Após a repercussão do desaparecimento no mar do submersível utilizado em uma expedição para explorar os destroços do Titanic, mais curiosidades sobre o submarino têm sido reveladas, levantando questões sobre as tecnologias utilizadas e os métodos de comunicação empregados durante a missão. O submersível Titan, equipado com propulsores elétricos, comunicação via satélite e até mesmo um controle de videogame, perdeu contato com o navio de controle durante a descida em direção às profundezas do Oceano Atlântico.
A OceanGate, empresa responsável pela expedição, revelou que a tecnologia empregada no submersível incluía propulsores elétricos Innerspace 1002. Esses propulsores permitiam o deslocamento do submersível, possibilitando seu avanço, retrocesso e movimentos laterais. No entanto, apesar da tecnologia avançada, o submersível não pôde contar com o auxílio do sistema de posicionamento global (GPS), uma vez que este não funciona adequadamente embaixo d'água.
A comunicação entre a tripulação do Titan e o navio de controle ocorria por meio de mensagens de texto, devido à limitação da propagação sonora subaquática. Essas mensagens eram transmitidas via satélite para informar que o submersível estava operando em segurança. Para suprir a falta de torres de celular no oceano, a OceanGate dependia da Starlink, empresa de comunicações de Elon Musk, que fornecia a conectividade necessária durante a expedição.
Teconologia utlizada no submarino Titan (Foto: Reprodução/YouTube/CBC NL)
Um dos aspectos curiosos do submersível era seu controle de videogame. Segundo o CEO da OceanGate, em entrevista à CBS News, o Titan era pilotado utilizando um joystick semelhante ao de videogames. Embora possa parecer improvisado, essa forma de controle é comumente utilizada em submarinos, inclusive os da Marinha do Brasil, como explicou o Capitão de Mar e Guerra Luiz Eduardo Cetrim Maciel, Comandante da Base de Submarinos da Marinha, em Niterói. Ele ressaltou que, nos submarinos mais antigos, o controle assemelha-se a um manche de avião, enquanto os mais modernos apresentam um joystick.
A perda de comunicação com o submersível e o desaparecimento subsequente levantaram preocupações e levaram à análises preliminares de possíveis acidentes. O comandante Cetrim enfatizou que, quando ocorre essa perda de comunicação, presume-se que algo possa ter ocorrido durante a expedição. A ausência de contato com o Titan também indica que a equipe não poderia prosseguir com a expedição sem a comunicação adequada.
Além disso, a falta de GPS submerso levanta questionamentos sobre a capacidade dos tripulantes de se localizarem no fundo do mar. O comandante Cetrim afirmou que a comunicação via satélite era essencial para fornecer orientações aos tripulantes, indicando o caminho a seguir. Os submarinos da Marinha também contam com um equipamento chamado agulha giroscópica, capaz de indicar as direções mesmo embaixo d'água, o que auxilia na navegação e orientação.
As investigações sobre o desaparecimento do submersível Titan durante a expedição ao Titanic estão em andamento. Autoridades marítimas e especialistas estão analisando minuciosamente as tecnologias utilizadas, como os propulsores elétricos, a comunicação via satélite e o controle de videogame. A busca por respostas prossegue, enquanto a OceanGate e as autoridades competentes tentam desvendar o mistério que envolve o desaparecimento do submersível e sua tripulação.
Foto destaque: Joystick que controla o submarino Titan. Reprodução/Twitter