Morreu neste domingo (13), Kátia Marques, a MC Katia, que foi uma das mulheres pioneiras na história a cantar funk brasileiro. A funkeira fez sucesso no começo dos anos 2000 com o lançamento do hit "Ata vai me pegar". Contemporânea da também pioneira Tati Quebra-Barraco, ela era mãe solo e antes da fama atuava como auxiliar de serviços gerais. A música lançada por ela deu voz a muitas mulheres moradoras de comunidades, principalmente cariocas.
Criação dos ‘Duelos’
Logo após o seu estouro, a MC Katia começou com os seus famosos "duelos", onde dois cantores trocavam versos e se desafiavam através de duras palavras. Os duelos de Katia normalmente eram com a MC Nem, onde ambas começaram a ser conhecidas como a "Fiel" e a "Líder", o que corresponde a “esposa traída” e a “amante principal”, respectivamente. Outros sucessos da MC estouraram depois, como “Cabeça pra baixo” e “Acorda, mona”.
Clipe de "Duelo" de MC Katia e MC Nem (Vídeo: Reprodução/Youtube)
Acidente, depressão e retomada da carreira
Em 2008, a funkeira sofreu um acidente e passou três anos afastada dos palcos. Depois, chegou a ter depressão por conta do fim de um relacionamento. Somente em 2020 ela conseguiu a retomada da sua carreira no funk, lançando seus sucessos juntamente com o produtor JS, o Mão de Ouro. Com o tempo, MC Katia se encontrou e começou a fazer sucesso com as famosas dancinhas do Tik Tok.
O famoso DJ Marlboro fez uma declaração sobre a funkeira, afirmando que: “Ela teve uma importância muito grande. Foi a primeira a criar um duelo entre as mulheres. A gente tem muito orgulho dela ter iniciado naquele momento, quando existiam poucas mulheres no mundo do funk”.
Sua contemporânea Tati Quebra-Barraco também se manifestou, declarando que: “Realidade é para quem vive. O funk venceu? Você acha que venceu? não é pelo cordão de ouro não, é por quem a gente é. A gente não venceu não, a gente que botou uma estrada atrás da outra, não vencemos nada. É muito importante falar sobre ela, ela faz muito parte da funk. Hoje o funk é imenso, é isso que a gente quer no funk”.
Ela lamenta o pouco reconhecimento e a pouca valorização dos pioneiros do funk brasileiro, que contribuíram de forma direta para a disseminação do gênero no país.
Foto Destaque: MC Katia. Reprodução/Divulgação/O Dia