No período de 24 horas, o Rio de Janeiro apresentou o número de maior incidência mensal de casos de dengue, totalizando 2017 registros, informados pelo secretário de Saúde, Daniel Soranz, na manhã deste sábado (9). Ao todo, o município soma 56.928 casos desde janeiro, representando aproximadamente 53%, a nível estadual.
Tendência ao crescimento no número de casos
Após constatado o dia com maior incidência no mês, a tendência é de que haja um crescimento na confirmação de casos, entre os meses de abril e maio, intervalo em que normalmente a maior parte dos municípios brasileiros são levados a um aumento de casos. Isso aponta para um pico de incidência dos quadros de dengue.
Segundo Soranz, o aumento no número de casos registrados nesta semana tem trazido uma grande preocupação, afinal, janeiro e fevereiro tiveram dias de registros ainda maiores.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), dados acima de 300 casos por 100 mil habitantes são indicativos de uma situação epidêmica. O Rio possui, no momento, algumas regiões que registram cerca de quatro vezes esse número, em relação à dengue.
Além da situação de epidemia de dengue, os registros de chikungunya também vêm crescendo no Rio de Janeiro. Na região da Zona Oeste, especificamente nos bairros Campo Grande e Santíssimo, foi onde constatou-se o maior número de casos desde janeiro, incidência que também registrou um pico da doença em bairros como Acari, Jardim América e Guadalupe, que foram atingidos por alagamentos.
As recomendações da Secretaria de Saúde
O secretário de saúde recomenda à comunidade que se mobilize, eliminando o foco do mosquito Aedes aegypti nas residências e nos pontos comerciais. Segundo Daniel, as temperaturas elevadas chuvas e a circulação da doença, são agentes que favorecem a proliferação.
“Com o aumento do número de casos a gente tem mais facilidade do mosquito picar alguém que esteja com a doença naquele momento e transmitir para outra pessoa. Por isso, a gente recomenda que os pacientes que tenham a doença evitem se expor, utilizem repelente. E também, que todo carioca que tiver febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos, dor abdominal, manchas vermelhas pelo corpo, que procure uma unidade de saúde para realizar o atendimento e o cuidado”, afirmou ainda.
Rio de Janeiro tem aumento nos casos de dengue (Foto: reprodução/O São Gonçalo)
O Rio de Janeiro conta com 11 polos de atendimento, com a capacidade de dar assistência a 120 pacientes por dia. Se continuar havendo uma progressão nos números da doença, mais unidades serão abertas.
Números de casos a nível estadual
No último balanço, o Rio ultrapassou a marca de 100 mil casos de dengue neste ano, contabilizando 107.833 casos prováveis. Os registros são atualizados de forma semanal.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), houve um investimento no reforço da equipe, com a finalidade de agilizar as confirmações de mortes pela doença, além da colaboração no processo de análise das mostras que são enviadas aos laboratórios. Foram ampliadas as equipes técnicas da Comissão de Investigação de Óbitos de Dengue, e o reforço no Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ).
São 26 registros de mortes por dengue, até a última sexta-feira, sendo quatro delas na capital.
Foto destaque: Aedes aegypti (reprodução/IG)