Uma pesquisa conduzida pela economista e pesquisadora Janaína Feijó, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados no 2º trimestre de 2023 em todo o país, analisou informações de pessoas empregadas no setor privado em ocupações que exigem ensino superior, identificando as profissões com os salários mais altos e mais baixos.
Líderes em altos salários
As profissões com ensino superior mais bem remuneradas no Brasil em 2023 são lideradas pelos médicos especialistas, que recebem salários superiores a R$ 18 mil, de acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). Além disso, as ocupações da área da tecnologia apresentaram a maior valorização salarial entre as carreiras analisadas no levantamento.
Outras profissões notáveis em termos de remuneração incluem matemáticos, geólogos, engenheiros mecânicos e desenvolvedores de software. Por outro lado, os professores de pré-escola e outros profissionais de ensino têm os menores rendimentos médios.
Figura de várias profissões (Foto: reprodução/Freepik)
A pesquisa também comparou esses valores com dados de 2012. Notavelmente, os salários dos médicos especialistas, apesar de liderarem a lista, diminuíram 13% nos últimos anos. Em contrapartida, os desenvolvedores de páginas de internet e multimídia tiveram a maior valorização salarial, com um rendimento médio 91% maior do que há 10 anos.
Avanços tecnológicos influenciaram aumento de salários
Janaína Feijó atribui esse crescimento principalmente ao avanço tecnológico na sociedade, acentuado pela pandemia de coronavírus. Durante a pandemia, as pessoas tiveram que depender da tecnologia para comprar produtos e realizar suas atividades, criando uma pressão para que as empresas tornassem suas ferramentas de trabalho mais tecnológicas.
Embora o salário dos professores tenha crescido ao longo da última década, ainda é uma profissão mal remunerada em comparação com as mais bem pagas. Feijó destaca que, apesar dos esforços para desenvolver pisos salariais, essas profissões ainda estão distantes do rendimento médio das mais bem remuneradas.
Enquanto algumas profissões viram aumentos significativos em seus rendimentos, a desvalorização persistente dos professores de pré-escola e outros profissionais de ensino continua sendo um desafio. Apesar dos esforços para estabelecer pisos salariais, essas ocupações ainda estão distantes dos patamares das profissões mais bem remuneradas.
Essas descobertas destacam a complexidade das dinâmicas salariais no Brasil e a influência de fatores sociais, econômicos e tecnológicos no mercado de trabalho. À medida que a sociedade avança, as profissões mais valorizadas continuam evoluindo, destacando a importância da adaptação e do investimento em habilidades em um mundo em constante transformação.
Foto Destaque: cédulas de Real brasileiro. Reprodução/Freepik
