Nesta quinta-feira (27) Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) se enfrentaram em um debate realizado pela TV Globo. Os candidatos do segundo turno ao governo de São Paulo discutiram salário mínimo, transporte, infraestrutura e trocaram acusações sobre o tiroteio ocorrido em Paraisópolis. Durante as duas horas de duração o debate foi inflamado, com críticas aos padrinhos políticos de cada um, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Entre os assuntos abordados estão a privatização da Sabesp, o transporte nos trilhos, a merenda das escolas e obras de infraestrutura. Outros temas citados pelos candidatos foi o salário mínimo, o Auxílio Brasil e a crise de oxigênio em Manaus, no Amazonas, ocorrida durante a pandemia.
Tarcísio criticou a gestão do ex-prefeito de São Paulo, Haddad, em relação à Cracolândia no centro da cidade. Já Haddad questionou o adversário sobre os desdobramentos do tiroteio ocorrido em Paraisópolis, que ocorreu quando o candidato do Republicanos cumpria agenda no local. Haddad criticou a postura da equipe de Tarcísio que pediu ao cinegrafista para apagar as imagens do ocorrido, ao invés de levar à polícia.
“Se você tem uma imagem que você acha que pode colocar em risco a vida de alguém para quem você leva? Você apaga ou leva para alguma autoridade policial? É a autoridade que decide manter ou não em sigilo aquela imagem. Esse procedimento que ele acabou de relatar é um absurdo", questionou o ex-prefeito.
Tarcísio se defendeu afirmando que a medida foi tomada pensando na segurança das pessoas. "Esse colega, no final das contas, não tem nada a ver com a inteligência porque ele está afastado da Abin desde 2019, é servidor de carreira e [tem] licença para tratamento particular, como prevê o estatuto dos servidores federais, e ele pediu o seguinte: ‘Apaga isso, apaga aquilo’, por preocupação com a segurança das pessoas, porque lá tinha equipe de comunicação, lá tinha outros profissionais porque a campanha vai acabar, mas a vida das pessoas continua”, rebateu ele.
Debate durou duas horas e foi dividido em quatro blocos (Foto:Reprodução/Fábio Tito/g1)
O candidato Tarcísio criticou mais de uma vez durante o debate, o programa da gestão de Haddad, chamado Braços Abertos na Cracolândia, que além de outras políticas, dava emprego e pagava um salário para os usuários de drogas. "Você falou tanto em Google. Se a gente procurar no Google, a gente vai ver lá ‘Bolsa Crack’. Bolsa Crack foi o que resultou seu programa de combate à Cracolândia. No final das contas, você acabou dando um dinheiro que incentivou as pessoas a consumir mais drogas e talvez por isso você tenha fracassado na questão do enfrentamento da Cracolândia. Não percebeu a complexidade de aliar várias políticas públicas, entre elas a de habitação, porque ninguém está indo para a rua para consumir drogas, pessoas estão consumindo droga porque estão na rua", assim disse o candidato.
O debate, que foi o último encontro dos candidatos antes do segundo turno foi dividido em quatro blocos. Haddad começou falando de temas nacionais, como o salário mínimo e o SUS. Também entrou em um assunto polêmico para Tarcísio, a vacinação infantil, que o candidato do Republicanos se declarou contra a obrigatoriedade da vacinação infantil. Ele não respondeu, apenas disse que precisava desmentir fake news que estavam sendo veiculadas contra sua campanha, como a certeza de que ele pretende privatizar a Sabesp e aumentar a conta de água.
Tarcísio também defendeu Jair Bolsonaro e afirmou ser mentira que o presidente não vai aumentar o salário mínimo. Ainda no tema nacional, o assunto chegou a pandemia e Haddad fez críticas ao governo federal e afirmou se basear em reportagens e que Tarcísio não poderia falar mentiras.
Outros temas foram abordados como políticas públicas para pessoas em situação de rua, habitação, falta de médicos, transporte nos trilhos, como o trem e metrô. Um tema recorrente no debate foi o investimento federal no estado. Haddad teve um desempenho melhor ao longo do debate, mas de acordo com a pesquisa do Ipec mais recente divulgada, com um empate técnico, Tarcísio está numericamente na frente, com 46% das intenções de voto enquanto Haddad tem 43%.
Foto destaque: Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) Foto: Reprodução/Fábio Tito/g1