O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, condenado por corrupção e tráfico de influências em 2021, teve o recurso de apelação negado. Nesta quarta-feira (17), o Tribunal de Justiça determinou que o político conservador cumpra pena de três anos em prisão domiciliar. A fiscalização da sentença poderá ser feita por meio do uso da tornozeleira eletrônica.
Sarkozy, de 68 anos, presidiu o país entre os anos de 2007 e 2012. Com a condenação, torna-se o primeiro ex-presidente da Quinta República Francesa a ser preso. Nesse período também terá os direitos políticos suspensos.
Em 2014, época em que o caso de abuso de incapaz começou a ser investigado, após ter os telefones grampeados, os agentes responsáveis pelo caso descobriram a existência de uma terceira linha telefônica.
Com a quebra de sigilo, as conversas com o pseudônimo de “Paul Bismuth”, usado por Sarkozy, em conversas com o advogado dele Thierry Herzog expuseram um acordo de corrupção direcionado ao procurador do Tribunal de Cassação, Gilbert Azibert.
Os promotores afirmam que o político teria oferecido um cargo privilegiado em Mônaco a Azibert, que teria interesse em ajudar no processo em favorecimento de interesses pessoais.
O intuito do esquema era que o tribunal anulasse a apreensão dos diários presidenciais do ex-chefe do executivo. O confisco da documentação por ordem judicial está relacionado a apuração sobre as irregularidades no repasse de verbas das investigações do episódio de Bettencourt.
As acusações contra ele eram sobre abuso de incapaz, pois, segundo as denúncias, ele teria aceitado uma quantia maior do que a permitida por lei da herdeira da renomada empresa de cosméticos L´Oréal Paris, Liliane Bettencourt, na campanha presidencial dele de 2007. Devido a idade avançada alinhadas a questões psicológicas, Bettencourt não teria plena consciência das doações feitas.
Liliane Bettencourt (Foto: Reprodução/Alliance/Horst Ossinge)
Azibert e Herzog também foram condenados a três anos de prisão, um deles obrigátorio. Durante esse tempo, Herzog não poderá advogar.
Além disso, há outras investigações sobre o mesmo período eleitoral. O Ministério Público da França deseja torná-lo réu devido as suspeitas de que em 2007 o líder líbano, Muammar Khaddafi, teria financiado, parcialmente, a campanha de Sarkozy.
Foto destaque: Nicolas Sarkozy em reunião no Chalon-sur-Saone em 19 de fevereiro de 2015. Reprodução/Jean-Philippe Ksiazek/AFP.