Na manhã da última quarta-feira (13), a Ucrânia realizou o seu maior ataque contra instalações russas desde o início da guerra. Foram, ao todo, 10 mísseis de cruzeiro que atingiram um estaleiro na cidade de Sevastopol, na Crimeia, destruindo dois navios de guerra e ferindo 24 pessoas.
A contraofensiva iniciada pela Ucrânia em julho tem como objetivo principal recuperar cidades e regiões que foram dominadas pela Rússia e expulsá-los de seu território. A região da Crimeia é importante por ter sido incorporada pelos russos em 2014 de forma arbitrária, e os ucranianos não a reconhecem como um território russo.
Por que a Crimeia
Um dos motivos para a contraofensiva estar nesse momento focando na região é o de enfraquecer o poderio militar russo na região. A outra área que é ocupada por tropas russas, a região leste ucraniana de Donetsk, possui forte aparato militar terrestre russo, é muito grande e, portanto, mais difícil de se combater no momento.
Ao obter êxito nos ataques contra a Crimeia, os ucranianos estão também desmoralizando o presidente russo Vladmir Putin, pois ele já declarou algumas vezes que ter anexado a região era o primeiro passo para a unificação entre Rússia e Ucrânia em um só país, como era no século passado.
Uma das embarcações atingidas pelos mísseis ucranianos (Foto: reprodução/Twitter/X/@DiretoFront)
Estratégia
Ao realizar ataques a embarcações russas estacionadas no mar e suas respectivas bases navais na região, a Ucrânia visa tentar diminuir o poderio russo, que além de lançar ofensivas contra o país, também realiza patrulhas a fim de não deixar que cereais e grãos ucranianos sejam exportados.
Em julho, a Rússia não renovou o tratado de grãos que permitia a Ucrânia exportar seus produtos, e desde então a frota marinha russo tem bloqueado portos ucranianos e atacado depósitos de cereais na cidade de Odesa.
Defesa destruída
Cerca de duas semanas, um ataque bem-sucedido por parte dos ucranianos destruiu uma importante bateria antiaérea russa na Criméia. A S-400 era uma das três proteções da Rússia na região. Esse fato pode ter contribuído para o sucesso dos ataques da última quarta-feira (13).
Os mísseis que atingiram e destruíram as embarcações russas ou são de fabricação francesa ou britânica, pois os que a Ucrânia dispunha em seu arsenal não eram capazes de atingir tais distâncias. Esses artefatos foram fornecidos por esses países membros da OTAN.
Foto destaque: Porto de Savastopol foi atingido por mísseis ucranianos. Reprodução/Twitter/X/@DiretoFront/Reuters