A cada ano que passa, as temperaturas climáticas têm se elevado de maneira extremamente desproporcional. O ano de 2023, por exemplo, registrou as temperaturas mais quentes de toda a história. No Brasil, as temperaturas ultrapassaram os 35 graus, e a sensação térmica no estado do Rio de Janeiro chegou a 50 graus. Estudos climáticos e o alto investimento em pesquisa buscam aprimorar algumas tecnologias, e resgatar tecnologias ancestrais, a fim de minimizar a sensação térmica e, consequentemente, o impacto do calor na saúde da população.
Motivos para a elevação da temperatura
Já é sabido que o aumento da poluição, bem como a elevação na produção dos gases resultantes da queima de combustíveis fosseis, alavancam as temperaturas climáticas. Também deve-se levar em consideração o aumento do desmatamento e, em contrapartida, o não reflorestamento dessas vegetações - o que auxiliaria minimamente a regular as temperaturas.
Como se não bastassem os fatores pregressos, os fenômenos naturais precarizam o cenário atual, como o evento El Niño, por exemplo, que causa o aquecimento exacerbado no oceano Pacífico.
A poluição como um dos fatores mais agravantes na elevação das temperaturas (foto: reprodução/Iguiecologia)
Riscos à saúde trazidos pelas altas temperaturas
As elevadas temperaturas causam diversos prejuízos à saúde da população. Apesar do ser humano possuir uma capacidade que nos diferencia no reino animal, sendo esta a capacidade de suar - que auxilia na regulação da temperatura -, o número de mortes em decorrência do calor tem se elevado. Tanto a Europa como o extremo da Rússia registram calor extremo e, em decorrência dele, expressivo número de óbitos ligados a doenças cardiovasculares, mais comuns nesse contexto.
Além das doenças cardiovasculares, outro ponto a se considerar é que as elevadas ondas de calor diminuem ainda mais a umidade do ar, o que coloca o organismo humano muito próximo de seu limite, causando facilmente a desidratação, crises de tosses e demais problemas respiratórios.
Vale dizer que não se trata de uma questão isolada apenas desses continentes, e sim de um fenômeno mundial. Segundo a Folha UOL, mortes relacionadas ao calor extremo, em adultos com mais de 65 anos, elevaram em cerca de 88% de 2028 a 2022, em relação aos anos de 2000 a 2004. A estimativa, ainda segundo a mesma fonte, é que cerca de 23200 idosos americanos tenham falecido em 2022, devido à exposição às altas temperaturas.
Riscos que o calor extremo causam à saúde dos seres humanos (vídeo: reprodução/YouTube/Record News)
Como as inovações tecnológicas planejam ajudar
Devido ao contexto que se agrava, alguns aparatos e institutos tecnológicos têm se empenhado em buscar estratégias que minimizem os impactos da elevação das temperaturas no Globo.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) tem se empenhado nessa causa, e atualmente desenvolve um projeto estimado em cerca de R$ 200 milhões para reformular sua estrutura de supercomputação e aumentar essa capacidade de prever as temperaturas e incidências solares mais agravadas.
Além disso, climatologistas tem buscado incentivar a retomada de tecnologias ancestrais, a fim de diminuir a sensação térmica, e os impactos no organismo humano. O climatologista e especialista em eventos climáticos, Tom Matthews, em uma Conferência de Inovação, em Londres, mencionou inclusive a possibilidade de resgate de métodos tradicionais de construção, como as antigas abóbadas núbias egípcias, e as construções de terra batida. Segundo o estudioso, essas práticas podem diminuir consideravelmente os efeitos do calor, e de forma muito eficiente.
Outra sugestão do climatologista foi a construção de abrigos específicos para o calor, similares aos abrigos que alguns países já utilizam para se salvaguardar dos furacões.
Matthews também citou a possibilidade de utilização de fontes renováveis de energia para a alimentação de aparelhos de ar-condicionado, de modo a não agravar ainda mais a questão climática. Sabemos que essa implementação encontraria muitos entraves para implantação, ainda mais em países não considerados desenvolvidos.
No entanto, a elevação das temperaturas representa um fator extremamente preocupante, e fica cada vez mais claro que se faz necessária a colaboração mundial para possíveis reduções dos impactos causadas à saúde, uma vez que nenhuma estratégia isolada culminará em uma solução permanente e abrangente para a problemática.
Foto Destaque: altas temperaturas têm trazido impactos gigantescos à saúde (reprodução/Forbes)