O banco Itaú anunciou na última quinta-feira (14) o lançamento de seu departamento de ativos digitais. A Itaú Digital Assets, unidade de negócios focada em negociação de tokens, tem o objetivo de colocar no mercado produtos relacionados para clientes de varejo ainda em 2022.
Vanessa Fernandes, global head da Itaú Digital Assets, afirmou em coletiva de imprensa, que o banco vem estudando os benefícios da tecnologia blockchain há cinco anos, e, durante este período, desenvolveu diversas provas de conceito e tem observado as características da tecnologia por meio de parcerias. Vanessa revelou, também, que o banco começou a desenvolver os estudos da plataforma de tokenização há mais de um ano e já emitiu um primeiro token lastreado em um fluxo de recebíveis do banco.
"Queremos liderar esse mercado pois acreditamos em sua importância para todo o ecossistema financeiro", afirmou Michel Cury, superintendente de mesas e produtos do Itaú Unibanco, destacando que a instituição deseja liderar o mercado de tokenização no Brasil e por isso é fundamental iniciar a Itaú Digital Assets neste momento, mesmo com a crise das criptomoedas.
Itaú anunciou projeto para transformar ativos do mundo real em tokens no ambiente digital. (Foto: Reprodução/Dem10/Getty Images)
Brianna Kernan, LATAM Sales Lead da Chainalysis, plataforma de dados e pesquisa especializada em blockchain e criptoativos, ressalta a importância do movimento do Itaú. “É bem relevante. É a primeira grande instituição financeira tradicional que vejo lançar um produto para ativos digitais – um sinal de confiança institucional em um setor que só vai se fortalecer nos próximos anos. O fato de serem um dos pioneiros deve colocá-los em uma posição estratégica para melhor capturar esse mercado em crescimento. Provavelmente veremos esse setor mais consolidado à medida que outros grandes players chegarem”.
Vanessa afirmou que a intenção com a criação do setor de Digital Assets, trabalhado com reguladores e com outras empresas, como a corretora cripto Mercado Bitcoin, a Vortex e a Liqi, é construir uma plataforma de "tokenização-as-a-service". Outros bancos e emissores poderão emitir seus tokens usando o sistema do Itaú, que também irá permitir, a negociação dos tokens no mercado secundário no futuro.
Foto destaque: Segundo o Itaú, os ativos tokenizados ajudarão a fornecer melhor precificação, transações mais rápidas e baratas, mais transparência e acessibilidade global. Reprodução/Getty Images.