Em 2021 o JP Morgan comprou por 175 milhões de dólares uma empresa que parecia ser extremamente promissora. Tratava-se da Frank, uma fintech que criou um software para jovens americanos que buscam empréstimo estudantil.
O problema foi o número de clientes cadastrados. Durante o processo de compra o JP Morgan pediu um cálculo de clientes cadastrados e a Frank apresentou uma lista com 4,5 milhões.
Charlie Javice “superfaturou” esse número. E não foi pouco, já que a fintech possuía apenas 300 mil clientes.
Crise financeira (Reprodução/ Pixabay)
Mas não demorou para a JP Morgan descobrir a farsa. E no final de 2022 reuniram provas suficientes para entrar com um processo contra Charlie Javice.
Na lista de provas constam prints de conversas entre o ex-CEO da Frank contratando os serviços de uma empresa chamada ASL Marketing.
Nas conversas Javice orientou um professor como a lista deveria ficar. Ele sugeriu a compra de dados juntamente a uma empresa e cobrou 18 mil dólares para fazer a negociação.
Charlie Javice aceitou a ideia. A companhia ASLvendeu os dados para o professor e o serviço teria custado apenas 105 mil dólares para a Frank.
O mais interessante é como a farsa foi descoberta. 70% dos e-mails enviados aos clientes da fintech voltaram porque os remetentes não existiam.
Charlie Javice, além de não assumir a farsa também decidiu processar o JP Morgan. Ele acusa o banco de inventar um falso processo para não lhe pagar o que lhe devem. Segundo ele a JP Morgan teria se arrependido do negócio após perceber que as leis que protegem o crédito estudantil impediram grandes lucros.
Agora uma corte de Delaware fica responsável por decidir quem está mentindo nesta história. Por enquanto a JP Morgan é a única a apresentar provas.
Foto Destaque: JP Morgan. Reprodução/ Instagram