Após ter revolucionado o mercado de carros elétricos com seu design inovador e tecnologia de ponta, a Tesla está tentando expandir seus negócios para o setor de picapes, com a chegada do Cybertruck, um modelo inteiramente elétrico do veículo de carga que já chegou na casa dos primeiros compradores ao final de novembro.
Tesla enfrenta dificuldades
O lançamento oficial do novo veículo é um importante momento de triunfo para a Tesla, que já trabalha no desenvolvimento do Cybertruck desde antes de 2019, mas a dor de cabeça para os engenheiros da empresa e para os novos donos dessa picape de luxo ainda não acabou.
Idealizado e quase que inteiramente construído a partir de uma liga de aço inoxidável, sendo também a característica mais marcante do veículo, o Cybertruck é uma peça de tecnologia dificílima de ser construída, mesmo pelos engenheiros da Telas.
Elon Musk, o dono da empresa, já informou aos que desejam ter um exemplar do veículo em suas casas mas que não puderam fazer a compra do mesmo na pré-venda, para que não esperem que o Cybertruck possa ser produzido em massa no futuro próximo, já que as dificuldades de fabricação ainda não foram completamente resolvidas.
Espaço interno de transporte do Cybertruck (Foto: reprodução/Tesla)
Os motivos para isso são vários, mas o principal é justamente o aço inoxidável do qual a picape é construída, por ser de manuseio extremamente complicado. Lars Moravy, vice-presidente de engenharia de veículos da Tesla, até chegou a afirmar durante uma entrevista que a empresa precisou inventar um novo método de processamento chamado “dobragem de ar”, para moldar o aço em alta pressão de oxigênio sem encostar na superfície.
E, por conta dessa falta de manuseabilidade, o design do Cybertruck, que é repleto de ângulos fortes, torna a fabricação exata do mesmo ainda mais dispendiosa.
Dificuldades na manutenção
Se a produção do veículo fosse o único problema enfrentado pelos interessados no Cybertruck, tudo bem. Infelizmente, o veículo também pode vir a ser uma dor de cabeça na hora de fazer a manutenção, conforme consta em uma análise feita pelo site InsideEVs, que é especializado em carros elétricos.
Conforme supracitado, o material utilizado na fabricação da picape é extremamente difícil de ser manuseado e seria impossível realizar a manutenção do mesmo no caso de uma batida ou acidente, por conta de sua rigidez.
Levando em consideração que os engenheiros da própria Tesla enfrentam dificuldades na hora de moldar o aço inoxidável no formato exato, utilizando uma tecnologia desenvolvida pela própria empresa, um mecânico comum não teria os materiais ou ferramentas necessárias para cuidar da manutenção de um carro desse porte, gerando ainda mais dor de cabeça ao proprietário.
E mesmo que exista a possibilidade do reparo ou a troca dos painéis do carro, como já ocorre com alguns modelos mais antigos do famigerado DeLorean, o custo seria praticamente proibitivo para as companhias de seguro responsáveis pelo veículo.
Por ser um carro elétrico produzido pela Tesla, os reparos no software do Cybertruck também só podem ser feitos apenas por técnicos certificados pela empresa.
O custo de manutenção de um Model 3, um dos carros elétricos oferecidos pela Testa, é de US$ 22 mil, em média. Contudo, especialistas estimam que esse valor seja ultrapassado pelo Cybertruck no futuro.
Foto destaque: O novo Cybertruck da Tesla (Reprodução/Shutterstock/Mike Mareen/Olhar Digital)