Joe Biden indicou Elizabeth Bagley para o posto de representante dos Estados Unidos no Brasil. Para tanto, foi realizada uma sabatina para a confirmação de Bagley, mas que, no entanto, logo se transformou em um espaço de debate para os senadores norte americanos. As preocupações dos legisladores se qualificam como “retrocessos da democraria no Brasil”, e a embaixadora indicada chegou a ser questionada a respeito das medidas que tomaria para que pudesse preservar um regime democrático no país mediante as “tentativas de Jair Bolsonaro minar as eleições”. Elizabeth reconheceu o momento de tensão que o Brasil enfrenta, mas foi cuidadosa ao medir suas palavras nas respostas para os legisladores presentes.
Entre as muitas perguntas e comentários feitos para a diplomata nesta quarta-feira (18), os senadores anteciparam certas dificuldades na próxima eleição brasileira para presidente, agora em 2022. O presidente Jair Bolsonaro (PL), foi descrito pelos presentes como um tipo de líder que vem tentando minar as eleições, e os legisladores não mediram esforços para questionar as medidas que Elizabeth seria capaz de tomar para assegurar a democracia no Brasil.
Biden na Embaixada Americana em Brasília, 2014. (Foto: Reprodução/ Pedro Ladeira / Folhapress)
“A relação bilateral com o Brasil exigirá um forte porta-voz (dos Estados Unidos) no Brasil, principalmente enquanto o país se prepara para contenciosas eleições presidenciais em outubro”, disse o senador democrata Edward J. Markey, do estado de Massachussets.
Jair Bolsonaro, atual candidato à reeleição, vem aparecendo em segundo lugar em todas as pesquisas de intenção de votos, mas reforçando e lançando dúvidas sobre a integridade e a segurança das urnas eletrônicas, além de sugerir que as Forças Armadas deveriam fazer parte da contagem dos votos.
“Você está indo para um país onde o retrocesso democrático é uma preocupação real. Estamos preocupados com o atual líder do Brasil, que tem tentado minar a essência do processo eleitoral”, foi a vez de afirmar o senador democrata Bob Menendez, de New Jersey e também presidente da Comissão de Relações Exteriores.
Em sua defesa e competência, Elizabeth Bagley disse que “Eles têm todas as instituições democráticas para realizar eleições livres e justas”, mas também adicionou que sabe que não será um processo fácil por conta de todos os comentários do atual presidente. Apesar disso, Bagley diz ter confiança e expectativa em uma eleição justa.
Foto Destaque: Elizabeth Bagley. Reprodução / Folha
