O retorno da cirurgia de Bichatoplastia, também conhecido como bichectomia, é um assunto que gera muitas dúvidas e temas de debate entre milhares de pessoas pelo mundo. Para quem não sabe, a bichectomia é uma técnica cirúrgica que consiste na remoção do excesso de gordura da bochecha, dando assim um contorno mais definido e bochechas mais marcadas. Porém, o procedimento que é um velho conhecido das celebridades pelo mundo, voltou a ser destaque após vídeos viralizarem nas redes, de pessoas que tiveram algum dano colateral, arrependidas ou insatisfeitas por realizar o procedimento estético.
Apesar de ser um procedimento rápido e simples, quem se submete a ele precisa ter em mente que é irreversível após realizá-lo, pois remove tecidos de gordura localizados próximo às laterais dos lábios. “Acredita-se que elas são importantes para os recém-nascidos porque ajudam no movimento de sucção durante a amamentação. Já na vida adulta, elas viram um suporte para a mastigação, porém não são essenciais”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff, à revista ELLE.
O procedimento é realizado com um corte de aproximadamente 1,5 cm na mucosa da boca, onde faz a extração de toda essa gordura que se localiza nessa região da bochecha.
Riscos da bichectomia
A volta do procedimento traz alerta para quem deseja realizá-lo (Foto:Reprodução/Pinterest)
“A bola de bichat está no meio de um monte de nervos faciais importantes. É preciso saber muito de anatomia para entrar ali. Um tantinho que você vai a mais, você pode causar uma lesão grave”, alerta Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgery.
Além de riscos de infecções, sangramento como qualquer outra cirurgia pode ocasionar, outras consequências do procedimento podem ser mais críticas: “Outros são mais específicos, como uma paralisia facial ou um ferimento das glândulas parótidas, afetando a produção de saliva, por exemplo”, relata Paola.
Alerta
“Teoricamente, ela deveria ser feita apenas em pessoas, com uma hipertrofia dessa gordura”, diz a dermatologista, acrescentando que, antes dos fins estéticos, o procedimento era realizado para reduzir o desconforto destes pacientes, que mordiam a região e feriam a boca.
“Então muitas pessoas estão fazendo bichectomia, mas o rosto não muda. Por quê? Porque o ‘problema’ do rosto mais redondinho não era a bola de bichat. Poderia ser a mandíbula, os músculos ou até a estrutura óssea”, adiciona Beatriz. “Em quem a gordura não é hipertrofiada, não vai fazer diferença no contorno do rosto. Ao contrário, pode fazer até falta”, complementa Paola.
Resultados indesejados
“A pele está lá bonitinha. Quando você esvazia esse rosto e tira o volume, sobra pele. Nesse sentido, a bichectomia é o princípio inverso do preenchimento, que aumenta o volume e, assim, estica a pele”, explica Beatriz
Sendo assim, aumenta a flacidez da pele, trazendo um resultado negativo para o procedimento e de grande insatisfação ao paciente. “No processo de envelhecimento normal, as células de gordura da face vão desaparecendo. Os músculos começam a ficar atróficos, e os ossos começam a sofrer reabsorção óssea. Ou seja, naturalmente, o conteúdo do nosso rosto começa a diminuir e, por isso, a pele cai”, explica a dermatologista.
Para quem deseja realizar o procedimento, a dica é buscar recomendações médicas e profissionais sérios e capacitados na realização desse procedimento, para um melhor resultado estético sem grandes riscos de erros futuros.
Foto Destaque: Bichectomia: A volta do procedimento traz alerta para quem deseja realizá-lo:Reprodução/Pinterest
