As barreiras do mercado online de beleza afetam até mesmo marcas de luxo, como a Farfecth, que encerrará as vendas na categoria em 31 de agosto.
Fazia apenas um ano que a e-tailer britânica de alto padrão entrou no varejo de beleza. Em janeiro de 2022, comprou a label de produtos premium Violet Grey e lançou, em abril do mesmo ano, um salão de beleza online com cosméticos de marcas inovadoras, como French e Simi Haze, e outras mais tradicionais, como Charlotte Tilbury Beauty, Augustinus Bader e Dr Barbara Sturm.
Apesar de reunir marcas de peso, Farfetch não teve êxito na beleza (Foto: Reprodução/Instagram/@farfetch)
No entanto, o investimento acabou esbarrando nas diretrizes limitadas de distribuição, impedindo a varejista de diversificar ou inovar nos canais de venda. O sistema de inventário muito grande, envolvendo complexos portfólios, também foi uma questão que pesou no andamento do negócio.
Violet Grey permanece como negócio autônomo
Apesar do fim das vendas no e-commerce, a Farfecth deve manter a Violet Grey como uma marca autônoma do grupo. O negócio é de Los Angeles, Estados Unidos, e tem um um ponto de venda físico no famoso bairro de Melrose Place, além de um site próprio.
Em relatório de desempenho em 2022, a Farfetech divulgou que os ativos e a receita da label de beleza representavam menos de 1% das suas demonstrações financeiras.
Violet Grey tem ponto de venda físico em Melrose Place (Foto: Reprodução/Instagram/@violetgrey)
Mesmo voltando a crescer no primeiro semestre, o e-commerce de luxo luta contra a diminuição dos lucros ano após ano. Entre janeiro e março, houve 8% de crescimento nas receitas, atingindo o patamar de US$ 556,4 milhões. A esperança está em Tim Stone, que chega em setembro como diretor financeiro.
Grandes marcas monopolizam mercado de beleza
O mercado de beleza é um dos mais lucrativos e inovadores, mas o varejo online encontra dificuldades em se firmar, já que grandes marcas, com Sephora e Ulta Beauty, dominam o setor.
TheRealReal também não decolou no ramo de beleza (Foto: Reprodução/Instagram/@therealreal)
Muitas empreitadas, especialmente de empresas que tentam penetração inicial, acabam sendo infrutíferas. É o caso do também negócio de luxo, The RealREal, que encerrou sua categoria de beleza em março deste ano. O fato de muitas marcas premium tentarem acesso ao market share somente por meio do online, acaba dificultando o processo.
A maioria dos compradores ainda gosta de ver, sentir e testar os produtos fisicamente, já que textura, cor e aroma são muito importantes nessa escolha.
Foto de capa: Modelo posa com produtos de beleza vendidos pela Farfecth. Reprodução/Instagram/@farfecth