Um grupo de pesquisadoras da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, descobriu que 90 de 100 produtos de skincare considerados naturais possuem pelo menos uma substância capaz de causar algum tipo de alergia na pele. A publicação foi feita em formato de artigo na revista médica JAMA.
Dos 1.651 produtos para a pele que passam pela análise, cerca de 90% deles pode provocar dermatite de contato, principal tipo de alergia na pele. A condição provoca coceira, vermelhidão e pode causar bolhas na derme.
Os cientistas especialistas em dermatologia examinaram os rótulos de produtos como sabonetes, cremes e loções vendidos em três redes varejistas dos Estados Unidos. Em seguida, compararam as substâncias presentes com dados da Sociedade Americana de Dermatite de Contato os quais listam ingredientes responsáveis por causar a condição.
“O FDA (órgão dos Estados Unidos equivalente à Anvisa no Brasil) ainda não definiu o que é considerado um produto natural para a pele, o que leva os vendedores a anunciar os itens de skincare como bem quiserem. Eles geralmente usam termos que garantem segurança e benefícios para a saúde”, apontaram os autores do artigo.
Skincare (Foto: Reprodução/Pinterest)
Segundo as estimativas citadas pelos cientistas, as taxas de dermatite de contato praticamente triplicaram no mundo a partir de 1996. Hoje, um produto para pele contem entre 15 e 50 ingredientes, de forma que uma pessoa pode estar aplicando cerca de 500 substâncias diferentes diariamente na rotina de cuidados com a pele.
A pesquisa concluiu que os produtos de skincare contém, aproximadamente, entre quatro e cinco alergênicos. No total, 73 substâncias causadoras de alergias foram listadas nos rótulos analisados.
As conclusões dos cientistas acendem um alerta para melhor regulação e publicidade adequada de itens amplamente considerados naturais. Para eles, a rotulagem incorreta dá continuidade à divulgação enganosa dos produtos, o que altera a percepção dos consumidores do que de fato é natural e do que não é.
Foto destaque: Skincare (Reprodução/Pinterest).