Beleza

Farfecth encontra barreiras no varejo online e encerra vendas no mercado de beleza

Fim das vendas na categoria está prevista para 31 agosto, mas marca Violet Grey permanece no grupo como negócio autônomo, garantindo a presença da Farfetch no ramo

11 Ago 2023 - 13h07 | Atualizado em 11 Ago 2023 - 13h07
Farfecth encontra barreiras no varejo online e encerra vendas no mercado de beleza Lorena Bueri

As barreiras do mercado online de beleza afetam até mesmo marcas de luxo, como a Farfecth, que encerrará as vendas na categoria em 31 de agosto. 

Fazia apenas um ano que a e-tailer britânica de alto padrão entrou no varejo de beleza. Em janeiro de 2022, comprou a label de produtos premium Violet Grey e lançou, em abril do mesmo ano, um salão de beleza online com cosméticos de marcas inovadoras, como French e Simi Haze, e outras mais tradicionais, como Charlotte Tilbury Beauty, Augustinus Bader e Dr Barbara Sturm.


Apesar de reunir marcas de peso, Farfetch não teve êxito na beleza (Foto: Reprodução/Instagram/@farfetch)

Apesar de reunir marcas de peso, Farfetch não teve êxito na beleza (Foto: Reprodução/Instagram/@farfetch)


No entanto, o investimento acabou esbarrando nas diretrizes limitadas de distribuição, impedindo a varejista de diversificar ou inovar nos canais de venda. O sistema de inventário muito grande, envolvendo complexos portfólios, também foi uma questão que pesou no andamento do negócio.

Violet Grey permanece como negócio autônomo

Apesar do fim das vendas no e-commerce, a Farfecth deve manter a Violet Grey como uma marca autônoma do grupo. O negócio é de Los Angeles, Estados Unidos, e tem um um ponto de venda físico no famoso bairro de Melrose Place, além de um site próprio.

Em relatório de desempenho em 2022, a Farfetech divulgou que os ativos e a receita da label de beleza representavam menos de 1% das suas demonstrações financeiras.


Violet Gray tem ponto de venda físico em Melrose Place (Foto: Reprodução/Instagram/@violetgrey)

Violet Grey tem ponto de venda físico em Melrose Place (Foto: Reprodução/Instagram/@violetgrey)


Mesmo voltando a crescer no primeiro semestre, o e-commerce de luxo luta contra a diminuição dos lucros ano após ano. Entre janeiro e março, houve 8% de crescimento nas receitas, atingindo o patamar de US$ 556,4 milhões. A esperança está em Tim Stone, que chega em setembro como diretor financeiro.

Grandes marcas monopolizam mercado de beleza

O mercado de beleza é um dos mais lucrativos e inovadores, mas o varejo online encontra dificuldades em se firmar, já que grandes marcas, com Sephora e Ulta Beauty, dominam o setor.


TheRealReal também não decolou no ramo de beleza (Foto: Reprodução/Instagram/@therealreal)

TheRealReal também não decolou no ramo de beleza (Foto: Reprodução/Instagram/@therealreal)


Muitas empreitadas, especialmente de empresas que tentam penetração inicial, acabam sendo infrutíferas. É o caso do também negócio de luxo, The RealREal, que encerrou sua categoria de beleza em março deste ano. O fato de muitas marcas premium tentarem acesso ao market share somente por meio do online, acaba dificultando o processo.

A maioria dos compradores ainda gosta de ver, sentir e testar os produtos fisicamente, já que textura, cor e aroma são muito importantes nessa escolha. 

 

Foto de capa: Modelo posa com produtos de beleza vendidos pela Farfecth. Reprodução/Instagram/@farfecth

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