Nesta terça-feira (29), o dólar teve alta de 0,92% e assim foi vendido a R$ 5,761, o maior desde 29 de março de 2021. Durante o dia, a moeda americana chegou a R$ 5,7671 na venda, sendo a maior desde 2020. No final do dia, o dólar turismo fechou em R$ 5.97.
A bolsa de valores de São Paulo teve oscilações desde a abertura, mas começou a cair no início da tarde e fechou em queda. O IBOVESPA terminou o dia com uma baixa de 0,37% ficando em 130.729 pontos. O mercado ficou pessimista após o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizer que ainda existem muitas incertezas sobre o futuro orçamentário do governo federal.
Entenda o que aconteceu
Com a incerteza do mercado sobre as medidas de contingência de gastos do governo a cotação do dólar subiu, mas fez Bolsa cair. Em entrevista feita na porta do Ministério da Fazenda na terça-feira (29), o ministro Haddad, afirmou que o pacote de contenção de gastos que deve ser apresentado pela área econômica do governo ainda estava em análise: "Não tem uma data ainda e eu não chamaria de pacote.”
O ministro foi questionado sobre as medidas e se envolveriam um corte de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões, e sua resposta final foi de que não sabia de onde tinha saído esse número. Haddad afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou mais dados sobre as propostas e a Fazenda está fornecendo todas as informações.
Ele não antecipou quais serão as medidas, mas indicou que poderão ser apresentadas nas próximas semanas por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Haddad não se manifestar sobre corte de gastos evita vazamento interno (Vídeo: reprodução/CNN Brasil/YouTube)
A falta de divulgação em relação ao corte de despesas tem estressado o mercado
O diretor de câmbio da Ourominas, Elson Gusmão afirmou que "Internamente, essa falta de uma divulgação do governo em relação ao corte de despesas esperado para depois das eleições é o que tem estressado o mercado”.
Ariane Benedito, cofundadora e economista chefe da Eai Invest completa que, devido à falta de confirmação do ministro quanto à data do pacote, o fluxo negativo de capital estrangeiro deixou o Brasil.
A possibilidade de Trump vencer as eleições contribuiu para valorizar a moeda
A taxa de câmbio está tendencialmente em alta no mundo desde que a campanha para a presidência dos Estados Unidos equiparar, ou seja, a possibilidade de Donald Trump vencer as eleições tem feito a moeda se valorizar. Isso acontece porque o candidato possui proposta de política econômica considerada inflacionária por especialistas e, com isso, o mercado prevê que se Trump ganhar o cargo, os juros americanos tendem a subir novamente.
Outro fator que elevou a cotação foi o dado de abertura de postos de trabalho nos EUA. Em setembro, o número de vagas caiu para 7,443 milhões conforme o relatório Jolts do Departamento do Trabalho publicado na terça-feira.
Foto destaque: juros americano podem voltar a subir se Trump for eleito (Reprodução/AFP/Luis Robayo/Getty Images Embed)