Não é de hoje que a Inteligência Artificial, IA, vem sendo palco para a elaboração de filmes que abordam robôs como a mais nova e eficiente criação humana, feita para “servir” e interagir com o homem. São diversos os roteiros com os mais variados cenários, mas o que os filmes têm em comum, além de protagonizar uma máquina, é a aposta em uma falha no sistema, que acaba virando a invenção contra seus criadores.
Filmes como Matrix; Mãe x Androides; I am mother; o exterminador do futuro e o mais recente sucesso que aborda a inteligência artificial, M3gan – entre outros títulos –, abordam com veemência teorias de dominação e controle dos humanoides sobre os humanos.
Robô do filme "Mãe x Android", de 2021. (Foto: Reprodução/Cinestera)
Esse tema recorrente levanta questões na sociedade sobre até que ponto a tecnologia é confiável e passível de controle.
Em análise ao mais novo filme, lançado em janeiro de 2023, especialistas no estudo de robótica afirmaram, em entrevista ao site g1 Tecnologia, que a criação de um robô como a boneca assassina do filme de terror está longe de se tornar realidade. De acordo com os pesquisadores ouvidos pelo site, M3gan é composta por, ao menos, quatro tipos diferentes de tecnologia.
A inteligência artificial, responsável pelo processo de mimetização da inteligência humana, tornando-se real a execução de tarefas humanas pelos androides; O controle corporal, tecnologia que daria desenvoltura/flexibilidade ao humanoide, possibilitando-o dançar – como a boneca faz no filme; O uso de sensores, necessários para que o robô veja a criança e consiga detectar seus sentimentos e por último a máquina deveria desenvolver autoconsciência, ou seja, plena consciência de sua própria existência no mundo, característica que o aproximaria ainda mais de nós humanos.
Antecipando a criação tecnológica, o escritor de ficção científica e bioquímico, Isaac Asimov, estabeleceu três regras, no campo ético, para servir de guia ao desenvolvimento dessas tecnologias, são elas:
- Um robô não pode ferir ou permitir que um humano sofra;
- Um robô deve obedecer às ordens de humanos, exceto se essas ordens ferirem a regra 1;
- Um robô deve proteger a própria existência, exceto quando ferir as regras 1 e 2;
Em complemento às três regras, Asimov afirma que um robô "não pode causar ou permitir que causem mal à humanidade", questão amplamente abordada no filme M3gan.
Além disso, é importante lembrar que o todo sistema tecnológico é desenvolvido pelo homem, programado por um indivíduo, que em sua competência pode instalar regras e fazer medidas de prevenção contra qualquer eventualidade possível e previsível.
Foto destaque: Boneca M3gan, protagonista do filme de terror "M3gan", de janeiro de 2023. Reprodução/Site O vício.