De tempos em tempos, novas tendências surgem na moda das unhas. Unhas curtas, francesinhas, ‘filha única’, entre outras.
A queridinha da vez é a unha alongada com fibras de vidro e esmaltação em gel, que prometem unhas com efeito mais duradouro. Por dispensarem manutenção em um tempo de 2 a 3 semanas, essa técnica tem sido muito requisitada às manicures. Algumas até estão se especializando nesse tipo de unha.
Unhas alongadas em acrílico (Reprodução/ Image by valuavitaly on Freepik)
No entanto, o procedimento tem se mostrado um tanto controverso no que se refere à saúde. Recentemente, estudos mostram que a utilização de raios ultravioleta (UV) no processo de secagem do esmalte podem ser causadores de câncer de pele, principalmente quando a pessoa exposta a eles possui a pele em tom mais claro.
A má notícia foi emitida na semana passada pela Academia Nacional de Medicina da França. Segundo o anúncio feito, além do uso dos raios UV, para que o esmalte tenha um efeito semipermanente, é preciso que as unhas fiquem expostas à luz de LED (diodo emissor de luz), a pelo menos 48 watts.
Mulher com unhas alongadas (Reprodução/ Image by KamranAydinov on Freepik)
A cabine utilizada no procedimento utiliza raios UVA, o que tem uma profunda penetração na pele e, além de provocar envelhecimento precoce da pele, ainda pode aumentar os riscos de um câncer de pele.
O ideal, segundo a Academia, é que um protetor solar seja aplicado nas mãos 20 minutos antes do procedimento com os raios UVA.
Reação alérgica
Recentemente, um caso de alergia ao procedimento das unhas em gel foi relatado no Reino Unido. Lisa Dewey, de 36 anos, estava habituada a utilizar a técnica por mais de anos. No entanto, ela contou que seus dedos ficaram ‘irritados’ após um procedimento de alongamento e esmaltação em gel, no mês passado.
A britânica contou que é difícil utilizar as mãos e que acredita ter sofrido reação alérgica a algum produto utilizado no processo. Ela relatou que, num primeiro momento, as unhas descascaram e um dos dedos até ficou roxo, o que a deixou com medo de uma possível necrose.
O diagnóstico foi de infecção por bactérias e ela passou por tratamento. Precisou remover as unhas em gel e ficar temporariamente sem fazer as unhas. Mas Lisa não associou o ocorrido ao procedimento tão conhecido por ela. Sendo assim, voltou a alongar as unhas e usar esmalte em gel, após um período. Resultado: dedos ‘muito irritados’ e dor nas mãos, o que fez a britânica acreditar que o problema estava, realmente, no procedimento.
A Associação Britânica de Dermatologia fez uma alerta no mês passado, sobre o aumento do número de pessoas que apresentaram reações alérgicas à técnica.
Por se tratar de um procedimento muito específico, não é qualquer pessoa que pode executar. É preciso muito preparo e utilização de material correto para que não haja consequências desastrosas, com a que Lisa passou.
Os resultados de um procedimento mal executado são erupções na pele, quedas das unhas e, em casos mais graves, dificuldades respiratórias. Além do que foi relatado, o uso dessa técnica, a longo prazo, pode causar outros problemas. Isso porque, quem tem sensibilidade ao procedimento de alongamento, fica incapacitado para outros procedimentos que utilizam produtos químicos semelhantes, como operação de catarata e até tratamento odontológico.
Seria melhor evitar alongar as unhas então?
Pode ser uma solução, ou, pelo menos, não se submeter a luzes UVA com tanta frequência. E usar o protetor solar, claro.
Mas principalmente, procure profissionais qualificados e que utilizem os produtos certos.
Mas, se ainda assim, você sofrer alguma reação, interrompa a utilização de unhas em gel e procure um dermatologista.
Foto destaque: Cabine para alongamento de unhas. Reprodução/Javi_Indy/freepik