Ronnie Lessa entrega quem mandou matar Marielle Franco

Durante a delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-PM Ronnie Lessa relatou os mandantes e os detalhes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. De dentro do presídio, Ronnie Lessa participou na segunda-feira (18) por videoconferência com o juiz que participa da equipe do ministro e reafirmou os termos dos depoimentos e revelações feitas para a investigação policial.

Detalhes da delação

Ronnie Lessa não pretendia colaborar com as investigações da Polícia Federal. Ele só apresentou sua versão dos fatos após o outro suspeito, Élcio de Queiroz apontá-lo como o criminoso que puxou o gatilho. Por duas horas, gravadas em áudio e vídeo, o ex-PM revelou os mandantes do assassinato de Marielle Franco, incluindo informações a respeito de reuniões junto aos contratantes. Essas reuniões que aconteceram antes e depois do homicídio. Ele também forneceu diversos indícios e provas sobre seu envolvimento no duplo assassinato e quais razões levaram a encomenda da morte de Marielle Franco.

Lessa segue preso em cela isolada na penitenciária federal de Campo Grande (MS) desde 2019. Em agosto de 2023, Elcio de Queiroz, outro suspeito que está colaborando com a investigação da PF e do MP do Rio, apontou Ronnie Lessa como autor dos disparos no duplo assassinato. Existe ainda a suspeita de envolvimento de parlamentar do Congresso Nacional, o que fez com que o caso fosse parar no Supremo. A investigação segue com diligências em curso para fechar de vez os detalhes e atribuir criminalmente sobre o mando da morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes.


Ronnie Lessa preso pelo assassinato da vereadora e o motorista (Foto: reprodução/G1)


Quem é Ronnie Lessa

Apontado como o autor dos disparos no crime ocorrido em 2018, Ronnie Lessa passou pelo exército no início da carreira militar. Em 1992, já como policial militar, trabalhou como adido na Polícia Civil do Rio de Janeiro e usou do cargo para impulsionar sua carreira criminosa, pois conhecia mais as ruas que os policiais civis, se destacando pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos. Foi expulso da corporação em 2021, por conta das investigações do caso Marielle. No mesmo ano, foi condenado pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime. Para o Ministério Público, Lessa jogou as armas no mar da Barra da Tijuca.

Foto destaque: Marielle em sessão no Plenário (Reprodução/Rafalla Cassiano/Extra – O Globo) 

Israel oferece dinheiro a palestinos em troca de informações sobre reféns

As autoridades de Israel, através de mensagens de texto, estão oferecendo dinheiro a palestinos na Faixa de Gaza em troca de informações sobre reféns e sequestradores, segundo informações da CNN.

Um jornalista do canal de notícias recebeu uma mensagem em que as Forças de Defesa de Israel (FDI) pediam por “informações confiáveis sobre os sequestrados ou seus sequestradores”.

“Você quer acabar com a guerra? Se você tiver informações confiáveis sobre os sequestrados ou seus sequestradores, não hesite em nos contatar e você poderá receber uma valiosa recompensa em dinheiro”, dizia o texto, que vinha acompanhado de dois números de telefone e um link para um site com fotos e informações dos reféns israelenses.

Cerca de 33 reféns estão mortos


Israel realiza homenagens aos israelenses mortos durante a guerra. (Foto: Reprodução/EFE/Manuel Bruque).


No início do conflito entre Israel e Hamas, em 07 de outubro, o grupo extremista sequestrou mais de 240 pessoas no território de Israel. Já em novembro, após um acordo, cerca de 105 reféns foram liberados em troca da libertação de prisioneiros palestinos.

Estima-se que o Hamas ainda mantenha 130 reféns na Faixa de Gaza e, de acordo com autoridades israelenses, 33 destes estão mortos.

Em uma entrevista recente à BBC, o jovem Itay Regev, de 19 anos, que foi sequestrado pelo grupo extremista durante um festival de música no dia do ataque à Israel, fez um apelo sobre a necessidade de “devolver os reféns a qualquer custo.”

De acordo com Regev, as condições do cativeiro em Gaza são “horríveis” e os sequestradores são “muito, muito cruéis”. Para o jovem, tanto o governo de Israel, como a comunidade internacional deve “fazer tudo” para recuperar os sequestrados.

“Tenho certeza de que se alguém tivesse seu filho sequestrado, eles realmente não se importariam com o preço que precisava ser pago. Precisamos devolver os reféns a qualquer custo”, declarou Itav Regev.

Hamas apresenta proposta de cessar-fogo

Em 15 de março, de acordo com informações da agência Reuters, o Hamas apresentou uma nova proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que, para Israel, contém “exigências irrealistas”.

No acordo mediado pelo Egito e pelo Qatar, o grupo extremista garante a libertação de reféns israelenses – incluindo, em um primeiro momento, somente mulheres, crianças, idosos e doentes – em troca da liberdade de 700 a mil prisioneiros palestinos.

O texto apresentado pelo Hamas também inclui o envio de ajuda humanitária aos palestinos, além de um cessar-fogo permanente em Gaza e a retirada das forças armadas israelenses do território. Essas ações, no entanto, ganhariam uma data de cumprimento somente após a troca de reféns.

Foto destaque: familiares de réfens do Hamas durante manifestação diante da casa do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em Nova York, no dia 15 de dezembro. (Reprodução/AFP/MICHAEL M. SANTIAGO).

STF aceita recurso do MPF contra decisão que anulou a condenação dos réus pela tragédia da Boate Kiss

Nesta terça-feira (19) o ministro Og Fernandes, vice-presidente do Superior Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido do Ministério Público Federal (MPF), que foi contra a anulação da condenação dos réus responsáveis pela tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. 

O recurso prontificado pelo Ministério Público veio após a anulação da condenação dos réus, pela Justiça do Rio Grande do Sul, que entendeu haver irregularidades no processo judicial. 

Segundo o Tribunal da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, os principais motivos que se deram para tal anulação foram por algumas irregularidades na escolha dos jurados, levando em consideração um sorteio realizado que caracteriza fora do prazo previsto pelo Código de Processo Penal, a realização de uma reunião entre o presidente do júri e os jurados, ainda na sessão de julgamento, sem ter a participação das defesas do Ministério Público, houve ilegalidades na elaboração dos quesitos e uma suposta mudança por parte da acusação durante a fase de réplica, que não se é permitido mais. 


Elissandro Spohr durante julgamento em 2021 (Foto: reprodução/Juliano Verardi / IMPRENSA TJRS)


Com a ação correndo novamente, o julgamento será encaminhado para o Supremo Tribunal Federal, que se responsabilizará pela avaliação do processo. Durante o processo, serão discutidas algumas ações constitucionais em relação ao caso e ao tribunal do júri, que avaliou e tomou a decisão. 

O ministro Dias Toffoli será o responsável pela análise do caso durante o seu processo. 

Condenados pela tragédia 

Os condenados pela tragédia foram os dois sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, condenados a 22 anos e seis meses; e 19 anos e seis meses, respectivamente. 

Da banda, Mauro de Jesus (vocalista) e Luciano Bonilha (auxiliar da banda), ambos condenados a 18 anos de prisão. 

Os responsáveis foram presos em dezembro de 2021 e ficaram presos por oito meses, mas foram soltos depois que o júri foi anulado pela Justiça do Rio Grande do Sul, que entendeu ter havido irregularidades durante o julgamento.

A tragédia 


Pessoas ajudando vítimas a saírem da casa de show (Foto: reprodução/Estadão)


O fogo que atingiu a Boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, completou 11 anos. 

O incêndio começou após a banda Gurizada Fandangueira, fazer uma apresentação e usarem um  artefato pirotécnico que causou chamas na espuma que revestia o teto. Com a fumaça tóxica, dezenas de pessoas acabaram ficando intoxicadas e morreram asfixiadas no local.

Ao todo 242 pessoas morreram naquela noite. Outras 636 ficaram feridas.

Foto destaque: Boate Kiss (Reprodução/AFP)

Donald Trump envia petição à Suprema Corte dos EUA em defesa a imunidade presidencial

Nesta terça-feira (19), o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que agora disputa a presidência pelo Partido Republicano, enviou uma petição à Suprema Corte do país em defesa da “imunidade absoluta de processo criminal” de ex-presidentes por atos durante o mandato.

“O [cargo de] presidente não pode funcionar, e a própria Presidência não pode manter a sua independência vital, se o presidente enfrentar processo criminal por atos oficiais depois de deixar o cargo”, declara o ex-presidente no documento.

Após ter a tese rejeitada pelo Tribunal Federal dos EUA, Trump enviou a solicitação aos juízes da Suprema Corte responsáveis por julgar seu novo pedido de imunidade presidencial no caso em que é acusado de tentar alterar os resultados das eleições norte-americanas de 2020, que elegeram Joe Biden.

Acusações contra o ex-presidente


Donald Trump durante julgamento no Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York, em 4 de abril de 2023. (Foto: Reprodução/Timothy A. Clary / POOL / AFP).


A mesma defesa foi apresentada pelos advogados de Donald Trump nos processos criminais – denunciados pelo procurador Jack Smith – que acusam o ex-presidente de obstrução, retenção de informações, além de conspiração para fraudar as eleições e o direto de voto dos norte-americanos em 2020.

Há época, Donald Trump espalhou notícias falsas de que as eleições teriam sido fraudadas e, em busca de impedir a certificação do novo presidente, seus eleitores atacaram o Capitólio dos EUA no dia 6 de janeiro de 2021.

No entanto, em dezembro do ano passado a tese de imunidade presidencial foi desconsidera pela juíza distrital dos EUA, Tanya Chutkan. Em uma segunda tentativa, Trump levou a argumentação ao Tribunal de Apelações dos EUA, que também rejeitou por 3 a 0 contra. Agora, a tese será julgada pela Suprema Corte, em 25 de abril.

Suprema Corte suspende investigação

Em 28 de fevereiro, a Suprema Corte dos EUA decidiu que irá analisar o pedido de imunidade presidencial de Donald Trump, o que suspendeu temporariamente a investigação da acusação de fraude do ex-presidente.

O tribunal, que conta com maioria conservadora, com 5 à direita e 3 à esquerda, além do presidente, John Roberts, deverá ouvir os primeiros argumentos em abril e tomar a decisão final em junho. Caso a tese seja rejeitada, Trump deverá responder pelos processos criminais.

Foto destaque: o ex-presidente Donald Trump durante comício em Waterloo, Iowa, em 19 de dezembro. (Reprodução/Scott Olson/AFP). 

Relatório da OMM aponta que 2023 foi o ano com mais mudanças climáticas em mais de 125 mil anos

2023 foi o ano com mais mudanças climáticas em mais de um século. Aquecimento dos oceanos, aumento do nível do mar, dias quentes com recordes de temperaturas, derretimento das geleiras, tudo parece ter contribuído para que o ano fosse apontado como o mais quente na história. 

Nesta terça-feira (19), um estudo divulgado pela Organização Mundial Meteorológica (OMM) explicou que o aquecimento global pode ter sido o principal causador das mudanças em 2023, já que o mundo nunca havia testemunhado tantos extremos desta forma. 

Segundo o relatório, houve diversas circunstâncias ocorridas durante o ano e que foram listadas como a alta nos níveis de efeito estufa da Terra, aumento nas temperaturas superficiais do planeta, aumento da temperatura do oceano, aumento também do nível do mar e do derretimento de geleiras na Antártida e Ártico. 

O estudo ainda aponta que 2023 foi o ano mais quente na história, atingindo a média global próxima à superfície a 1,45°C. Segundo a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, o mundo nunca esteve tão próximo do limite das mudanças climáticas. “Jamais estivemos tão próximos do limite inferior de 1,5°C do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas”, afirmou. 

2023 teve alta nas queimadas por todo o Brasil (Foto: reprodução/Rodrigo Garrido/REUTERS)


Aumento do aquecimento global como principal causa 

A quantidade de CO2 na atmosfera aumentou em mais de 50%. Com esse número alarmante, e que apenas cresce com o passar dos anos, catástrofes e consequências climáticas giram em torno de todo o mundo. 


Com as altas temperaturas, o mundo ficou em estado de alerta (Foto reprodução/José Fernando Ogura/AEN)


Com a temperatura mais elevada na terra, devido ao aumento dos gases de efeito estufa que absorvem, na atmosfera, o calor do sol, o planeta fica mais quente e mais suscetível a outras mudanças mais intensas. 

Energia renovável pode ser uma saída 

Segundo o mesmo documento que apontou sobre as circunstâncias do aquecimento global e o recorde de 2023, alguns aspectos também foram levados como estudos, mas como uma esperança no combate ao aquecimento global.

As energias renováveis foram colocadas como um grande impulsionador de alívio para o planeta. Com fontes naturais de energia, que substituem os combustíveis fósseis, a energia renovável pode ajudar na descarbonização e auxiliar na reversão do cenário atual. 

Foto destaque: aumento do clima em 2023 (Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

STF homologa delação de Ronnie Lessa no Caso Marielle Franco

Nesta terça-feira (19), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, comunicou que a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos que resultaram na morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Detalhes da delação premiada

O processo investigatório, que agora está sob responsabilidade do STF, teve início após parte dos documentos serem encaminhados à corte no último dia 11. A distribuição do caso ao ministro Alexandre de Moraes ocorreu em 13 de março. A mudança de instância para o STF acontece quando há menção a indivíduos com prerrogativa de foro na corte nas investigações, conforme previsto na Constituição Federal.

O inquérito sobre os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes tramitava anteriormente no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entanto, foi transferido ao STF após o surgimento de indícios envolvendo pessoas com foro privilegiado. A identidade do indivíduo mencionado no deslocamento do caso ao STF permanece em sigilo.

A delação premiada de Ronnie Lessa é considerada um avanço significativo nas investigações, que até então não haviam identificado os mandantes do crime que chocou o Brasil em 2018. Lessa, juntamente com o ex-policial Élcio de Queiroz, foram presos e são acusados de envolvimento no assassinato. Lessa fechou um acordo de colaboração premiada no âmbito do inquérito, que ainda aguarda homologação pelo STJ.


Marielle Franco (Foto: reprodução/Divulgação/Cress PR)


Expectativas e considerações do Ministro

Lewandowski ressaltou que a homologação da delação de Lessa indica a possibilidade de avanços significativos na elucidação do caso Marielle Franco. O ministro também reconheceu o trabalho da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual na condução das investigações.

Por fim, o ministro da Justiça assegurou que o processo seguiu rigorosamente o devido processo legal e expressou confiança na obtenção de resultados concretos em breve. O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes ocorreu há seis anos, em 14 de março de 2018. Até o momento, permanecem desconhecidos os motivos e os mandantes por trás do crime.

Foto destaque: Ricardo Lewandowski (Reprodução/Nelson Jr./SCO/STF)

Governo utilizará Inteligência Artificial para fiscalizar o Bolsa Família, afirma ministro

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, declarou, nesta terça-feira (19,) que o governo planeja implementar Inteligência Artificial para realizar uma análise minuciosa no programa Bolsa Família, assegurando que o benefício seja concedido exclusivamente aos que realmente têm direito. Atualmente, cerca de 2% das famílias beneficiadas não atendem aos critérios estabelecidos.


Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (foto: reprodução/PX/@wdiaspi)


Modernização e eficiência na gestão social

Durante o lançamento do plano anual da rede federal de fiscalização do Bolsa Família e Cadúnico, Dias enfatizou a importância da utilização de Inteligência Artificial para aprimorar a detecção de fraudes e melhorar a gestão dos programas sociais. O plano visa prevenir irregularidades e aprimorar as informações e fiscalização dos programas.

Tecnologia a favor da transparência e eficiência

“Agora não trabalharemos apenas com o CNIS e o cadastro de emprego, mas teremos mais de 1,3 pentabytes de informações em sistemas de cruzamento, possibilitando uma análise precisa das famílias que não estão cumprindo os requisitos estabelecidos”, explicou Dias. Essa abordagem visa garantir uma gestão mais transparente e eficiente dos recursos destinados ao Bolsa Família.

Diretrizes e ações do plano anual

O plano anual da rede federal de fiscalização contempla oito ações, incluindo melhorias na qualidade da base de dados, atualização e unificação do fluxo de denúncias, e ações estruturantes de combate às fraudes. Além disso, apresenta cinco diretrizes gerais, como a não criminalização da pobreza e a estruturação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Prevenção como prioridade

Dias destacou a importância da prevenção, especialmente após um aumento de fraudes em 2022, ano eleitoral. O governo pretende agir proativamente, evitando problemas antes mesmo do primeiro pagamento. “Quem se atrever a fraudar o Bolsa Família será responsabilizado”, afirmou o ministro.

Projetos futuros e compromisso com a eficiência

O plano ainda prevê a criação de dois grupos de trabalho: um para redução de litigiosidade, focado em mediação e conciliação de conflitos, e outro para elaborar propostas visando a aplicação eficiente de recursos federais no Cadúnico. Essas iniciativas refletem o compromisso do governo em garantir uma gestão mais transparente, eficiente e justa dos programas sociais.

Foto destaque: Inteligência Artificial (Reprodução/Josep Lago/Getty Images Embed)

Vítimas de Mariana buscam compensação bilionária em Ação na Holanda

Uma nova ação judicial foi iniciada na Holanda, por advogados que representam vítimas do rompimento da barragem de Mariana, ocorrido em 2015. Essa ação busca cerca de 3 bilhões de libras esterlinas (3,8 bilhões de dólares) das empresas de mineração Vale e Samarco em nome de quase 1.000 empresas e mais de 77.000 indivíduos afetados pelo desastre. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19).

Detalhes da ação

O processo foi instaurado pela Stichting Ações do Rio Doce, uma fundação holandesa sem fins lucrativos. O protocolo foi feito na Holanda pelas empresa holandesa “Lemstra Van der Korst” e britânica “Pogust Goodhead”, representando os interesses das vítimas.

A ação na Holanda é um desdobramento das medidas legais tomadas no Brasil e na Inglaterra, visando responsabilizar as subsidiárias holandesas Samarco Iron Ore Europe BV e Vale Holdings B pelas consequências do rompimento da barragem. Os advogados alegam que as subsidiárias desempenharam um papel fundamental no desastre e buscam uma compensação de R$ 18 bilhões pelos danos causados às vítimas e às comunidades afetadas.

Resposta da Vale

Em resposta, a Vale reafirmou seu compromisso com a reparação integral dos danos e informou que já destinou R$ 36,51 bilhões para ações de reparação e compensação, executados pela Fundação Renova, criada por meio de acordos extrajudiciais.

Um juiz federal brasileiro determinou que a Vale, a BHP e a Samarco devem pagar R$ 47,6 bilhões em indenizações, uma decisão que não se aplica às vítimas individuais. Este processo aberto na Holanda é uma extensão dos esforços contínuos para garantir justiça e compensação para aqueles afetados pelo desastre.


Rio Doce tomado pela lama da barragem (Foto: reprodução/Apolo Lisboa/Carta Capital)


Contextualização

O rompimento da barragem de Mariana, em novembro de 2015, resultou em um gigantesco deslizamento de lama que matou 19 pessoas e causou danos ambientais significativos, afetando o Rio Doce e diversas cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

O rompimento da barragem em Mariana é considerado um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil, resultando em danos irreparáveis ao meio ambiente e à vida das comunidades afetadas. A ação judicial na Holanda representa mais um capítulo na busca por justiça e compensação pelas vítimas do desastre de Mariana, que agora aguardam os desdobramentos legais dessa iniciativa internacional.

Além das implicações financeiras, o processo destaca a importância da responsabilidade corporativa e da busca por medidas reparatórias em casos de desastres ambientais de grande escala.

Foto destaque: Distrito de Bento Rodrigues, em Minas gerais, após o rompimento da barragem da Samarco (Reprodução/Wikimedia Commons/Revista Galileu)

Secretário dos EUA afirma que todos em Gaza enfrentam insegurança alimentar aguda

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, expressou veementemente sua preocupação com a situação humanitária em Gaza. Ele classificou o conflito como uma situação terrível para todos os seres humanos em uma entrevista nas Filipinas nesta terça-feira (19), e fez um apelo urgente a Israel para proteger os civis.

Segundo Blinken, todos os habitantes de Gaza enfrentam níveis preocupantes de fome, algo que nunca havia acontecido. Este é um triste marco na história de toda a humanidade.

Inclusão de Gaza nos planos pós-guerra

O Secretário de Estado dos EUA também pediu para que Israel crie um plano para Gaza após o término do conflito. A fome é uma ameaça iminente e Blinken enfatizou a urgência de agir. A fome não é apenas uma ameaça distante; ela está batendo à porta de milhões de pessoas.

Além disso, Blinken tem viagens planejadas para a Arábia Saudita e o Egito, para discutir com líderes governamentais formas de acabar com a guerra. Todos aguardam por soluções que possam aliviar o sofrimento da população de Gaza e promover a paz na região, priorizando a segurança daqueles que foram pegos no fogo cruzado. O conflito entre Israel e o Hamas deixou marcas profundas naqueles que habitam essa região tão conturbada. O Secretário de Estado dos Estados Unidos da América fez um apelo para garantir o acesso à alimentação básica.


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Crianças enfileiradas aguardando doação de comida em Gaza (Foto: reprodução/NurPhoto/ GettyImages Embed)


Israel propõe trégua em Gaza

Semana passada, Israel informou que tentaria negociar no Catar um cessar-fogo com o grupo Hamas. Poucos detalhes da proposta foram revelados, apenas informaram que estimavam recuperar 40 reféns ainda mantidos em Gaza.

O exército israelita afirma que líderes do Hamas estão escondidos na capital do território palestino e prosseguem com ataques nesta região. Ocorreram ataques próximos ao hospital Al Shifa deixando múltiplas vítimas e incendiando parte do hospital.

 

Foto destaque: secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken discursando nas Filipinas em 19 de março de 2024 (reprodução /Pool/ Getty Images Embed)

Chefe da UNRWA diz que foi barrado por Israel na Faixa de Gaza

Em um episódio sem precedentes, Israel negou a entrada de Philippe Lazzarini, chefe da agência de refugiados palestinos da ONU (UNRWA), na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (18). A medida, considerada surpreendente e em um momento de grande necessidade, foi confirmada tanto pela UNRWA quanto pelo Egito, destacando uma crescente tensão na região.

Lazzarini, um diplomata encarregado da agência, planejava viajar para a cidade de Rafah, em Gaza, mas foi informado de que sua entrada seria recusada, relatou a agência e autoridades egípcias.

O ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shoukry, que estava acompanhando Lazzarini em uma entrevista coletiva no Cairo, expressou sua surpresa, chamando a recusa de “atitude sem precedentes para um representante em posição tão elevada”.

Crise humanitária

Desestabilizando as operações da agência, a UNRWA, a principal organização de assistência em Gaza, está em crise desde que Israel acusou 12 de seus funcionários de participação no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. Essa acusação levou à suspensão de 450 milhões de dólares em financiamento por 16 países, incluindo os Estados Unidos.

O incidente ocorre em meio a relatos alarmantes sobre a situação humanitária em Gaza. Um relatório apoiado pela ONU divulgado recentemente alertou sobre a iminência da fome no norte do enclave, destacando a urgência das operações de ajuda humanitária.


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Ondas de fumaça durante o bombardeio israelense sobre Rafah (Foto: reprodução/Getty Images Embed)


Philippe Lazzarini lamentou a recusa de sua entrada em Gaza, especialmente neste momento crítico. Ele expressou sua intenção de melhorar as operações humanitárias na região, mas foi impedido de fazê-lo.

“Essa fome provocada pelo homem sob os nossos olhos é uma mancha em nossa humanidade coletiva”, declarou Lazzarini em uma publicação nas redes sociais.

Sem pronunciamento

Enquanto isso, as autoridades israelenses não responderam imediatamente aos pedidos de comentário sobre o incidente.

A UNRWA e Lazzarini reiteraram seu compromisso em fornecer assistência humanitária à população afetada, apesar dos desafios e das tensões crescentes na região.

Foto destaque: palestinos aguardam para receber alimentos para os refugiados na Faixa de Gaza (Reprodução/ REUTERS/ Mohammed Salem)