Tranças, identidade e autoestima: modelo Julia Menezes fala sobre seus cuidados com o cabelo

Cabelo é mais do que estética — é memória, é expressão, é poder. E ninguém traduz isso melhor do que a modelo e atriz Julia Menezes, agenciada pela Mix Models Agency. Ao longo da sua trajetória, ela tem usado o próprio visual como forma de se redescobrir, se afirmar e se conectar com o que carrega de mais essencial: suas raízes.

Hoje, com os fios curtinhos e descoloridos, Julia aposta na praticidade. Sua rotina começa com uma esponjinha própria para cabelo crespo — pequena, eficiente e indispensável. Ela aplica em movimentos circulares, definindo os fios com leveza e rapidez. Esse é seu verdadeiro “penteado salva-vidas”: simples, funcional e cheio de estilo, daqueles que a gente faz até de olhos fechados.


Julia Menezes (Foto: reprodução/divulgação)


Mas é nas tranças que ela encontra um outro tipo de força. Antes de colocar, o cuidado já começa: cabelo limpo, bem preparado. E, com o tempo, entra em cena o shampoo certo — um de reconstrução, da L’Oréal Professional, que ajuda a manter a saúde dos fios, especialmente porque são descoloridos. Pra manter tudo em ordem, touca de cetim ou durag na hora de dormir (às vezes os dois), mousse pra dar aquele brilho e lavagens espaçadas que prolongam a beleza do penteado.

E se tem um look que faz Julia se sentir a mais poderosa, é a trança nagô longa. Visual marcante, que combina com atitude. Já nos dias mais corridos, quando não dá tempo de nada, ela lança mão de um truque infalível: lenços. Com diferentes amarrações e cores, os lenços viram acessórios-chave que transformam qualquer visual em minutos.

Mudar de cabelo, pra ela, é natural. E necessário. Em 2023, por exemplo, decidiu abandonar o loiro e apostar num preto intenso com gips braids — uma transformação radical que durou doze horas no salão, mas que marcou uma nova fase. Ficou dois meses com as tranças e aproveitou cada instante. Foi, como ela mesma diz, um momento de redescoberta.


Julia Menezes (Foto: reprodução/divulgação)


Mas o uso das tranças vai muito além da estética. Julia carrega em cada trançado uma herança ancestral. Sabe da importância histórica que as tranças têm, especialmente as nagô — que, em tempos de escravidão, eram usadas para mapear rotas de fuga e até esconder sementes. Trançar o cabelo, pra ela, é um ato de resistência, de orgulho, de pertencimento. É olhar no espelho e se ver inteira, bonita de dentro pra fora.

Pra quem ainda está se encontrando nessa jornada com o cabelo, o conselho de Julia é simples e poderoso: testa. Sem medo. Arriscar, experimentar, buscar referências — tudo isso faz parte do processo. Foi assim que ela encontrou seu estilo, inclusive num dos momentos mais importantes da carreira, quando resolveu raspar e descolorir o cabelo. Depois, veio o retorno ao natural. Cada fase foi uma descoberta — e nenhuma menos importante que a outra.

No fim das contas, o cabelo pra Julia não é só parte do visual. É um símbolo vivo da sua história, da sua força, da sua beleza. Cada escolha que ela faz com os fios revela, também, quem ela é por dentro: uma mulher que honra o passado, vive o presente com verdade e encara o futuro com coragem.

Foto destaque: Julia Menezes (reprodução/divulgação)

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Sobre Eloíza Umar

Sou Eloiza Umar, jornalista apaixonada e comprometida, que vem abordando temas de diversidade, cultura e turismo há mais de 15 anos. Nessa jornada, aprendi que por trás de cada história, cada lugar e cada pessoa, há uma riqueza de experiências que merecem ser contadas. Minha formação me deu as ferramentas necessárias para mergulhar profundamente em cada história e trazer à luz temas que são frequentemente ignorados. A diversidade é mais do que apenas uma palavra para mim, é a essência do meu trabalho. Eu busco dar voz às minorias e trazer para o centro do palco as histórias que costumam ficar à margem. Minha paixão pela cultura e turismo me levou a lugares incríveis e me proporcionou encontros inesquecíveis. Acredito que cada cultura, cada lugar tem uma beleza única que precisa ser compartilhada. O turismo é mais do que apenas visitar novos lugares, é uma jornada de descoberta e entendimento. Em cada artigo, em cada reportagem, busco mais do que apenas informar. Quero inspirar, educar e promover a diversidade e a inclusão. Para mim, o jornalismo é uma ferramenta poderosa que pode ajudar a construir um mundo mais justo e compreensivo. Com 15 anos de experiência na bagagem, continuo tão apaixonada pelo meu trabalho como no primeiro dia. Estou sempre pronta para embarcar na próxima história, explorar novos lugares e destacar as maravilhas da nossa diversidade. Eloiza Umar, a jornalista que celebra a diversidade, a cultura e o turismo.