos, onde os interessados aguardaram na espera mesmo após o esgotamento dos ingressos.

Comunicado do Procon

“O direito à informação também não foi respeitado no site da empresa, que também apresenta diversas “cláusulas abusivas” nas páginas “Perguntas Frequentes” e “Termos e Condições”, dentre elas: Instruções para retirada do pacote VIP; descrição do que pode ser levado para os shows; cobrança de taxa de conveniência nas vendas realizadas presencialmente e sobre procedimentos para cancelamento e devolução do valor do ingresso – que é um direito do consumidor”, esclareceu o Procon.


Lollapalooza 2023 em São Paulo (Foto: Reprodução/Instagram/@lollapaloozabr)


Motivação da multa

A penalidade imposta teve como base uma abordagem multifacetada. Primeiramente, foi embasada em informações obtidas por meio de solicitações de esclarecimentos direcionadas pelo Procon-SP à empresa em questão. Além disso, a análise se estendeu ao exame do material disponível no site da organização, abrangendo seções relevantes como “Perguntas Frequentes” e “Termos e Condições”.

A decisão também foi influenciada pela consideração das reclamações feitas por consumidores ao órgão de defesa do consumidor. A avaliação dessas queixas desempenhou um papel crucial na determinação da punição.

A multa também se baseou na análise crítica de matérias jornalísticas veiculadas em diversos meios de comunicação. Essas reportagens forneceram um panorama mais amplo das questões relacionadas à empresa, contribuindo significativamente para a decisão. 

A Time For Fun /Tickets For Fun afirma não ter sido notificada oficialmente ainda.

Foto destaque: Taylor Swift em apresentação no Brasil (Reprodução/Instagram/@taylowswift)

Kiev é atacada por mísseis russos; destroços deixam 53 feridos

A capital ucraniana foi bombardeada durante a madrugada desta quarta-feira (13), o ataque deixou pelo menos 53 pessoas feridas, e além disso ainda provocou danos em hospital infantil, de acordo com o governo ucraniano esse ataque foi considerado o ataque mais grave a Kiev nos últimos meses.  Esse é o segundo ataque sofrido pela capital ucraniana, nesta semana. 

Segundo Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, os mísseis foram derrubados por volta das 3h, no horário local (22h, pelo horário de Brasília). Os destroços dos mísseis causaram ferimentos e destruição em três distritos de Kiev, que estão localizados no lado leste do Rio Dnipro, que atravessa a capital ucraniana. 

A Força Aérea Ucraniana afirmou que a Rússia iniciou o ataque “precisamente às 3h00” (22h, no horário de Brasília), com o lançamento de 10 mísseis contra Kiev.  

Um jornalista da AFP afirmou ter escutado várias explosões no centro de Kiev, que foram seguidas logo depois pelo acionamento de sirenes de alerta. 

Cidade de Odessa também foi alvo de ataque 

A cidade de Odessa também foi alvo de ataques de drones russos durante a última madrugada, todos eles foram abatidos. O ataque deixou feridos, mas o número não foi revelado pela prefeitura da cidade.  A cidade abriga o principal porto do sul da Ucrânia.


Socorristas apagando o fogo deixado por um ataque russo. (Foto: reprodução/Evgeniy Maloletka/AP)


Pronunciamento de Zelensky 

O presidente ucraniano,Volodymyr Zelensky, elogiou o trabalho dos militares ucranianos durante o ataque e se comprometeu a reforçar as defesas aéreas do país. 

O líder ucraniano afirmou: “A Rússia confirmou novamente o título de país vergonhoso que lança foguetes durante a noite, atacando áreas residências, jardins de infância e instalações de energia de inverno” , afirmou o mandatário. 

O presidente ucraniano não está na Ucrânia. Ele está na Noruega, onde terá uma reunião com os líderes das cinco nações nórdicas, que são importantes para Ucrânia no conflito com a Rússia. Antes disso, Zelensky estava nos Estados Unidos, onde foi recebido por Joe Biden na Casa Branca e ainda se reuniu no congresso do país com senadores, em uma tentativa de pressionar para o desbloqueio de um pacote de ajuda militar de 61 milhões de dólares para a Ucrânia.

Foto destaque: destruição deixada em Kiev após o ataque russo, desta madrugada. (Reprodução/ Valentyn Ogirenko/Reuters)

Anvisa faz abertura de consulta pública sobre cigarros eletrônicos

A Anvisa abriu uma consulta pública hoje (13) para discutir a regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil. A agência abriu uma revisão regulatória em 2019, e a consulta é mais uma etapa desse processo. 

Segundo a agência, o reexame da proibição desses eletrônicos se deu por conta de mudanças e novas evidências sobre o tema que surgiram em 2009.

Brasil possui muito usuários de cigarros eletrônicos

De acordo com o Ipec, o número de consumidores desses aparelhos aumentou nos últimos anos. Cerca de 2 milhões de pessoas consomem cigarros eletrônicos com uma certa frequência. Em 2008, o número chegava a 500 mil.

A proibição desses cigarros foi oficializada em 2009, a mais de dez anos atrás. Por isso, desde lá houve novos estudos sobre esse tipo de cigarro. Segundo Carolina Fidalgo, advogada especialista em Direito Regulatório, desde 2009 houve diversas mudanças no cenário brasileiro, muitos novos estudos e muita inovação também. “Então, nós temos hoje uma situação em que o produto é proibido formalmente, mas é amplamente comercializado no Brasil. A grande maioria das pessoas não sabe que ele é proibido”, diz a advogada. 

Nesta nova etapa do processo, a Anvisa oferece espaço para o debate coletivo. Segundo o diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, o caminho a ser adotado vai depender totalmente do que vier da consulta pública. Dependendo da relevância da contribuição pública, o processo pode tomar um rumo diferente. 

Estudos anteriores destacam os perigos

O cigarro eletrônico, também conhecido como vape, é um dispositivo que funciona por meio de uma bateria e uma solução líquida. De acordo com estudos anteriores, essa substância contém produtos químicos, como a nicotina, que causa principalmente dependência. 


Cigarros eletrônicos também possui substâncias tóxicas assim como cigarro convencional. (Foto: reprodução/Svklimkin/Pixabay)


Assim como o cigarro convencional, ele pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças pulmonares e cardiovasculares, assim como o surgimento de câncer, como câncer de boca, pâncreas e até esôfago. Mesmo que o cigarro eletrônico não apresenta combustão, os estudos indicam que o vapor liberado também contém produtos químicos. 

Na consulta pública da Anvisa, a população terá 60 dias para dar suas contribuições, por meio de um formulário no site da Anvisa. O prazo se encerra em 9 de fevereiro de 2024. 

 

Foto destaque: usuário de cigarro eletrônico. (Reprodução/Lindsay Fox/Pixabay)

Andre Braugher, de Brooklyn Nine-Nine, morre aos 61 anos de idade

Andre Braugher, ator norte-americano de 61 anos, morreu em decorrência de uma doença. A informação foi confirmada pela assessora do ator nesta terça-feira (12), e não houve detalhes sobre qual doença levou o falecimento do ator. 

Carreira do ator

O papel mais conhecido do ator foi o de Capitão Holt, na série de comédia da NBC Brooklyn 99, onde era o capitão de um departamento policial em Nova York. Mas Braugher também fez outros papéis importantes em sua carreira. Ele também interpretou Thomas Searles no filme Tempo de Glória, de 1989; Frank Pembleton série Homicide: Life on the Street, assim como Owen Thoreau Jr. em Men of a Certain Age, uma série de 2009.


Andre Braugher como capitão Holt (Foto: reprodução/NBC)


Braugher chegou a ganhar um Emmy pelo seu papel na série Homicide em 1998, mas a interpretação do Capitão Holt deu um salto em sua carreira, que lhe rendeu quatro indicações ao Emmy de melhor ator coadjuvante. “Senti que era uma oportunidade de fazer algo totalmente diferente do resto da minha carreira”, disse o ator em entrevista à Associated Press, em 2019.

Colegas prestam homenagens

O elenco de Brooklyn 99 usou suas redes sociais para lamentar a morte do ator. Terry Crews agradeceu o colega pela troca de experiências e pela amizade do ator. “Não consigo acreditar que você se foi tão cedo. Me sinto honrado por ter te conhecido, rido com você, trabalhado com você e compartilhado oito anos gloriosos assistindo ao seu talento insubstituível. Essa doeu “, lamentou Crews. 

Chelsea Peretti, que interpretou a assistente de Capitão Holt, também prestou homenagem a Braugher. “Me sinto para sempre sortuda por ter passado por uma jornada com você, bem ao seu lado. Você era tão engraçado comigo, a epítome de “/águas paradas são profundas”/. Sempre vou me lembrar de nossas conversas – quase sempre, comigo, parada na sua porta, te impedindo de sair, não querendo perder a oportunidade insana de estar ao seu lado”, escreveu a atriz em seu Instagram.

Andre Braugher nasceu em 1 de julho de 1962, em Chicago, nos Estados Unidos, e deixou sua esposa, Ami Bradson, e três filhos. 

 

Foto destaque: o ator Andre Braugher (Reprodução/Chris Pizzello/Invision/AP)

 

Israel começa a inundar túneis utilizados pelo Hamas

O Exército israelense começou a bombardear água do mar e inundar túneis construídos pelo grupo extremista Hamas, na Faixa de Gaza, de acordo com o jornal americano The Wall Street Journal. O objetivo da estratégia é inabilitar o uso das estruturas subterrâneas usadas pelo grupo radical durante o conflito. Autoridades estadunidenses afirmaram ao canal CNN, que a medida tem sido adotada de maneira cuidadosa e limitada em áreas onde militares acreditam que não tenha reféns. 

O Ministério da Defesa israelense não quis comentar sobre a tática de bombear água em túneis subterrâneos. Um membro da pasta afirmou que as operações de inundação são confidenciais, e que ela pode levar semanas. Outras autoridades israelenses afirmam que os túneis tem sido fundamentais para as ações do Hamas no campo de batalha. Membros se deslocam pelas passagens subterrâneas e armazenam armamentos nos locais.

Em 2021, dois anos antes do conflito começar. O Hamas havia afirmado ter construído cerca de 500 quilômetros de túneis sob Gaza,. No início deste mês, militares israelenses afirmaram terem destruído pelo menos 500 túneis em Gaza, além de ainda terem localizado outros 800 ao longo do território palestino. 

Egito inundou túneis no passado

No ano de 2015, o Egito usou água do mar para inundar túneis que eram operados por contrabandistas que faziam parte do Hamas, eles usam as passagens subterrâneas para passar na fronteira de Rafah. Isso resultou em queixas feitas por agricultores em relação à perda de suas colheitas.

Efeito colateral de inundar túneis

O efeito colateral no caso de Israel seria grave, pelo fato de arriscar a vida de reféns que continuam sob cativeiro do Hamas, na Faixa de Gaza, a maioria deles também estão nos túneis subterrâneos. O governo israelense acusa os terroristas do Hamas de se esconderem em túneis que foram construídos em locais com infraestrutura civil, como escolas e hospitais. 


Túnel do Hamas que foi descoberto pelas forças armadas israelenses. (Foto: reprodução/ Emanuel Fabian/Times of Israel)


No último mês de novembro, as forças armadas israelenses anunciaram a descoberta de um túnel de 55 metros de comprimento e 10 metros de profundidade, que segundo o orgão está localizado embaixo do hospital Al-Shifa, o maior de Gaza. O Hamas negou estar usando o local durante o conflito.  

Israel continua bombardeando a Faixa de Gaza, mas mesmo assim a grande maioria dos túneis permanecem intactos. Por conta disso, as forças armadas israelenses têm procurado fazer ataques aéreos com explosivos.

Foto destaque: soldados Israelenses em um túnel, localizado em Gaza, de baixo de um hospital. (Reprodução Victor R. Caivano/associated press)

Israel afirma que 19 reféns do Hamas foram mortos na Faixa de Gaza

O governo israelense afirmou, em declaração desta terça-feira (12), que 19 dos 135 reféns aprisionados pelo Hamas na Faixa de Gaza foram mortos. Antes do anúncio, as Forças de Israel já haviam informado que localizaram corpos de dois reféns.

De acordo com a assessoria de imprensa do Estado Judeu, dentre os 19 está um cidadão da Tanzânia. O país confirmou que dois de seus cidadãos teriam sido sequestrados no ataque de 07 de outubro, no entanto, um está declarado como morto desde o mês passado.

Corpos de reféns são encontrados


Familiares choram sobre os corpos de militantes palestinos mortos durante operação de infiltração em Israel. (Foto: Reprodução/Eyad Baba/AFP)


Neste domingo (10), o porta-voz do Hamas, Abu Obeida, declarou que os 135 reféns restantes não serão libertados vivos “sem uma troca e sem o cumprimento das exigências”. Já em comunicado desta terça-feira (12), o governo israelense informou que as forças do país encontraram dois corpos.

“Durante uma operação em Gaza, os corpos dos reféns Eden Zecharya e [Sargento-mor] Ziv Dado foram recuperados pelas Forças Especiais das FDI e trazidos de volta a Israel”, declararam as Forças de Defesa de Israel.

De acordo com as FDI, Eden Zecharya foi sequestrada no ataque ao festival de música de Re’im, enquanto Ziv Dado foi feito de refém e morto durante suas atividades como soldado, no 51º Batalhão da Brigada Golani.

Nova tentativa de cessar-fogo

Em 24 de novembro, Hamas e Israel determinaram um acordo de cessar-fogo temporário no conflito, que durou sete dias e foi responsável por libertar mais de 100 reféns do grupo extremista, além de 240 prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Os territórios negociavam para estender a trégua – acordada, de início, com duração de quatro dias. No entanto, o governo israelense afirmou que o Hamas teria violado os termos do acordo.

De acordo o Estado Judeu, as Forças de Defesa de Israel teriam interceptado um foguete lançado da Faixa de Gaza em 01 de dezembro. Desde então, Israel tem intensificado as ofensivas contra Gaza, com ataques aéreos ao centro e ao leste de Khan Younis.

O Catar, que foi responsável pela mediação da primeira trégua, afirma que tem destinado esforços para um novo cessar-fogo, mas o país acredita que os bombardeios de Israel “reduzem” as chances de um acordo.

Foto destaque: cadeiras com retratos de reféns sequestrados pelo Hamas durante os ataques de 7 de outubro são exibidos em frente à sede da Europa das Nações Unidas em Genebra. (Reprodução/EFE/EPA/MARTIAL TREZZINI).

Óbito a bordo: imigrante falece em embarcação britânica comparada a “prisão flutuante”

Nesta terça-feira (12), a polícia de Dorset informou a morte de um solicitante de asilo a bordo da barcaça “Bibby Stockholm”, ancorada no porto inglês de Portland, no sudoeste da Inglaterra. A embarcação, apelidada de “prisão flutuante”, é objeto de intensos debates devido às condições de alojamento e segurança para imigrantes. O ocorrido reforça críticas e levanta questões sobre a utilização dessas barcaças para abrigar pessoas em busca de asilo.

Investigação 

Ao apresentar um projeto de lei de imigração no Parlamento, o ministro do Interior, James Cleverly, assegurou uma “investigação completa” sobre a morte do solicitante de asilo. Detalhes sobre o falecimento ainda são escassos. Cleverly afirmou que a investigação abordará o incidente ocorrido na “Bibby Stockholm”, apontada como uma alternativa polêmica para reduzir custos de acomodação para imigrantes.

Preocupações locais e contexto político

Heather Haddow, coordenadora da associação local Portland Global Friendship, expressou preocupações anteriores sobre a possibilidade de tragédias como essa acontecerem. “É uma preocupação real. É algo sobre o qual todos falamos no grupo, como apoiar as pessoas para prevenir um suicídio, mas sabíamos que ia acontecer”, disse Haddow. O contexto político também é relevante, pois o governo britânico enfrenta desafios em sua política de imigração, sendo a proposta de deportação para Ruanda uma das medidas mais contestadas. O uso das barcaças, destinadas a reduzir custos de acomodação para solicitantes de asilo, também tem sido alvo de denúncias.


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Bibby Stockholm

Apesar de anunciada como uma embarcação de luxo pela Bibby Marine, a “Bibby Stockholm” tem sido alvo de críticas de mais de 50 organizações humanitárias. Com três andares, 93 metros de comprimento, 27 metros de largura e capacidade para 500 migrantes, o navio é considerado polêmico e controverso. Organizações questionam as condições em que os imigrantes são mantidos a bordo, destacando a necessidade de segurança e bem-estar. A votação sobre a polêmica proposta está agendada para esta terça-feira no Parlamento britânico.

Foto destaque: Bibby Stockholm (Reprodução/Dorset Live)