Em evento conservador do CPAC (Congresso de Ação Política Conservadora, em inglês) na Flórida, Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, classificou a invasão de tropas russas à Ucrânia como “terrível” e disse estar “orando pelo orgulhoso povo da Ucrânia”. A declaração foi feita após o ex-presidente americano receber críticas do Partido Republicano, pelo qual foi indicado à presidência em 2016, ao defender a ação do presidente russo no território ucraniano.
Durante o CPAC, que é classificado como o maior evento conservador do mundo, Trump chamou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de “corajoso” por decidir permanecer em Kiev, capital da Ucrânia. Zelensky chegou a recusar oferta dos Estados Unidos para sair do país, dizendo que “a luta estava ali” e que “precisava de munição, não de carona”, de acordo com tweet publicado pela embaixada da Ucrânia no Reino Unido.
Volodymyr Zelensky. (Foto: Reprodução/Pool/Getty Images)
Porém, Trump aproveitou a ocasião para afirmar que o envio das tropas russas apenas aconteceu porque Joe Biden, o atual presidente americano, “é fraco”.
A mudança de tom de sua declaração aconteceu após os Estados Unidos e aliados anunciarem novas sanções, uma forma de punição legal a Putin, como a retirada de vários bancos russos do Swift - sistema internacional de transferência rápida de dinheiro entre os países.
Quando elogiou a decisão de Vladimir Putin, Trump chegou a sugerir que os americanos fizessem o mesmo na fronteira com o México, classificando o envio de tropas à Ucrânia feito pelo presidente russo como a “maior força de paz” que já havia visto.
Vladimir Putin e Donald Trump mantiveram relação amigável durante o mandato do ex-presidente republicano. (Foto: Reprodução/Mikhail Klimentyev/SPUTNIK/AFP)
A relação de Trump com Putin foi amigável durante seu mandato, chegando até mesmo a despertar denúncias e investigações em relação à influência da Rússia nas eleições americanas de 2016. Segundo as denúncias, campanhas de desinformação orquestradas por Moscou teriam contribuído para a vitória do candidato republicano. Os aliados de Trump chegaram a ser condenados por mentirem durante as investigações, mas tiveram suas penas perdoadas pelo ex-presidente.
Foto destaque: Donald Trump discursando. (Reprodução/OVALE)