A atriz Camila Mendes, de 28 anos, que faz sucesso na série Riverdale, contou à entrevista à Glamour US que sofre de um transtorno que a faz machucar a própria pele. O Transtorno de Escoriação, skin picking em inglês, é um comportamento caracterizado pelo hábito incontrolável de tocar, beliscar ou escoriar determinadas partes da pele, o que resulta em feridas e cicatrizes.
Camila contou que não costumava usar maquiagem e ter uma rotina de skincare complexa, o que mudou após a iniciar as filmagens para a série. A nova rotina, repleta de maquiagens para as cenas, modificou sua pele, que passou a apresentar mais cravos e espinhas. Por isso, ela desenvolveu o hábito de manipular a pele, numa tentativa de resolver o problema.
“Quando comecei a passar horas e horas usando maquiagem pesada no set, vi que minha pele estava sofrendo e sabia que precisava fazer mais por mim", contou a atriz
Camila Mendes utilizando máscara facial (Reprodução/Instagram)
O Hábito pode se tornar patológico quando começa a ser associado ao estresse e comportamentos disfuncionais, quando fogem do comum e causam prejuízos ao próprio indivíduo. Foi exatamente o que aconteceu com Camila:
"Sempre que eu tenho uma espinha, eu a destruo e a cutuco até que ela sangre, então ela se torna uma ferida que eventualmente cicatriza. Por isso, a hiperpigmentação é uma das minhas maiores preocupações", disse a atriz, que também contou que utilizar máscars faciais e adesivos para a acne a ajudaram a controlar o hábito. Ela se tornou Diretora Criativa de uma marca americana de cuidados com a pele.
A condição pode ser enquadrada como parte do espectro obsessivo compulsivo, segundo as psicólogas e pesquisadoras Izabel Nilsa Brocco Coginotti e Aline Henriques Reis no artigo Transtorno de escoriação (Skin Picking): revisão de literatura. Na publicação, as autores detalham como fatores emocionais influenciam na manifestação dos sintomas do transtorno.
“Pode envolver uma série de comportamentos ou rituais direcionados a um tipo específico de crosta ou irregularidade. Para alguns indivíduos o comportamento ocorre de forma mais focada (quando busca o alívio da tensão). Para outros, de forma automática (não é perceptível a tensão precedente). Ou ainda, pode ocorrer de forma mista. Os sentimentos relatados como desencadeantes relacionam-se ao tédio ou ansiedade e a uma tensão crescente que antecede o comportamento de beliscar ou de resistir a este impulso”, diz trecho da publicação.
Ainda segundo a publicação, ao mesmo tempo que os indivíduos portadores não costumam procurar ajuda, também a comunidade científica e os médicos ainda pouco debatem sobre a temática. Contudo, a condição pode ser tratada, sendo dermatologistas e psicoterapeutas os profissionais mais indicados.
Foto destaque: Camila Mendes. Reprodução/Instagram