Manifestações na Argentina: primeiro protesto contra Milei tem confronto entre polícias e manifestantes

Nesta quarta-feira (20), o primeiro protesto contra o governo do novo presidente da Argentina, Javier Milei, realizado em Buenos Aires, teve confrontos entre policiais e manifestantes. Na última quinta-feira (14), a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, havia afirmado que seriam impostas “severas penalidades” aos responsáveis pela “obstrução da livre circulação”.

Os manifestantes protestavam contra um pacote de medidas econômicas propostas pelo governo de Milei, quando as autoridades do país tentaram retirá-los ruas, o que gerou o confronto. No entanto, o conflito não se prolongou e um agente ficou ferido. 


Confronto entre manifestantes e autoridades em protesto desta quarta-feira (20). (Foto: Reprodução/Reuters).


Medidas contra os protestos

Dias antes do protesto, organizado pelos movimentos de esquerda da Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou uma série de medidas para impedir que as manifestações bloqueassem as ruas.

Na última quinta-feira (14), Bullrich estabeleceu que as forças federais e o serviço penitenciário federal intervirssem durante bloqueios, até que todas as ruas fossem libertadas. Para isso, a mínima força necessária estaria permitida.

Conforme determinação da ministra, os identificados como responsáveis pelo protesto terão suas informações enviadas as autoridades. Já as organizações sociais envolvidas terão que arcar com os custos das operações de segurança, além de serem incluídas em listas do governo – caso atuem frequentemente em manifestações.

“É hora de acabar com esta metodologia [de protestos] que tudo o que faz é gerar a desordem total e absoluta e o descumprimento da lei, além de não proteger quem tem que levar a vida normal e pacificamente”, afirmou a ministra.

Anteriormente, a ministra de Capital Humano, Sandra Pettovello, declarou que os envolvidos na manifestação teriam seus direitos a assistência social revogados.

 “Quem bloqueia, não recebe”, afirmou Pettovello, citando a frase já dita por Javier Milei.

Como parte das medidas, já antes do protesto, o policiamento foi reforçado em diversos locais de Buenos Aires e nas entradas da capital. As autoridades, com autorização do Ministério da Segurança, também revistaram passageiros a bordo de transportes coletivos.

Manifestações

Além de protestarem contra o “Plano Motossera”, que pretende impor – dentre outras medidas – a desvalorização do peso e a suspensão de obras públicas, os movimentos de esquerda da Argentina se mobilizaram para homenagear o 22º aniversário do protesto de 2001 contra o governo do presidente Fernando de la Rua.

De acordo com o jornal Clarín, a previsão era de que a manifestação recebesse de 30.000 a 40.000 pessoas. Na noite desta quarta-feira (20), a ministra de Segurança, estimou que o número de manifestantes foi menor do que o habitual. No entanto, a quantidade de pessoas presentes ainda não foi divulgada.

Foto destaque: manifestantes cercados pela polícia do lado de fora do Ministério do Desenvolvimento Social da Argentina em protesto de 2019. (Reprodução/DAMIAN DOPACIO/AFP).

Advogado brasileiro é condenado por “insider tranding” em Washington

Nesta quarta-feira (20), o advogado Romero Cabral da Costa Neto foi sentenciado a dois meses de prisão pelo crime “insider trading”, nos Estados Unidos, a condenação foi definida pelo juiz Carl J. Nichols em Washington. Os advogados responsáveis do caso apontam que o brasileiro usou informações privilegiadas e confidenciais de sócios da empresa para realizar ações de negociações. A pena judicial entrará em vigor no dia 15 de janeiro de 2024. As informações são da Agência Reuters.


 “Wall Street”, sede da bolsa de valores (reprodução/ Roberto Júnior)


A origem da acusação

Romero Neto trabalhava como advogado no Brasil, na empresa jurídica Mattos Filho. Após certo período, migrou-se para a empresa internacional “Gibson, Dunn & Crutcher” na função de advogado visitante. O procurador Matthew M. Graves e o agente interino David Geist detiveram o brasileiro em agosto de 2023, quando foi notada uma grande irregularidade de transações entre empresas sócias da firma em que fazia parte.

O advogado acumulou mais de 50 mil dólares, equivalentes a 245 mil reais, durante algumas de suas ações ilegais. Os responsáveis pelo caso apontaram a revolta dos promotores que desejavam uma punição prolongada para o acontecimento. A defesa justificou a situação com as seguintes palavras: “Uma grande aberração em uma vida que, até então, (Neto) tem sido exemplar”.

O significado do crime cometido pelo advogado

“Negociação com informações privilegiadas” é o significado do termo “insider tranding”. Se trata de um conhecimento prévio que pode influenciar a longo prazo negociações em diversos campos de investimentos. Isso torna possível manipular valores que poderão fazer parte do mercado de ações. A pesada influência que essa violação pode trazer afeta de maneira direta a economia, chegando a levar desequilíbrios na estipulação de lucro, além da infração com a privacidade das empresas e das pessoas físicas afetadas.

No Brasil o crime tem a condenação de até 5 anos e nos Estados Unidos de até 20 anos.

 

Foto destaque: Supremo Tribunal dos Estados Unidos (Foto: reprodução/ Getty Images)

 

Elon Musk contesta crítica de Janja por ataque hacker que ela sofreu no X

O empresário e bilionário Elon Musk, proprietário da rede social X (antigo Twitter), rebateu as críticas da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, em relação à demora na resposta ao ataque hacker que acometeu sua conta na última semana. Musk, em sua conta no X, afirmou não compreender como a invasão poderia ser responsabilidade da empresa, destacando a incerteza sobre a adivinhação da senha de e-mail da primeira-dama.

Não está claro como alguém adivinhar a senha do e-mail dela é nossa responsabilidade“, declarou Musk em resposta às alegações de Janja, que afirmou que o empresário se tornou ainda mais rico com o incidente.

Violência contra as mulheres

Após ser alvo do ataque hacker, Janja anunciou que o governo está discutindo um plano para combater a violência contra as mulheres nas redes sociais. Em uma transmissão ao vivo ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela criticou Musk e defendeu a regulação das plataformas digitais.


Presidente Lula e a Primeira-dama, Janja Lula da Silva (Foto: reprodução/Agência Brasil/Canal Gov)


A primeira-dama expressou sua consternação com o ataque, classificando-o como “invasivo”, e questionou a demora em retomar o controle de suas redes, que levou aproximadamente uma hora e meia. Janja enfatizou a necessidade de regulamentar as empresas que controlam as redes sociais e levantou questões sobre o ganho financeiro dessas plataformas com a crescente acessibilidade resultante de ataques como o que ela sofreu.

Regulação das redes sociais

Durante o programa “Conversa com o Presidente” na última terça-feira, Janja instou à regulação das redes sociais e destacou que, durante o período em que os invasores controlavam sua conta, Elon Musk ficou significativamente mais rico com o ataque.

Ao lado do presidente Lula, Janja assegurou que buscará medidas legais contra os responsáveis pela invasão, mas ponderou a dificuldade em decidir onde processá-los, seja no Brasil ou nos Estados Unidos.

Janja reage à resposta de Musk

Em resposta às críticas de Janja, Musk ironizou a situação, reiterando a falta de clareza sobre a responsabilidade da plataforma diante da adivinhação da senha de e-mail. A primeira-dama, por sua vez, reagiu à resposta de Musk, não se surpreendendo com o tom irônico e classificando a manifestação do empresário como sintomática, especialmente após suas declarações sobre processar a empresa.

Janja esclareceu que não responsabilizou a X por alguém “adivinhar” sua senha, mas destacou que deveria ser responsabilidade da plataforma agir prontamente diante de crimes cometidos em seu domínio.

Durante a semana, a primeira-dama abordou repetidamente a misoginia presente no conteúdo disseminado em suas redes sociais durante a invasão, com muitos tweets fazendo alusão à violência sexual.

 

Foto destaque: Elon Musk. (Reprodução/X/@Metropoles). 

Primeira-Dama Janja da Silva critica postura de Elon Musk após invasão às redes sociais

A primeira-dama Janja da Silva criticou Elon Musk, dono da plataforma X. Em resposta à invasão de suas redes sociais e aos comentários irônicos de Musk, Janja destacou o que considera um “descaso” da plataforma em relação ao incidente.

Não me surpreende o tom irônico do Sr. Elon Musk após minha fala sobre processar sua plataforma. Ele minimiza um acontecimento grave que não atinge só a mim, mas sim a milhares de mulheres dentro da sua plataforma todos os dias“, afirmou Janja em nota divulgada.

Confronto entre Janja e Musk

Elon Musk, por sua vez, havia declarado anteriormente que “continua sem estar claro como alguém adivinhar a senha do seu e-mail é nossa responsabilidade“. Em resposta a essa afirmação, Janja esclareceu que não estava atribuindo à plataforma a responsabilidade por alguém adivinhar sua senha, mas sim destacando a necessidade de a plataforma agir rapidamente em casos de crimes cometidos dentro dela.

Na mesma nota, Janja reforçou que a demora da plataforma em congelar sua conta após a detecção e denúncia da disseminação de ódio foi alarmante. “Foram 4 minutos para entrarmos em contato com a plataforma e mais de 1h30 para que a plataforma bloqueasse completamente o acesso à conta e cessassem com os posts absurdos“, ressaltou.

A primeira-dama também apontou o fato de seu nome ter se tornado um dos mais comentados nas redes sociais durante o ataque como um sinal claro de que algo atípico estava acontecendo, destacando a necessidade de a plataforma agir de forma mais ágil diante de tais situações.

Meus questionamentos desde o início foram sobre o descaso e a demora da plataforma em agir, visto que nitidamente era uma movimentação totalmente atípica dentro de uma conta verificada, e sobre a monetização em cima do discurso de ódio“, afirmou Janja.

Além disso, a primeira-dama anunciou que pretende processar a rede social em questão e criticou a falta de representação da empresa no Brasil. “Eu não sei nem onde processá-los. Se processo no Brasil, nos Estados Unidos. Porque processar eu vou“, declarou.


O hacker invadiu a conta de Janja no X, o antigo Twitter (Foto: reprodução/Dado Ruvic/Reuters/Rappler)


O que aconteceu

O episódio da invasão ocorreu nos últimos dias, resultando na publicação de comentários machistas e misóginos na conta de Janja, que agora busca responsabilização e destaca a importância de seu caso como representativo dos desafios enfrentados por mulheres que sofrem ataques nas redes sociais diariamente.

 

Foto destaque: Janja fica incomodada com a postura de Musk após ter sua conta no X hackeada (Reprodução/Brendan Smialowski/AFP/Claudio Kbne/Agência Brasil/Diário do Nordeste)

Justiça da Espanha marca julgamento do ex-jogador Daniel Alves

A Justiça espanhola estabeleceu as datas para o julgamento de Daniel Alves, ex-lateral-direito preso desde janeiro por acusação de estupro em Barcelona. O tribunal de Barcelona anunciou que o julgamento ocorrerá entre os dias 5 e 7 de fevereiro de 2024. A acusação, feita pelo Ministério Público espanhol no final de novembro, busca uma pena de nove anos de prisão para o ex-jogador de 40 anos.

Daniel Alves, detido desde 20 de janeiro, é alvo de acusações relacionadas a um suposto crime sexual ocorrido em dezembro de 2022, quando teria agredido e estuprado uma mulher na casa noturna Sutton, em Barcelona. A vítima, de 23 anos, relatou o incidente à polícia catalã (Mossos d’Esquadra), cujos depoimentos foram registrados, inclusive acidentalmente por uma câmera na farda de um policial.

Pedidos de liberdade

A Justiça espanhola tem rejeitado consistentemente os pedidos de liberdade de Daniel Alves, argumentando o risco iminente de fuga para o Brasil. Além disso, o Ministério Público solicitou não apenas a condenação do jogador, mas também uma indemnização de 150 mil euros (R$ 797 mil) à vítima, que inicialmente recusou, mas posteriormente aceitou o montante.


Foto de perfil de Daniel Alves (Foto: reprodução/Instagram/@danialves)


Desde sua prisão, Daniel Alves passou por mudanças em suas declarações, inicialmente alegando uma motivação para salvar seu casamento e, posteriormente, admitindo relações consensuais após enfrentar problemas conjugais com Joana Sanz. O jogador, que trocou de advogado, agora é representado por Inés Guardiola, especialista em violência sexual.

Tentativa de acordo

A nova defensora tentou, em novembro, negociar um acordo para evitar o julgamento, sem sucesso. O Tribunal de Barcelona, por sua vez, decidiu seguir com o processo de julgamento por agressão sexual. O ex-jogador da Seleção Brasileira, que participou da Copa do Mundo do Catar, enfrentará as acusações nos dias estipulados pela justiça espanhola.

Neste contexto, a Justiça espanhola tem argumentado consistentemente que Daniel Alves representa um risco de fuga iminente, negando todos os pedidos de liberdade apresentados pelo brasileiro. A defesa, liderada agora por Inés Guardiola, busca contestar as acusações e enfrentar o julgamento previsto para fevereiro de 2024.

Esse desenrolar legal envolvendo o ex-jogador destaca a complexidade e sensibilidade do caso, enquanto a Justiça busca equilibrar a preservação dos direitos do acusado e a busca por justiça para a vítima. Resta aguardar o desfecho do julgamento.

 

Foto destaque: Daniel Alves. (Reprodução/Instagram/@danialves).

Trabalho infantil atinge números alarmantes no Brasil em 2022

De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a situação do trabalho infantil no Brasil atingiu um patamar elevado em 2022. A mais recente edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) revelou que aproximadamente 1,9 milhão de crianças e adolescentes, com idades entre 5 e 17 anos, estavam envolvidos em atividades laborais no país durante o ano passado.

Os números indicam um aumento significativo nos últimos três anos, contrariando a tendência de declínio observada anteriormente. Em 2019, 4,5% da população nessa faixa etária estava inserida no mercado de trabalho, enquanto em 2022 esse índice subiu para 4,9%. Essa elevação ocorre após uma fase de redução, que viu a taxa atingir 5,2% em 2019.

Danos

Um aspecto alarmante é que, embora a população de 5 a 17 anos tenha diminuído em 1,4% entre 2019 e 2022, o número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil aumentou em 7%. Essa constatação é motivo de preocupação para os especialistas e autoridades que buscam combater essa prática nociva.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho infantil pode causar danos à saúde e ao desenvolvimento mental, físico, social e moral dos indivíduos, além de interferir em sua educação. Em 2022, aproximadamente 2,1 milhões de crianças e adolescentes estavam envolvidos em atividades laborais no país, mas ao aplicar o conceito da OIT, esse número é reduzido para quase 1,9 milhão (1,88 milhão) na faixa etária de 5 a 17 anos.


A pesquisa foi realizada pelo IBGE (Foto: reprodução/rafapress/Shutterstock)


Perfil

Dentro desse contingente, pouco mais de 1,41 milhão exerciam alguma atividade econômica, enquanto 467 mil estavam envolvidos na produção de bens para consumo próprio. A faixa etária de 16 e 17 anos concentra o maior número de trabalhadores infantis, com 998 mil pessoas, enquanto 449 mil crianças de 5 a 13 anos também foram identificadas em situação de trabalho infantil. Em 2022, 444 mil adolescentes de 14 e 15 anos estavam envolvidos nessas atividades.

As atividades laborais abrangem diversos setores, sendo a Agricultura responsável por 22,8% desse contingente. Os setores de Comércio e reparação empregavam mais de um quarto (27,9%) das crianças e adolescentes no ano passado, enquanto 6,7% atuavam em serviços domésticos e 42,6% se distribuíam em outras atividades econômicas.

A renda média dos menores de idade envolvidos em atividades econômicas em 2022 foi de R$ 716,00, pouco mais da metade do salário mínimo vigente naquele ano, que era de R$ 1.212,00. Além disso, do total de brasileiros com idades entre 5 e 17 anos, 2,9% não frequentam a escola. Entre os que trabalhavam no ano passado, 12,1% estavam fora da sala de aula, destacando a necessidade de ações urgentes para garantir o direito à educação.

A análise por gênero revela que a maioria das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Brasil é composta por meninos, representando 65,1% do total em 2022, embora eles correspondam a cerca de metade da população nessa faixa etária.

A distribuição por cor e raça também aponta para desigualdades preocupantes. Enquanto 40,3% das pessoas nessa faixa etária são brancas, elas representam apenas 33% do total de menores em situação de trabalho infantil. Por outro lado, os pretos e pardos, que compõem 58,8% dos brasileiros de 5 a 17 anos, representam 66,3% do total da população nessa situação.

A desigualdade se reflete também na renda, com o rendimento das meninas em situação de trabalho infantil (R$ 639,00) equivalendo a 84,4% do rendimento dos meninos nessa situação (R$ 757,00) em 2022. Da mesma forma, os ganhos médios das crianças e adolescentes pretos ou pardos em trabalho infantil eram equivalentes a 80,8% do rendimento das crianças e adolescentes brancos, com R$ 660,00 contra R$ 817,00, evidenciando disparidades econômicas e sociais que requerem medidas efetivas para sua mitigação.

 

Foto destaque: Estima-se que 1,9 milhão de crianças e adolescentes trabalhem no Brasil (Reprodução/Tinnakorn Jorruang/Vecteezy)

Celular Seguro é o novo aplicativo do governo que protegerá os celulares

Celular Seguro é o novo aplicativo criado pelo governo com o intuito de proteger os dados das pessoas em casos de roubos de aparelhos celulares. O objetivo seria bloquear o acesso dos criminosos aos outros aplicativos dos aparelhos furtados, impedindo que façam mais danos aos proprietários dos smartphones.

Atualmente, a maioria dos celulares possuem muitos dados pessoais dos proprietários,incluindo acesso às contas bancárias e também aos contatos familiares das pessoas. Quanto a isso, o governo já firmou acordos com bancos e operadoras de telefone, visando bloquear tais aplicativos através do Celular Seguro. 

O Ministério da Justiça e Segurança Pública ainda busca também proteger as redes sociais que compõem o cotidiano do brasileiro, como o Facebook e o Instagram, pois existem muitas informações importantes presentes nos perfis das pessoas conectadas a estas redes. 

Funcionamento do aplicativo


Aplicaivo Celular Seguro (Foto: reprodução/O Globo)

 

O app estará disponível nas lojas de aplicativos dos celulares no Brasil, seja ele Android (Google Play) ou IOS (App Stores). Para realizar o login é necessário que o usuário já tenha uma conta no Gov.br, que é a plataforma digital de relacionamento do cidadão com o governo federal brasileiro. Após o login, o usuário terá de ler os termos de uso do app e só depois da leitura terá de concordar com as condições impostas.

Ocorrências

Na página inicial será possível registrar ocorrências, além de cadastrar pessoas de confiança e também o número de celular. Essas pessoas escolhidas poderão visualizar o seu aparelho no perfil dela, caso você o perca ou seja furtado, sendo possível elas registrarem ocorrências em seu nome pelo aplicativo.

Após a realização da ocorrência, o aplicativo entrará em contato com as instituições parceiras, para que realizem os bloqueios dos seus respectivos apps no celular registrado, no caso protegendo os serviços ligados aos bancos e financeiros e também a suspensão do dispositivo através das operadoras.

 

Foto destaque: Bancos e operadoras já entraram em acordo com o governo para a proteção dos aplicativos (Reprodução/Jonas Leupe/Usnplah/Terra)

Rebeldes do Iêmen atacam navios que passam pelo Mar Vermelho

Nos últimos dias vem acontecendo uma série de ataques a navios cargueiros que estão em trânsito no Mar Vermelho, em direção ao Canal do Suez, isso levou grandes empresas a suspenderem seus navios de passarem pelo Mar Vermelho, e em consequência disso, seus cargueiros terão que  fazer trajetos maiores. Os ataques foram feitos por rebeldes  do Houthis, um grupo que controlam grande parte do Iêmen. No último mês de novembro, o grupo sequestrou um navio de carga ligado a Israel. 

O Canal do Suez é a principal conexão entre a Ásia e a Europa, o principal caminho marítimo inclui passar pelo Mar Vermelho. O Suez é importante para as cadeias de suprimentos de todo o mundo.

O Mar Vermelho é um canal que liga a Península Arábica ao continente africano. Em um ponto, no Estreito de Babelmândebe, a distância entre os dois continentes é de apenas 30 quilômetros de mar. A agência de notícias Associated Press estimou que cerca de 10% dos bens que são comercializados no mundo atravessam essa passagem. O Iêmen é uma das pontas que fazem parte desse canal. 

Os Estados Unidos informaram que podem enviar militares para a região em resposta aos ataques. O secretário de Defesa do país, Lloyd Austin afimou que o governo americano irá organizar uma força com representantes de diversos países para: ” responder aos desafios de segurança no sul do Mar Vermelho e no Golfo de Aden, com o propósito de garantir a liberdade de navegação para todos os países”.

Houthis 

O grupo rebelde Houthis é um grupo armado iemenita, da minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas, localizado no extremo norte do Iêmen. Ele foi formado durante os anos 1990, para combater aqueles que na visão deles consideravam ser corruptos, como no caso do então presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh (1942-2017). Seu nome é originário de seu fundador, Houssein Al Houthi (1959-2004). O grupo se autodenomina como sendo Ansar Allah (Partidários de Deus). 

Após os Estados Unidos invadirem o Iraque, em 2003, o grupo adotou o seguinte slogan: “Deus é grande. Morte aos Estados Unidos. Morte a Israel. Maldição aos judeus e vitória para o Islã“.

Os Houthis se declararam ser parte do “eixo da resistência” que é liderado pelo Irã contra Israel, os Estados Unidos e o Ocidente em geral. Ao lado do Hamas e do Hezbollah. O que explica os ataques recentes a navios cargueiros. 

Guerra no Iêmen 

O Iêmen é um país que vive uma guerra civil desde o ano de 2014, quando a capital, Sanaa, foi tomada pelos Houthis. Com a crescente influência xiita na região e ao longo de sua fronteira fez com que a Arábia Saudita, vizinha do Iêmen, fizesse uma coligação com o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos que foi apoiada pelo ocidente, em março de 2015. 

O grupo radical estabeleceu seu controle em grande parte no norte do país e em grandes centros populacionais, enquanto isso, o governo do país que é reconhecido internacionalmente se baseou na cidade de Aden. 

Cargueiros evitando a região

Os ataques aos navios cargueiros assustaram empresas importantes de navegação e de petróleo. Nos últimos dias, a petrolífera BP se tornou mais uma empresa a anunciar que está suspendendo todos os transportes marítimos através do Mar Vermelho após seus navios serem atacados. Outra empresa petrolífera  que teve a mesma ação foi a empresa dinamarquesa Maersk. 

As mudanças de rotas podem causar atrasos e aumento dos preços de produtos – pela redução dos produtos ofertados e por muita demanda. Na Europa, os preços do petróleo e do gás natural subiram devido ao nervosismo do mercado por conta dos ataques. 

O Canal do Suez foi inaugurado, no ano de 1869, para ligar o Mar Vermelho ao Mediterrâneo, ele tem capacidade para receber navios que passam até 240 mil toneladas. De acordo com World Maritime Transport Council (WSC), a instituição que representa as principais empresas de transporte marítimo de carga. O Canal do Suez permite que os navios economizem 9 mil quilômetros, reduzindo a distância em cerca de 43%. Segundo dados da Autoridade do Canal de Suez, 12% do comércio mundial passa pelo canal. Foi no mesmo canal, que em 2021, quando o cargueiro Ever Given ficou preso e provocou o congestionamento de 422 navios.  Segundo o jornal americano The New York Times cerca de  50 navios atravessam o Canal de Suez por dia.


Membros do Houthi em praia do Iêmen, com um navio cargueiro ao funfo (Foto: reprodução/Khaled Abdullah/Reuters)


Empresas que suspenderam a passagem de seus navios pelo Mar Vermelho

Quatro das cinco maiores empresas de navio cargueiros do mundo suspenderam a passagem pelo Mar Vermelho. Veja abaixo: 

  • MSC; 

  • Maersk; 

  • Grupo CMA CGM; 

  • Hapag-Lloyd.  

Ao invés de passar pelo Mar Vermelho, as empresas que optaram por mudar a sua rota terão que passar pelo Cabo da Boa Esperança, que está localizado no sul da África. O que acrescenta cerca de mais de 10 dias de viagem.

 

Foto destaque: Navio da Maersk, uma das empresas que suspenderam a passagem de seus navios pela região (Reprodução/Jon Nazca/Reuters)

Onda de calor e transporte público: brasileiros viajam diariamente em ônibus sem ar-condicionado

Com a onda de calor que atingiu o Brasil recentemente, está cada vez mais complicado deixar a agonia passar despercebida. Principalmente quando se fala em transporte público, visto que, no país, cerca de cem mil ônibus circulam diariamente e a maioria não possui ar-condicionado.

Porcentagem de ônibus climatizados nas capitais

Mesmo quando a maioria da frota possui ar-condicionado, como é o caso de Belo Horizonte, com 70% dos ônibus, é difícil encontrar um que supra a necessidade do passageiro. Isso porque os aparelhos nem sempre dão conta da demanda, e deixam a desejar quando o assunto é funcionalidade, prejudicando e estressando quem precisa utilizar o transporte público todos os dias.

A quantidade de ônibus com ar-condicionado varia muito de capital para capital. De acordo com as prefeituras, em São Paulo, 90% da frota possui ar-condicionado e em Cuiabá e no Rio de Janeiro, o percentual chega a 80%. Em Salvador, os ônibus climatizados não chegam a 30% e em Belém, onde o clima também é muito quente, cerca de 15 ônibus são climatizados.

Nas redes sociais, diversos internautas compartilham frustrações diárias quando o assunto é ônibus sem ar-condicionado, ou com o aparelho prejudicado. 


Internauta reclama do serviço em ônibus do Rio de Janeiro (Vídeo: reprodução/x/@layzzons)


Já em Aracaju, nenhum dos 461 ônibus urbanos possuem ar-condicionado. O mesmo se repete nos 1.100 ônibus que circulam em Curitiba. Nessas horas, a disputa pela vaga na janela do ônibus é acirrada, já que muita gente sofre com o calor nos transportes públicos, especialmente nessa época do ano.

Renovação da frota do transporte público no Brasil

Hoje, o país possui cerca de 107 mil ônibus urbanos em circulação. O governo federal lançou, em agosto deste ano, um financiamento de R$ 3 bilhões com o objetivo de renovar a frota do transporte público, incluindo ônibus.

O objetivo é comprar veículos elétricos, que possuam sistema de ar-condicionado, isso porque esse tipo de frota ajuda a reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera, fazendo com que além de melhorar as condições do ir e vir dos brasileiros, diariamente, também seja possível agir de forma sustentável em relação ao meio ambiente.

 

Foto destaque: ônibus com ar-condicionado (reprodução/Jornal Grande Bahia) 

Assembleia de credores aprovam plano de recuperação judicial da Americanas

A Assembleia-Geral de Credores (AGC) aprovou, por meio de uma votação realizada na última terça-feira (19), o plano de recuperação judicial da Americanas (AMER3), tendo 91% dos votos favoráveis. A previsão é que o reconhecimento oficial da proposta aconteça em janeiro de 2024, após o recesso do Poder Judiciário. 

A Americanas havia entrado com um pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que foi aceito, mas precisava do aval dos acionistas para começar a entrar em vigor.  

O encontro da última terça-feira começou por volta das 14h, com inicialmente 97% dos credores sem garantia, entre eles estavam bancos e fornecedores, com dívidas que podem chegar até R$ 49,9 bilhões, de um total de R$ 50,9 bilhões em dívidas. Ao todo, a empresa tem cerca de 9,4 mil credores, dos quais 5,4 mil não têm garantias. O acordo prevê que os credores micro e pequenas empresas receberão um pagamento integral de dívidas. Ele teve seis horas de discussão. Cada credor teve direito a um voto. Ao todo, 91,14% dos credores votaram em “sim” para o processo de recuperação judicial. Eles representam cerca de 97,19% da dívida concursal da Americanas

Previsão do plano

O plano prevê que aconteça uma capitalização, na empresa, de cerca de 12 bilhões de reais, que será injetado pelo trio de acionistas da empresa: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Além disso, outros 12 bilhões irão para a conversão de dívidas em ações da empresa. Eles possuem cerca de 30,12% do capital social da empresa.

Os credores devem converter um valor de R$12 bilhões em dívidas da empresa, em ações, que sejam proporcionais à fatia de cada dívida que tem com a empresa. Para a aprovação do plano, Americanas precisava de um apoio da maioria dos credores. 

Vejas os principais pontos do acordo abaixo:

  • Os credores da classe 3 que tem dívidas de até R$ 12 mil, irão receber integralmente, em uma parcela única, até 30 dias depois da homologação: 
  • Credores que têm dívidas acima de R$ 12 mil podem renunciar ao valor acima desse corte para receber no mesmo prazo; 
  • A Americanas irá destinar R$ 100 milhões para quitar em 45 dias os fornecedores de tecnologia, como marketplaces e canais digitais; 
  • Credores financeiros (aqueles que em algum momento investiram na Americanas) podem optar em capitalizar os créditos (conversão de dívidas em capital próprio) de até R$ 12 bilhões em ações ou de R$ 1,8 bilhões em debêntures da empresa;
  • Credores que não se inscreverem para suas devidas modalidades serão pagos com 80% de deságio, em parcela única apenas em janeiro de 2044.

Votação da Assembleia de credores (Foto: reprodução/YouTube/ Escritório de Advocacia Zveiter/Preserva-Ação Administração Judicial)


Como funciona a recuperação judicial 

A recuperação judicial é um processo que permite que as organização renegociem suas dívidas, isso ajuda as empresas a não encerrarem as suas atividades, evitando ainda mais demissões e falta de pagamento aos funcionários. Esse plano faz com que as empresas fiquem sem pagar seus credores por um determinado tempo, mas por outro lado elas têm que apresentar um plano para acertar suas dívidas e seguirem operando. Em outras palavras, a recuperação judicial é um meio de evitar a falência.

 

Foto destaque: uma unidade das Lojas Americanas, localizada no Shopping Jardim Norte, em Juiz de Fora (reprodução/ Shopping Jardim Norte)