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Arquitetura flutuante: casas que boiam são alternativas de moradia para lidar com elevação de oceanos

Elevação dos níveis marítimos preocupam regiões que podem ser inundadas e casas flutuantes aparecem como uma alternativa. Cidades como Lagos e Roterdã já contam com projetos do tipo

31 Jul 2023 - 22h00 | Atualizado em 31 Jul 2023 - 22h00
Arquitetura flutuante: casas que boiam são alternativas de moradia para lidar com elevação de oceanos Lorena Bueri

Para lidar com uma das principais consequências do aquecimento global, a elevação do nível do mar, arquitetos têm buscado novas formas de moradia sobre a água que não sejam quebra-mares ou as famosas palafitas. É o chamado conceito de arquitetura flutuante, que busca viver com a água no lugar de enfrentá-la.

Países inteiros podem acabar sendo submergidos se os efeitos do aumento da temperatura do planeta continuarem. Especialmente para as 900 milhões de pessoas que vivem em zonas costeiras baixas. Populações em condições socioeconômicas mais vulneráveis já lidam com as decorrências da elevação dos níveis dos mares.

Viver sob (ou com) a água

As cidades de Lagos e Roterdã já contêm exemplos de casas flutuantes. O Nieuwe Instituut apresenta uma exposição dos trabalhos do escritório de arquitetura NLÉ, liderado por Kunlé Adeyemi. O arquiteto tem pesquisado e testado a arquitetura flutuante. Nas águas do museu onde está exposto, uma série de pavilhões flutuantes inspirados na Makoko Floating School demonstram o trabalho de Adeyemi.

A escola foi construída em 2012 após ele ver como as pessoas do distrito de Makoko, na região central de Lagos, viviam em palafitas para sobreviverem a inundações. “Ruas inteiras ficaram cobertas de água e percebi que as cidades vão inundar, mas o povo de Makoko já estava se adaptando. Foi como uma epifania”, disse Adeyemi em entrevista para a CNN. A instituição atende crianças da comunidade local.

Em seu livro intitulado African Water Cities, ele conta que essas habitações são, inclusive, desmontáveis e podem ser colocadas e retiradas quando e onde necessário. O objetivo dele é criar uma solução inclusiva, que possa atender a todos os atingidos pelas mudanças climáticas.

Por que a Holanda

Os Países Baixos (popularmente conhecidos como Holanda) recebem este nome pela sua estrutura geográfica: encontram-se abaixo do nível do mar. A cidade de Roterdã, onde está exposta a estrutura construída por Adeyemi, está 90% abaixo da altitude média da superfície marítima. Logo, a ideia de uma arquitetura flutuante parece ser adequada aos desejos locais.


Nassauhaven, "rua flutuante" em Roterdão. (Foto: Domínio Público/Architects)


Roterdã já tem o seu próprio conjunto de casas flutuantes. O chamado “Nassauhaven” conta com 17 casas feitas de madeira em pontões de concreto presos por postes ao chão.

 

Foto destaque: Estrutura criada pela NLÉ exposta em Roterdã. Reprodução/NLÉ

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