A Rússia aparentemente está movendo o pessoal e o equipamento militar pesado de outras partes da Ucrânia para reforçar suas linhas de frente na região de Zaporozhye. Relataram autoridades ucranianas e britânicas.
O prefeito ucraniano de Melitopol, Ivan Fedorov, informou sobre essa transferência da área de Nova Kakhovka e Kakhovka, em Kherson, para a linha de frente em Zaporizhzhia, passando por Melitopol.
De acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido, em sua avaliação de inteligência desta segunda-feira (19), há uma alta probabilidade de a Rússia ter iniciado a realocação de elementos de seu Grupo de Forças Dnipro (DGF) da margem oriental do rio Dnipro para fortalecer os setores de Zaporizhzhia e Bakhmut nos últimos 10 dias.
“Essa realocação envolve potencialmente vários milhares de soldados do 49º Exército, incluindo sua 34ª Brigada Motorizada Separada, bem como Forças Aerotransportadas (VDV) e unidades de Infantaria Naval”, relatou o ministério. E acrescentou que isso provavelmente ocorreu devido à percepção da Rússia de que um grande ataque ucraniano através do rio Dnipro é agora menos provável após o colapso da barragem de Kakhovka e as inundações resultantes.
Soldados ucranianos em tanques vão para a cidade de Bakhmut. (Divulgação: Reuters/Sofiia Gatilova
A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar, relatou que a situação nas áreas orientais de Donetsk e Kharkiv continua difícil, com a Rússia concentrando suas forças para atacar as cidades de Lyman e Kupyansk. No entanto, as forças ucranianas estão impedindo o avanço russo nessas regiões.
“O inimigo não desistiu dos planos de entrar nas fronteiras das regiões de Donetsk e Luhansk. Eles concentraram um número significativo de suas unidades no leste, incluindo unidades de assalto aéreo”, afirmou Hanna Maliar. Essa declaração indica que a Rússia ainda está empenhada em suas operações e tem mobilizado forças consideráveis na região leste da Ucrânia.
As autoridades ucranianas relataram avanços limitados em algumas áreas de Donetsk, incluindo a região de Avdiivka, que tem sido alvo de ataques de grupos russos e apoiados pela Rússia desde o início da invasão. Além disso, a ministra mencionou anteriormente a conquista de várias aldeias próximas a Zaporizhzhia. Esses avanços indicam que as forças ucranianas estão buscando consolidar suas posições e resistir aos ataques russos na região.
“As forças ucranianas podem optar por suspender temporariamente as operações de contra-ofensiva para reavaliar suas táticas para operações futuras”, observou o Instituto de Estudos de Guerra.
No domingo, o Instituto para o Estudo da Guerra afirmou que "observou anteriormente que a Ucrânia ainda não empregou a maioria de suas forças disponíveis em operações de contra ofensiva e ainda não lançou seu esforço principal."
Alguns analistas apontaram para uma possível desaceleração na ofensiva da Ucrânia no sul, já que várias partes da extensa frente enfrentam combates intensos.
Foto destaque: Um soldado ucraniano perto de um tanque da linha de frente. (REPRODUÇÃO: REUTERS/Oleksandr Ratushniak)(STRINGER/)
