O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou à emissora americana Fox News nesta terça-feira (19), que a Ucrânia não conseguirá resistir na guerra contra a Rússia caso os Estados Unidos interrompam o financiamento militar. A declaração foi divulgada pela Agência France-Presse (AFP).
Zelensky depende de apoio americano
Zelensky, destacou que, sem o apoio militar dos Estados Unidos, a Ucrânia enfrentará grandes dificuldades para vencer a guerra, apesar de contar com sua própria produção bélica, que considera insuficiente. Enquanto isso, Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, critica os altos investimentos do governo de Joe Biden na ajuda à Ucrânia desde o início da invasão russa em 2022.
Após a autorização de Biden, a Ucrânia utilizou pela primeira vez mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos em ataques contra a Rússia nesta terça-feira. Em reação, a Rússia renovou ameaças sobre o uso de armas nucleares e prometeu uma resposta proporcional. O chanceler Sergei Lavrov, afirmou que os Estados Unidos estão diretamente envolvidos nos ataques, marcando o início de uma "nova fase" no conflito.
Rússia retalia e ameaça intensificação
A Rússia, classificando o uso dos mísseis como uma interferência direta dos Estados Unidos, anunciou retaliações e ajustou sua postura em relação ao uso de armas nucleares, sinalizando uma possível intensificação do conflito. Segundo o Ministério da Defesa russo, Kiev lançou seis mísseis ATACMS contra Bryansk, uma região no sudoeste da Rússia próxima à fronteira com a Ucrânia, durante a madrugada.
O Ministério da Defesa informou que cinco mísseis foram interceptados, enquanto o sexto foi parcialmente destruído. Apenas fragmentos de um dos projéteis atingiram uma área próxima a instalações do Exército, provocando um incêndio sem causar danos estruturais ou deixar vítimas, segundo o comunicado oficial.
O ataque com mísseis ATACMS foi confirmado à agência de notícias Reuters por fontes do governo dos Estados Unidos e do Exército ucraniano. Kiev, no entanto, mantém sua prática habitual de não comentar acusações relacionadas a ofensivas em território russo.
Imagem de um soldado ucraniano encima de um tanque (Reprodução/Getty iagens embed/Global Imagens Ukraine)
Guerra na Ucrânia completa 1.000 Dias
Nesta terça-feira, a guerra na Ucrânia alcançou a marca de 1.000 dias, sem sinais de um desfecho próximo. Não há negociações de paz em curso, e o conflito permanece em um impasse. As forças russas ainda ocupam aproximadamente 20% do território ucraniano, mas enfrentam dificuldades para avançar.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentou recentemente um plano visando a retirada definitiva das tropas russas do país, porém sem detalhar os meios para sua execução.
A taxa de mortalidade no conflito ucraniano é aproximada em mais de 200.000, incluindo combatentes e não combatentes de ambas as facções. No entanto, alguns especialistas norte-americanos pensam que este número pode ser maior. A taxa de mortalidade russa aumentou, com projeções aproximadas de 180.000.
Imagem da bandeira ucraniana com um tanque de guerra ao fundo (Reprodução/Gettyimagens embed/Anton Petrus)