Um estudo publicado recentemente na The Astrophysical Journal, liderado pelo Professor Associado Takuma Izumi, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, observou duas galáxias em processo de fusão que podem dar origem a novas estrelas e quasares, um dos fenômenos espaciais mais luminosos conhecidos pela ciência. O estudo teve a colaboração das pesquisas realizadas pelo Professor Associado Yoshiki Matsuoka, da Universidade de Ehime.
Fusão de galáxias nos ajuda a entender a origem de corpos celestes
As duas galáxias observadas pelos astrônomos no estudo estão em processo de fusão a mais de 12,8 bilhões de anos-luz de distância. Durante esse processo, as matérias presentes nas galáxias, principalmente poeira e gás, podem ser sugadas para os buracos negros presentes em seus centros, gerando um ou mais quasares, fenômeno que pode emitir uma luminosidade maior que a das galáxias, possível até mesmo de ser visto da Terra. Os quasares, por possuírem movimentos em alta velocidade, também emitem grandes quantidades de radiação eletromagnética.
A suspeita da existência de quasares na fusão das duas galáxias foi confirmada pelo telescópio Alma. Cientistas suspeitam inclusive que os quasares observados nesta fusão pode ter dado origem aos outros quasares observados. Esses foram os quasares mais distantes e antigos já observados.
Importância do Estudo
A partir dos dados coletados pelo Telescópio Alma e pelo Hyper Suprime-Cam do Subaru Telescope (um dos telescópios com maior campo de visão já desenvolvido), foi possível comparar o fenômeno com outras fusões já observadas. Os cientistas concluíram que existe gás suficiente na fusão para acelerar o processo de formação de novas estrelas e buracos negros.
Estrelas e galáxia ( Foto: reprodução/ Tony Rowell/Gattyimagesembed)
Observar este processo ajudará os cientistas a entender melhor a formação das estrelas e vários outros corpos celestes, aumentando nossa compreensão sobre a origem e o destino do universo. Infelizmente as pesquisas sobre o assunto são difíceis de serem desenvolvidas pela dificuldade de detecção dos quasares.
“ Poderíamos aprender sobre as propriedades estelares desses objetos. Como esses são os tão procurados ancestrais dos quasares de alta luminosidade, que devem servir como um precioso laboratório cósmico, espero aprofundar nossa compreensão de sua natureza e evolução através de várias observações no futuro.”, afirmou o Professor Takuma Izumi sobre as pesquisas futuras.
O projeto ainda deixou claro a importância da colaboração científicas entre equipes de diferentes instituições e países para o desenvolvimento do conhecimento humano.
Foto destaque: fusão das galáxias NGC 4568 e NGC 4567 registrado em 2022 (Reprodução/International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/Divulgação/UOL)