O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou neste domingo (6) o cancelamento da segunda tentativa de retirada de civis das cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha. A decisão ocorreu após novos ataques desrespeitarem, assim como no sábado, a ordem de cessar-fogo temporário acordada na segunda rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia. Por enquanto, ainda não há previsão de nova tentativa de retirada dos civis.
A Cruz Vermelha afirmou através de publicações no Twitter. "Hoje, nossa equipe começou a abrir a rota de evacuação de Mariupol antes de as hostilidades serem retomadas". Segundo as publicações, o plano era evacuar 200.000 pessoas no total. "Permanecemos em Mariupol e estamos prontos para ajudar a facilitar novas tentativas – se as partes chegarem a um acordo, que cabe apenas a elas implementar e respeitar", completou.
Tanque ucraniano destruído na localidade de Gnutovo, perto de Mariupol. (Foto: Reprodução/AFP/Ministério da Defesa da Rússia)
Neste contexto, houve uma troca de acusações entre separatistas pró-Rússia e a Guarda Nacional da Ucrânia sobre o desrespeito ao cessar-fogo, que tinha como objetivo estabelecer um corredor humanitário na região. O corredor humanitário é uma estratégia que ajuda com que regiões sejam temporariamente desmilitarizadas para permitir a passagem segura de ajuda humanitária ou, como neste caso, de refugiados durante uma evacuação.
No entanto, de acordo com os ucranianos, os russos prosseguiram com os ataques enquanto os civis se reuniram para formar um comboio. Já os russos afirmam que os defensores da cidade utilizam os civis como "escudos humanos".
Mapa mostra cidades de Volnovakha e Mariupol. (Foto: Reprodução/g1)
O conflito entre as forças ucranianas e as separatistas já acontece há anos; os separatistas pró-Rússia até mesmo já declararam-se independentes em um referendo, mas este não foi reconhecido pela comunidade internacional.
Foto destaque: civis durante a guerra. Reprodução/Aris Messinis/AFP/Getty Images
