Nesta quarta-feira (20), 56º dia do conflito russo-ucraniano, a Rússia anunciou o teste de seu novo míssil balístico intercontinental, Sarmat. Após o anúncio, o presidente Vladimir Putin declarou que a potência do armamento vai garantir a segurança do país contra ameaças externas, fazendo com que os inimigos pensem duas vezes antes de investir contra o país de maior extensão territorial do mundo.
Diante da intensificação dos ataques russos, o professor de Relações Internacionais e Direito do IBMEC, Marcelo Suano, contou à CNN que acredita no aumento da violência pelas tropas russas. Segundo ele, a Rússia quer mostrar resultados, mesmo que seja de maneira simbólica. Entretanto, Suano define as estratégias do país de Putin como falhas, já que, possivelmente, os russos subestimaram a forte resistência ucraniana. Ele também ressalta a boa articulação internacional feita pela Ucrânia, atraindo aliados.
Para o professor, os russos não têm habilidade com a diplomacia pública, o que afasta os olhares cooperativos das autoridades internacionais. Em vista disso, ele alerta para um possível aumento da violência com o intuito de agilizar as negociações com o país do leste europeu.
Civis sofrem diariamente ao longo do conflito russo-ucraniano. (Foto: Reprodução/Daniel Leal/AFP)
Pelo segundo dia seguido, a Rússia realizou mais de mil ataques à Ucrânia, sobretudo na cidade de Mariupol, um dos focos principais da investida russa. Com isso, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, anunciou um corredor humanitário para auxiliar os civis na saída da cidade rumo a Berdiansk, e, depois, para Zaporizhzhia. O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, informou à população que, apesar das dificuldades enfrentadas, inclusive de comunicação, as pessoas encontrariam um abrigo seguro em Zaporizhzhia.
De acordo com um levantamento feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de cinco milhões de ucranianos fugiram da terra natal desde a invasão russa em 24 de fevereiro. Esta é a maior movimentação de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Foto Destaque: Ucrânia atingida durante a guerra. Reprodução/Maximilian Clarke/SOPA Images via ZUMA Press/picture alliance