A conclusão foi feita pelo levantamento “Barômetro Viajala”, realizado anualmente pelo buscador de voos Viajala.com.br e divulgado para a revista Nossa da UOL no início do mês de novembro. Segundo eles, os brasileiros querem conhecer o Brasil e a América do Sul em 2023.
Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais, estão entre as cidades com maior crescimento nas pesquisas de voos entre janeiro e setembro de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021 e de 2019, antes da pandemia.
Os destinos latinos entram para a pesquisa também. Córdova, na Argentina e Guayaquil, no Equador, vem aparecendo com crescimento, devido sediarem as finais da Copa Sul-Americana e Libertadores. Por isso, a pesquisa aponta o crescimento da região pelo interesse dos torcedores nos locais.
Segundo o Barômetro, Belo Horizonte é a campeã de destino procurado nacional. A cidade mineira teve um aumento de 44% em relação ao ano passado e um crescimento no preço das passagens de 45%. Em relação ao cenário de três anos atrás, antes da pandemia, Belo Horizonte também cresceu 34% e as passagens estão hoje 48% mais caras do que na época.
“Além do preço, BH atrai pela comida farta, pela arquitetura de Oscar Niemeyer no Complexo da Pampulha, patrimônio da Unesco, e pela proximidade com algumas cidades históricas mais bonitas do Brasil, o que facilita uma viagem de carro”, diz Rodrigo Melo, diretor comercial do Viajala Brasil.
Igreja de São Francisco de Assis, ponto turístico em Belo Horizonte (Foto:Reprodução/Patricia Moinhos)
O segundo destino nacional que cresce é Campo Grande. Mesmo com o aumento de 36% no número de buscas em relação a 2021 e com preços apenas 18% mais altos, bem menor que o aumento médio no preço de viagens nacionais.
Além disso, o remake de Pantanal, na TV Globo, que conquistou o público durante 2022, aumentou o interesse dos brasileiros em conhecer a região, anteriormente os estrangeiros predominavam na região. “A região do Pantanal é lindíssima, mas muito misteriosa para boa parte dos brasileiros, e uma novela com este nível de produção aguça a curiosidade. A pandemia aumentou a procura por viagens ao ar livre, experiências mais rústicas, convivência com fauna e flora locais, turismo sustentável, e o Pantanal é perfeito para isso. É a versão brasileira de um safari”, segundo Rodrigo.
Os voos para Campo Grande cresceram 44% nas pesquisas em relação a 2019 e teve alta de preço de 25% nos voos de ida e volta, abaixo dos 50% de média em comparação há três anos.
Rio do Parque Nacional do Pantanal, no Mato Grosso do Sul (Foto:Reprodução/Giovanna Colombi/Wikimedia Commons)
A procura pelos destinos na América do Sul foi devido as finais da Libertadores e da Copa Sul-Americana de 2022. Os futebolistas se inspiraram mais ainda a sair do país para ver de perto a busca pelo título e esses destinos se tornaram as apostas para 2023.
Guayaquil, onde ocorreu a disputa entre Flamengo e Atlético Paranaense, teve um aumento de 462% nas buscas por passagens em relação a 2021, com preço médio de 117% mais alto do que no último ano.
Em Córdova, onde São Paulo e o time equatoriano Independiente del Valle jogaram a Sul-Americana, cresceu 339% nas buscas em relação a 2021. As passagens para o destino ficaram apenas 42% mais caras no último ano, em comparação, aos voos internacionais que aumentaram em 59% em 2022.
Segundo dados de pesquisa por passagens entre janeiro e outubro deste ano, os destinos latinos foram muito mais procurados por serem sedes das finais dos torneios, do que Doha, no Catar, onde é a sede da Copa do Mundo.
Embora as pesquisas por passagens para o Qatar tenha crescido nos últimos meses, Rodrigo, diretor comercial do Viajala Brasil, garante que a procura foi pouco expressiva. “O Catar é um destino caro, distante, com um idioma complicado e costumes rígidos, o que deixa o viajante um pouco inseguro”, diz.
Grandes viagens internacionais, fora da América Latina, não estão nos planos para 2023 devido aos altos custos. De acordo com o Barômetro Viajala 2022, ir para o exterior está 74% mais caro que antes da pandemia, em comparação com 2021, o aumento foi de 59%.
Segundo Rodrigo, a demanda por voos internacionais ainda era muito baixa até o ano passo, já que muitos países mantinham restrições de viagem e consequentemente, os viajantes ficavam inseguros. A rota que foi menos atingida pelo aumento foi São Paulo-Cancún, com cerca de 20% mais cara que 2021. Já a rota que ficou mais cara foi São Paulo-Córdoba (Espanha) que teve um aumento de 180% em três anos.
Portanto, viajar pelo Brasil pode virar uma tendência em 2023, mas por aqui também houve aumentos, em média de 55% mais caros o preço na passagem em voos domésticos. A rota mais alta foi entre Rio de Janeiro e Salvador e Rio de Janeiro e São Paulo.
Foto Destaque: Onça chamada Matí passeando no Pantanal. (Reprodução/Gabriel Choim/NEX)