Nesta terça-feira (14), um caça russo forçou a derrubada de um drone da Força Aérea dos EUA sobre o Mar Negro, após ter danificado a hélice do drone americano MQ-9 Reaper.
Os dois aviões de caça russos e o drone americano estavam sobrevoando as águas internacionais do Mar Negro. Um dos caça russo teria voado na frente e despejado combustível no drone não tripulado. O avião acabou atingindo a hélice da aeronave. As Força Aéria dos EUA foi forçada a derrubar o drone.
“Nossa aeronave MQ-9 estava conduzindo operações de rotina no espaço aéreo internacional quando foi interceptada e atingida por uma aeronave russa, resultando em um acidente e na perda total do MQ-9”, disse o general da Força Aérea dos Estados Unidos.
As forças Aéreas dos EUA utilizam o drone MQ-9 Reaper tanto para ações de vigilância como para ataques. A aeronave opera no Mar Negro há bastante tempo para observar a presença das forças navais russas. De acordo com a Força Aérea americana, esse drone pode ser armado com mísseis Hellfire, assim como com bombas guiadas por laser, e podem voar mais de 1.770 quilômetros em altitudes de até 15 mil metros.
(Foto:Reprodução/ AFP)
Segundo o porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, o caça russo voou nas proximidades do drone por 30 a 40 minutos antes da colisão. "Com base nas ações dos pilotos russos, está claro que foi algo inseguro, pouco profissional", afirmou ele.
É a primeira vez que aeronaves militares russas e americanas entraram em contato direto desde a invasão da Rússia contra a Ucrânia. Com isso, as tensões entre as duas nações aumentaram. Os Estado Unidos qualificaram a colisão como “imprudente, insegura e pouco profissional”.
A Rússia negou que seus aviões teriam feito contato direto com o drone. Segunda a Rússia, os caças lutaram para identificar o intruso sobre o Mar Negro e acrescentou que o drone fez um voo não guiado com perda de altitude.
“Preferimos não criar uma situação em que possamos enfrentar confrontos não intencionais ou incidentes não intencionais entre a Federação Russa e os Estados Unidos”, disse Anatoly Antonov, embaixador russo nos EUA após ser convocado ao Departamento de Estado.
John Kirby, do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, disse que houve outras interceptações "inclusive nas últimas semanas", mas que esta foi diferente.
Para Joe Biden, atual presidente dos EUA, que está determinado a apoiar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário", este é um momento delicado.
A ofensiva da Rússia na Ucrânia também vem aumentando o temor de um confronto direto entre Moscou e Otan, organização cujos países membros fornecem armas a Kiev.
Foto Destaque: MQ-9 Reaper.Reproduçaõ/CNN.