Dendezeiro traz a efervescência dos Bailes Black dos anos 1970 à passarela da SPFW

A marca baiana Dendezeiro, comandada pela dupla de estilistas Pedro Batalha e Hisan Silva, levou à passarela da São Paulo Fashion Week N60, no último sábado (18), o desfile “Brasiliano 3: Lei da Vadiagem”. A apresentação encerrou a trilogia que vem discutindo, por meio da moda, questões históricas e políticas ligadas à identidade negra e periférica no Brasil.

Desta vez com foco no impacto da legislação que criminalizava a pobreza e as manifestações culturais das periferias. A coleção traz referências dos Bailes Black dos anos 1970 e 1980.

Coleção “Brasiliano 3”

Criada em 1941, durante o Estado Novo, a chamada “Lei da Vadiagem” foi usada por décadas como instrumento de repressão. Essa lei permitia a prisão de indivíduos considerados “ociosos” ou “sem ocupação”, sendo mais aplicada a jovens negros que frequentavam espaços culturais como bailes funk, rodas de samba e blocos de carnaval.

É a partir dessa crítica que a Dendezeiro constrói sua narrativa visual. O desfile resgata e ressignifica a estética dos bailes black dos anos 1970 e 1980 e homenageia a resistência cultural que floresceu mesmo diante da criminalização imposta na época.


Desfile da Dendezeiro SPFW N60 (Foto: reprodução/Instagram/Danilo Grimaldi/@agfotosite)

Com uma coleção que mistura alfaiataria com referências do streetwear, a Dendezeiro fez da passarela um palco político. Os looks exploram padronagens como xadrez e listras, associadas às festas suburbanas, com tecidos como couro de tilápia, recortes ousados e ombros estruturados que desafiam o tradicionalismo da moda. O funk, movimento marginalizado e constantemente atacado, aparece aqui como protagonista do manifesto da marca.


MC Carol e MC Cabelinho desfilam para Dendezeiro (Foto: reprodução/Instagram/Danilo Grimaldi/@agfotosite)

MC Carol e Cabelinho se uniram ao casting de modelos, reforçando a presença de vozes periféricas e populares. A trilha sonora do desfile foi composta por funks de protesto e discursos potentes, como o de Mano Brown que completaram a atmosfera do desfile.


Desfile da Dendezeiro SPFW N60 (Vídeo: reprodução/Instagram/@eucabs)

Encerramento da trilogia “Brasiliano”

Desde 2022, a Dendezeiro vem desenvolvendo a série “Brasiliano” como forma de repensar os marcos da história brasileira pela ótica de quem foi sistematicamente silenciado. O primeiro capítulo da trilogia abordou o autoritarismo do Estado Novo; o segundo, a resistência da Cabanagem no Norte do Brasil; e o último, a criminalização da cultura negra por meio da Lei da Vadiagem.

A marca, nascida em 2018, em Salvador, vem se consolidando como uma das mais relevantes da nova geração da moda nacional. Não apenas por sua estética plural, mas por usar a moda como um canal de articulação política, de denúncia e de reconstrução identitária.

Sagrado Feminino guia desfile da SAU e celebra a força ancestral no beachwear do Verão 2026

Com o nascer do sol como inspiração e o corpo como território sagrado, a SAU Swim abriu o quinto dia da São Paulo Fashion Week com uma coleção que é, ao mesmo tempo, manifesto e celebração. Intitulada “Sagrado Feminino”, a coleção Verão 2026, assinada por Yasmim Nobre, traz à passarela uma releitura contemporânea da espiritualidade e da ancestralidade feminina, costurando com delicadeza temas como força, sensibilidade, intuição e natureza.

“Esse desfile é um convite para que cada pessoa resgate em si a força que já existe. O sagrado feminino é corpo, mente e espírito, é coletivo e é singular. É o que nos atravessa e o que atravessamos”, definiu a diretora criativa antes do desfile, em uma fala que ecoou na estética e na energia de cada look apresentado.

Moda e leveza

A coleção aposta em peças de beachwear versátil, feitas para transitar entre o mar e a cidade com leveza, mas sem perder profundidade. Tecidos naturais, modelagens fluidas e técnicas artesanais como crochê, tramas manuais e tingimentos orgânicos,  reforçam a conexão com o ancestral e o sustentável.


Desfile SAU Swim (Foto: Reprodução/Instagram/@sau.swim)

A cartela de cores passeia por tons terrosos, areia, marfim e nuances suaves de azul e verde, evocando paisagens naturais e a calmaria de rituais íntimos. As silhuetas celebram o corpo em sua pluralidade, abraçando curvas e movimentos com respeito e liberdade.

Roupas que vestem a alma

Em um momento em que a moda se reinventa e busca novos significados, a SAU entrega mais do que tendências: entrega propósito. O desfile não apenas vestiu modelos, mas transmitiu energia, criando uma atmosfera quase cerimonial na passarela, um verdadeiro respiro em meio à agitação da semana de moda.


Desfile SAU Swim (Foto: Reprodução/Instagram/@sau.swim)

“Sagrado Feminino” marca uma virada sensível no beachwear nacional, trazendo espiritualidade para o centro da conversa estética. E, acima de tudo, relembra que a moda pode e deve ser um canal de expressão do que há de mais verdadeiro em nós.

Matéria por Andrielly Ribas do portal InMagazine

Virginia renova o visual e inicia nova fase com estilo e atitude

Virginia Fonseca está de volta aos holofotes, e desta vez, não é por conta de polêmicas, mas por uma transformação que marcou as redes sociais nesta segunda-feira (20). A influenciadora surpreendeu seus mais de 40 milhões de seguidores ao revelar o novo visual: fios loiros, corte moderno e uma energia completamente renovada.

A transformação chega em um momento simbólico: poucos dias após o fim de dois relacionamentos públicos, com o cantor Zé Felipe e, mais recentemente, com o jogador Vini Jr. Ainda que a influenciadora não tenha se pronunciado diretamente sobre os términos, a mudança no visual foi interpretada por muitos como um sinal claro de recomeço.

Nova fase

Nas fotos compartilhadas, Virginia aparece segura e radiante, apostando em looks fashionistas que combinam com a nova fase: ousados, autênticos e carregados de personalidade. O loiro vibrante harmoniza com o tom de pele da influenciadora e realça ainda mais sua expressividade diante das câmeras.


Novo visual de Virgínia (Foto: reprodução/Instagram/@virginia)

As reações nas redes foram imediatas. Comentários como “Nova fase, nova Virginia”, “Esse loiro está tudo!” e “Ela sempre renasce mais forte” tomaram conta da timeline, reforçando a conexão emocional que o público tem com sua trajetória marcada por conquistas, desafios e, acima de tudo, muita reinvenção.

Um visual que fala por si

Mais do que uma simples mudança estética, a escolha de voltar ao loiro parece carregar um simbolismo pessoal. Em momentos de transição, mudar o cabelo pode ser uma forma de retomar o controle, expressar força e redescobrir a própria identidade. Ao apostar no loiro marcante e em looks alinhados às tendências mais atuais, Virginia envia uma mensagem clara: está pronta para escrever um novo capítulo, mais confiante, ousada e fiel a si mesma.

A mudança, além de estética, é uma afirmação de liberdade e autenticidade, características que têm sido a base de sua conexão com milhões de seguidores. Virginia, como tantas outras mulheres públicas, transforma sua imagem em narrativa. E se depender da reação do público, sua nova fase já começou com o pé direito.

Matéria por Andrielly Ribas do portal InMagazine

Nova coleção cápsula da BRUSMAN une camisas autorais brasileiras à inspiração mediterrânea

A BRUSMAN, referência em camisas com identidade clássica, apresenta sua mais nova coleção cápsula: BRUSMAN Signature Capsule by Renzo Schmitz. Com criação exclusiva do estilista Edu Brusman, a coleção é inspirada na elegância natural das costeiras italianas e brusna sofisticação leve do homem brasileiro. As peças traduzem o espírito de lugares icônicos como Portofino, Amalfi e Capri em camisas leves, refinadas e atemporais.

Entre falésias ensolaradas e vilas à beira-mar, cada camisa foi concebida como uma releitura do clássico mediterrâneo, com cortes precisos, tecidos naturais e modelagens descontraídas que garantem conforto sem perder a elegância. As peças, produzidas em Linho, Oxford e Ana Ruga, carregam detalhes autorais que refletem a essência de um lifestyle refinado, tropical e com alma.



Criada a quatro mãos, a coleção representa a união de dois apaixonados por clássicos: o olhar autoral do estilista Edu Brusman e a personalidade marcante de Renzo Schmitz, celebrando liberdade, frescor e estilo com propósito em 16 camisas autorais exclusivas.

“Criar para o Renzo foi uma experiência incrível. Ele trouxe sua visão única e clássica para nossa tradição de camisaria autoral, e juntos conseguimos desenvolver peças que dialogam com o homem moderno sem abrir mão do conforto e da elegância”, afirma o estilista Edu Brusman.



A BRUSMAN Signature Capsule by Renzo Schmitz está disponível com exclusividade no ateliê do estilista Edu Brusman, localizado no bairro Jardins, em São Paulo, e também no site brusman.com.br — oferecendo uma experiência de moda que combina tradição, sofisticação e inspiração mediterrânea com alma brasileira.

Santa Resistência leva as águas místicas do oceano à passarela da SPFW

No último sábado (18), a passarela da São Paulo Fashion Week foi inundada por “Águas de Si: Quando a Mulher Veste Mar”, nova coleção de verão da estilista baiana Mônica Sampaio, diretora criativa da grife Santa Resistência. Na passarela, referências a figuras femininas míticas, como Afrodite, Iemanjá, Iara e Atargatis deram o tom do desfile, que foi embalado por canções de Maria Bethânia e Clara Nunes.

Inspiração para a coleção: Mulheres oceano

Mônica Sampaio se inspirou na potência feminina para criar esta coleção: “Desde a primeira sereia, que surgiu na Odisseia, de Homero, nós temos a Vênus de Botticelli, da mitologia; sereia Iara, da nossa cultura indígena; e Iemanjá, da nossa cultura Yorubá, que atravessou o oceano vindo de território negro e é uma das divindades mais cultuadas no Brasil, independente da religião.” Mulheres fortes, protetoras dos mares. “Ao mesmo tempo que ela protege, leva para o fundo do mar também.”, reflete a estilista, que também traz a mulher real para o desfile “A esposa do marido pescador, as mulheres ribeirinhas que trabalham com escama de peixe, com artesanato e linha de pesca.”. A coleção simboliza a ligação mágica e de proteção entre o feminino e as águas.

Para dar forma a coleção, Mônica trouxe à passarela do evento texturas e volumes franzidos e formas sinuosas como as ondas e correntes marítimas. Predominaram as cores: verde-água, azul, branco, salmão e dourado.


Desfile Santa Resistência | SPFW N60 (Foto: reprodução/Instagram/@_the_vault_)

Colaborações femininas

A estilista baiana, é conhecida por se inspirar em figuras femininas fortes para suas coleções, como Maria Quitéria, Maria Padilha e Elizabeth de Toro, que foram homenageadas em coleções anteriores. Nesta coleção, Mônica foi além e contou com a colaboração de artistas talentosíssimas na criação: três estampas da coleção foram feitas a partir das aquarelas criadas pela designer Marcela Citon, uma delas, criada em parceria com a artista plástica Adriana Varejão, que fundiu duas de suas obras “Celacanto Provoca Maremoto” e “Figura de Convite III” em estampas de azulejo. Além delas, outra parceria que trouxe graciosidade ao desfile foram os dois looks esculturais de crochê, um representando Iemanjá e o outro águas-vivas, criados por Mônica e a artista têxtil, Milena Guerke.

Conhecidas por expressar arte em escamas, as artesãs da Associação Farol de Cabedelo, na Paraíba, assinaram dois looks: um vestido feito com linha de pesca e escamas de camurupim e um conjunto masculino do mesmo material. Entre suas referências e parcerias, Mônica quis transmitir nessa nova coleção leveza e fluidez e ao mesmo tempo a força e a potência presentes no interior feminino.

SPFW: Alunos periféricos do Cria Costura estreiam com 27 looks inspirados no balé

O SPFW ganhou um capítulo bonito e necessário: o projeto social Cria Costura levou 27 looks assinados por alunos da periferia à passarela da edição N60. A apresentação, inspirada no Balé Triádico da Bauhaus, provou que moda também é lugar de experimentação e memória. 

A proposta foi clara e bem sucedida: transformar conceitos geométricos e de volume em peças que transitam do figurino ao cotidiano. No que vimos na passarela, havia laços vermelhos que viravam estrutura, jaquetas com cara de puffer em náilon, mantas de retalhos que misturavam recortes e estampas feitas com colagens, e outras combinações que contaram a história do processo criativo dos alunos.



Educação, técnica e emoção em cena

A Cria Costura é um programa do Instituto Nacional da Moda, Design e Economia Criativa (INMODE), em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET). A turma foi dividida em dois módulos: o Acelerador Criativo, que começou em maio e envolveu 29 alunos no aprendizado de criação e costura; e o Módulo Empreendedor, com 27 participantes que desenvolveram a coleção exibida no SPFW N60. Isso faz toda a diferença, já que une técnica e mercado em um caminho real de oportunidade. 

Na passarela, o que chamou atenção foi o equilíbrio entre pesquisa e sentimento: proporções exageradas, sobreposições, e desconstrução de códigos rígidos mostraram que os alunos entenderam bem o exercício de remeter ao balé sem perder a cabeça autoral. No final, criadores e modelos entraram juntos, muitos visivelmente emocionados, e a plateia respondeu com aplausos, que mais que aprovação estética, mostram reconhecimento. O perfil do Instagram da FFW oficial registrou o momento do desfile



Cria Costura nas passarelas do SPFW | Reprodução/Instagram/@ffw


SPFW mais plural: o que isso significa

Fato é que iniciativas como essa mexem com a cadeia produtiva da moda ao colocar novas vozes no circuito. Ao transformar aulas e oficinas em um desfile no Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra), o Cria Costura amplia o debate sobre quem pode ocupar espaço nas semanas de moda, além de lançar jovens criadores que, sem esse “empurrão”, dificilmente chegariam ali. 

A edição N60 do SPFW, que celebra 30 anos do evento, tem dado espaço a projetos que dialogam com formação e diversidade. No caso do Cria Costura, o resultado na passarela não foi somente um conjunto de looks interessantes, mas a prova de que o investimento em formação gera repertório, que por sua vez, traz impacto real à cultura e empoderamento das periferias em palcos de destaque nacional. 

Baile de Halloween da Sephora 2025: quando o tempo vira fantasia

O relógio girou para trás — e para frente — na noite de sábado (18), em São Paulo. A sexta edição do Baile de Halloween da Sephora transformou o tempo em passarela, com o tema “A Máquina do Tempo” guiando cada detalhe das produções. Entre luzes vermelhas, performances e olhares atentos aos mínimos brilhos de glitter, o evento reafirmou seu posto de um dos mais aguardados da temporada de moda e beleza no Brasil.

Sabrina Sato, madrinha da noite, deu as boas-vindas às eras que se cruzavam no tapete preto, enquanto Anitta levou o público ao delírio com uma performance inédita inspirada nos seus Ensaios. João Gomes e Agnes Nunes dividiram o palco, provando que nem o tempo é capaz de aprisionar boas misturas.

Fantasias que contam histórias

Entre os convidados, Bianca Andrade, que também comandou os bastidores para as redes da marca, roubou a cena ao homenagear Elke Maravilha. O tributo foi mais que fantasia: foi um manifesto sobre autenticidade, arte e coragem feminina. Ao lado de Diego Cruz, vestido de Chacrinha, Bianca revisitou a exuberância de uma mulher à frente do seu tempo.


Bianca Andrade de Elke Maravilha e Diego Cruz de Chacrinha (Foto: reprodução/Instagram/@bianca – reprodução/Pietra Lorena)


Tati Machado, por sua vez, encarnou uma Fênix flamejante. O figurino, em tons de vermelho, dourado e cobre, trazia asas dramáticas e detalhes em pedrarias que imitavam brasas, uma leitura elegante e simbólica do mito do renascimento. Cada elemento parecia pulsar vida própria, como se a apresentadora tivesse emergido das cinzas em pleno tapete preto.


Tati Machado personificou uma fênix  (Foto: reprodução/Instagram/@tati)

Mais do que um look de impacto, sua escolha foi um gesto silencioso de resiliência. Depois de viver uma perda gestacional neste ano, Tati transformou a fantasia em um ato de coragem e amor — uma forma de dizer que o fogo que destrói também aquece. Ao se vestir da ave que renasce, ela deu corpo à delicada força de seguir em frente, mesmo quando a vida insiste em pedir pausas.

O tempo como palco e provocação

Em tom mais sombrio, Flávia Viana apostou em uma releitura de “A Substância”, filme vencedor do Oscar de Maquiagem em 2024. O visual, meticulosamente assustador, trouxe uma crítica à pressão estética e ao apagamento das mulheres com o tempo e foi um dos momentos mais potentes da noite.


Flávia Viana se inpirou no filme "A substância" (Vídeo: reprodução/Intagram/@flavia_viana)

GKay revisitou a história da moda com um toque futurista: seu look reproduziu um vestido icônico do desfile de Alexander McQueen de 1999, completado com um robô cenográfico emprestado de Lucas Rangel. Já Vitão incorporou Santos Dumont, com direito a mini avião, e Felca surpreendeu ao surgir de Monalisa, provando que o humor também tem seu lugar na alta produção.



Entre eras e espelhos

Entre passado, presente e ficção, o Baile de Halloween da Sephora 2025 mostrou que a verdadeira fantasia não está apenas na roupa, mas na coragem de brincar com o tempo e consigo mesmo. Cada era revivida, cada personagem reimaginado, revelava uma vontade coletiva de experimentar identidades e atravessar fronteiras, mesmo que por uma noite.

No fim, ficou a sensação de que o tempo não é linha reta, mas um círculo de luz e sombra. E, nesse giro infinito, a moda segue cumprindo seu papel mais fascinante: o de permitir que todos se reinventem — nem que seja por um instante diante do espelho.

Foz transforma memórias do interior em moda no SPFW

A marca Foz apresentou, nesta sexta-feira (17), sua nova coleção no São Paulo Fashion Week, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera. Chamada “Povoado Poesia”, a coleção propõe uma interpretação afetiva da vida no interior, por meio da recriação de um vilarejo fictício idealizado pelo estilista Antônio Castro.

Para trazer nostalgia, a trilha sonora da apresentação incluiu cantigas cantadas pelo coral infantil do Colégio Maria Montessori, onde Antônio estudou.

Além de valorizar elementos regionais no desfile, a coleção marca a parceria entre a Foz e a Prefeitura de Maceió, envolvendo grupos, ONGs, cooperativas e artesãos locais que colaboraram na produção das peças apresentadas no evento.

Looks exibidos na passarela

As roupas desta coleção apresentam elementos infantis, como pipas coloridas e estampas quadriculadas, que reforçam a proposta lúdica do universo. Também teve fitas do Senhor do Bonfim aplicadas em peças de tapeçaria e em camiseta, com as frases “Viajo porque te amo” na frente e “Volto porque preciso” nas costas.


Modelos desfilando para Foz no São Paulo Fashion Week. (foto: reprodução/Instagram/@spfw)

Outro elemento regional presente na coleção é o patchwork, técnica que une pedaços de tecido em uma única peça, popularmente conhecida como retalhos. Essa técnica aparece em calças, jaquetas e calçados. A coleção também inclui peças mais escuras, feitas com fuxicos de tamanhos variados e jacquard, uma técnica que entrelaça o tecido diretamente na peça, apresentando paisagens.


Modelos desfilando para Foz no São Paulo Fashion Week. (foto: reprodução/Instagram/@topviewclub)

Entre os acessórios, as bolsas chamaram a atenção, decoradas com alças e franjas de palha e feitas com faixas de tecido. O desfile também trouxe pulseiras e brincos artesanais que complementaram o visual.

O universo interiorano de Foz

“Povoado Poesia” marca o encerramento da trilogia da Foz, composta pelas coleções “Alambique Fantasia” (2023) e “O Conto de Laura” (2024). Nesta fase final, a marca explora a sensibilidade do amadurecimento e resgata memórias da infância, refletidas na arquitetura e nos contos folclóricos das cidades do interior.

Em “Alambique Fantasia”, a Foz apresenta uma fábrica de cachaça sob a perspectiva de um engenho de cana-de-açúcar. Enquanto isso, “O Conto de Laura” conta a história da tia-avó de Antônio, que, nos anos 1930, fugiu da casa dos pais para se juntar ao cangaço.

Matéria escrita por Maria Carolina Brandão no portal InMagazine.

 

 

Handred celebra a moda noturna em desfile no SPFW

A Handred apresentou sua nova coleção no São Paulo Fashion Week, na noite desta quinta-feira (16), em um desfile realizado na Casa Higienópolis. Sob direção criativa de André Namitala, a marca carioca levou à passarela a coleção “Baila”, inspirada na vida noturna antes do crepúsculo e nos tradicionais bailes do Rio de Janeiro.

As peças foram feitas à mão por mais de 50 profissionais no ateliê da marca, no Rio de Janeiro. Para envolver o público no clima da coleção, o desfile contou com torres de champanhe comandadas por Ivana Wonder e uma trilha sonora que relembrou esses bailes.

O conceito da coleção “Baila”

Ao longo do último ano, Namitala passou por diversas transformações, incluindo a mudança de sede da marca e um processo de amadurecimento profissional. Foi nesse contexto que surgiu a ideia de criar uma coleção que celebrasse essas conquistas. Em entrevista à Vogue, o estilista contou como esse momento inspirou o conceito da nova coleção:

“Ela veio de uma vontade de querer comemorar um pouco. Acho que toda a trajetória de quem tem negócio são trajetórias que vão como montanha-russa. Pode ser meio clichê, mas a gente dita um pouco da emoção que a gente quer sentir.”

A inspiração também veio de um sonho que envolvia uma celebração e da chegada da Era de Aquário, símbolo de inovação, coletividade, que celebra o renascimento, a liberdade e a espiritualidade através da noite — vista aqui como um ritual de passagem entre o crepúsculo e a madrugada.

Handred e a moda em movimento

A coleção “Baila” traz peças confeccionadas em seda e couro sustentável, que recebem o acabamento matelassê, realçando a textura e o visual das roupas. O design foi criado para acompanhar as formas do corpo, transmitindo leveza e elegância, em sintonia com o clima de celebração da coleção.


Modelos desfilando para Handred no São Paulo Fashion Week. (foto: reprodução/Instagram/@spfw)

O desfile foi construído como uma narrativa em movimento: começou de forma mais introspectiva e evoluiu para um ritmo mais leve e fluido, refletindo a essência das roupas criadas por André.


Modelos desfilando para Handred no São Paulo Fashion Week. (vídeo: reprodução/Instagram/@glamourbrasil)

A trilha sonora, a performance e a ambientação reforçaram essa transição, criando uma experiência sensorial que traduz o espírito de “Baila”: uma celebração da liberdade, da expressão individual e da alegria de se reconectar com o outro através da moda.

Uma imersão na sensibilidade

Com “Baila”, André Namitala reafirma sua posição entre os criadores mais poéticos da moda brasileira contemporânea. Sua Handred mantém o equilíbrio entre sofisticação artesanal e experimentação estética, traduzindo em forma e textura uma narrativa sobre liberdade, conexão e renascimento.

O desfile foi mais do que uma exibição de roupas — foi uma experiência sensorial completa, que envolveu o público em um clima de celebração e introspecção. O encontro entre música, dança e design evocou memórias afetivas das noites tropicais, onde o vestir é também um ato de expressão e pertencimento.

Entre o passado e o futuro, “Baila” surge como uma ode à noite e ao poder transformador da arte de criar. Ao fundir o artesanal e o contemporâneo em uma mesma linguagem, a Handred convida o público a dançar sob a luz da nova era — a Era de Aquário, onde a moda é mais do que aparência: é movimento, emoção e rito.

Matéria escrita por Maria Carolina Brandão no portal InMagazine.

SPFW: Dario Mittmann transforma passarela em tabuleiro de jogo

Dario Mittmann transformou a SPFW N60 em um verdadeiro tabuleiro de jogo. Com uma passarela adesivada que lembrava peças de “Monopoly”, o estilista levou o público a uma experiência lúdica e provocante, repleta de cores, movimentos e referências à cultura pop e aos games. Celebridades como Kayblack, Xamã, MC PH, Duquesa e Grag Queen estiveram presentes, transformando o desfile em um espetáculo de moda, criatividade e ousadia. Cada detalhe da produção convidava o público a refletir sobre poder, estratégia e reinvenção, mostrando que, no universo da moda, cada passo é uma jogada.

Moda como jogo e poder em disputa

Inspirado no clássico “Monopoly”, Dario Mittmann convidou o público a refletir sobre quem realmente dita as regras do jogo da vida. Modelos desfilaram representando peões, casas e notas de dinheiro, numa metáfora que relaciona sobrevivência, estratégia e decisões que moldam trajetórias. Segundo o estilista, a proposta é simples, mas provocativa: “No jogo da vida, quem dita as regras?”. A combinação de bordados manuais, impressão 3D e estamparia digital reforçou o contraste entre tradição e inovação, características do trabalho do estilista, conferindo ao desfile um caráter autoral, contemporâneo e memorável. Cada look foi pensado para criar um diálogo entre passado e futuro, proporcionando ao público uma experiência visual e sensorial única.



Collab une moda e frescor em edição limitada

Além do desfile, Mittmann apresentou a parceria Clover by Dario Mittmann com a Closeup, lançando uma coleção de charms para o spray bucal Closeup Go. Os acessórios colecionáveis combinam design, funcionalidade e estética maximalista, resgatando os charms dos anos 2000 com uma abordagem moderna e divertida, alinhada à Geração Z. Três cases exclusivos e três looks inspirados nas clovers desfilaram pela primeira vez na passarela. Compactas e versáteis, as peças podem ser usadas como pingentes, mini bolsas ou elementos de estilo.

“Quis misturar cores vibrantes e referências pop com a energia divertida de Closeup”, explicou o designer. O resultado foi um desfile que mostrou que a moda também é um jogo de estilo, criatividade e ousadia, transportando o público para um universo em que cada detalhe tem significado.