Há poucos dias, a atriz Letícia Sabatella, de 52 anos, postou fotos sem maquiagem e sem filtro no instagram e chamou atenção para sua beleza natural. Recentemente, a atriz disse em entrevista que nunca fez cirurgia plástica, mas faz, principalmente, “estímulo de colágeno”. “Eu me rendi, mas nada de muitos preenchimentos, nada de deformar meu rosto, tudo para estimular o colágeno”, disse ela. Seria esse o segredo da beleza natural? Consultamos médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos para explicar como pode ser feito o estímulo de colágeno, que pode ser induzido por tecnologias (estímulo físico) ou por injetáveis (químico).
Estímulo físico
Os procedimentos estéticos podem operar por estímulo físico, geralmente por conta do calor, aquecendo a camada da pele onde estão as células responsáveis por produzir colágeno. O ultrassom microfocado, por exemplo, tem ponteiras com profundidade entre 4,5 a 1,5m que, segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são capazes de atingir exatamente a derme e a camada logo abaixo para estimular a produção de colágeno. “Através das ondas de ultrassom, a tecnologia cria micropontos de coagulação nessas camadas para tonificar o tecido cutâneo, estimular a produção de colágeno e conferir efeito lifting, o que dá fim à flacidez presente na área tratada”, explica a cirurgiã plástica.
Não é incomum que os lasers sejam usados para essa finalidade. Além de atuar melhorando a primeira camada da pele, eles também ajudam a estimular colágeno. Para isso, podem até ser aplicados dentro da boca, segundo a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. “A tecnologia Inside-Out ajuda a estimular o colágeno no alvo necessário ao mesmo tempo em que trabalha a musculatura. A redução da produção de colágeno e a diminuição da tração dos músculos com o envelhecimento fazem com que a junção entre pele e músculo se torne mais frouxa. Então é importante agir nesse processo não só de fora para dentro, mas com tecnologias que atuem na mucosa intraoral, atingindo com mais eficiência os músculos faciais, principalmente da região da bochecha”, explica a Dra. Cláudia. A médica explica que a tecnologia exclusiva Inside-Out a laser fornece calor dentro da mucosa oral para ajudar a elevar e sustentar a musculatura da pele. “Os benefícios incluem estímulo da produção de colágeno, fortalecimento dos músculos que sustentam o lábio superior, definição do contorno facial, melhora do bigode chinês e da flacidez de canto de lábio e do lábio superior. Além disso, é um tratamento que complementa a ação de sustentação do ultrassom microfocado”, diz a médica.
Outra tecnologia recente para estimular colágeno é a radiofrequência microagulhada, mais precisamente sua aplicação multidimensional com a técnica Morpheus MD, criada pelo dermatologista Dr. Renato Soriani, expert em tecnologias, ex-coordenador do Departamento de Laser e Tecnologias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017-2021) e autor da técnica MD Morpheus (aplicação multidimensional) – atualmente utilizada no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. “
O Morpheus é um aparelho de radiofrequência microagulhada. Isto é, a ponteira do equipamento conta com uma série de microagulhas revestidas em ouro que penetram profundamente na pele e, ao atingirem certa profundidade, emitem radiofrequência para aquecer aquela camada do tecido cutâneo sem prejudicar a superfície da pele. Essa energia emitida internamente promove um aquecimento das camadas da pele para estimular a produção e reorganização das fibras de colágeno e elastina e, consequentemente, melhorar a firmeza da pele e reduzir a flacidez”, explica o Dr. Renato.
Estímulo químico
Para um estímulo de colágeno eficaz e pontual, os procedimentos com agulha também ajudar. “No caso, o bioestimulador é uma substância aplicada na pele para promover uma inflamação controlada, a fim de estimular as células formadoras de colágeno (fibroblastos) a produzirem colágeno, por volta de 18 meses. Com o estímulo de colágeno, a pele fica mais elástica e firme”, diz a Dra. Cláudia. “É um produto que injetamos profundamente, mas dentro ainda do tecido cutâneo. Após injetado, é comum o paciente já ficar satisfeito, mas por conta do volume injetado, que traz uma falsa impressão de preenchimento. Ao passar essa sensação, se inicia a verdadeira formação do colágeno que ele estimulou. Esse processo se inicia em 30 dias e pode durar até 60 dias que seria quando veríamos o verdadeiro resultado. A ação esperada é de firmeza na pele e possível preenchimento de rugas finas além de melhora da textura da pele”, diz a Dra. Cláudia Merlo.
Pode associar estímulo físico e químico? Deve!
É perfeitamente possível somar os dois estímulos, segundo os médicos. “Usamos tecnologias e injetáveis no rejuvenescimento facial para que a pele responda de maneira fisiológica ao estímulo de colágeno, que pode ser químico (no caso de bioestimuladores injetáveis) ou físico (no caso de tecnologias)”, diz a Dra. Cláudia. “O estímulo é o mesmo, mas por vias diferentes. A tecnologia faz isso através do calor. O bioestimulador faz um efeito químico. Desta forma, eles podem ser considerados complementares e aditivos”, acrescenta o Dr. Renato. E o melhor? Os resultados são hiperpotencializados. “As associações permitem resultados maximizados, de forma que 1+1 não é igual a 2 quando associamos as técnicas de estímulo de colágeno. Temos um resultado muito maior”, diz a Dra. Beatriz Lassance.
E os suplementos?
Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), com o passar dos anos, tanto o aporte proteico suficiente, quanto os níveis adequados de vitamina C circulantes são cada vez mais raros. “Portanto, os suplementos de colágeno são indicados por tempo indeterminado para todas as pessoas que querem garantir a presença desses peptídeos específicos em todos os 27 tipos de tecidos de colágeno, mesmo os menos prioritários como a pele", destaca a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez. No entanto, segundo a médica, é necessário pontuar que se a necessidade de ingestão proteica, que é individual, não é respeitada, o próprio suplemento de colágeno vai ser quebrado em aminoácidos e pode não ir para a pele, porque o corpo "tem outras prerrogativas". "Sempre que o aporte proteico não for suficiente para manter a chegada de aminoácidos para todos os tipos de tecidos-alvos, será necessário suplementar com colágeno, além de ajustar o consumo proteico. Caso contrário, o organismo irá priorizar a reposição de fibras de colágeno nos tecidos condicionais à vida, como as paredes de vaso sanguíneos e as estruturas de órgãos vitais. As necessidades de proteínas diárias podem ir de 0,8 a quase 2g por quilograma ao dia e dependem de vários fatores", explica a médica nutróloga.
Por fim, além do consumo adequado de proteínas e de suplementos de colágeno, é interessante ainda investir na suplementação oral de cofatores do colágeno, como Vitamina C e Silício. “Considerado um nutriente essencial, o Silício colabora com a síntese de colágeno, elastina e a formação de glicosaminoglicanos que compõem a matriz extracelular dos tecidos conjuntivos”, destaca Dra. Marcella Garcez. Mas é importante optar por suplementos que garantam biodisponibilidade. “Para ser biodisponível e ter absorção pelo organismo, o Silício precisa ser estabilizado por outra molécula (colágeno hidrolisado), como é o caso do Exsynutriment. A estabilização impede a polimerização, fazendo com que a molécula de Silício fique protegida. Dessa forma, a molécula ficará pequena e terá alta biodisponibilidade”, conclui Maria Eugênia Ayres, farmacêutica e gerente técnica da Biotec Dermocosméticos.
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