Nos últimos anos, a busca por expedições de aventuras extremas tem dado um grande aumento, segundo pesquisa, o turismo em lugares arriscados ganhou fascinação pelos bilionários no mercado atual. Após a implosão do submarino, que realizava uma expedição até os destroços do Titanic, e acabou com seus 5 passageiros mortos, uma questão se tornou um debate: o que os riscos têm buscado em aventuras extremas? As ofertas dessas experiências perigosas aumentaram nos últimos anos, e os fatores vão além do poder sócio econômico.
De acordo com o doutor em psicologia clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor da sociedade psicanalítica APOLa no estado, João Felipe Domiciano, a busca por essas aventuras perigosas tem relação com a experiência de possuir algo além de bens materiais, presenciar um momento que pode ser único. “É interessante o pensamento de que são pessoas que em tese 'já têm tudo' que procuram esses tipos de experiência, porque ninguém tem tudo. Em uma lógica pautada no consumo, eles podem sim comprar quase qualquer coisa, mas o que movimenta a vida é a relação com aquilo que ainda não se tem”,disse João em entrevista ao O Globo.
Submarino Ocean Gate que realizava expedições ao Titanic/Divulgação/Ocean Gate/Reprodução
Antes mesmo da expedição ao Titanic, o doutor esclarece que as pessoas já procuraram aventuras arriscadas, como escalar o Monte Everest, uma das montanhas mais altas do mundo e viagens ao espaço. Para João, a motivação está no desejo de ter algo, que não pode ser comprado. “Qualquer pessoa que passa por condições extremas sai com um sentimento de estar viva”, afirma o doutor.
Recentemente o Jornal DailyMail, entrevistou o psicólogo Scott Lyons, que atende bilionários e revelou sobre a busca por essas expedições perigosas nos últimos anos. “Eles procuram por coisas que os fazem sentir que estão vivos. Como já existe uma segurança em suas finanças, eles buscam adrenalina e um senso de aventura em atividades perigosas”, disse o psicólogo que finalizou falando sobre a exclusividade desses eventos. “É disponibilidade, mas também é exclusividade. Isso faz você se sentir importante e especial, sobretudo se houver baixa auto-estima envolvida, o que com certeza pode ser.”
Esse turismo tem o status de ser muito atrativo, porque quantas pessoas podem falar que já viram o Titanic de perto? São essas as experiências que os bilionários e milionários buscam, porque além da exclusividade, alimentam o seu senso de aventura, Afinal, poucos podem dizer que já tiveram no fundo do mar.
Foto destaque: Turismo perigoso no fundo do oceano e no espaço tem tido alta nos últimos anos/Banco de imagens/Divulgação