Rede de frango frito da Guatemala busca encarar redes de fast food nos Estados Unidos

A rede de fast food Pollo Campero, fundada na Guatemala, é um restaurante de frango frito que vem conquistando o mercado estadunidense nos últimos anos. Com planos para abrir 40 lojas no ano de 2024, a franquia pretende atingir 250 estabelecimentos até 2026 incluindo uma expansão de unidades franqueadas. A CMI relatou ano passado sua intenção de investir cerca de US$ 1,8 bilhão em expansão no decorrer de três anos.

Entrada no mercado estadunidense

A entrada do Pollo Campero no mercado americano apresenta diversos desafios culturais e operacionais, como a adaptação do menu para atender às preferências alimentares locais, a revisão das normas regulamentares rigorosas da região e o processo de administração de uma força de trabalho diversificada. Um dos principais desafios do mercado de fast foods estadunidense é também a intensa competição repleta de marcas já consolidadas.

As necessidades e dificuldades da empresa de construir uma percepção positiva e desenvolver uma identidade da marca em um ambiente novo também serão de extrema importância para seu crescimento.


Pote de frango frito (Foto: reprodução/Mariana Silvestre/Pexels)


Investimentos e objetivos da CMI

A Corporación Multi-Inversiones (CMI), responsável por administrar as franquias Pollolandia, Don Pollo e Pizza Siciliana, se consolidou como um dos maiores conglomerados da América Latina e possui uma avaliação de aproximadamente US$ 3 bilhões pela Forbes. Com o desejo de expandir sua influência para os EUA, a associação busca capitalizar sobre o crescimento constante do mercado de fast foods de frango. 

A CMI possui uma subsidiária americana, a CamperoUSA, localizada em Dallas, que possui e opera restaurantes nos Estados Unidos. A empresa também possui um setor focado em energia limpa, desenvolvendo produtos na América Central e trabalhando com investimentos imobiliários, a CMI vem se posicionando para impulsionar seu já impressionante crescimento, desenvolvendo ainda mais o Pollo Campero no competitivo mercado americano.

Foto destaque: Placa do restaurante Pollo Campero. Reprodução/Phillip Pessar/flickr

Segundo análise do Itaú BBA, os shoppings lideram os FIIs

A chegada da pandemia da Covid-19 impactou negativamente inúmeros setores do mercado, mas um dos que mais sofreu foi os fundos imobiliários de shoppings. A necessidade de manter as portas do negócio fechadas praticamente arruinaram a rentabilidade deles nos últimos anos, mas a situação parece estar mudando aos poucos, conforme aponta o Itaú BBA.

Relatório do Itaú BBA é promissor

O setor apresentou uma alta de aproximadamente 16% nos últimos 12 meses, segundo levantamento feito pela agência bancária, representando 9% do IFIX atualmente.

Conforme aponta o relatório divulgado pelo Itaú BBA na última quinta-feira (19), os fundos imobiliários de shoppings chegam a até mesmo superar os outros segmentos do mercado de maneira significativa, com uma alta de 4,5% em comparação com o “Fundo de fundos”, segundo maior colocado. Por outro lado, o fundo de escritórios registrou uma performance negativa de -4,4% nos últimos 12 meses.

Além disso, os analistas Marcelo Potenza e Larissa Gatti Nappo concluem, no relatório da organização, que “somente os fundos de shoppings estão conseguindo captar o montante inicial pretendido”, evidenciando a dificuldade que o setor está passando para angariar o capital esperado.

Desempenho acima do esperado

Parte da análise positiva vem do desempenho de FII acima do que era inicialmente previsto para este ano. 

O XP Malls (XPML11), por exemplo, arrecadou cerca de R$ 375 milhões na primeira operação encerrada em junho, acima dos R$ 200 milhões previstos. Isso se repetiu na segunda operação, cujo objetivo era arrecadar apenas R$ 450 milhões em cotas, mas resultou em uma captação de R$ 562 ao final de agosto.


Análise da progressão dos dividendos dos FIIs analisados pelo Itaú BBA em último relatório (Foto: reprodução/Itaú BBA)


O Hedge Brasil Shopping (HGBS11) também teve uma alta na arrecadação deste mês, atingindo o marco de R$ 607 milhões, significativamente maior do que a cifra de R$ 500 milhões inicialmente esperada. 

O Vinci Shopping Center (VISC11) também não ficou para trás, com um levantamento de R$ 353 milhões este mês, um pouco acima do esperado. 

Fundos de investimento recomendados pelo Itaú BBA

Com uma alta tão positiva nos últimos meses, não é surpreendente que a análise da agência financeira aponte os três fundos imobiliários supracitados: XPML11, HGBS11 e VISC11 como bons potenciais de investimento.

O XPML11, em especial, detém o melhor portfólio na qualidade técnica dos ativos oferecidos, bem como uma gama de ofertas generosas e um caixa saudável que pode auxiliar nas obrigações financeiras de curto prazo, segundo analistas. 

O VISC11 também é uma das prioridades nas recomendações dos analistas do Itaú BBA, também com um caixa confortável devido às últimas emissões e vendas recentes do FII. 

E, em conclusão, o crescimento significativo nos proventos e a reavaliação patrimonial justificam a recomendação do HGBS11. 

Foto destaque: O shopping Cidade São Paulo junto da Torre Matarazzo. Reprodução/Galeria da Arquitetura/Daniel Ducci

Petrobras busca parcerias na Bolívia: gás, energias renováveis e lítio em pauta

Uma equipe da Petrobras desembarcou na Bolívia para dar prosseguimento às discussões com autoridades locais sobre uma ampla gama de projetos. Os tópicos incluem a exploração de petróleo e gás, bem como iniciativas relacionadas à energia renovável e lítio. A notícia foi confirmada em comunicado emitido pelo Ministério de Hidrocarbonetos e Energia boliviano nesta sexta-feira (20).

O vice-ministro da Exploração e Produção de Recursos Energéticos, Raúl Mayta, enfatizou que essas discussões seguem uma agenda bilateral previamente definida pelos líderes de ambos os países. O objetivo central é avançar em direção a uma cooperação mutuamente benéfica para a Bolívia e o Brasil.

Gás

Mayta destacou a importância do gás boliviano no mercado brasileiro, não só devido à sua competitividade de preços, mas também em virtude das políticas de expansão da fronteira agrícola adotadas pelo Brasil. Ele mencionou os planos da Petrobras de construir usinas para a produção de fertilizantes e enfatizou a necessidade de garantir um fornecimento de gás competitivo.

Conforme o ministério informou, está prevista a realização de uma mesa técnica para explorar as perspectivas futuras no setor de exploração e produção de petróleo e gás, bem como possíveis colaborações entre a Petrobras e a estatal boliviana YPFB. 

Petrobras e energias renováveis

Além disso, ambos os países avaliarão projetos no campo da energia eólica, solar e hidrelétrica, juntamente com oportunidades na área de produção de lítio. O comunicado também mencionou que haverá discussões sobre o Gás Natural Liquefeito (GNL), destacando sua crescente relevância no cenário energético global.


Processo de produção do GNL (Foto: reprodução/Applied Analytics)


O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já havia manifestado o interesse da empresa em avaliar investimentos na Bolívia. Em agosto, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Falcão Mendes, destacou a intenção de manter um portfólio equilibrado para a próxima década, abrangendo tanto a exploração de petróleo quanto o desenvolvimento de energias renováveis. 

Mendes também enfatizou que a Petrobras está atualmente avaliando projetos relacionados à energia eólica e investimentos em biocombustíveis, priorizando a viabilidade econômica dessas iniciativas como parte de sua estratégia de negócios.

 

Foto destaque: Logo da Petrobras na parede de seu edifício. Reprodução/InfoMoney

Queda na atividade econômica em agosto contrasta com crescimento do primeiro semestre

De acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC), na última sexta-feira (20), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma queda de 0,77% nas atividades econômicas do país em agosto quando comparado com o mês de julho, este último alcançando média de 0,42% do IBC-Br. O resultado mostrou-se mais fraco do que a pesquisa da Reuters, que previa queda de apenas 0,3%, caindo mais do que o esperado.

Apesar da queda mensal, o indicador apresentou um crescimento de 1,28% em relação ao mesmo período de 2022. O IBC-Br registrou uma expansação de 2,82% quando falamos do acumulado em doze meses.


Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é considerado como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e mede a produção mensal da economia nacional (Foto: José Paulo Lacerda/CNI/Agência Brasil)


Primeiro semestre

O desempenho negativo em agosto contrasta com o crescimento econômico observado no primeiro semestre de 2023. Nos dois primeiros trimestres do ano, a economia brasileira cresceu 3,7%, impulsionada por altas de 1,9% e 0,9%, respectivamente.

A queda na atividade econômica no último semestre é resultado da política monetária rigorosa implementada pelo Banco Central. Nas duas últimas reuniões do Comitê de Políticas Monetária (Copom), a taxa Selic diminuiu dois cortes de meio ponto percentual, chegando a 12,75% ao ano.

 

Estimativa para os próximos anos

Alberto Ramos, ecomista do banco Goldman Sachs, explica que benefícios como Bolsa Família pode enfraquecer a situação. 

O Boletim Focus – Relatório de Mercado do Banco Central, publicado na última segunda-feira (16), manteve a estimativa de crescimento do PIB em 2,92%. As projeções para os próximos anos também foram mantidas: para 2024 a projeção é de 1,50%, já para 2025 é de 1,90% e 2% para 2026.

Foto Destaque: Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) sofre queda maior do que prevista pela Reuters (Reprodução/Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Empresas de capital aberto deverão publicar relatórios sustentáveis a partir de 2026

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou, na última sexta-feira (20), uma resolução que estabelece uma nova obrigação para as empresas de capital aberto no Brasil. A partir de 2026, essas companhias deverão publicar relatórios anuais que contenham informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, incluindo indicadores e métricas claras e comparáveis.

Essa medida faz parte do Plano de Transformação Ecológica do governo brasileiro e tem como objetivo principal auxiliar investidores internacionais a identificar os riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade no mercado financeiro do país. O Ministério da Fazenda destacou que essa resolução visa preparar o mercado brasileiro para regulamentações futuras, além de incentivar as empresas a adotarem práticas mais sustentáveis.


Pontos do Plano de Transformação Ecológica anunciado pelo Ministro Fernando Haddad. (Foto: reprodução/Valor Econômico)


Relatórios

Os relatórios anuais que serão solicitados às empresas deverão abordar diversos tópicos, incluindo governança, estratégia, gestão de riscos e métricas e metas ligadas à sustentabilidade. Essa ação representa um passo importante para aumentar a transparência das empresas de capital aberto em relação às questões de sustentabilidade.

Uma particularidade dessa resolução é que ela não é apenas uma resposta a regulamentações globais, mas também um esforço para o Brasil se posicionar como um líder na pauta de sustentabilidade. O país se torna o primeiro no mundo a internalizar regras do Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (ISSB, na sigla em inglês), estabelecendo um novo padrão para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade.

 

Exigências

Os relatórios relacionados à sustentabilidade não serão imediatamente obrigatórios para as empresas e, a partir do próximo ano, elas poderão optar por apresentá-los voluntariamente. No entanto, a partir de 2026, eles se tornarão compulsórios. Importante destacar que poderão ocorrer ajustes na regulamentação após uma consulta pública.

Além das empresas, fundos de investimento e companhias securitizadoras também poderão participar da iniciativa de forma voluntária a partir do próximo ano. Essa abordagem colaborativa busca promover a adoção de práticas sustentáveis em todo o mercado financeiro brasileiro.

Foto Destaque: ramo de planta sobre um teclado de notebook. Reprodução/Abcomm

Segundo estudo, IA e Agenda ESG serão os grandes destaques de 2024

A inteligência artificial promete marcar significativamente o desenvolvimento de empresas ao longo do próximo ano, aponta estudo. O “Panorama 2024” é uma pesquisa promovida pela Amcham Brasil em parceria com a Humanizadas. O estudo coletou as opiniões de 694 empresários brasileiros para analisar as possíveis tendências de mercado.

Resultados da pesquisa

Cerca de 60% dos executivos entrevistados mencionaram a inteligência artificial como um importante fator para o mercado, seguida de perto pela agenda ESG, que foi mencionada por 51% deles. 

Também vale ressaltar que embora essas duas tendências estejam no topo dos tópicos discutidos pelos entrevistados, outros fatores também se destacaram. 

Dentre eles está a digitalização de produtos e serviços, mencionada por 41% dos entrevistados; big data, mencionada por 40% dos entrevistados; manutenção do trabalho híbrido e remoto, mencionada por 34% dos entrevistados e, por fim, investimentos em energia renovável, que foi mencionado por 31% dos entrevistados. Como a pesquisa não conta com um limite de escolhas, muitos dos empresários comentaram a respeito de múltiplas opções disponibilizadas pela Amcham durante a pesquisa. 

IA já tem grande taxa de adesão

Empresas brasileiras já parecem estar dispostas a adotar a tecnologia de inteligência artificial generativa, tendo em vista que 68% das companhias entrevistadas já utilizam a tecnologia de algum modo. De acordo com Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil, a utilização da IA ainda permanece dispersa entre diversos setores, com foco principal na automação de processos repetitivos (38%), melhoria de eficiência operacional (28%), análises de dados e insights preditivos (28%), suporte ao cliente (22%), auxílio à tomada de decisão (20%) e, por fim, no marketing e vendas (20%).


O Chat GPT e outros aplicativos feitos com IA generativa já estão sendo amplamente utilizados no ambiente de trabalho, para facilitar processos repetitivos e até mesmo auxiliar na tomada de decisões (Foto: reprodução/Shutterstock/Ascannio/Olhar Digital)


Neto acredita que a inteligência artificial virá a desempenhar um papel fundamental no futuro, principalmente quando começar a ser utilizada de maneira mais estratégica no desenvolvimento de produtos. 

Inovação no mercado 

Além de analisar as tendências do mercado, o estudo feito pela Amcham também categorizou a prontidão das empresas em adotar práticas inovadoras, avaliando seis fatores importantes: transformação digital, gestão, estratégia da empresa, modelo de negócio e, por fim, produto e serviço.

Uma análise das empresas que participaram do estudo colocam o meio empreendedor brasileiro numa pontuação de 62%, com destaque principal para a transformação digital, que foi mencionada por 75% dos executivos entrevistados. 

De acordo com Neto, embora esse seja um resultado positivo, a reavaliação do “modelo de negócio” por parte das empresas que participaram do estudo apresentou um baixo grau de adoção, apenas 54%. O empresário acredita que esse deve ser um dos focos das empresas daqui em diante e que mais medidas devem ser tomadas para a atualização no modelo de negócios. 

Em conclusão, 2024 promete ser um ano positivo para as empresas que participaram do estudo. Cerca de 56% dos empresários entrevistados acreditam em um crescimento de pelo menos 10% para o mercado brasileiro, advindo da estabilidade política, do avanço tecnológico e no aumento do investimento em infraestrutura. 

A pesquisa Panorama 2024 foi realizada entre 30 de agosto e 18 de setembro, englobando empresas que, em sua totalidade, empregam quase 1 milhão de funcionários, com um faturamento anual de R$ 755 bilhões.

Foto destaque: Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil, durante entrevista. Reprodução/Agência Brasil/Fabio Rodrigues-Pozzebom.

Mercados globais reagem a possíveis ajustes de juros nos EUA

Em um movimento que ressoa não apenas na economia dos Estados Unidos, mas também nos mercados globais, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, anunciou ontem (19) possíveis ajustes na taxa de juros norte-americana. A medida, que busca conter a inflação e estabilizar o mercado de trabalho, teve impacto imediato nos juros futuros do Brasil. 

Powell sinaliza aumento nas taxas de juros dos EUA

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou ontem (19) potenciais aumentos na taxa de juros, indicando a resiliência da economia norte-americana frente aos juros altos. Nos últimos 18 meses, a taxa básica de juros nos Estados Unidos aumentou 525 pontos-base.


Fala do presidente do Fed alimentou expectativa de nova alta dos juros dos EUA (Foto: reprodução/bcb.gov.br)


“Nosso desafio atual é estabelecer uma postura política suficientemente restritiva para reduzir a inflação a 2% ao longo do tempo”, disse Powell durante entrevista no Clube Econômico de Nova York. Em junho de 2022, a inflação nos Estados Unidos alcançou um pico de 7,1%, com uma estimativa de 3,7% para setembro deste ano, segundo o Fed.


Powell apontou que estabilização do mercado de trabalho pós-pandemia nos EUA pode atenuar inflação (Foto: reprodução/bls.gov)


Powell também destacou que o mercado de trabalho nos Estados Unidos está começando a se equilibrar, com uma elevação na oferta de trabalhadores e o retorno da imigração aos níveis pré-pandemia. Isso poderia atenuar as tensões inflacionárias.

Juros futuros no Brasil aumentam após declarações

Ontem, os juros futuros do Brasil fecharam em forte alta, influenciados pelas declarações de Powell. As taxas do DI para janeiro de 2025, 2026, 2027 e 2029 subiram para 11,245%, 11,27%, 11,45% e 11,79%, respectivamente.

Nesta sexta-feira (20), os mercados tiveram um “alívio momentâneo” nas taxas de juros globais. Isso incluiu uma queda no rendimento da T-note de 10 anos nos Estados Unidos de 4,99% para 4,913%. As taxas do DI para os mesmos períodos caíram para 11,075%, 11,015%, 11,20% e 11,61%, sendo também influenciadas por dados abaixo das expectativas do Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br), que registrou uma queda de 0,77% em agosto comparado a julho, após ajustes sazonais.

 

Foto destaque: fala do presidente do Fed afirmando potencial manutenção dos altos juros dos EUA reverberou nas taxas globais. Reprodução/YouTube/Federal Reserve

Recompra de cerca de US$ 750 milhões do Banco do Brasil deve ser finalizada até novembro

O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou nesta quinta-feira (19) a conclusão bem-sucedida de uma oferta de recompra de seus bônus perpétuos emitidos em 2014, totalizando a recompra de US$ 746,8 milhões. A instituição financeira havia estipulado um limite máximo de recompra de até US$ 1 bilhão desses títulos, que ofereciam uma taxa de juros de 9% ao ano.

O que irá mudar com a recompra 

A recompra desses bônus perpétuos representa uma estratégia de gerenciamento de dívida para o Banco do Brasil. A operação permitirá que a instituição reestruture sua base de dívida, otimizando seus custos de financiamento e garantindo um equilíbrio adequado em seu portfólio de títulos.

O prazo para a oferta de recompra foi originalmente definido até 2 de novembro, mas o banco informou que há a possibilidade de prorrogar essa data. A partir disso, o banco afirmou em comunicado ao mercado que “com a recompra de US$ 746,8 milhões, o capital complementar de nível I de 14,13%, em 30 de junho, será reduzido em aproximadamente 32 pontos base na data do exercício da recompra, permanecendo em patamar superior ao nível regulatório”.


A recompra já apresentou alterações nos índices econômicos (Foto: Reprodução/Pedro Oliveira/Shutterstock.)


Valores obtidos com a oferta

O anúncio do negócio foi realizado no dia 9 de agosto, pelo Banco do Brasil (BBAS3), o que gerou um lucro líquido de 8,7 bilhões no segundo trimestre de 2023, o que representa uma alta de 11,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em relação à margem financeira bruta do Banco do Brasil, isto é, quanto a empresa ganhou de lucro a cada venda realizada, atingiu um valor de 22,9 bilhões no segundo trimestre de 2023, o que representa um crescimento de 34,2% na comparação com o recorte temporal selecionado em 2022.

Outro índice que demonstrou crescimento foi a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) ampliada do Banco do Brasil, que é composta para autenticar no resultado, as prováveis perdas no recebimento de créditos registrados no ativo. Nela, o ganho foi de 7,1 bilhões, o que apresenta um aumento de 144,3% na comparação com os últimos 12 meses. 

Já o Índice de Basiléia do Banco do Brasil, que é um indicador mundial utilizado para analisar a qualidade financeira de uma instituição, caiu para 15,7%, em junho de 2023. Esse dado reflete uma diminuição de 1,8 pontos percentuais em relação a junho de 2022. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 1,08% na última semana e 31,37% nos últimos 12 meses.

Foto destaque: Fachada do edifício sede do Banco do Brasil em Brasília. Reprodução/rafastockbr/Shutterstock.

Nubank busca licença bancária para atuar como banco no México

O Nu México, controlado pelo Nubank, solicitou licença à Comissão Nacional Bancária e de Valores Mobiliários (CNBV) para atuar como banco em conjunto com o regulador local. Segundo a empresa, dessa forma a empresa poderá estabelecer uma estrutura regulatória expandida como forma de aprimorar a operação comercial.

Segundo a declaração da empresa dada para a Reuters, a implementação da licença bancária permitirá com que o Nubank ofereça “diversos tipos de investimentos”, como ações no índice do México. Para isso, a fintech já inscreveu mais de 1,3 milhão de pessoas, com depósitos monetários que excedem 1,5 bilhão de pesos mexicanos.

Como as fintechs impactam o mercado

A fintech, isto é, o modelo bancário que mescla finanças e tecnologia, tem se consolidado mundialmente por se tratar de um processo que democratiza o acesso aos bancos. Um exemplo dessa expansão é o fato de que o setor apresentou um crescimento de 112% na América Latina entre 2018 e 2021, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Essa tendência se potencializa por conta da praticidade oferecida pelas fintechs, como o Nubank. O usuário pode consultar seus dados por meio de plataformas digitais, com taxas e tarifas geralmente mais baixas do que outras instituições bancárias tradicionais e serviço moldado às necessidades específicas do cliente.

Além disso, as fintechs são capazes de atuar nos mais variados campos do mercado financeiro. As empresas podem oferecer serviços de pagamento, investimento, controle financeiro, empréstimo, bitcoin e crowdfunding, isto é, o financiamento de uma iniciativa que parte do investimento colaborativo de uma comunidade de pessoas que almejam o mesmo retorno.

Para isso, as empresas precisam estar regularizadas para exercerem suas atividades normalmente. No Brasil, quem toma essa decisão é o Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central, que aprovou as Resoluções nº 4.656 e nº 4.657 em 2021, viabilizando as atividades do setor no país. Essa licença bancária é o que o Nubank está buscando para oferecer  seus serviços no México.


As fintechs são um nicho do mercado que vem crescendo cada vez mais. (Foto: reprodução/Shutterstock/Tada Images)


Licença bancária no México

Após ter se consolidado como a maior Sociedade Financeira Popular (Sofipo) do mercado, a solicitação da licença bancária servirá como forma de reafirmar a liderança da fintech na região. “Agora oferecemos um portfólio mais amplo de produtos aos nossos clientes no México, tendo lançado ao longo deste ano a Cuenta Nu, o cartão de débito e empréstimos pessoais. Isso nos permitiu continuar crescendo e nos aproximando ainda mais dos clientes em suas vidas financeiras”, afirma Iván Canales, líder das operações do Nu no México.

Dessa forma, a implementação da solicitação fará com que a empresa tenha a possibilidade de oferecer serviços, como diversas modalidades de investimentos, que incluiem ações na bolsa mexicana, portabilidade de salário, empréstimos para automóveis e hipotecas de alto valor, produtos voltados para Pequenas e Médias Empresas (PME) e acesso a um nível superior de seguro de depósitos devido ao Seguro IPAB, que funciona como o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) mexicano.

Foto destaque: Fachada da empresa Nubank. Reprodução/Nubank.

Musk vê redução bilionária após relatório financeiro da Tesla

Na última quinta-feira (19), a Tesla, renomada fabricante de carros elétricos, divulgou seu balanço financeiro referente ao terceiro trimestre do ano, causando uma reação adversa no mercado. As ações da companhia sofreram uma queda de 10% na bolsa, o que consequentemente afetou o patrimônio líquido de Elon Musk, CEO da empresa, reduzindo-o em US$ 25 bilhões. Essa reação do mercado ocorreu no mesmo dia em que o balanço foi divulgado, sendo o palco principal a bolsa de valores onde as ações da Tesla são negociadas.

Desempenho financeiro

A Tesla reportou uma receita de US$ 19,6 bilhões neste trimestre, marcando uma queda de 8,6% em relação ao segundo trimestre do ano, em que a receita foi de US$ 21,3 bilhões.

Além disso, os lucros por ação foram de US$ 0,66, ficando abaixo das expectativas dos analistas, que previam um valor de US$ 0,72 por ação. Essa diferença entre a expectativa e a realidade financeira da empresa foi um dos fatores que contribuíram para a queda no preço das ações.


Conheça o histórico de perdas bilionárias do empresário (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)


Reações e perspectivas

Além dos números abaixo do esperado, as declarações de Elon Musk sobre o estado da economia global também foram vistas com preocupação pelos investidores. Durante a teleconferência de resultados, Musk mencionou que os custos de juros nos Estados Unidos aumentaram significativamente, descrevendo o cenário econômico atual como desafiador. Esse posicionamento mais cauteloso do CEO, especialmente sobre temas macroeconômicos, foi visto como um alerta, contribuindo para a reação negativa no preço das ações.

A Tesla, que já enfrentou uma desvalorização significativa em 2022, quando suas ações caíram 65%, teve uma recuperação parcial em 2023 com uma valorização de 130% em suas ações. No entanto, o relatório financeiro do terceiro trimestre e as observações de Musk reforçam um caminho incerto à frente. A empresa, avaliada em US$ 695,7 bilhões, permanece como uma das maiores do mundo, enquanto Musk mantém o título de pessoa mais rica do planeta, mesmo após a perda bilionária.

 

Foto Destaque: O herdeiro, Elon Musk, em evento. Reprodução/Angela Weiss /AFP