Um soldado da missão de paz das Nações Unidas no Líbano foi atingido por disparos nesta sexta-feira (11) enquanto estava no quartel-general, localizado na cidade de Naqoura, próxima à fronteira com Israel. Este é o quinto soldado a ser ferido em menos de três dias.
O ataque ocorreu em meio a um aumento nos confrontos entre o Hezbollah, grupo militante baseado no Líbano, e as forças armadas de Israel, o que resultou em uma escalada nos bombardeios ao longo da fronteira. De acordo com autoridades da ONU, os outros quatro soldados foram feridos por artilharia israelense em incidentes anteriores.
Apesar dos ataques, a missão não pretende se retirar do local. "Ficaremos até que a situação se torne impossível para operar", disse o porta-voz da força-tarefa da ONU, no Líbano.
Crescimento da tensão no sul do Líbano
O aumento das hostilidades ao longo da fronteira sul do Líbano com Israel vem criando um cenário de grande preocupação para a ONU e a comunidade internacional. Em diversas ocasiões nas últimas semanas, a linha que separa os dois territórios já foi palco de trocas de fogo entre ambos os lados, levando a população civil a ser evacuada.
Civis sendo evacuados após os ataques recentes (foto: reprodução/Unhch/Houssam Hariri)
O Hezbollah tem intensificado seus ataques lançando mísseis e foguetes em direção a posições israelenses, que responderam com bombardeios em áreas no sul do Líbano. A ONU, por sua vez, tem feito apelos para a contenção de ambos os lados, mas até agora não conseguiu interromper os confrontos.
ONU e comunidade internacional pedem proteção às tropas de paz
Países como Portugal e Brasil declararam apoio ao secretário-geral da ONU, António Guterres, após o governo israelense declarar que ele não era bem-vindo no país. Estados Unidos e Alemanha também concordam que a decisão tomada por Israel dificulta a capacidade da ONU de fazer o seu trabalho.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu que Israel pare de atacar as tropas de paz. A ONU vem ressaltando a importância de preservar a neutralidade da missão de paz e de proteger seus soldados, cuja missão é essencial para evitar uma guerra de maior escala na região.
Foto destaque fumaça saindo da região sul do Líbano após ataque recente (Reprodução/UNICEF/Dar al Mussawir/Ramzi Haidar)